Em busca do viver nobremente:
Estratégias de reprodução social nas Minas Gerais setecentistas
DOI:
https://doi.org/10.34019/2179-3700.2022.v22.37892Palavras-chave:
Monarquia pluricontinental, Elites coloniais, Estratégias de reprodução social, Minas GeraisResumo
No século XVIII foi grande o número de portugueses que se direcionaram para a capitania de Minas Gerais e lá se constituíram como grandes proprietários. Contudo, como nas colônias não existiam instituições de reprodução nobre, para aqueles sujeitos que desejassem viver de forma semelhante à nobreza do reino, se fazia necessário criar mecanismos que garantissem a manutenção de suas terras, escravos e títulos arduamente conquistados. Essas estratégias de reprodução social tinham inspiração aristocrática e foram fundamentais para que algumas famílias das freguesias do ouro obtivessem grande prestígio no cenário do ultramar. Este trabalho analisa o perfil social dos homens ricos das freguesias de São Sebastião e São Caetano bem como o uso dessas táticas - especialmente dos “casamentos endogâmicos” e das “vendas fantásticas”. Também é realizado um estudo de caso referente à família de Maximiliano de Oliveira Leite, uma importante autoridade da região e que ilustra muito bem as trajetórias dos proprietários das Minas que almejavam viver nobremente.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Carla M. C. de. Ricos e pobres em Minas Gerais: produção e hierarquização social no mundo colonial, 1750-1822. 1. ed. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2010.
ALMEIDA, Carla Maria C. de. Homens ricos em Minas colonial. In: BICALHO, Maria Fernanda e FERLINI, Vera Lúcia Amaral. Modos de governar: idéias e práticas políticas no Império Português, séculos XVI a XIX. São Paulo: Alameda, 2005.
ALMEIDA, Carla Maria Carvalho de. Uma nobreza da terra com projeto imperial: Maximiliano de Oliveira Leite e seus aparentados. In: FRAGOSO, João, SAMPAIO, Antônio Carlos Jucá de e ALMEIDA, Carla Maria Carvalho de (orgs.). Conquistadores e negociantes: histórias de elites no Antigo Regime nos Trópicos. América Lusa, séculos XVI a XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
BARTH, Fredrik. Process and form in social life. vol. 1, London: Routlegde & Kegan Paul, 1981.
BRÜGGER, Sílvia Maria Jardim. Minas patriarcal: família e sociedade (São João del Rei – séculos XVIII e XIX). São Paulo: Annablume, 2007.
CERRUTI, Simona. Processo e experiência: indivíduos, grupos e identidades em Turim no século XVII. In: REVEL, Jacques (org.). Jogos de escalas. Rio de Janeiro: FGV, 1998.
CLAVERO, Bartolomé. Institución Politica y Derecho: acerca del concepto historiographico de “Estado Moderno”. Revista de Estúdios Políticos, n. 19, 1981.
COSTA, Ana Paula Pereira e ALMEIDA, Carla Maria Carvalho de, Colonial elites and their armed slaves: politics, clientele, and self-government of elite households in eighteenth century Minas, Revista de Indias, LXXX/280 (Madrid, 2020): 687-718.
FARIA, Sheila de Castro. A colônia em movimento: fortuna e família no cotidiano colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. Sobre a temática dos casamentos e a dinâmica de transmissão dos bens, o trabalho pioneiro de Muriel Nazzari é incontornável. NAZZARI, Muriel. O desaparecimento do dote: mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
FERNÁNDEZ ALBALADEJO, Pablo. Fragmentos de Monarquía: trabajos de historia política. Madrid: Alianza, 1992.
FRAGOSO, João, GOUVÊA, Maria de Fátima. Monarquia pluricontinental e república: algumas reflexões sobre a América lusa nos séculos XVI-XVIII. In: Tempo, vol. 14, nº 27, Niterói, jul/dez. 2009.
FRANCO, Francisco Assis de. Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1989.
HESPANHA, Antônio, M. Às vésperas do Leviathan. Coimbra: Almedina, 1994.
MONTEIRO, Nuno G. A ‘tragédia dos Távoras’. Parentesco, redes de poder e facções políticas na monarquia portuguesa em meados do século XVIII. In: FRAGOSO, João e GOUVÊA, Fátima (orgs.). Na Trama das Redes: política e negócios no império português, séculos XVI-XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
MONTEIRO, Nuno. O Crepúsculo dos Grandes. A Casa e o Patrimônio da Aristocracia em Portugal (1750-1832). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2003. p. 95.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Ser nobre na colônia. São Paulo: Unesp, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Carla Maria Carvalho de Almeida, Víctor José do Nascimento Custódio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.