Secularizando argumentos religiosos na Bioética

Autores

  • Daniel de Vasconcelos Costa

DOI:

https://doi.org/10.34019/2448-2137.2021.34870

Resumo

Há um longo debate se argumentos religiosos deveriam ser aceitos ou não em um debate público bioético em sociedades democráticas. A crítica central à participação de argumentos religiosos na bioética concerne a sua incapacidade de ser compartilhada socialmente. O presente artigo defende que argumentos baseados em crenças religiosas poderiam ser aceitos em um debate público bioético se os fundamentos destas crenças religiosas possam ser traduzidos em uma linguagem secular. Para tanto, será analisado como a relação entre premissas e conclusões em argumentos se dão, assim como a relação doxástica das premissas e conclusões, de forma a justificar que um processo de tradução seria possível. Em seguida, visando exemplificar como essa tradução poderia se dar, as críticas sobre o aprimoramento humano feitas por Michael Sandel e Jürgen Habermas serão analisadas. Por fim, com base na análise das críticas de Sandel e Habermas, será defendido que este processo de tradução seria possível e que ele poderia, ainda assim, inserir elementos religiosos nos argumentos bioéticos desde que estes não fossem o cerne do argumento.

 

Palavras-chave: bioética; aprimoramento humano; religião na bioética; razão pública

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Publicado

2021-07-19