Avaliação comportamental em ratos obesos submetidos a treinamento físico de endurance e HIIT
DOI:
https://doi.org/10.34019/2179-3700.2022.v22.37902Palavras-chave:
obesidade; ansiedade; superalimentação; treinamento físico.Resumo
Diversos fatores são considerados causais para o desenvolvimento da obesidade, como estilo de vida, fatores hormonais, microbiota intestinal alterada e fatores epigenéticos, levando ao aumento dos comportamentos de ansiedade. O presente projeto testou a hipótese de que os treinamentos de endurance de intensidade moderada e intervalado de alta intensidade (HIIT) são efetivos para reduzir ou reverter o perfil de ansiedade em ratos com obesidade induzida por superalimentação durante o período de lactação. As análises foram realizadas com material coletado previamente (CEUA-UFJF 45/2015), com os grupos experimentais: controle (C ninhada 8-12 filhotes) e ninhada reduzida (NR-4 filhotes), subdivididos em sedentário e endurance ou HIIT. Os grupos foram submetidos ao Teste Open Field (TOF) para analisar: atividade locomotora, quantidade de bolos fecais, freezing (tempo de permanência estática) e grooming (contato com as vibrissas), a fim de avaliar o comportamento de ansiedade. Também foi utilizado o labirinto em cruz elevado, onde o aumento do tempo de permanência no braço aberto indica menor estado de ansiedade. Foi realizada comparação entre o grupo C e NR sedentário utilizando o Teste T e para comparação entre os três grupos foi utilizado o teste ANOVA, através do software GraphPad Prism. Ao longo da realização do TOF, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos C e NR sedentários (p<0,05), assim como no Freezing (p<0,05) e tempo de centro (p<0,05); contudo foram observadas tais diferenças na quantidade de bolos fecais (p=0,0396) entre os grupos NR sedentário e NR endurance, com redução de 77,77% nos grupos treinados, além de uma diferença significativa no Grooming (p=0,0015) e quantidade de quadrados andados (p=0,045) entre os grupos C sedentário e C endurance, com redução de 72, 41% e aumento de 69,12% nos grupos treinados, respectivamente. Já na realização do teste em labirinto em cruz elevado não foram observadas diferenças significativas para a frequência de entrada e para o tempo de permanência nos braços abertos. Na literatura são encontrados dados que demonstram que o treinamento físico está diretamente associado à redução do perfil de ansiedade e ao aumento da atividade locomotora com consequente aumento de gasto calórico, visto ao longo do presente projeto. Diante do exposto, é possível concluir que os roedores submetidos ao treinamento físico apresentaram redução significativa do comportamento de ansiedade.
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