As raízes do totalitarismo segundo Levinas

Autores

  • Ozanan Vicente Carrara

DOI:

https://doi.org/10.34019/2448-2137.2019.27441

Resumo

O artigo aborda as raízes metafísicas do totalitarismo, segundo Emmanuel Levinas, a partir de quatro dimensões onde o totalitarismo ontológico se deixa ver, quais sejam a subjetividade, a linguagem, a economia e a própria política. A filosofia clássica do sujeito acabou por totalizar no eu o Mesmo e o Outro, fundindo-os e afirmando a filosofia ocidental como uma egologia. A ética permite um outro tipo de socialidade em que eu e outrem permanecem em sua integridade. A subjetividade ética que Levinas propõe é a saída do espírito de sistema, fugindo à tendência assimiladora e unificadora do logos grego. A mesma tendência à unificação se deixa ver na linguagem que, para Levinas, exige a presença do interlocutor e assim desempenha um papel fundamental no processo de individuação e na resistência à obra da totalização que acaba por apagar outrem e sua transcendência. É o face a face ético que preserva o pluralismo social e impõe a socialidade como Outro no Mesmo, preservando as diferenças. O mesmo movimento de totalização se mostra na economia e na técnica que uniformizam as relações pessoais, condenando os indivíduos a viverem no todo impessoal e anônimo do Estado, impedindo-os assim de se verem no face a face ético. Enfim, a totalidade política sacrifica a individualidade e o indivíduo passa a se reconhecer no sistema. A política como guerra se torna assim o exercício mesmo da razão. A moral, no entanto, se opõe à razão e se distingue da política. O indivíduo ético é a saída contra o totalitarismo político.

 

Palavras-chave: Totalitarismo, Ética, Subjetividade, Economia, Política.

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Publicado

2019-07-30