Custo-efetividade do romosozumabe seguido de alendronato versus alendronato para o tratamento de osteoporose grave em mulheres na pós-menopausa com muito alto risco de fratura para o SUS

Authors

  • Tassiane Cristine Santos de Paula Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0002-1235-5795
  • Érika Maria Henriques Monteiro Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Minas Gerais, Brasil https://orcid.org/0000-0002-2158-5541
  • Mayra Carvalho Ribeiro Hospital de Clínicas, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0009-0007-9381-8627
  • Fernanda Carolina Cruz Evangelista Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0009-0008-0985-1131
  • Thisciane Ferreira Pinto Gomes Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Ceará, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0627-9677
  • Thais Montezuma Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7669-5732
  • Rosa Camila Lucchetta Unidade de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, Brasil https://orcid.org/0000-0002-4004-1320

Keywords:

Fractures, Osteoporosis, Post-Menopause Osteoporosis, Cost-effectiveness, Health Economics

Abstract

Introdução: A osteoporose, especialmente em mulheres na pós-menopausa, é uma condição que aumenta o risco de fraturas e gera elevados custos com tratamento. O romosozumabe, combinado ao alendronato, mostra eficácia no tratamento, mas seu alto custo pode limitar sua utilização no SUS. Objetivo: Analisar o custo-efetividade do uso de romosozumabe seguido de alendronato comparado ao uso de alendronato isolado, no tratamento da osteoporose grave em mulheres na pós-menopausa, com muito alto risco de fraturas, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Material e Métodos: Foi proposto um modelo de estados transicionais do tipo cadeias de Markov de cinco estados, lifetime (16 anos) e considerado como desfecho ano de vida ajustado pela qualidade (QALY). Foram incluídos os custos diretos do tratamento hospitalar e ambulatorial. Análises de sensibilidade probabilística e determinística foram conduzidas. Valor de referência de custo-efetividade definido em R$ 40 a 120 mil por QALY ganho (2022). Resultados: Foi identificado benefício (98% das simulações) e custo (100% das simulações) incrementais com 0,07 QALY ganho e custo incremental de R$ 23,4 mil para romosozumabe seguido de alendronato, resultando em uma razão de custo-efetividade incremental (RCEI) de R$ 356,6 mil para cada QALY ganho na análise determinística. Análises de sensibilidade determinística indicam variação da RCEI de R$ 226 a R$ 540 mil, a depender do valor de utility considerado no estado inicial (variável mais influente). Conclusão: O tratamento com romosozumabe não foi considerado custo-efetivo para o SUS. Apesar disso, o medicamento foi incorporado ao sistema em 2022 e, para contribuir para a sustentabilidade do sistema, é importante que os critérios de indicação do medicamento sejam rigorosamente respeitados, bem como que reduções de preço sejam pleiteadas. 

Downloads

References

National Osteoporosis Foundation (VA). National osteoporosis foundation clinician’s guide to prevention and tre atment of osteoporosis. 2008.

Pierini FS, Brom M, Scolnik M, Scaglioni V, Rosa JE, Soriano ER. Osteoporotic fractures in rheumatoid arthritis patients in Argentina: a matched retrospective cohort study. Adv Rheumatol. 2021; 61(1):21. doi: 10.1186/s42358-021-00179-3

Wright NC, Looker AC, Saag KG, Curtis JR, Delzell ES, Randall S et al. The recent prevalence of osteoporosis and low bone mass in the United States based on bone mineral density at the femoral neck or lumbar spine. J Bone Miner Res. 2014; 29(11):2520-6. doi: 10.1002/jbmr.2269

Radominski SC, Bernardo W, Paula AP, Albergaria B-H, Moreira C, Fernandes CE et al. Brazilian guidelines for the diagnosis and treatment of postmenopausal osteoporosis. Rev Bras Reumatol. 2017; 57:452–66. doi: 10.1016/j.rbre.2017.07.001

