As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da  
luta antirracista do serviço social brasileiro:  
legado e atualidade  
The theses of the VI CBAS in 1989 in the trenches of the anti-racist struggle  
in Brazilian social work: legacy and current events  
André Henrique Mello Correa*  
Resumo: O presente artigo, valendo-se de  
pesquisa bibliográfica, tem como direção  
política e teórico-metodológica, trazer o legado  
e a atualidade das teses apresentadas no VI  
CBAS de 1989, evidenciando o pioneirismo de  
assistentes sociais negras no tensionamento  
deste debate já em idos dos anos 1980/1990,  
apontando-o como imprescindível para a  
profissão. Entendemos que o Serviço Social  
brasileiro, vive um momento ímpar no  
fortalecimento de uma direção antirracista,  
expressa nas agendas políticas das entidades da  
categoria Conjunto CFESS-CRESS, ABEPSS e  
ENESSO, bem como, inflexões na produção do  
conhecimento na área (dossiês temáticos, TCCs,  
dissertações, teses), o que não elimina desafios  
Abstract: The political and theoretical-  
methodological direction of this article, based  
on bibliographical research, is to bring to light  
the legacy and relevance of the theses presented  
at the VI CBAS in 1989, highlighting the  
pioneering role of black social workers in  
tensioning this debate back in the 1980s/1990s,  
making it essential for the profession. We  
believe that the Brazilian Social Service is  
experiencing  
a
unique moment in the  
strengthening of an anti-racist direction,  
expressed in the political agendas of the  
category entities Conjunto CFESS-CRESS,  
ABEPSS and ENESSO, as well as inflections in  
the production of knowledge in the area  
(thematic dossiers, TCCs, dissertations, theses),  
which does not eliminate major challenges for  
professional training and work, (re)configuring  
old-new dilemmas and (un)paths. In short, this  
is a debate that offers a breath of fresh air for the  
affirmation and defense of the Professional  
Ethical-Political Project, in dark times of the  
advance of conservatism in its reactionary  
character.  
de monta para  
a
formação  
e
trabalho  
profissional, (re)configurando novos-velhos  
dilemas e (des)caminhos. Em síntese, trata-se de  
um debate que oferece fôlego para a afirmação  
e defesa do Projeto Ético-Político profissional,  
em tempos sombrios de avanço do  
conservadorismo em seu caráter reacionário.  
Palavras-chaves: Mulheres negras; Serviço  
Keywords: Black women; Social Work;  
Social; Pioneirismo; Antirracismo.  
Pioneering; Anti-racism.  
* Universidade Estadual de Londrina. E-mail: ahmc.associal2019@gmail.com  
DOI: 10.34019/1980-8518.2025.v25.46710  
Esta obra está licenciada sob os termos  
Recebido em: 27/11/2024  
Aprovado em: 08/04/2025  
André Henrique Mello Correa  
Introdução  
Se muito vale o já feito, mais vale o que será.  
E o que foi feito é preciso conhecer para melhor prosseguir.  
(O Que Foi Feito Devera (De Vera), 1978).  
O debate acerca das relações étnico-raciais se coloca como incontornável na atual  
quadra histórica no radar do Serviço Social brasileiro, com centralidade na agenda das entidades  
da categoria profissional e importantes inflexões no campo da produção de conhecimento na  
área, dando fôlego para a defesa e afirmação do projeto Ético-Político profissional numa direção  
radicalmente anti-opressiva e exploratória e pela defesa da diversidade humana (Correa, 2024).  
Ainda, substancia a defesa de uma concepção de formação e trabalho profissional, radicalmente  
antirracista e anticapitalista, que vá além de mera adesão formal, ancorado numa crítica radical  
pela lente dos fundamentos (Elpídio; Valdo, 2022; Moreira, 2024).  
É importante o adendo e atenção que o debate das relações étnico-raciais não é inédito  
ao Serviço Social brasileiro, afirmar isso seria incorrer a uma desistorização da profissão e  
situá-la fora do circuito histórico de sua gênese, institucionalização e desenvolvimento, que  
permite percebermos as ausências e presenças, bem como, sob quais pressupostos teórico-  
analíticos historicamente às relações étnico-raciais informaram os quadros profissionais na sua  
autorrepresentação, no âmbito da formação e trabalho profissional (Ferreira, 2010), é certo que  
“contraditoriamente, o Serviço Social brasileiro carrega marcas indeléveis do racismo”  
(Almeida; Rocha; Branco, 2019, p. 180). Afinal, “[...] o Serviço Social faz parte da história das  
relações sociais, e por ela é impactada” (Elpídio; Valdo, 2022, p. 327).  
506  
Em outras palavras, esse movimento que incide na profissão, não decorre de forma  
endógena, muito pelo contrário, é no movimento da história que o tempo presente aporta  
inflexões centrais, que sumariam um “acerto de contas com a história”, que possibilita um  
diálogo franco e aberto, postulando limites, dilemas, polêmicas e horizontes coletivos acerca  
do debate das relações étnico-raciais e todo seu vigor, ou seja, os avanços nesse cenário que  
nos cerca, trazem dimensionamentos novos.  
Com este intento, propõe-se um exercício de resgatar o legado e a atualidade das teses  
apresentadas por um grupo de assistentes sociais negras, situadas no eixo Rio-São Paulo, na  
ocasião do VI Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), realizado em Natal (RN)  
em 19891. Entendemos que estas produções, demarcadas naquele momento histórico-  
1 Agradeço imensamente à companheira Suelma Inês Alves de Deus e ao companheiro Joilson Santana Marques-  
Júnior, pela disponibilização das duas teses publicadas na ocasião do VI CBAS de 1989, no formato de scanner e  
fotocópia impressa. Trata-se de material de arquivo pessoal, que entendo como importante documentação histórica  
da profissão. Destaco que o mesmo, assim, como ao que parece um conjunto de outras teses de outros eixos, não  
foram publicados no livro Serviço Social: as respostas da categoria aos desafios conjunturais: IV Congresso  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
conjuntural da realidade brasileira; da rearticulação do movimento negro e de mulheres negras  
e do próprio Serviço Social no seu processo de renovação e crítica ao conservadorismo e  
tradicionalismo profissional, trazem importantes caminhos prospectivos para a luta antirracista  
no tempo presente.2  
Destacar o legado e o papel das pioneiras nessa discussão, é um exercício de luta pela  
história e memória, num momento em que verifica-se um acampamento de forma mais direta  
da agenda antirracista no interior do Serviço Social brasileiro (Correa, 2024), onde, também,  
verifica-se um enegrecimento da categoria profissional, ensejado pela entrada de estudantes  
negras/os, indígenas e quilombolas e de docentes na área, ainda que não encerre desafios (Cfess,  
2022; Alves; Ortiz, 2023).  
Parte substantiva das reflexões, aqui empreendidas, derivaram da pesquisa de mestrado  
“A história não avança pedindo permissão”: a agenda antirracista do Serviço Social brasileiro  
e as construções coletivas na afirmação do Projeto Ético-Político (2024), ainda, o acúmulo  
teórico-metodológico que subsidia essa análise decorre de revisão bibliográfica em torno da  
discussão empreendida (Lira, 2019; Almeida, Rocha, Branco, 2019; Gonçalves, 202) e de  
outras fontes em especial destaque entrevistas em mídias digitais fundamentalmente em  
podcasts e canal de youtube, a exemplo do exímio trabalho do Podcast Práxis Preta e da página  
do instagram @literapretaseso, bem como a série Femenagens Nossos passos vêm de longe!  
iniciativa do Comitê Assistentes Sociais no Combate ao Racismo do CRESS-SP, que traz  
importantes referências de assistentes sociais negras que construíram e constroem em vida o  
Serviço Social brasileiro3.  
