A EXISTÊNCIA DE CRENÇAS MORAIS TORNA HUME EM UM COGNITIVISTA MORAL?
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2014.17686Resumo
Algumas interpretações recentes da filosofia de David Hume atribuem-lhe uma teoria cognitivista do juízo moral. Uma das teses fundamentais dessas interpretações é que nossos juízos morais não expressariam sentimentos morais para Hume, mas crenças morais produzidas por meio desses sentimentos de aprovação ou reprovação de um caráter. Radcliffe chega a afirmar que “perguntar se Hume tem uma teoria cognitivista do juízo moral é, obviamente, perguntar se existem crenças morais em sua teoria”. O problema em identificar crenças e juízos morais é que Hume afirma que “não inferimos que um caráter é virtuoso porque nos agrada; mas, ao sentirmos que ele agrada por esse modo particular, nós, de fato, sentimos que ele é virtuoso”. Meu objetivo é defender que o reconhecimento da existência de estados mentais representacionais tais como as crenças morais não implica que os sentimentos que constituem as distinções morais não sejam concebidos por Hume como juízos. Desse modo, uma interpretação cognitivista da filosofia de Hume deve excluir a possibilidade de que sentimentos morais ocupem a função de juízos morais.Downloads
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Publicado
2018-08-08
Edição
Seção
Artigos