OCKHAM COMENTADOR DE PORFÍRIO: SOBRE A METAFÍSICA NA QUERELA DOS UNIVERSAIS
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2018.17872Resumo
Em sua Exposição da Isagoge, Guilherme de Ockham argumenta que as questões que Porfírio se recusa a responder logo no início de sua Introdução para as Categorias de Aristóteles pressupõem uma discussão metafísica cuja tese fundamental é a defesa da singularidade de tudo o que existe. Pretendemos mostrar que dessa tese metafísica seguem-se duas conclusões: a impossibilidade de qualquer existência extramental para o universal bem como a conclusão de que o universal é, fundamentalmente, um signo mental natural. Como veremos, nessa Exposição, essas conclusões prescindem tanto de qualquer discussão a respeito do fundamento ontológico da semelhança que nos permite ordenar indivíduos em gêneros e espécies, quanto de qualquer discussão a respeito do que fundamenta o caráter naturalmente comum do próprio signo universal.
Palavras-chave: Guilherme de Ockham, Isagoge, gêneros, espécies, querela dos universais.