Relato de experiência: reuniões do grupo de apoio a pacientes com dermatite atópica
DOI:
https://doi.org/10.34019/1982-8047.2020.v46.27492Palavras-chave:
Dermatite Atópica, Dermatologia, PediatriaResumo
Introdução: A dermatite atópica (DA) é a doença cutânea mais comum na infância, com prevalência mundial estimada em cerca de 15% a 20% das crianças e 1% a 10% dos adultos. Estudos recentes correlacionam-na com prejuízo do sono de pacientes e familiares e pior qualidade de vida pelo caráter estigmatizante das lesões cutâneas. O controle da DA deve envolver uma rotina diária de cuidados com a pele, monitorando os fatores precipitantes e a manutenção da hidratação cutânea. O suporte multiprofissional contínuo e a educação continuada visam melhoria da aderência ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso por parte dos pacientes e responsáveis. Objetivo: Demonstrar o funcionamento de um grupo de apoio a pacientes e familiares com DA como forma adjuvante ao tratamento tradicional. Relato de Experiência: Durante os meses de outubro de 2018 e junho de 2019 foram realizadas quatro reuniões multidisciplinares na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com pacientes portadores de DA e seus cuidadores, provenientes do ambulatório de dermatologia pediátrica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF). Diversos temas foram abordados, incluindo cuidados gerais com a doença, nutrição infantil, psicologia e autoestima de crianças com DA. O encontro envolveu profissionais médicos, não médicos e estudantes de medicina, as dinâmicas realizadas incluíram rodas de conversas com familiares e atividades lúdicas educativas sobre a doença com as crianças. Conclusão: As reuniões podem impactar positivamente no controle da doença ao fortalecer a relação médico-paciente e fornecer educação continuada aos portadores de DA e seus familiares. O compartilhamento de experiências durante os encontros e o suporte multiprofissional trazem ainda mais benefícios para os pacientes com a doença, abordando aspectos psicossociais, nutricionais e educacionais, o que em última análise, aumenta a aderência ao tratamento.
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