507  
Organizamos a exposição em dois momentos, mais suas sínteses conclusivas. Num  
primeiro movimento, buscou-se destacar o legado e a atualidade das teses do VI CBAS (1989)  
e o papel do pioneirismo das assistentes sociais negras no acampamento desse debate já na  
década de 1980 no interior do Serviço Social brasileiro, chamando a atenção para a unidade de  
gênero-raça-classe, ao que pese os desafios postos no seio da profissão e nos setores de esquerda  
marxista no período (Farias, 2017). Na sequência, considerando o “Serviço Social na História”  
Brasileiro de Assistentes Sociais, Congresso Chico Mendes. São Paulo: Cortez, 1991. As teses encontram-se  
publicadas no formato de anexo na dissertação de mestrado de Correa (2024).  
2 Ainda, que precedendo esse marco que delimitamos no trato das teses do VI CBAS de 1989, tenhamos a presença  
de importantes nomes no seio da profissão que com pressupostos distintos já apontavam a importância e atenção  
para a questão racial nas suas elaborações em idos dos anos 1940-1960, a exemplo de Sebastião Rodrigues Alves;  
Maria de Lourdes Vale Nascimento e Ivone Lara. Consultar: Alves (1967); Santos (2022); Rocha (2022);  
Gonçalves e Lira (2024).  
3
N.E: Destaca-se a recente defesa da Tese de Doutorado de Flávia de Brito Souza, em 06/12/2024, pelo  
PPGSS/UFSC, com o título: ESCREVIVÊNCIAS NO SERVIÇO SOCIAL: histórias e trajetórias sobre o  
protagonismo de assistentes sociais negras na análise da questão racial no Serviço Social. Certamente, incorrendo  
em análise mais elucidativa e imprescindível acerca deste protagonismo destacado.  
André Henrique Mello Correa  
trazemos à baila alguns elementos que situam o debate das relações étnico-raciais na agenda  
das entidades da categoria no tempo presente. Por fim, em sínteses conclusivas, reafirma-se a  
importância desse debate enquanto uma agenda investigativa coletiva, bem como, o caráter de  
femenagem a estas assistentes sociais, que esta singela contribuição buscou realizar.  
“Nossos passos vêm de longe”: o papel das Assistentes Sociais negras na história –  
nas trilhas dos anos 1980 e a emergência do debate acerca das relações étnico-  
raciais  
Acreditamos que a escrita e a produção intelectual também se inscrevem nas trincheiras  
da luta pela memória e legado histórico – “para que o amanhã não seja apenas mais um ontem”  
(AmarElo, 2019).  
O tema da luta da memória contra o esquecimento não é uma novidade, pois  
sabemos que o lembrar é sempre seletivo. [...] A memória é tanto forma de  
pensamento, como seu produto; ela está presente em uma multiplicidade de  
práticas sociais, como arte, literatura, testemunho, relatos de descendentes,  
narrativas historiográficas, memórias biográficas, arquivos, videotecas e  
demais instituições correlatas. Não só temos diferentes tipos de memória, –  
uns mais ativos, outros mais passivos – como eles, enquanto forma de  
pensamento, modificam-se de contexto a contexto (Santos, 2020, p. 105-106).  
Neste caminho, que atravessa a história construída e em construção, postulando o  
imperativo de que “nossos passos vêm de longe”, é que evidenciamos a atuação político-  
organizativa e o papel de Assistentes Sociais negras, na trajetória histórica da profissão,  
pioneiras no tensionamento e evidenciação acerca da centralidade do debate das relações étnico-  
raciais para o Serviço Social brasileiro, com importante atuação no processo de renovação  
profissional (Lira, 2019; Silva; Assis, 2019).  
508  
Logo a trajetória histórica das assistentes sociais negras contribuiu também na  
construção de um Serviço Social crítico, progressista e alinhado às demandas  
sociais de seu tempo, como a luta antirracista e a reivindicação de importantes  
pautas que atravessam as condições de vida da população negra (Silva; Assis,  
2019, p. 2).  
É neste rumo que destacamos os importantes nomes dessas assistentes sociais, algumas  
que já não estão entre nós, outras que seguem firmes nas trincheiras da luta antirracista: Fátima  
Cristina Rangel Sant’Anna, Mabel Assis, Magali da Silva Almeida, Benedita da Silva, Elisabete  
Aparecida Pinto, Suelma Inês Alves de Deus, Maria Inês da Silva Barbosa, Sarita Amaro,  
Conceição Muniz, Ester Vargem, Matilde Ribeiro, Lucia Maria Xavier de Castro, Márcia  
Campos Eurico, Claudia Durans, Eloisa Gabriel, Roseli da Fonseca Rocha, Mauricleia Soares,  
dentre outras tantas de uma nova geração de intelectuais, que vêm congregando importantes  
agendas de pesquisa acerca da matéria.  
A presença das(os) assistentes sociais negras(os) dessa geração com atuação  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
na década de 1980 deram significativa contribuição ao processo de  
redemocratização nos sindicatos, nos movimentos sociais, nos partidos  
políticos progressistas e na renovação da profissão (Almeida; Rocha; Branco,  
2019, p. 170).  
Preliminarmente, chamamos atenção que não temos a pretensão, neste estudo, de uma  
abordagem teórico-metodológica acerca de uma biografia histórica e atuação de cada  
Assistente Social listada, nas trincheiras da profissão e seu fundamental papel na luta coletiva  
em torno da agenda antirracista, bem como a inserção nas trincheiras da militância em  
movimentos sociais, partidos, sindicatos, coletivos e outras instâncias e organizações.  
Em contrapartida, faremos um debate no seu escopo mais geral, apreendendo as  
mediações históricas de emergência das relações étnico-raciais no interior do Serviço Social  
brasileiro. Sabemos que as enveredações históricas não são tranquilas, mas acompanham o  
movimento conjuntural, que também evidenciam o conjunto de debates e formulações da  
categoria4.  
É nesse contexto e quadro cultural emergente que a década de 1980 e 1990 é marcada  
pelo início do debate acerca das relações étnico-raciais no âmago da profissão, de forma mais  
direta e sob outro patamar teórico-analítico5, ainda que de forma tímida e gradual, por  
profissionais e estudantes inseridas/os nos movimentos negros e de mulheres negras,  
fundamentalmente; contudo, verificando apenas nos anos 2000, mais precisamente, após 2010,  
um certo espraiamento acerca da matéria na agenda das entidades da categoria (Lira, 2019;  
Silva; Assis, 2019).  
509  
Na história das entidades da categoria a luta contra o preconceito e  
discriminação é assumida na agenda política no final dos anos 1980 e  
conduzida a partir de iniciativas locais ou regionais. A inserção de um número  
não muito significativo de assistentes sociais (porém atuantes) na militância  
partidária, nos movimentos feminista, de mulheres ou negro, do eixo Rio-São  
Paulo, colocou novas demandas e desafios para a profissão na construção de  
ações de combate a discriminações de gênero e raciais naquela conjuntura  
(Almeida, 2013, p. 142).  
4 N.E.: Exemplo disso, poderíamos evidenciar, acerca da não adoção da categoria “raça”, no Código de Ética de  
1993, no texto do VIII princípio – “Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de  
uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero” (CFESS, 1993), que talvez  
expressa o acúmulo dos debates mais amplos acerca das relações étnico-raciais naquela quadra e as tendências  
teórico-metodológicas, suas apropriações e não apropriações, escanteamento e divergências. Certamente, muitas  
das Assistentes Sociais mencionadas participaram daquele momento histórico – assembleias, fóruns de discussão,  
debate e deliberações. C.f: Vila Nova, A. (2024). Código de Ética profissional da/o assistente social: ausências,  
apagamentos e invizibilizações da questão racial negra nas suas formulações e atualizações. Revista Serviço Social  
Em Perspectiva, 8(1), 117–135.  
5 N.E.: O que não suprime o campo de tendências distintas na sua emergência, mas que aqui não teremos condições  
de análise.  
