CON(FUNDINDO) ESCRITA E VIDA; GÊNERO E RAÇA: A LITERATURA COMO ESTRATÉGIA DE RESISTÊNCIA

Autores

  • Anderson Ferrari
  • Érika Kelmer Mathias

Resumo

Com a proposta do dossiê de colocar sob investigação e escrutínio as relações de gênero, sexualidade, arte e literatura, tomamos o desafio de problematizar alguns efeitos da escrita na obra Becos da Memória, de Conceição Evaristo, uma autora negra, que nos convoca a pensar as interseccionalidades entre gênero, raça e classe a partir das histórias da personagem Maria-Nova. Nosso interesse recai no que a autora chama escrevivência, com foco no modo como sua narrativa constitui formas de subjetivação tanto da narradora quanto da escritora. Nesse sentido, interessa-nos aspectos sobre como essa con(fusão) opera na escrita e sobre suas implicações políticas e sociais na esfera da produção e da recepção. A principal perspectiva teórico-metodológica que nos orienta são os modos de objetivação que transformam as pessoas em sujeitos, aos moldes de Michel Foucault. Desse modo, ao tomarmos um livro que con(funde) narrativa e vivência, escrita e vida, presente e passado, gênero e raça para provocar o pensamento em torno do que significa ser uma mulher negra, uma mulher escritora negra, no Brasil, propomos um convite para colocarmos sob suspeita como nos tornamos o que somos.

Palavras chaves: Memória. Literatura. Gênero. Subjetivação.

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Biografia do Autor

Anderson Ferrari

Pós-doutor em cultura visual e Educação pela Universidade de Barcelona, Doutor em Educação pela Unicamp. Professor Associado da Faculdade de Educação/UFJF, professor permanente do PPGE/UFJF e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade (GESED/UFJF).

Érika Kelmer Mathias

Doutora em Letras pela PUC-Rio. Professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Juiz de Fora e do Programa de Mestrado Profissional em Letras-PROFLETRAS/UFJF.

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Publicado

2022-02-11