Vivência profissional durante o período de pandemia no serviço de saúde mental: relato de experiência

Autores

  • Beatriz Guedes Mattoso Prefeitura de Juiz de Fora, Minas Gerais https://orcid.org/0000-0002-0312-1807
  • Júlia Magna da SilvaTeixeira Prefeitura de Juiz de Fora, Minas Gerais
  • Sabrina Rodrigues de Almeida Prefeitura de Juiz de Fora, Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.34019/1982-8047.2022.v48.35602

Palavras-chave:

Pandemia, Serviços de Saúde, Saúde Mental, Prática Profissional

Resumo

Introdução: A emergência em saúde que rapidamente evoluiu para o cenário de pandemia global de covid-19, resultou em mudanças no comportamento e hábito das pessoas, além de medidas das autoridades para conter a contaminação pelo vírus e seus diversos efeitos. Os sistemas de saúde, em seus diferentes níveis de atenção, precisaram se organizar para atender à população, desde os quadros leves até os graves e procedimentos de reabilitação. Objetivo: O presente artigo tem como objetivo apresentar a experiência da equipe multiprofissional de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD)durante o período de pandemia. Relato de Experiência: As mudanças do processo de trabalho e fluxos de atendimento impostas a partir da instalação da mesma, desafiaram gestores e equipes na oferta qualificada de cuidado e assistência, entendendo a necessidade de continuidade das ações e do alinhamento das mesmas às diretrizes sanitárias. Conciliar as premissas da luta antimanicomial no trabalho em saúde mental e reabilitação psicossocial, como o estabelecimento de vínculo, diálogos com o coletivo e proximidade com os sujeitos e seus territórios, tornou-se um grande desafio. Discussão: Em retrospectiva, percebeu-se através da experiência descrita, que uma das possibilidades frente às imposições do coronavírus foi o fortalecimento de ferramentas já conhecidas em saúde mental e o foco no trabalho em rede. Porém, por mais que seja possível reconhecer a potência que há no arcabouço do SUS, assistir à redução de investimentos progressiva no setor e à incerteza quanto à duração e os efeitos da pandemia na saúde da população, elevam o grau de angústia dos trabalhadores. Conclusão: Ademais, coloca-se a necessidade de compartilhamento da experiência para que outros dispositivos pelo país possam reconhecer suas potencialidades e desafios em comum, além de contribuir com a literatura da área e tornar-se dado para a formulação de políticas públicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Costa PHAD, Colugnati FAB, Ronzani TM. Avaliação de serviços em saúde mental no Brasil: revisão sistemática da literatura. Ciência & Saúde Coletiva. 2011; 20:3243-53.

Schmidt B, Crepaldi MA, Bolze SDA, Neiva-Silva IE, Demenech LM. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia. 2020; 37:1-13.

Garrido RG, Rodrigues RC. Restrição de contato social e saúde mental na pandemia: possíveis impactos das condicionantes sociais. J Health Biol Sci. 2020; 8(1):1-9.

Pereira MD, Oliveira LC, Costa, CFT, Bezerra CMO, Pereira MD, Santos CKA et al. The COVID-19 pandemic, social isolation, consequences on mental health and coping strategies: an integrative review. Research, Society and Development. 2020; 9(7):1-35.

Souza WS, Comassetto I, Junqueira TLS, Souza EMSS, Oliveira AS, Leão AL. Vivência da equipe multiprofissional de saúde no enfrentamento da COVID-19 em serviços de internação hospitalar. Research, Society and Development. 2021; 10(4):e25910414048.

Ministério da Saúde (BR). Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. Brasília: 2005.

Ministério da Saúde (BR). Portaria n° 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Brasília, 2011.

Brasil. Lei n° 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo em saúde mental. Diário Oficial da União. 2001.

Costa PHA. Mapeamento da rede de atenção aos usuários de drogas: um estudo exploratório [Dissertação de Mestrado]. Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora; 2014.

Ministério da Saúde (BR). Portaria n° 130, de 26 de janeiro de 2012. Redefine o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas 24h (CAPS AD III) e os respectivos incentivos financeiros. Diário Oficial da União. 2012.

Ministério da Saúde (BR). Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas; 2004.

Ministério da Saúde (BR). Recomendação n° 20, de 07 de abril de 2020. [citada em 2021 ago 31]. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/recomendacoes-cns/recomendacoes-2020/1103-recomendac-a-o-no-020-de-07-de-abril-de-2020

Ronzani TM, Noto AR, Silveira PS, Casela ALM, Andrade BABB et al. Reduzindo o estigma entre usuários de drogas: guia para profissionais e gestores. 2015.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BR). IBGE cidades. 2019. [citado em 2021 ago 31]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/juiz-defora/panorama.

Ministério da Saúde (BR). Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.

Arbex, D. Holocausto brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortos no maior hospício do Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Intríseca; 2013.

Vieira FS, Benevides RPDS. Os impactos do novo regime fiscal para o financiamento do Sistema Único de Saúde e para a efetivação do direito à saúde no Brasil. 2016; 10(3):1-28.

Pitta AMF, Guljor AP. A violência da contrarreforma psiquiátrica no Brasil: um ataque à democracia em tempos de luta pelos direitos humanos e justiça social. Cadernos do CEAS: Revista Crítica de Humanidades. 2019, 246:6-14.

Costa PHA, Ronzani TM, Colugnati FAB. No meio do caminho tinha um CAPSAD: centralidade e lógica assistencial da rede de atenção aos usuários de drogas. Ciência & Saúde Coletiva. 2018; 23(10).

Chiaverini DH, Gonçalves DA, Ballester D, Tófoli LF, Chazan LF, Almeida N, Fortes S. Guia prático de matriciamento em saúde mental. 2011. 236 p.

Gleriano JS, Fabro GCR, Tomaz WB, Goulart BF, Chaves LDP. Reflexões sobre a gestão do Sistema Único de Saúde para a coordenação no enfrentamento da COVID-19. Escola Anna Nery. 2020; 24:1-8.

Ministério da Saúde (BR). Mais saúde: direito de todos 2008-2011. 2. ed. Brasília: 2008. [Acessado 23 jan 2022]. Disponível em: https://www.healthresearchweb.org/files/Politicas_Nacionales_Salud-Brasil_2008-2011_2ed.pdf.

Downloads

Publicado

2022-05-25

Como Citar

1.
Guedes Mattoso B, Magna da SilvaTeixeira J, Rodrigues de Almeida S. Vivência profissional durante o período de pandemia no serviço de saúde mental: relato de experiência. HU Rev [Internet]. 25º de maio de 2022 [citado 10º de novembro de 2024];48:1-5. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/35602

Edição

Seção

Relato de Experiência