André Henrique Mello Correa  
Nesse sentido, infere-se que esse protagonismo na história está medularmente  
relacionado com o espectro político brasileiro, que permeava o processo de renovação  
profissional e as organizações mais amplas da classe trabalhadora, a exemplo dos movimentos  
sociais, em especial aqui, os movimentos negros e movimento de mulheres negras. Silva e Assis  
(2019) evidenciam a vinculação desse protagonismo, à qual nos referimos:  
[...] esse protagonismo é anterior, e esteve alinhado ao ascenso das lutas  
sociais do país, sobretudo nos marcos da ditadura civil-militar, cujo  
movimento negro foi partícipe nas denúncias e resistência a esse episódio da  
história. Sendo assim, é importante apontar que o ativismo das assistentes  
sociais negras é inerente ao processo de reorganização do movimento negro  
contemporâneo, inaugurado com a fundação do Movimento Negro Unificado  
– MNU e posteriormente com o movimento de mulheres negras (Silva; Assis,  
2019, p. 2).  
Nesse terreno histórico-conjuntural, em 1978, dá-se a criação do Movimento Unificado  
Contra a Discriminação Racial (MUCDR), em São Paulo/SP; posteriormente, tendo seu nome  
alterado para “Movimento Negro Unificado”, o “MNU”, tendo significado, nas palavras de  
Domingues (2006, p. 114) – “[...] um marco na história do protesto negro do país, porque, entre  
outros motivos, desenvolveu-se a proposta de unificar a luta de todos os grupos e organizações  
anti-racistas em escala nacional”, assim tendo, como objetivo: “[...] fortalecer o poder político  
do movimento negro”. Domingues (2006), ainda destaca que:  
[...] a primeira atividade da nova organização foi um ato público em repúdio  
à discriminação racial sofrida por quatro jovens no Clube de Regatas Tietê e  
em protesto à morte de Robson Silveira da Luz, trabalhador e pai de família  
negro, torturado até a morte no 44º Distrito de Guainases. O ato público foi  
realizado no dia 7 de julho de 1978, nas escadarias do Teatro Municipal em  
São Paulo, reunindo cerca de 2 mil pessoas, e “considerado pelo MUCDR  
como o maior avanço político realizado pelo negro na luta contra o racismo”  
(Domingues, 2006, p. 113).  
510  
Destaca-se que o MNU6 foi, historicamente, espaço de militância, inclusive de  
Assistentes Sociais, no período. Importante registrarmos a análise referida pelas Assistentes  
Sociais Maria José Pereira, Matilde Ribeiro e Suelma Ines Alves de Deus, acerca do caráter  
assumido pelo Movimento Negro, na conjuntura em questão.  
O Movimento Negro a partir da década de 70 retoma a questão racial, a  
politiza e a insere no contexto dos movimentos sociais como resultado da  
elaboração de uma dupla consciência política, como menbro de uma raça e  
menbro de uma classe. Com essa atuação Movimento Negro pretende não só  
denunciar a discriminação racial, mas também participar da luta contra o  
6
N.E.: Tivemos dificuldades para acesso a documentos que ilustrassem de forma mais incisiva a atuação e as  
bandeiras do MNU na sua emergência, na década de 1980, consequentemente, sua memória histórica. Nota-se que  
o seu site encontra-se em atualização, não estando a disposição alguns documento que seriam subsídios  
importantes à análise, como Estatuto de Fundação, Plano de Lutas, Plano de Ação. MNU. Disponível em:  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
sistema sócio-político-econômico vigente (Pereira; Ribeiro; Deus, 1989).  
Esse espraiamento das lutas mais amplas da classe trabalhadora e dos diferentes grupos  
sociais que a compõem em oposição à autocracia militar, pela retomada da democracia no  
Brasil, traz desdobramentos importantes ao debate acerca das relações étnico-raciais, na quadra  
histórica dos anos 1980, 1990 e 2000, considerando as articulações dos movimentos e  
organizações negras, indígenas e quilombolas para a Assembleia Constituinte de 1987 a 1988,  
em torno de uma agenda ampliada de reivindicações, cuja parte foi incorporada no texto da  
Carta Constitucional de 19887 (Lopes, 2011; Santos, 2015).  
Profa. Dra. Magali da Silva Almeida (2021) em entrevista concedida ao Podcast Práxis  
Preta, destaca os desafios postos nessa conjuntura e o caráter paulatino que o debate da questão  
étnico-racial foi assumindo, a exemplo que no ano da CF 1988, antecendendo-a, decorreu a  
Marcha do Movimento Negro contra a Farsa da Abolição, em todo o Brasil, em 11 de maio.  
Ainda, em outra entrevista, concedida a Janoário, Rocha e Dias (2013), Almeida (2013),  
rememora esse processo, destacando a participação ativa do Conselho Regional de Assistentes  
Sociais do Rio de Janeiro (CRAS-RJ), à época, do qual era vice-presidenta.  
Os Movimentos Negros (MN) se organizam nacionalmente com intuito de  
desmascarar a falácia da “democracia racial”, reforçando seu caráter de mito,  
e denunciam de forma organizada o racismo antinegro perpetrado pelo Estado  
e suas instituições. E nós – aqui coloco-me como militante do MN – nos  
engajamos na construção da Marcha Contra a Farsa da Abolição. Quando os  
MN assumem essa bandeira, essa agenda, eu estava militando no Conselho  
Regional de Serviço Social no Rio de Janeiro (na época CRAS-RJ), no cargo  
de vice-presidenta. Lembro-me que coloquei em pauta na reunião do  
conselho pleno do então CRAS a necessidade da entidade assumir essa  
bandeira de luta, ou seja a luta contra o racismo e suas mazelas. Assim,  
assumimos essa luta. Então, a nossa entidade é uma das entidades dos  
trabalhadores que, em conjunto com o MN, organiza a Marcha de 1988,  
participando do núcleo de organização estadual. Por conta dessa  
participação, passamos a ser uma referência para as outras entidades de classe  
no Rio de Janeiro sobre esse tema. Abrimos um leque de articulações do ponto  
de vista regional e estadual. Participei de muitos eventos no estado, fora do  
município do Rio de Janeiro, fui a todos os municípios da Baixada  
Fluminense, Campo Grande- Zona Oeste e demais regiões. Tem um registro  
histórico que até hoje não consegui recuperar. Trata-se de uma edição  
exclusiva do CEAP, sobre o centenário da Abolição na qual uma foto registra  
a presença do CRAS na capa da revista. Segurávamos um cartaz com o texto:  
“Pela vida, pela paz, racismo nunca mais. CRAS- 7ª Região”. O que eu  
quero dizer com essa memória é que a participação das assistentes sociais  
nesse movimento marca o pioneirismo da profissão e da regional do Rio de  
511  
7
Vale lembrar que o racismo passa a ser tipificado como crime inafiançável e imprescritível na Carta  
Constitucional que inaugura a república pós-ditadura (Brasil, 1988 - Artigo 5º XLII), asseverada no ano seguinte,  
pela Lei Caó (Lei nº 7.716/1989) - que define os crimes resultantes do preconceito de raça ou cor. Cap. VIII - Dos  
Indíos. Artigo 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é  
reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos (Brasil, 1988).  
André Henrique Mello Correa  
Janeiro nessa luta (Almeida, 2013, p. 232, grifos nossos).  
A articulação do MNU, como um marco significativo de reaticulação do Movimento  
Negro contemporâneo, antece a realização do III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais  
(CBAS), em 1979, conhecido como o “Congresso da Virada”, por ser inscrito na história como  
um marco na intenção de ruptura com o conservadorismo e tradicionalismo, até então  
hegemônico na profissão, com importantes desdobramentos no âmbito da formação profissional  
(graduação e pós-graduada), do trabalho profissional e na organização político-diretiva da  
categoria expresso nas suas entidades representativas (Guerra, Ortiz, 2009; Netto, 2015; Mota;  
Rodrigues, 2020).  
Essa mediação é fundamental para análise empreendida e corrobora para a afirmação de  
uma determinada direção social estratégica e a vinculação da categoria junto aos movimentos  
sociais que coadunam com o Projeto Ético-Político profissional.  
