Natureza e liberdade em Bergson
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2020.31475Resumo
O presente artigo se propõe a explorar os conceitos de natureza e de liberdade em Bergson, mostrando o vínculo fundamental e necessário entre eles no decorrer do seu empreendimento filosófico, vínculo este costurado organicamente através do desvelamento cada vez mais profundo do conceito de duração. Refletindo os significados desses conceitos e de suas ligações intrínsecas, procuraremos ressaltar conjuntamente como, através da concepção que Bergson estabelece, intuímos e compreendemos natureza, liberdade e tempo como realidades vivas que nos permeiam, nos constituem e nos colocam em relação com todos os demais seres existentes. Veremos que por meio desta concepção este filósofo estrutura uma das mais potentes e fecundas ontologias contemporâneas, a qual traz consigo desdobramentos epistemológicos, estéticos, éticos e políticos. Como meio de constituir nossa abordagem, percorreremos as obras fundamentais de Bergson – do Ensaio a As duas fontes – para discutir as relações vinculantes entre esses conceitos-realidades, que se unem pelo estofo da vida, e para tocar de passagem, no caminho, os desdobramentos logo acima destacados.
Palavras-chave: Bergson; natureza; liberdade; duração; intuição.