Experiência Mística e Metafísica em Henri Bergson
Resumo
RESUMO: Ao longo dos séculos, o ser humano sempre colocou para si questões sobre Deus: sua existência, seus atributos e sua natureza. Neste artigo procuraremos abordar a questão de Deus a partir da via do misticismo. Para tratar desta questão iremos recorrer ao pensamento do filósofo francês Henri Bergson, sobretudo a partir de sua obra As Duas Fontes da Moral e da Religião. Nosso objetivo será analisar como Bergson propõe oferecer filosoficamente uma prova da existência de Deus e também algo de Sua Natureza. Para o filósofo francês, o ponto de partida para a questão da existência de Deus é a nossa experiência de Deus. Por isso, a experiência mística pode se converter em um poderoso auxiliar de investigação filosófica pois a experiência mística é uma experiência metafísica, em que experimentamos interiormente a existência de Deus. É o próprio Bergson quem afirma que os místicos desvendaram um caminho que todos os outros homens poderão palmilhar e, por isso, indica um caminho possível para o filósofo. A experiência mística é a experiência da existência de Deus. Uma experiência excepcional, uma experiência de amor, uma experiência em que o ser humano sente profundamente o “elán” da vida, o esforço criador que a vida manifesta, sendo que esse esforço “é de Deus, se não for Deus mesmo”. O misticismo é uma experiência interna que, em última análise, nos faz sentir o amor de Deus que irradia para todos. Deste modo chegamos ao ponto central de nossa análise, segundo a qual a experiência mística nos permite abordar a questão metafísica da existência de Deus e também algo de Sua natureza, ou seja, de que Deus é amor.
Palavras-chave: Misticismo, Metafísica, Deus, Amor.