Ademais, seja nas esparsas produções e sistematizações teóricas e/ou nos espaços de  
debate da categoria profissional e movimento estudantil, preocupados com ações de combate  
às opressões de raça e etnia e na luta antirracista, temos como importante marco histórico de  
tensionamento em torno da matéria, o VI CBAS, ocorrido entre os dias 10 e 14 de abril de 1989  
– “Congresso Chico Mendes”, em Natal/RN, que contou com a participação de 3.500 presentes  
(profissionais e estudantes); organizado pelas entidades a época: ANAS, Associação Brasileira  
de Escolas de Serviço Social (ABESS), Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e  
Subsecretaria de Serviço Social da União Nacional dos Estudantes (SESSUNE) (Correa, 2022;  
2024).  
512  
Tratava-se de um contexto na realidade nacional, cuja quadra histórica estava prenhe de  
determinações e contradições das mais profundas, após o processo e promulgação da Carta  
Constitucional de 1988 e sob a direção do executivo pelo presidente José Sarney (PMDB), no  
período de 1985-1990; com sucessão de Fernando Collor de Mello (PRN) 1990-1992; Itamar  
Franco (PMDB) 1992-1995; e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) 1995-2003.  
Nesta enseada, do ponto de vista político-econômico, estava aberta na década vindoura  
o aprofundamento da agenda neoliberal e assalto ao fundo público pelo capital portador de  
juros, equacionado na financeirização das políticas sociais e seu caráter regressivo, dentro da  
lógica da agenda macroeconômica das agências multilaterais Fundo Monetário Internacional  
(FMI), Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio (OMC) (Brettas, 2020).  
Os resultados catastróficos se expressaram no ataque aos direitos sociais do conjunto da  
classe trabalhadora, com repercussões mais brutas nos seus extratos marginalizados e  
subalternizados, por condição étnica, racial, sexual e geracional, assentado na lógica da  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
superexploração da força de trabalho, em detrimento das necessidades médias do capital  
(Fagundes, 2022). Moura (1988) já havia feito um balanço de denúncia sobre as manutenções  
da dinâmica das desigualdades raciais no Brasil, 100 anos após a Abolição.  
A eliminação dos sistemas de proteção, social, a "flexibilização" dos direitos  
sociais dos trabalhadores, a destruição da malha de proteção social (como  
saúde, habitação e educação), a implantação de políticas “desreguladoras” das  
economias nacionais dos países periféricos, as privatizações dos segmentos  
estratégicos, o aumento vertiginoso do desemprego estrutural: tudo isto lança  
as populações pobres - majoritariamente negras - na dramática condição de  
excedente populacional descartável (Jornal da Marcha, 1995, p. 04).  
Nesse contexto dos anos 1990, de contrarreformas no âmbito do Estado, é realizada, por  
um conjunto de entidades, grupos, sindicatos, organizações e movimentos sociais negros8, a I  
Marcha Zumbi contra o Racismo, pela Cidadania e pela Vida, em 20 de novembro de 1995,  
reunindo mais de 30 mil pessoas, em Brasília, sendo um importante marco de denúncia do  
racismo no Brasil, evidenciando, deste modo, a isenção do Estado na ausência da adoção de  
medidas de promoção da igualdade racial voltadas à população negra, indígena e quilombola.  
Nesse momento, foi entregue um documento-compromisso ao então presidente  
Fernando Henrique Cardoso. Esse movimento massivo expressa um legado que ensejou  
importantes desdobramentos nas primeiras décadas dos anos 2000, durante os governos  
petistas, considerando sua demarcação política, e, de tal maneira, tensionando pautas e  
reivindicações históricas, no campo da promoção da igualdade racial (Domingues, 2007).  
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Sem dúvida, a análise das relações raciais no Brasil realizada pelas assistentes  
sociais negras no final da década de 1980 foi uma crítica contundente à  
persistência do mito da democracia racial, que desconsiderou o racismo como  
determinação das condições de vida e trabalho e processos de resistência da  
população negra desde a escravidão, através da qual se estruturou as relações  
de dominação / opressão com base na raça e no gênero, assimetrias e  
desigualdades (Almeida, Rocha, Branco, 2019, p. 169-170).  
Ademais, nesse período, ainda eram apresentadas “teses” nos CBAS – uma forma de  
comunicação, aprovada e deliberada em assembleias prévias ao encontro mais amplo  
propriamente dito. No VI CBAS (1989), foram apresentadas duas teses, concentradas no eixo  
Rio-São Paulo, respectivamente, Serviço Social e os Bastidores do Racismo, de autoria de  
Magali da Silva Almeida e Fátima Cristina Rangel Sant’Anna; e a tese – A questão racial  
8 Conforme expressa, o Jornal da Marcha (1995): “Sem prejuízo da pluralidade de concepções e ações políticas,  
coloca-se hoje, para a militância que combate o racismo, o enorme desafio de priorizar os anseios e os interesses  
maiores da população afro-brasileira, através da formação de um amplo arco de força e aliança capaz de pautar a  
questão racial na agenda dos problemas nacionais. Forjar a unidade no Tricentenário de Zumbi é um imperativo  
histórico que exige das entidades do Movimento Negro um exercício coletivo de descoberta de novas formas de  
relacionamento. Isto também resulta na defesa intransigente da postura ética e do objetivo comum de consolidar o  
Movimento Negro como elemento estratégico na transformação da sociedade brasileira” (Jornal da Marcha, 1995,  
p. 04).  
André Henrique Mello Correa  
enquanto elemento de uma prática transformadora, de autoria de Maria José Pereira, Matilde  
Ribeiro, Suelma Inês Alves de Deus (Almeida, 2013; Marques-Júnior, 2013; Vitorio, 2019).  
Contudo, no CBAS, não havia um Grupo de Trabalho (GT) específico, sendo tais teses  
incorporadas ao eixo geral Análise de Conjuntura Econômica, Política e Social na Realidade  
Brasileira e no Contexto Latino-Americano Referenciado ao Capitalismo Internacional que  
trouxe várias frentes relacionadas à discussão étnico-racial no Serviço Social – “elementos  
como diversidade, racismo, desigualdade, machismo foram abordados e ressaltados como  
imprescindíveis à formação e trabalho profissional” (Almeida; Rocha; Branco, 2019, p. 177).  
Dado o espectro político-conjuntural, a tese elaborada por Magali da Silva Almeida e  
Fátima Cristina Rangel Sant’Anna, traz elementos centrais que fogem da falsa dicotomia entre  
raça e classe, tendência que rondava setores dos partidos políticos de esquerda, sindicatos e do  
movimento negro, que ainda hoje, não eliminam distintas tendências e projetos societários entre  
a forma e o conteúdo político (Farias, 2017; Souza, 2024), defendem que “[...] lutar contra o  
racismo é lutar contra a exploração e opressão” (Almeida; Sant’Anna, 1989, p. 11).  
Entendemos que a luta pela construção do socialismo não consiste apenas na  
extinção da base econômica que determina a exploração capitalista. É  
fundamental que essa luta alcance as bases ideológicas que justificam as  
desigualdades por ela geradas (racismo, machismo, violência, etc…)  
(Almeida; Sant’Anna, 1989, p. 11).  
514  
Neste sentido, já percebe-se uma tenra crítica que muitos setores faziam a ideia de que  
raça dividiria a classe, trata-se de uma questão de método de análise “[...] discordamos da forma  
como alguns setores encaram a questão racial e tentam superá-la apenas pela via cultural.  
Temos como desafios mudar essa realidade. Isto sugere que a luta contra o racismo ser parte  
integrante da luta contra o capitalismo” (Almeida; Sant’Anna, 1989, p. 11).  
