Incorporação de esomeprazol em um hospital universitário: uma análise de custo-minimização
Série temática: Avaliação de Tecnologias em Saúde Hospitalar (ATS-H)
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2023.v49.42885Palavras-chave:
Custos e Análise de Custo, Análise de Impacto Orçamentário de Avanços Terapêuticos, Omeprazol, Esomeprazol, Vias de Administração de MedicamentosResumo
Introdução: Inibidores de bomba de prótons (IBP) são amplamente utilizados na profilaxia de úlceras de estresse. O omeprazol é o IBP mais prescrito no Brasil, porém, sua formulação oral convencional é inadequada para administração por sonda devido ao risco de obstrução. A apresentação injetável de omeprazol possui custo muito superior à formulação oral. O esomeprazol, por ser constituído de microgrânulos, é uma alternativa ao omeprazol injetável, pois pode ser administrado por sonda e ainda possibilitaria redução de custos. Objetivo: Analisar por meio de custo-minimização o impacto financeiro da incorporação do esomeprazol em um hospital universitário secundário. Material e Métodos: Estudo observacional transversal retrospectivo para identificar e analisar o consumo e custo relacionado ao uso de omeprazol injetável e esomeprazol nos anos de 2021 e 2022. A partir dos dados levantados, foi realizada análise de custo-minimização e determinado o impacto financeiro após incorporação do esomeprazol. Resultados: Houve redução de 76,7% no consumo de omeprazol injetável no ano de 2022. A análise de custo-minimização apontou um custo real de R$20.374,96 no ano de 2022, referente às 906 doses utilizadas no período, destas, 46,4% eram de omeprazol injetável e 53,6% de esomperazol. Considerando o cenário com terapia exclusiva com omeprazol injetável, o custo simulado foi de R$ 41.252,05. O impacto financeiro foi de R$ -20.877,09, resultando em economia de recursos de 50,6%. Conclusão. A incorporação de esomeprazol no elenco de medicamentos de um hospital universitário gerou redução significativa de custo, implicando em economia de mais de 50% no consumo global de IBP e de mais de 70% no consumo de omeprazol injetável, no ano de 2022.
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