A prática da vida não requer nenhuma redução! Interseções fenomenológicas entre teoria e práxis
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2020.33283Resumo
A partir dos escritos de Husserl e Fink, o presente artigo propõe algumas reflexões sistemáticas sobre as tentativas de desintelectualizar o metodismo exacerbado da primeira fenomenologia husserliana com o intuito de ressaltar a sua dimensão de atitude, ou melhor, de actividade concreta, ou seja de prática e exercício. Isso significa por um lado redescobrir, sob o método da redução, o substrato prático, existencial e afectivo que o sustenta; por outro lado isso significa também perguntar-se até que ponto a actividade do espectador transcendental possa e, desde uma visão holística e integral sobre o projeto da filosofia fenomenológica, tenha que ser compreendida como uma praxis situada em relação ao próprio mundo e cuja explicitação e comunicação intersubjetiva têm, de fato, consequências sobre ela mesma. A reflexão de Fink se concentra principalmente na radicalização da redução fenomenológica, e mostra claramente o interesse dele na redefinição, desde a fenomenologia e desde as possibilidades que ela inaugura, dos limites entre theoria e práxis.
Palavras-chave: fenomenologia, redução, teoria, prática, performatividade.