[...] é preciso termos nítido que não há divergências entre as lutas  
anticapitalista, antirracista e antissexista, pelo contrário, a luta contra o capital  
apenas se torna efetiva quando damos materialidade e reconhecemos os  
grupos que mais vivenciam as desigualdades produzidas no interior dessa  
sociedade de classes. [...] afirmamos que o que fragmenta a luta é uma visão  
generalista e abstrata de classe, que pouco ou nada diz sobre a realidade, em  
especial no Brasil, dada nossas particularidades sócio históricas. Assim,  
compreendemos que a luta antirracista tal como outras lutas antiopressões, não  
apenas representam e dão concretude a própria diversidade da classe que vive  
do trabalho, como são essenciais e necessárias para construir unidades  
estratégicas no contexto da luta mais geral do trabalho contra o capital  
(Moreira, 2024, p. 87, 95-96).  
No desenrolar da tese em questão, problematizam de forma teórico-crítica e  
fundamentam os elementos constitutivos da relação capitalismo e racismo, destacando a lógica  
do colonialismo, da exploração da mão de obra em distintos territórios, a particularidade que o  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
racismo opera em nações distintas, a exemplo do Brasil, no qual dão ênfase para o aspecto de  
dominação ideológica caucionado pelo “mito da democracia racial”. Neste sentido, defendem  
a direção do debate: “Nosso objetivo é discutir a importância do Serviço Social trabalhar esta  
questão, ou seja, o racismo, pois ignorá-lo significa entender de forma limitada os problemas  
que afetam a classe trabalhadora” (Almeida; Sant’Anna, 1989, p. 10).  
Frente ao objetivo proposto, trazem em síntese desafios prospectivos já naquele período  
sobre a importância do debate ser acampado na agenda das entidades da categoria e no campo  
da formação e trabalho profissional.  
Que se assegure durante a formação profissional a articulação dos currículos  
de graduação e pós-graduação (em nível de pesquisa, ensino e extensão), com  
a questão racial, sendo o movimento estudantil e a ABESS vias possíveis e  
fundamentais de estimulação desse processo. Que os Conselhos Regionais  
criem fóruns específicos para discutir as Políticas Sociais do Estado  
capitalista, tendo em vista identificar o seu caráter racista. Que os sindicatos  
da categoria bem como a CUT, incorporem como plano de luta as condições  
de trabalho do negro e demais minorias (Almeida; Sant’Anna, 1989, p. 11).  
Ao que concerne a tese elaborada por Maria José Pereira, Matilde Ribeiro, Suelma Inês  
Alves de Deus, na qual evidencia a relação em torno da questão racial e as determinações da  
classe social, que se espraiam no cotidiano do trabalho profissional. Defendem que a — “A  
questão racial deve ser encarada de frente, não só a nível teórico, mas principalmente no  
cotidiano de nossa prática, visto que apresenta-se direta ou indiretamente nas questões sociais  
vividas pela população alvo do Serviço Social” (Pereira; Ribeiro; Deus, 1989). Nessa linha que  
reivindicam a centralidade deste debate enquanto uma dimensão importante da realidade, que  
não deve escapar ao Serviço Social.  
515  
Ainda, apontam, no nosso entendimento, um conjunto de estratégias e táticas, mediante  
a análise efetuada, que tem mostrado, no tempo presente, a atualidade das reflexões naquela  
dinâmica histórico-conjuntural:  
[...] o Serviço Social deve se aprofundar o conhecimento sobre a questão  
racial, instrumentalizando-se para uma intervenção diante dessa problemática.  
Vemos que um dos caminhos é o incentivo a criação de espaços de discussão  
a nível dos locais de trabalho, entidades da categoria, estabelecimento de  
ensino, sindicatos, associações, etc., além de grupos de estudos específicos  
(Pereira; Ribeiro; Deus, 1989).  
Marques-Júnior (2013) analisou as produções nos CBAS, referendando o VI CBAS  
como um marco acerca da matéria, – “É preciso reconhecer que a questão racial já permeava o  
fazer profissional desde os seus primórdios, mas é em 1989 que ela passa a ser reivindicada por  
algumas assistentes sociais como uma categoria de análise” (Marques-Júnior, 2013, p. 4). Neste  
estudo, o autor se debruçou sobre as produções do VI CBAS (1989) ao IX CBAS (1998).  
André Henrique Mello Correa  
Almeida (2021), sinaliza a incorporação da questão racial, enquanto eixo de trabalho, se deu no  
CBAS de 1995, que ocorreu em Salvador (BA). Outrossim, Marques-Júnior, observa que: “A  
apresentação de trabalhos sobre a temática de raça/etnia tem se mantido constante em uma  
média que fica em torno de três em cada congresso, o que nos dá a dimensão de como esse eixo  
vem sendo pouco pesquisado pela categoria” (Marques-Júnior, 2013, p. 9). Em suas sínteses, o  
autor chama a atenção ao evidenciar que:  
A questão central é que embora haja desde 1989 uma fração das assistentes  
sociais expondo a relevância desta questão, o ínfimo quantitativo de trabalhos  
apresentados sobre a temática, bem como a ausência de produção de grande  
circulação demonstra como a categoria não consegue incorporar a questão  
étnico/racial enquanto dimensão investigativa [...]. É preciso avançar  
entendendo que a produção teórica que embasa a formação profissional deve  
encampar a temática da questão racial e os desafios por ela propostos  
(Marques-Júnior, 2013, p. 10 e 18).  
É certo que os desafios da incorporação do debate étnico-racial, no que tange à produção  
do conhecimento, no período histórico demarcado, são inúmeros. Até aquele momento, apenas  
a obra de Sebastião Rodrigues Alves (1966) com baixíssima circulação, nos tempos de hoje,  
havia sido publicada, que tratava diretamente acerca da matéria, ainda com uma análise com os  
pressupostos teórico-metodológicos de seu tempo, isto é, vinculada ao Serviço Social  
tradicional (Ferreira, 2010).  
Tão somente no início do século XXI, ainda que escrito na década de 1980, que a  
produção do TCC, pela PUC-Campinas, de autoria da profa. dra. Elisabete Aparecida Pinto  
(1986), denominado O Serviço Social a Questão Racial: um estudo da relação do Serviço  
Social e Clientela Negra, é publicado como livro, sob o título O Serviço Social e a Questão  
Étnico-Racial (um estudo de sua relação com os usuários negros), em 2003, pela Terceira  
Margem Editora. Esta se insere de forma pioneira, ao se debruçar de forma mais sistematizada  
sobre esse debate no âmbito do trabalho profissional, referendando preciosa análise no âmbito  
dos espaços sócio-ocupacionais e as relações no seu íntimo, entre usuários, profissionais e  
equipe. Contudo, a obra se encontra esgotada e com pouco conhecimento a seu respeito no  
conjunto da profissão.  
516  
A timidez da matéria étnico-racial nos debates do Serviço Social brasileiro durante os  
anos de 1980 e 1990 nos parece ser explicado pela urgência de outras questões emergentes pós-  
movimento de reconceituação, que ganharam centralidade no debate da categoria profissional  
e suas vanguardas, naquele período. Nesta direção, podemos citar os pressupostos em torno do  
projeto de formação profissional, expresso no currículo de 1982 e, posteriormente, nas  
diretrizes de 1996 (ABEPSS, 1996) e em relação a estas, identifica-se o debate acerca do que  
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As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
se constituía o objeto da profissão: a questão social ou a política social, haja vista a ampliação  
desse campo no âmbito do Estado, após a Constituição de 1988.  
Contudo, isso não significa a ausência de grupos, ainda que bastante localizados,  
tensionando, no limite, o debate no interior da categoria. Afinal, a história não avança pedindo  
permissão. É reconhecendo limites que se avança, no acerto de contas com a história. Assim, a  
conjuntura porta inflexões sumárias e fundamentais que vêm demarcando a urgência e  
centralidade da incorporação desta agenda no interior da profissão no âmbito das entidades e  
na produção do conhecimento na área.  
