A trilha da e pela subjetividade no pensamento de Dieter Henrich

Autores

  • Luiz Filipe Oliveira

Resumo

RESUMO: O objetivo deste trabalho é fornecer ao leitor uma tentativa de compreensão do caminho trilhado por Dieter Henrich considerando sua posição tanto como um teórico da subjetividade quanto como um excelente intérprete das diferentes figuras da filosofia clássica alemã. Nesse sentido, buscamos demarcar uma trilha através da qual fique transparente que o surgimento dos problemas fundamentais que Henrich aborda e se debruçou durante toda a sua vida não pode ser vista dissociado daqueles mesmos enfrentados por aquela tradição de pensadores, ainda que suas soluções e saídas indiquem um ponto de inflexão em relação aos feitos daqueles. Será demonstrado que a partir do fracasso de Fichte, enfatizado originalmente por Henrich, em encontrar um fundamento para a autoconsciência, este se volta para uma tentativa de busca por um fundamento que não tivesse como pressuposto aquilo que deveria fundamentar, ou seja, a própria autoconsciência. O recurso a Hölderlin, deste modo, aparece em suas produções visando estabilizar as tensões entre o fato de sermos sujeitos dotados de autoconsciência, mas também pessoas no mundo. A proposição, nesse sentido, da necessidade de um pensamento especulativo, ou extrapolador, então, vem a reboque, isto é, de um que satisfaça a necessidade de orientação da vida partindo desta mesma condição de elusividade de um fundamento. A alternativa apresentada por Hegel, na medida em que se apresenta como um contrapojeto em relação à forma conceitual, demonstraremos, se apresenta promissora para Henrich, mas esbarra ainda em suas pretensões, quer dizer, visou aclarar demais uma estrutura por si mesma abscôndita, o que acabou por submeter todo o projeto especulativo ao modo de funcionamento de que ele explicava.

Palavras-chave: Subjetividade; Autoconsciência; Henrich; Fichte; Hölderlin; Hegel.

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Publicado

2024-03-16