A HERANÇA FENOMENOLÓGICA: MEMÓRIAS E RECORDAÇÕES DE EDMUND HUSSERL
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2017.17610Resumo
O presente artigo propõe uma exposição sobre a herança e a importância da Fenomenologia a partir de registros históricos da vida e da obra de Edmund Husserl, assente nas observações de sua esposa (Malvine Husserl) e de alguns discípulos (Jan Patocka e Edtih Stein), constituindo assim uma memória histórica. Defende-se que a Fenomenologia fundada por Husserl não está dissociada de sua vida nem de seu esforço existencial em aprofundar a leitura complexa da subjetividade e da vida humanas, lutando contra a absolutização do paradigma científico, o que caracteriza esta filosofia como viva, persistentemente promissora e com muito ainda a contribuir, se devidamente tomada, em muitos campos científicos. Ou seja, se respeitada em suas bases filosóficas primordiais como orginalmente construída, como uma “filosofia rigorosa sobre o homem e o mundo”, o que impossibilita que se caia no esquecimento negligente. Assim, o movimento fenomenológico no mundo, transcende a relação objetiva entre “mestre”, discípulo, seguidor ou dissidente. Para além dos “círculos” em torno dos quais gravita a obra de Husserl, o “movimento” se estende nas teias dos entrelaçamentos, aproximações e dissensões, acolhendo nomes tão diversos quanto o são Scheler, Stein, Fink ou Landgrebe, Heidegger, Sartre ou Merleau-Ponty, ou ainda Ricouer, Lévinas e Gadamer.