Temos, como hipótese, que é precisamente nos anos 2000, após a III Conferência  
Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de  
Intolerância, realizada em Durban, na África do Sul em 20019, e da qual o Brasil é signatário e  
com a emergência e institucionalização das políticas de promoção da igualdade racial10, a partir  
da criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), em  
2003, a entrada de estudantes negras/os, indígenas, quilombolas nas universidades públicas e  
docentes com agendas de pesquisa referentes à matéria, que vai-se avançando nesse escopo,  
não sem constrangimentos e disputas, operando-se inflexões ao debate das relações étnico-  
raciais na profissão.  
Nesta quadra, destaca-se o pioneirismo do CRESS/RJ, a partir da criação da Comissão  
Temática Gênero, Etnia e Diversidade Sexual11 (GEDS), ainda em idos de 2000, tendo como  
sua primeira coordenadora Magali da Silva Almeida.  
517  
Desde a sua criação, a GEDS vem fomentando a participação do CRESS/RJ  
em diversos espaços coletivos de defesa dos direitos de diferentes segmentos  
da sociedade civil atravessados pelo debate a que se propõe a comissão, que  
articula, também, estratégias de combate ao racismo, ao sexismo e à  
LGBTfobia com movimentos sociais e espaços acadêmicos (CRESS RJ [...],  
2020).  
Ademais, a partir daí, o que se manifesta de forma bastante presente, de maneira direta  
e indireta, são as categorias e discussões em torno dos determinantes étnico-raciais,  
principalmente nas deliberações no eixo de Ética e Direitos Humanos nos Encontros Nacionais  
do Conjunto CFESS-CRESS, exigindo-se, de alguma maneira, um aprofundamento sobre a  
9
Cf. Portal Geledés. Centro de Documentação e Memória Institucional. Brasil e Durban - 20 anos depois. São  
10 A exemplo das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para  
incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e  
Indígena”; do Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010); da Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012) para o  
ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio.  
André Henrique Mello Correa  
matéria, considerando que já havia uma premência de outros eixos organizativos do  
planejamento dos Conselhos (Seguridade Social, Formação Profissional, dentre outros), que  
não contemplam o debate étnico-racial nas suas deliberações, nesse momento histórico. Assim,  
constata-se, a título de hipótese, que a emergência do debate na agenda dos direitos humanos,  
no seu aspecto mais geral, demarca uma direção em torno de uma bandeira de luta ampliada, o  
que não condiciona de maneira direta sua incorporação nos eixos de formação e trabalho  
(Correa, 2024).  
É na ocasião do 32º Encontro do Conjunto, realizado em setembro de 2003, que  
delibera-se a campanha encabeçada pela Gestão do Conjunto CFESS-CRESS triênio 2002-  
2005 – “Trabalho, Direitos e Democracia: A gente faz um país”, denominada “Campanha de  
combate ao racismo o Serviço Social mudando o rumo da história: reagir contra o racismo  
é lutar por direitos”, organizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ);  
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); CRESS/RJ 7º Região e ONG Fala Preta –  
Organização de Mulheres Negras. Tratando-se da primeira campanha de combate ao racismo  
do Conjunto (Vitório, 2019; Correa, 2024).  
Importante ressaltar que há poucos registros históricos de análise acerca do  
espraiamento dessa campanha no âmbito da profissão. Campanha que, ao que tange à  
conjuntura mais geral, insere-se no contexto posterior à Conferência de Durban, realizada em  
2001; da implementação, à época, da SEPPIR, em 200312, mesmo ano da promulgação da Lei  
nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que altera a Lei º 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Brasil,  
2003), que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial  
da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”,  
posteriormente, alterada pela Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008, para inclusão da temática  
indígena (Brasil, 2008).  
518  
Outro registro histórico de destaque, diz respeito ao pioneirismo do Grupo de Estudos  
das Relações Étnico-raciais e o Serviço Social (GERESS), em 2009, em São Paulo (SP), tendo  
sua primeira reunião no dia trinta de maio, na sede da organização Soweto local de militância  
de uma das integrantes. Trata-se de um encontro emblemático, reunindo assistentes sociais,  
mulheres negras para o debate acerca de uma preocupação candente13. (Questão [], 2013).  
12  
N.E.: Na ocasião, a SEPPIR foi criada pela Lei nº 10.678, de 23 de maio de 2003. A posse oficial em 21 de  
março de 2003, em Brasília, contou com um discurso do histórico militante do Movimento Negro – Abdias do  
Nascimento (1914-2011); bem como teve como sua primeira ministra titular a Assistente Social Matilde Ribeiro,  
hoje professora da UNILAB, e uma das pioneiras do debate acerca das relações étnico-raciais na profissão.  
13 “As assistentes sociais que participaram da formação do GERESS foram: Alinne Mayra Costa, Augusta Nunes  
dos Santos, Bernadeth Martins, Denise Bonifácio, Eliana Aparecida Francisco, Kajali Lima Vitório, Naiza Santos,  
Natalina Almeida de Jesus, Raquel Suzan, Samanta de Oliveira, Suelma Inês Alves de Deus” (Bonifácio; Vitório;  
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As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
Verifica-se na Carta apresentada na ocasião do I Colóquio Nacional das Questões Etnorraciais  
e o Serviço Social, realizado nos dias 24 e 25 de julho de 2010, na Universidade Estadual do  
Rio de Janeiro (UERJ), os objetivos do GERESS:  
Aprofundar as discussões sobre as questões étnico-raciais com a interface do  
serviço social, tanto junto aos profissionais, como para estudantes e, também,  
com a população usuária das políticas sociais setoriais; Produzir material  
acadêmico acerca da temática; Contribuir para a formação profissional, inicial  
e continuada, da categoria de assistentes sociais; Articular ações com os  
órgãos representativos da categoria: CFESS/CRESS SP; ABEPSS, ENESSO  
e outros; Reunir pesquisadores(as) da área de Serviço Social, com interesse  
nas questões étnico-raciais; Colaborar para a construção de políticas públicas  
setoriais com o recorte racial; Estabelecer parcerias com universidades e  
demais instituições que tenham interesse na temática. (Geress, 2010 apud  
Bonifácio; Vitório; Deus, 2018, p. 429).  
Tratam-se de importantes direcionamentos e proposições de um dos grupos mais  
antigos no âmbito do Serviço Social brasileiro, em atividade contínua. Feito o caminho de volta  
e referendando esse breve balanço do direcionamento e defesas presentes nas teses apresentadas  
no VI CBAS (1989), evento histórico que demarca um direcionamento da luta antirracista no  
bojo da profissão, tranzitamos para a seção seguinte, afim de situar em linhas gerais os  
caminhos e (des)caminhos do antirracismo postos ao Serviço Social brasileiro nesse tempo que  
nos convoca a radicalidade da crítica (Souza, 2024; Santana, Moreira, 2024).  
519  
Sankofa: “retornar ao passado, ressignificar o presente para construir o futuro” -  
a agenda antirracista do Serviço Social brasileiro  
O Serviço Social brasileiro, vive um momento importante na afirmação da agenda  
antirracista no âmbito das suas entidades representativas e na produção do conhecimento na  
área (Moreira, 2020; Correa, 2024). Verifica-se na cena contemporânea, ainda que não se  
configure um dado inédito, um acirramento na disputa da direção do debate racial no Brasil,  
como bem trabalhado por Souza (2024), em pelos menos três direções (i) liberal; (ii)  
culturalista; (iii) crítica. Atenta-se que essas direções trabalhadas pela autora possuem em seu  
cerne fundamentos interpretativos acerca do racismo, sua expressão concreta e formas de  
enfrentamento.  
Diríamos que o debate público acerca do combate ao racismo, seu caráter estrutural, das  
relações étnico-raciais, os estudos acerca da branquitude e as polêmicas em torno da identidade  
e identitarismo, estão postos na ordem do dia, com incomensuráveis reverberações na profissão,  
“[...] tendo em vista que o próprio movimento do real tem tensionado a profissão a passar a  
Deus, 2018, p. 429).  
André Henrique Mello Correa  
história a limpo e avançar no debate das relações étnico-raciais, sendo este um dos desafios  
mais candentes para o Serviço Social brasileiro na atualidade [...] (Moreira, 2024, p. 141).  
