Desafios da implantação de testes rápidos para o diagnóstico da leishmaniose visceral em serviços de saúde de município endêmico para a doença

Autores

  • Tália Santana Machado de Assis Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz; Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Campus Contagem.
  • Gláucia Cotta Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz
  • Paloma Nogueira Guimarães Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz
  • Edward Oliveira Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz
  • Vanessa Peruhype-Magalhães Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz
  • Luciana Inácia Gomes Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz
  • Ana Rabello. Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.34019/1809-8363.2019.v22.16401

Palavras-chave:

leishmaniose visceral, diagnóstico, implantação.

Resumo

O objetivo deste estudo foi descrever e discutir fatores facilitadores e desafios enfrentados durante o processo de incorporação de um teste rápido para o diagnóstico da leishmaniose visceral (LV) humana em serviços de saúde de município endêmico para a doença no Brasil. Este estudo foi dividido em quatro eixos de análise, seguindo as etapas de execução do estudo: 1) Descrição do sistema de saúde local e da tecnologia a ser implantada; 2) Contexto e atividades preparatórias; 3) Resultados da avaliação da implantação, da aceitação e do desempenho do algoritmo diagnóstico; 4) Conclusões, considerações e recomendações. O estudo foi conduzido em Ribeirão das Neves, no estado de Minas Gerais; o teste rápido implantado, o IT LEISH®, executado a partir de sangue capilar. Impasses e desafios estiveram relacionados à recusa de profissionais de saúde em realizar o IT LEISH® durante as capacitações, como dificuldade no processo de compra do teste rápido e atraso na entrega, dificuldades para coleta do sangue capilar relatada por pacientes e profissionais de saúde e falta de clareza entre os profissionais sobre suas atribuições e responsabilidades nas unidades de saúde, além de evasão de pacientes para cidade de maior porte. Este estudo apontou para a viabilidade da implantação de um teste rápido que descentralizasse e favorecesse o acesso ao diagnóstico laboratorial da LV. No entanto, no período do estudo, a maioria dos casos de LV residentes em Ribeirão das Neves foi diagnosticada em outro município, Belo Horizonte. Tal constatação aponta para desarticulação interna envolvendo os serviços de saúde do município, seja no acolhimento e na identificação dos suspeitos de LV, seja na efetiva utilização dos recursos disponíveis. Mesmo assim, identificamos dois aspectos determinantes para a realização da implantação: o engajamento de profissionais lotados em setores estratégicos da gestão municipal e a existência de financiamento. Estes resultados demonstram a complexidade do processo de implantação de uma nova tecnologia e apontam para a necessidade de trabalho integrado. Do contrário, a disponibilidade de testes rápidos para LV não será suficiente para garantir acesso e redução da letalidade pela doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tália Santana Machado de Assis, Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz; Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Campus Contagem.

Doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias. Pós-doutorado em Economia da Saúde. Professora do Cefet-MG e pesquisadora colaboradora na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR/Fiocruz).

Gláucia Cotta, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz

Pesquisadora no Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (CPqRR/Fiocruz).

Paloma Nogueira Guimarães, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz

Bolsista no Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (CPqRR/Fiocruz).

Edward Oliveira, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz

Pesquisador no Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (CPqRR/Fiocruz).

Vanessa Peruhype-Magalhães, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz

Pesquisadora no Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (CPqRR/Fiocruz).

Luciana Inácia Gomes, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz

Pesquisadora no Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (CPqRR/Fiocruz).

Ana Rabello., Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz

Pesquisadora no Grupo de Pesquisa: Pesquisa Clínica e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz (CPqRR/Fiocruz).

Downloads

Publicado

2020-06-23

Edição

Seção

Relatos de Experiência