Riggs BL, Melton LJ 3rd. The worldwide problem of osteoporosis: insights afforded by epidemiology. Bone. 1995; 17(5 Suppl):505S-511S. doi: 10.1016/8756-3282(95)00258-4

Marinho BC, Guerra LP, Drummond JB, Silva BC, Soares MM. The burden of osteoporosis in Brazil. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2014; 58(5):434-43. doi: 10.1590/0004-2730000003203

Lim SY, Bolster MB. Profile of romosozumab and its potential in the management of osteoporosis. Drug Des Devel Ther. 2017; 11:1221-31. doi: 10.2147/DDDT.S127568

Saag KG, Petersen J, Brandi ML, Karaplis AC, Lorentzon M, Thomas T, Maddox J, Fan M, Meisner PD, Grauer A. Romosozumab or Alendronate for Fracture Prevention in Women with Osteoporosis. N Engl J Med. 2017; 377(15):1417-27. doi: 10.1056/NEJMoa1708322

Ministério da Saúde (BR). Relatório de recomendação [Internet]: protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da osteoporose. Brasília: Ministério da Saúde; 2022 [citado em 2025 02 08]. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2022/RRPCDT780Osteoporose_Final_novembro.pdf.

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas [Internet]: diretriz de avaliação econômica. Brasília: Ministério da Saúde; 2014 [citado em 2025 02 08]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_metodologicas_diretriz_avaliacao_economica.pdf.

The Professional Society for Health Economics and Outcomes Research. Consolidated health economic evaluation reporting standards [Internet]: CHEERS checklist. Improving healthcare decisions (ISPOR). ISPOR; 2022 [citado em 2024 jan 27]. Disponível em: https://www.equator-network.org/wp-content/uploads/2013/04/Revised-CHEERS-Checklist-Oct13.pdf.

Goeree R, Burke N, Jobin M, Brown JP, Lawrence D, Stollenwerk B, Willems D, Johnson B. Cost-effectiveness of romosozumab for the treatment of postmenopausal women at very high risk of fracture in Canada. Arch Osteoporos. 2022; 17(1):71. doi: 10.1007/s11657-022-01106-9

Ministério da Saúde (BR). Relatório de recomendação [Internet]: ampliação de uso do romosozumabe e reavaliação da teriparatida para o tratamento de osteoporose grave. Brasília: Ministério da Saúde; 2024 [citado em 2025 02 08]. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2024/relatorio-de-recomendacao-no-920-ampliacao-de-uso-do-romosozumabe.

Hiligsmann M, Reginster JY, Tosteson ANA, Bukata SV, Saag KG, Gold DT et al. Recommendations for the conduct of economic evaluations in osteoporosis: outcomes of an experts' consensus meeting organized by the European Society for Clinical and Economic Aspects of Osteoporosis, Osteoarthritis and Musculoskeletal Diseases (ESCEO) and the US branch of the International Osteoporosis Foundation. Osteoporos Int. 2019; 30(1):45-57. doi: 10.1007/s00198-018-4744-x.

Ministério da Saúde (BR). Relatório de recomendação [Internet]: denosumabe e teriparatida para o tratamento indivíduos com osteoporose grave e falha terapêutica aos medicamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2022 [citado em 2025 02 08]. Disponível em: http://antigo-conitec.saude.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2022/20220722_Relatorio_Denosumabe_Teriparatida_Osteoporose_742_2022-1.pdf.

Ministério da Saúde (BR). Diretrizes metodológicas [Internet]: diretriz de avaliação econômica. Brasília: Ministério da Saúde; 2014 [citado em 2025 02 08]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_metodologicas_diretriz_avaliacao_economica.pdf.