Nesta perspectiva é que entendemos que o tempo presente carrega avanços de uma  
agenda antirracista na profissão. Esta segue em constante construção no movimento da história.  
Esse movimento não é homogêneo, é permeado de avanços e recuos, muitas vezes, assim como  
não está isento de disputas e dissensos (de ordem teórico-metodológica, teórico-prática,  
político-institucional), que não devem ser despercebidos ou não dimensionados, haja vista os  
rebatimentos centrais para a formação e trabalho profissional.  
Neste sentido, temos que o debate das relações étnico-raciais, e sua devida importância  
não é hegemônica no âmbito da profissão, mas reflete disputas mais amplas, tensionamentos e  
(des)caminhos teórico-analíticos, no campo do trabalho profissional, que incidem inclusive no  
campo de uma adesão formal ou real ao antirracismo pela categoria profissional (Moreira,  
2024).  
É premente que esse debate e sua centralidade não sejam “individualizados”, isto é, que  
não seja tarefa apenas das/os estudantes e profissionais negras/os, indígenas e quilombolas  
inseridas/os com a discussão de forma tematizada, em espaços, eventos e organizações. Ao  
contrário, como defende Ribeiro (2004, p. 159), que seja tratado por toda categoria – “[...] como  
uma área investigativa e de conhecimento”.  
520  
Desta maneira, mobiliza-nos a não “perder de vista a realidade concreta e suas  
contradições, assim contribuindo de forma séria e comprometida na agenda antirracista do  
Serviço Social brasileiro, com vistas ao fortalecimento do Projeto Ético-Político, nas bases  
formativas e do trabalho profissional” (Correa, 2022, p. 440). É com essa premissa que  
acreditamos que o tempo presente, numa perspectiva do movimento do real, é permeado por  
marcantes inflexões que se rebatem a nível da cultura profissional, contribuindo, assim, para o  
que Netto (2016), evidencia como fundamental na contribuição de uma nova história do Serviço  
Social14  
Nesse diapasão, as entidades da categoria Conjunto CFESS-CRESS, ABEPSS e  
ENESSO, tem contribuído para o fortalecimento da direção do antirracismo nas trincheiras do  
Serviço Social brasileiro, através de posicionamentos, campanhas, documentos. Esse  
14  
O autor observa que o esforço de uma história nova, construída coletivamente deve se ater para a direção do  
compartilhamento de um quadro teórico-metodológico comum – a exemplo de Iamamoto e Carvalho, em Relações  
Sociais e Serviço Social no Brasil. Nessa direção, postula que: “a nova história do Serviço Social, tácita ou  
explicitamente reproduzirá idealmente (teoricamente) o movimento da profissão tomando partido frente ao seu  
presente e também detectando/esboçando algo do seu devir - igualmente, por essa razão, nenhuma história é  
“neutra”, “imparcial” ou “inocente” ou tem por objeto exclusivo o passado” (Netto, 2016, p. 59).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
movimento não é endógeno e acompanha as determinações mais gerais que se rebatem e se  
revelam na profissão.  
[...] frisamos que não são as entidades que pautam os debates e suas agendas  
políticas à revelia da realidade e das demandas que se colocam para a categoria  
profissional, no campo da formação e do trabalho. Mas antes, elas são parte e  
expressão do movimento da história e também refletem as disputas de projetos  
existentes no âmbito da profissão (Moreira, 2024, p. 181).  
A exemplo da entrada de estudantes negras/os, indígenas e quilombolas no ensino  
superior e a entrada na pós-graduação, destaca-se o papel dos Coletivos Universitários, bem  
como, a presença (ainda que ínfima) de docentes negras/os e suas agendas de pesquisa,  
considerando que “estas ações em conjunto, confrontam e desnaturalizam o mito da democracia  
racial, a meritocracia, o racismo institucional e acadêmico que dão ainda, a tônica de uma  
universidade seletiva e pouco democrática” (Elpídio, et al, 2024, p. 70).  
É a unidade em torno de projetos comuns e na afirmação da direção social estratégica  
que nos convida, na agenda do tempo presente, dados os tensionamentos e acúmulos históricos,  
afirmar que: “o combate ao racismo, não é uma escolha, trata-se de um compromisso da  
profissão” (Moreira, 2023). Concordamos ainda com a avaliação do autor, ao expressar:  
[....] avaliamos que é nos meados desta última década que tivemos um avanço  
expressivo desse debate na categoria, especialmente pelo fato das entidades  
profissionais estarem num movimento importantíssimo de reconhecimento da  
urgência em avançarmos no debate das relações étnico-raciais no campo da  
formação e do trabalho profissional, enquanto pressuposto para o  
fortalecimento da própria direção emancipatória do Projeto Ético-Político  
(Moreira, 2023).  
521  
Nesta enseada, destaca-se no âmbito do Conjunto CFESS-CRESS os importantes  
acúmulos, em termos de síntese: O caderno 3 (racismo), da série Assistente Social no combate  
ao preconceito (2016); a realização do 2º Seminário Nacional de Direitos Humanos (2019); a  
Campanha do Triênio 2017-2020 – “Assistentes Sociais no Combate ao Racismo”; Seminário  
Latino-Americano e Caribenho Serviço Social, Povos Indígenas e Direitos Humanos (2022),  
em parceria com a ABEPSS; o lançamento da Nota Técnica Quesito Raça/Cor/Etnia (2022); a  
Resolução CFESS nº 1.054, de 14 de novembro de 2023, que estabelece normas vedando  
condutas de discriminação e/ou preconceito étnico-racial no exercício profissional da/o  
Assistente Social; o lançamento do Comitê Antirracista do CFESS e articulações para  
implementação nos conselhos regionais pelo Brasil.  
Ao que tange a ABEPSS, verificamos como marcos fundamentais que ilustram a agenda  
antirracista no plano da entidade: a instituição dos Grupos Temáticos de Pesquisa (GTPs) em  
2010, em especial o acúmulo histórico do GTP Serviço Social, Relações de  
André Henrique Mello Correa  
Exploração/Opressão de Gênero, Raça/Etnia e Sexualidades; e de forma especial os  
desdobramentos a partir do biênio 2017-2018, com o lançamento dos Subsídios para o debate  
sobre a questão étnico-racial na formação profissional em Serviço Social (2018) e do  
documento “As cotas na pós-graduação: orientações da ABEPSS para o avanço do debate”  
(2018); a articulação da Comissão Temporária de Trabalho (CTT): Relações Étnico-Raciais e  
Formação Antirracista, culminando com a elaboração do documento “A inserção da  
educação para as relações étnico-raciais no âmbito da pós-graduação na área de Serviço  
Social nos últimos cinco anos (2017-2022) e o lançamento da Plataforma Antirracista da  
ABEPSS (2022); ainda, destaca o conjunto de lives acerca das relações étnico-raciais  
transmitidas pela TV ABEPSS no Youtube e a centralidade da agenda antirracista na gestão  
2023-2024, verificando-se importantes construções nas Oficinas Regionais – “Formação  
Antirracista e projetos societários no contexto de flexibilização do ensino superior”; a 7º Edição  
ABEPSS Itinerante: Diretrizes Curriculares, Debate Étnico-Racial e Projetos Pedagógicos e a  
realização do 18º ENPESS – “Relações de classe raça-etnia: desafios a uma formação  
emancipatória no Serviço Social.  
Esses acúmulos ensejam o fato de que:  
[...] a ABEPSS tem avançado no debate das relações étnico-raciais,  
compreendendo a relação entre as lutas anticapitalista, antirracista,  
antissexista e demais sistemas de opressão e dominação, reconhecendo a  
urgência deste debate no contexto da formação graduada e pós-graduada, bem  
como do trabalho profissional – numa perspectiva de indissociabilidade entre  
trabalho e formação, coerente com a lógica do projeto defendido  
hegemonicamente pela categoria (ABEPSS, 2022, p. 6).  
