Liberdade e necessidade: pensando a condição humana entre contingência e determinação
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2020.31474Resumo
Pretendo apresentar o homem como um ser de necessidade a partir de três aspectos: das necessidades fisiológicas (carência física), do biológico prático (imperativo da satisfação) e do paradoxo da liberdade (indivíduo como ser social). É a partir deste contexto que farei a passagem da relação consciência-mundo a partir da noção de interdependência. Trata-se de criticar a ilusão de imanência para resgatar a consciência como um fenômeno absoluto, mas sem perder de vista sua contingência original nas malhas do determinismo. Portanto, não se pensará mais em uma Natureza Humana, mas na Condição Humana da angústia, do desamparo e do desespero: trata-se de pensar no homem como um real concreto e como um absoluto temporalmente localizado. Será a partir dessa condição humana do terror (risco de aniquilamento) que apresentarei o sujeito da experiência numa dimensão ética do mitsein (experiência do nós). O tema da experiência ética será apresentado como condição da experiência do sujeito no Mundo – enquanto subjetividade na estrutura da objetividade. Deste modo, será possível ver em Sartre, já em suas primeiras obras, a inserção do Eu no Mundo sob a condição da consciência empírica (do sujeito da experiência na ordem intervivencial) como um problema moral. Por último, se verificará a maneira pela qual Sartre compreenderá a experiência do sujeito no campo ético enquanto um sujeito de interioridade, bem como os desafios de se manter a primazia da autonomia do sujeito.
Palavras-chave: Contingência. Determinação. Liberdade. Necessidade. Sartre.