Emmanuel Levinas e Maurice Blanchot: a amizade (nos) permite sobreviver
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2022.39956Resumo
O texto fala da amizade como inspiração filosófica, mas também como inspiração da vida. Os filósofos e filósofas são “amigos da sabedoria”, mas não necessariamente sábios. Contudo, ao nos aproximarmos do pensamento de Emmanuel Lévinas e Maurice Blanchot, percebemos o exercício profundo do pensamento, feito de cumplicidade intelectual. A amizade entre Lévinas e Blanchot é o fio condutor da escrita. Durante muito tempo foram distantes politicamente. Blanchot apoiou o nazismo enquanto Lévinas escrevia e vivia sobre as consequências do nazismo. Diante de uma admiração filosófica que ambos passam a nutrir, Blanchot muda suas posições. Percebe um tempo de morte, tema que atravessa seus escritos. Entre proximidades e distanciamentos acompanhamos suas conversas infinitas que trazem a filosofia e a literatura como matéria-prima para os inúmeros diálogos tecidos. Suas obras erguem questões e respostas aos estes diálogos. A linguagem torna-se não somente o meio pelo qual se constitui e se faz a defesa do pensamento, mas é ética, filosofia primeira, único caminho possível para existirmos enquanto comunidade.
Palavras-chaves: Lévinas, Blanchot, Amizade, Linguagem, Ética.