Pedagogia socrática entre o Primeiro Alcibíades e o Banquete
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2022.40217Resumo
A proposta deste trabalho é promover uma leitura dramática entre o Primeiro Alcibíades e o Banquete. Busca-se mostrar que a relação entre Sócrates e Alcibíades é dramatizada com o intuito de promover uma caracterização de um modelo de pedagogia socrática. Essa intertextualidade entre os diálogos permite ver como Sócrates tenta romper com um modelo de formação política comum, representado pela relação entre Alcibíades e Atenas. Diante disso, observa-se uma desventura do filósofo em relação ao jovem. Isso se deve ao fato de o discípulo não se empenhar no principal elemento do processo de formação, a exigência do “cuidado de si” como verdadeiro caminho para a política. No contexto dramático, o personagem do Banquete representa uma falha em relação à promessa feita no Primeiro Alcibíades. De um modo geral, defende-se que a exortação à filosofia e ao cuidado de si feita por Sócrates no Primeiro Alcibíades não alcançou seu objetivo. De fato, é o que se observa no Alcibíades do Banquete, que surge como um tipo de negação do modo de comportamento de Sócrates.
Palavras-chave: Sócrates, Alcibíades, Formação Política.