Notificação de violências interpessoais contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) nos serviços de saúde do estado do Paraná, Brasil (2015-2017)
DOI:
https://doi.org/10.34019/1809-8363.2023.v26.40015Palavras-chave:
Minorias Sexuais e de Gênero, Violência, Serviços de Saúde, Sistemas de Informação em SaúdeResumo
O objetivo deste estudo foi caracterizar as notificações de violência interpessoal (VIP) contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no estado do Paraná, durante o período de 2015 a 2017. A abordagem adotada foi de cunho epidemiológico, ecológico e descritivo. Um total de 1.035 notificações de VIP direcionadas à comunidade LGBT foi identificado, prevalecendo principalmente entre pessoas com idades compreendidas entre 30 e 59 anos (33,8%), de cor branca (66,7%), e com nível educacional de ensino fundamental incompleto (35%). A residência se destacou como o principal local de ocorrência, compreendendo 54,6% dos casos, sendo que 55,6% das notificações descreviam violência de natureza física. A maioria dos supostos agressores era do sexo masculino (72,3%) e, em 30,4% das notificações, foram identificados parceiros íntimos como autores prováveis. Geograficamente, a Segunda Regional de Saúde do Paraná contribuiu com 24,7% das notificações, enquanto o município de Curitiba representou 14% delas. Dessa maneira, o estudo em questão desempenha um papel significativo no fortalecimento da vigilância e monitoramento das ocorrências de violência dirigida à população LGBT no estado do Paraná.