Gerência de unidade básica de saúde: discutindo competências gerenciais com o enfermeiro gerente
DOI:
https://doi.org/10.34019/1809-8363.2019.v22.16479Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Educação Continuada, Competência Profissional.Resumo
Analisar e discutir as competências do enfermeiro para a prática gerencial em unidades básicas de saúde é o objeto deste estudo. Método: estudo com abordagem qualitativa do tipo descritiva exploratória que teve como cenário as unidades Básicas de Saúde de um município da Baía de Ilha Grande do Rio de Janeiro. Foram convidados para sujeitos da pesquisa todos os enfermeiros gerentes submetidos a processo de seleção pública e excluídos os que ocupavam o cargo há menos de um ano. Para a coleta de dados foi utilizado grupo focal. Os resultados foram ponderados com base na análise de conteúdo de Bardin. Resultados e discussão: 03 categorias emergiram do estudo: Competências gerenciais relativas à liderança (25,75%); Competências gerenciais relativas a gestão de recursos e do cuidado (28,78%); Competências gerenciais relativas à mobilização de recursos cognitivos e afetivos (39,4 %). A 1ª categoria teve como ocorrências: liderança, mediar conflitos, delegar funções, estimular a equipe, reconhecer habilidades nos outros, saber trabalhar em equipe e capacidade de negociação. A 2ª categoria teve como competência mais referida administrar insumos e materiais. Na 3ª categoria as destacaram-se o conhecimento técnico-cientifico, a resiliência, a autonomia, o jogo de cintura e a criatividade, respectivamente. Conclusão: O trajeto percorrido no estudo possibilitou alcançar os objetivos propostos e constatar que as competências descritas pelos pesquisados alinham-se as descritas em outros estudos. Permitiu-se ainda averiguar que a inexistência de educação permanente em saúde constitui uma lacuna que pode comprometer o processo de trabalho dos gerentes de UBS, sendo ela uma ferramenta capaz de gerar modificação das condições de trabalho. Os achados desse estudo refletem a realidade vivenciada pelos gerentes enfermeiros, mas podem ser generalizados a outros profissionais que atuam na gestão de grupos e equipes. Sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas sobre a temática e que deve-se aprimorar o desenvolvimento das competências gerenciais principalmente as relacionadas a atenção primária.