522  
Ao que importa o papel da ENESSO, Araujo (2023) faz um precioso balanço da agenda  
antirracista no âmbito da entidade. Talvez um dos momentos mais emblemáticos no tempo  
presente, ao que tange à atuação política do MESS e a luta antirracista, em nossa avaliação,  
tenha sido o Movimento #MárciaFica, iniciado na ocasião do 11º Seminário Anual de Serviço  
Social da Cortez Editora, em 07 de maio de 2018, durante a mesa – “Trabalho profissional e as  
explorações/opressões de sexo, raça e classe: a defesa do Projeto Ético-Político do Serviço  
Social”, em decorrência da iminente demissão da professora Márcia Campos Eurico, da ESS  
da PUC-SP. As/os estudantes ocuparam, no dia 21 de maio, dois prédios da universidade,  
Campus de Perdizes, denunciando o racismo institucional presente, considerando que Márcia  
foi a única professora negra, em 80 anos de existência do curso, conforme noticiado (Correa;  
Ortiz, 2023).  
É nesta toada político-reivindicativa que encontra eco na dinâmica da realidade que se  
impõe, reivindicando uma demanda concreta, na medida que denuncia o racismo institucional  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
expresso na naturalização da ausência de docentes negras/os, no quadro geral do curso, que  
destacamos a centralidade do último Seminário Nacional de Formação Profissional e  
Movimento Estudantil de Serviço Social (SNFPMESS), que teve como tema – “A virada agora  
é preta! 40 anos do Congresso da Virada. Por uma práxis antirracista”, realizado entre os dias  
15 a 18 de janeiro de 2020, em Niterói/RJ, sediado pela Universidade Federal Fluminense  
(UFF) (Correa; Ortiz, 2023).  
A “virada”, nesta direção, é salientada como um devir constante, vinculada à realidade  
objetiva, conformada pelas contradições e tensionamentos na ordem do dia. Tal centralidade  
expressa nesse encontro da ENESSO, vem sendo debatida de forma expressiva na agenda da  
entidade há certo tempo, enquanto eixo organizativo dos encontros. Esse tema encontrou  
reverberação na conjuntura que o atravessava, principalmente, considerando o movimento do  
real e os acúmulos e direções oriundas nas outras instâncias da categoria profissional, como a  
Campanha do Conjunto CFESS-CRESS Assistentes Sociais no Combate ao Racismo (2017-  
2020) (CFESS, 2020) e o documento da ABEPSS Subsídios para o debate sobre a questão  
étnico-racial na formação em Serviço Social (ABEPSS, 2018) (Correa; Ortiz, 2023).  
É certo que a articulação dos CAs e DAs comprometidos com a luta antirracista,  
antissexista e anticapitalista, tal qual o fundamental papel de Grupos de Pesquisa e Extensão,  
que contam com a participação de docentes e discentes engajados nessa toada, a exemplo do  
“Coletivo Aya” (UFRGS); do Observatório de Racialidade e Interseccionalidade - ORI  
(UFBA); do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Questão Racial e Serviço Social - GEPEQSS  
(UFF Niterói); do Projeto de Extensão Interinstitucional – “Serviço Social: Estratégias de  
Enfrentamento ao Racismo no Cotidiano Profissional” (UFOP/UFF Niterói); do Grupo de  
Estudos acerca do Pensamento Social de Clóvis Moura (GEPEQSS - UFF Niterói e Interfaces  
- UFES), do Projeto Aquilombando a Universidade (UEL); dentre outros que, sem dúvida, vêm  
tensionando a dinâmica institucional frente à centralidade da matéria no processo formativo.  
Esse brevíssimo itinerário, revela o legado das assistentes sociais negras que  
construíram e constroem a profissão. Ainda, temos que avançar de forma inadiável no debate  
acerca dos povos originários e comunidades tradicionais, dando sua devida centralidade no  
âmbito desta agenda.  
523  
Neste itinerário, verifica-se o legado e a atualidade das formulações apresentadas nas  
teses do VI CBAS (1989), num momento de acerto de contas com a história por parte do Serviço  
Social brasileiro e o debate das relações étnico-raciais. Este deve ser pautado pela lente dos  
fundamentos e pela crítica ontológica-radical, afinal, “esta direção é decisiva na disputa com  
vertentes que colocam o debate do antirracismo no campo do estruturalismo, do culturalismo,  
André Henrique Mello Correa  
do subjetivismo, do liberalismo e do pensamento pós-moderno” (Elpídio, et al, 2024. p. 70).  
Assim, neste caminhar: “é o presente em aberto que esclarece o passado e abre seu devir”  
(Batistoni, 2021, p. 75).  
Sínteses conclusivas  
Buscamos nestas breves páginas trazer a baila o legado e a atualidade das teses  
apresentadas no VI CBAS de 1989, escrita de forma pioneira por um grupo de assistentes  
sociais negras do eixo Rio São Paulo. Trata-se de um material valiosíssimo e com importantes  
contribuições teóricas para a análise das relações étnico-raciais no seio da conjuntura do  
processo de renovação profissional em idos dos anos 1980-1990. O escopo teórico-  
metodológico das teses, se mostra mais do que atual, num momento em que a agenda das  
relações étnico-raciais chega com os dois pés na porta num acerto de contas com a história no  
interior da profissão. Ainda, este escrito se situa como uma singela femenagem e humilde  
contribuição de resgate da história e memória do pioneirismo das mulheres negras no  
acampamento dessa agenda, por vezes invisibilizadas, com árduas lutas e tensionamentos.  
Verifica-se desafios de monta que cercam o debate da luta antirracista no interior da  
profissão nas suas bases formativas e do trabalho profissional, ou seja, o debate não está dado,  
pronto e acabado. Muito pelo contrário, está prenhe de contradições que nos convida a  
estabelecer as mediações desse processo, assim, precisamos avançar em concordância com  
Moreira (2024) de uma mera adesão formal para uma adesão real do antirracismo na profissão.  
Ilustra esse quadro os distintos processos de implementação de disciplina específica  
acerca das relações étnico-raciais e seu desenho geral, como optativa ou obrigatória, carga  
horária, ou diluída num grande “guarda-chuva”, ofertada no formato remoto; ou, a não  
compreensão da totalidade a ser expressa na lógica curricular no conjunto das disciplinas nos  
três núcleos de fundamentação, assim, devendo o debate aparecer nas disciplinas de estágio,  
política social, ética, seminários temáticos, dentre outras.  
524  
Destaca-se também, a necessidade da adoção de ações afirmativas para ingresso de  
corpo discente e docente nos processos públicos a nível de graduação e pós-graduação. A  
presença de professoras/es negras/os, indígenas, quilombolas é bastante inexpressiva na pós-  
graduação, como aponta o relatório da ABEPSS (2022).  
Ainda, a não adoção do quesito raça/cor/etnia no processo de trabalho das/os assistentes  
sociais; a não adoção de estratégias e táticas de combate ao racismo no cotidiano; a emergência  
de processos ético relacionados a práticas discriminatórias; ou ainda, uma visão humanista-  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 505-527, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
As teses do VI CBAS de 1989 nas trincheiras da luta antirracista do serviço social brasileiro: legado e atualidade  
abstrata que tangencia as diferenças e nega a diversidade, subsumida em um “todos somos  
iguais”.  
Os desafios de ordem teórica-metodológica, também é um debate que nos chama a  
atenção. Sob quais tendências e pressupostos teórico-analíticos a produção do conhecimento  
acerca das relações étnico-raciais na área tem caminhado? E quais suas implicações em torno  
da forma e do conteúdo do antirracismo adotado?  
Longe de trazermos respostas prontas, o plano aqui almejado é de reflexões coletivas e  
saídas conjuntas. Assim, fortalecendo a direção do antirracismo no seio do Serviço Social  
brasileiro. O legado das assistentes sociais negras, suas formulações é um convite para essa  
empreitada, vamos juntas/os/es. É tudo pra ontem!  
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