Svedbom A, Borgstöm F, Hernlund E, Ström O, Alekna V, Bianchi ML et al. Quality of life for up to 18 months after low-energy hip, vertebral, and distal forearm fractures-results from the ICUROS. Osteoporos Int. 2018; 29(3):557-66. doi: 10.1007/s00198-017-4317-4

Hagino H, Tanaka K, Silverman S, McClung M, Gandra SR, Charokopou M et al. Cost effectiveness of romosozumab versus teriparatide for severe postmenopausal osteoporosis in Japan. Osteoporos Int. 2021; 32(10):2011-21. doi: 10.1007/s00198-021-05927-1

Klotzbuecher CM, Ross PD, Landsman PB, Abbott TA, Berger M. Patients with prior fractures have an increased risk of future fractures: a summary of the literature and statistical synthesis. J Bone Miner Res. 2000; 15(4):721-39. doi: 10.1359/jbmr.2000.15.4.721

Söreskog E, Lindberg I, Kanis JA, Åkesson KE, Willems D, Lorentzon M et al. Cost-effectiveness of romosozumab for the treatment of postmenopausal women with severe osteoporosis at high risk of fracture in Sweden. Osteoporos Int. 2021; 32(3):585-94. doi: 10.1007/s00198-020-05780-8

Black DM, Schwartz AV, Ensrud KE, Cauley JA, Levis S, Quandt SA et al. Effects of continuing or stopping alendronate after 5 years of treatment: the Fracture Intervention Trial Long-term Extension (FLEX): a randomized trial. JAMA. 2006; 296(24):2927-38. doi: 10.1001/jama.296.24.2927

Davis S, Simpson E, Hamilton J, James MM, Rawdin A, Wong R et al. Denosumab, raloxifene, romosozumab and teriparatide to prevent osteoporotic fragility fractures: a systematic review and economic evaluation. Health Technol Assess. 2020; 24(29):1-314. doi: 10.3310/hta24290

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tábuas completas de mortalidade [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2021 [citado em 2024 jan 27]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9126-tabuas-completas-de-mortalidade.html?=&t=resultados.

Mensor L, Marasco G, Rigo D, Marchesan T, Arinelli R. Avaliação de custos associados a fraturas por fragilidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Sistema de Saúde Suplementar (SSS) no Brasil. J Bras Econ Saúde. 2021; 13(3):288-99.

Aché. Alendronato de sódio: bula. São Paulo: Aché Laboratórios Farmacêuticos; 2022.

Amgen. Romosozumabe: bula. Taboão da Serra: Evenity; 2021.

Ministério da Saúde (BR). SIGTAP [Internet]: sistema de gerenciamento da tabela de procedimentos, medicamentos e OPM do SUS. 2023 [citado em 2024 fev 13]. Disponível em: http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/inicio.jsp.

Ministério da Saúde (BR). DataSUS [Internet]: Tabnet. 2023 [citado em 2024 fev 13]. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/.

Moraes LFS, Silva EN, Silva DAS, Paula AP. Expenditures on the treatment of osteoporosis in the elderly in Brazil (2008-2010): analysis of associated factors. Rev Bras Epidemiol. 2014; 17(3):719-34. doi: 10.1590/1809-4503201400030012

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde. Romosozumabe para o tratamento da osteoporose grave em mulheres na pós-menopausa, acima de 70 anos, em falha terapêutica ao padrão de tratamento atualmente disponível no SUS e em muito alto risco de fratura por fragilidade [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2022 [citado em 2025 02 08]. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2022/20221018_Relatorio_romosozumabe_osteoporose_grave_falha_INICIAL.pdf.

Published

2025-05-19

How to Cite

1.
Santos de Paula TC, Monteiro Érika MH, Ribeiro MC, Evangelista FCC, Gomes TFP, Montezuma T, Lucchetta RC. Custo-efetividade do romosozumabe seguido de alendronato versus alendronato para o tratamento de osteoporose grave em mulheres na pós-menopausa com muito alto risco de fratura para o SUS. HU Rev [Internet]. 2025May19 [cited 2025Aug.23];51:1-8. Available from: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/47401

Issue

Section

Artigos Originais

Most read articles by the same author(s)