Avaliação da cobertura vacinal na Região Norte do Brasil
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Epidemiologia, Cobertura vacinal, Vigilância, BrasilResumo
A imunização através das vacinas é uma intervenção segura, com ótima relação custo-eficácia para os programas de saúde pública. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) construiu um programa de imunizações básicas com a intenção de controlar e erradicar enfermidades imunopreveníveis. Porém, ainda hoje, é observado um número considerável de crianças não vacinadas ou vacinadas com atraso, o que representa maior risco comunitário de epidemias e recidivas de doenças previamente controladas. Portanto, o impacto gerado pela vacinação precisa ser monitorado, pois oportuniza a detecção da vulnerabilidade imune da população, além de identificar potencialidades e fragilidades no processo de vacinação. Objetivou-se identificar aspectos epidemiológicos referentes à cobertura vacinal da região Norte em relação à cobertura vacinal em território nacional. Foi realizada busca sistemática nas bases de dados MEDLINE/PubMed, LILACS, SCIELO, CAPES/MEC e COCHRANE, utilizados os descritores “cobertura vacinal”; “epidemiologia”; “vigilância”; “prevalência” e “Brasil” em português, inglês e espanhol. Foram alcançados um total de 1121 estudos, os quais foram submetidos a uma triagem metódica, dividida em 3 fases, (eliminação por títulos e subtítulos; por resumos e abstracts; e por leitura integral de artigos) restando, ao final, 20 estudos a respeito da cobertura do esquema básico vacinal até os 15 meses, independente de raça, religião, região, sexo e critérios socioeconômicos. Além disso, foram coletados dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) sobre cobertura vacinal de cada região geográfica brasileira dos últimos dez anos. Conclui-se que houve pouco delineamento epidemiológico devido à escassa literatura sobre o assunto. Todavia, foi possível atestar potenciais riscos e falhas na imunização, como diferenças na cobertura para grupos sociais estratificados segundo indicadores socioeconômicos, questões intrínsecas ao núcleo familiar e obstáculos gerados pela má administração das vacinas e no gerenciamento em saúde, principalmente na região Norte, comparado a outras regiões brasileiras, em especial a Sul e Sudeste.