A promessa que se cumpre: Husserl e sua herança fenomenológica
DOI:
https://doi.org/10.34019/2448-2137.2017.17609Resumo
A fenomenologia pode ser considerada a protofilosofia de boa parte (senão tudo) daquilo que perfaz a filosofia contemporânea dita continental; em autores como Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty, que declaram sua filiação a Husserl, isso fica mais evidente. Todavia, e esse dossiê é prova disso, a fenomenologia não se restringiu ao âmbito filosófico, mas adentrou o campo da psicologia e psicanálise; e mais, atua também no sisudo meio das ciências sociais. Quando se fala, hoje, em fenomenologia, é preciso admitir que – ao menos para boa parte daquilo que se pode considerar um movimento filosófico fenomenológico – o paradigma kantiano tem pouca ou nenhuma importância: Husserl revelou a intuição categorial, e dela – considerando-se que o objeto é posto perante nossos olhos em sua forma – toda uma nova fronteira investigativa se abre. O ser objetal, como pretendeu Kant, permanece um predicado não real; mesmo assim, cabe perguntar:se o fenômeno revela o Ser em seus entes, o significado múltiplo dos entes não revelaria seu significado fundamental?