Megaesôfago e megacólon na Doença de Chagas: classificação de casos e possibilidades de atuação da Atenção Primária à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.34019/1809-8363.2021.v24.34983Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Doença de Chagas, Megaesôfago, MegacólonResumo
Objetivos: classificar pacientes chagásicos com a forma digestiva da doença associando com variáveis demográficas, clínicas e de utilização de serviços de saúde, além de analisar as possibilidades de atuação da Atenção Primária à Saúde (APS) no manejo e acompanhamento dos casos. Casuística e métodos: estudo transversal com base em dados secundários provenientes de prontuários. Foram utilizadas as classificações do megaesôfago e do megacólon propostas por Rezende (1982) e Silva (2013), respectivamente. Resultados: Foram analisados 156 prontuários, sendo 94 (60,2%) relativos a megaesôfagos, 29 (18,6%) a megacólons e 29 (18,6%) a ambas as formas clínicas. O maior número de internações (p=0,02; OR=3,71) e de dias internados (p<0,01; OR=3,30) foi associado aos pacientes classificados nos grupos III e IV de megaesôfago. Em relação ao sexo masculino (p=0,02), o maior número de internações (p<0,0001) e de dias internados (p<0,0001) foi associado aos pacientes classificados no grau III de megacólon. Conclusões: Concluiu-se que a APS possui papel importante na diminuição da sobrecarga dos serviços de média e alta complexidade com o acompanhamento dos casos estáveis e menos graves e que a melhoria da qualidade de vida dos pacientes chagásicos é um efeito direto que pode ser esperado do protagonismo da APS neste cuidado.