Abordagem das desordens temporomandibulares em paciente com desarranjo interno do tipo III associado à presença de artrite idiopática juvenil: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2021.v47.34704Palavras-chave:
Transtornos da Articulação Temporomandibular, Artrite Juvenil, Sinais e Sintomas, TerapêuticaResumo
Introdução: Assim como qualquer outra articulação sinovial, a articulação temporomandibular (ATM) pode estar envolvida na artrite idiopática juvenil. A ATM pode ser afetada unilateralmente ou bilateralmente no início ou durante o curso da doença, e também pode ser frequentemente a primeira e única articulação afetada. Objetivo: Descrever o caso clínico de um paciente com diagnóstico de desordem temporomandibular decorrente da artrite idiopática juvenil, enfatizando a necessidade dos profissionais de saúde abordarem a articulação temporomandibular mesmo na ausência de sintomas clínicos. Relato do caso: Criança, sexo masculino, 10 anos, diagnosticado com artrite idiopática juvenil, queixava-se de dor na região da articulação temporomandibular e limitação da abertura bucal. Durante o exame clínico, não relatou dor à palpação dos músculos acessórios, mastigatórios e cervicais. Porém, durante a palpação da articulação temporomandibular, constatou-se a presença de dor bilateral e diminuição da abertura bucal, sendo a abertura máxima forçada, com dor, marcada em 18 mm. Foi solicitado o exame por tomografia computadorizada de feixe cônico e observadas imagens fora da normalidade em ambas as cabeças da mandíbula, sendo o lado esquerdo mais acometido, apresentando achatamento e erosão. Após a análise dos exames, chegou-se a um diagnóstico sugestivo de desarranjo interno do tipo 3. Assim, o tratamento proposto consistiu em uso de placa oclusal e acompanhamento fisioterapêutico para redução da sintomatologia dolorosa e aumento da abertura bucal. Após duas semanas, notou-se aumento de 4 mm na abertura bucal, sem esforço ou dor. Após 3 meses de proservação, observou-se abertura de 32 mm com paciente estável em relação às queixas iniciais. Conclusão: A abordagem da articulação temporomandibular é de extrema importância em pacientes com artrite idiopática juvenil, visto que essa associação ocorre de forma silenciosa na maioria dos casos. O reconhecimento precoce é fundamental em prol de condutas e prognósticos favoráveis.
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