Sobrecarga dos cuidadores de idosos com demência: um estudo em um ambulatório de geriatria no sudeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2020.v46.31207Palavras-chave:
Demência, Idoso, CuidadoresResumo
Introdução: A população está envelhecendo. Com isso, há o aumento de doenças crônicas, dentre elas a doença de Alzheimer, uma demência neurodegenerativa caracterizada pela perda progressiva de autonomia. O esgotamento físico e mental do cuidador é resultante do frequente ato de cuidar e pode acarretar também problemas emocionais, sociais, financeiros e burnout. Objetivo: Avaliar a sobrecarga dos cuidadores de idosos com demência, em um centro de referência para idosos no Sudeste do Brasil. Materiais e métodos: Pesquisa exploratória, descritiva, transversal realizada no período de agosto a outubro de 2019, com 110 cuidadores de idosos com demência, por meio de uma amostra por conveniência. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados um roteiro de entrevista e para avaliar a sobrecarga dos cuidadores foi a escala de Zarit. Resultados: Os cuidadores, em sua maioria, eram do sexo feminino (87,3%), casadas (53,3%), com mais de oito anos de estudo 62 (56,4%), filho(a) do idoso: 81 (73,6%), com tempo de cuidado entre 0-3 anos: 59 (53,6%), com 20-24 horas de dedicação diária de cuidados: 51 (46,4%) e possuíam média de idade de 50,6 anos (DP±11,00 anos). Na avaliação da escala de Zarit, os participantes apresentaram sobrecarga moderada com média de 23,0 (DP ± 12,13). Conclusão: Nesse sentido, é importante que sejam implementadas ações nos serviços de saúde que funcionem como suporte aos cuidadores de idosos com demência, a fim de os auxiliarem no enfrentamento das atividades diáras ao idoso, minimizando, asssim a sobrecarga vivenciada por eles.
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