O PROCESSO DE TERRITORIZAÇÃO DE EQUIPES MULTIDISCIPLINARES DE ASSISTÊNCIA DOMICILIAR (EMAD) COM BASE NAS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E AMBIENTAIS DA POPULAÇÃO IDOSA

Autores

  • Tatiane Almeida de Oliveira UFJF
  • Beatriz Francisco Farah UFJF
  • Luiz Cláudio Ribeiro UFJF

Palavras-chave:

Atenção Domiciliar. Saúde Pública. Planejamento em Saúde. Saneamento Básico.

Resumo

Introdução: o número de Equipes Multidisciplinares de Assistência Domiciliar (EMAD) de cada município é delimitado por critérios de cobertura populacional por áreas de abrangência (uma equipe por 100 mil habitantes). No entanto, para se realizar o processo de territorização desses serviços, é importante que se leve em consideração os aspectos socioeconômicos e demográficos da população, além da presença de condições adequadas de saneamento básico nos domicílios como o abastecimento de água, energia elétrica, meio de comunicação acessível, coleta do lixo e rede de esgoto. Objetivo: propor uma delimitação para as áreas de abrangência de EMAD com base nas condições de saneamento e moradia, nas características socioeconômicas, demográficas e de acesso aos Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) pela população idosa em Juiz de Fora (MG). Metodologia: foram utilizados os microdados do censo demográfico de 2010 da população idosa de Juiz de Fora (MG) e da cobertura de serviços de saúde pelo município. Foram consideradas as variáveis referentes às condições de saneamento e moradia exigidas pelo arcabouço legal. Por meio da soma dessas variáveis, foi criada uma variável dicotômica que indicava se o domicílio atendia ou não as exigências mínimas para implantação do SAD. Resultados: As áreas de abrangência de cada uma das cinco EMAD foram representadas por meio de geoprocessamento dos dados. As cinco divisões territoriais apresentaram diferentes características populacionais no que se refere à proporção de idosos, cor, sexo, renda, nível de instrução, condições domiciliares e cobertura por serviços de saúde. Os grupos sociais que residiam mais distante dos serviços hospitalares apresentaram piores condições socioeconômicas e apresentaram as maiores porcentagens de domicílios inadequados para a implantação de um SAD. Conclusões: o processo de territorização das EMAD realizado a partir do critério legal de número de habitantes refletiu as desigualdades nas condições populacionais do município, o que demonstra que as desigualdades de acesso aos SAD tem associação com o território. Dessa forma, para que a Assistência domiciliar (AD) seja inserida efetivamente no contexto público de saúde, deve-se primar pela intersetorialidade no planejamento desses serviços com a finalidade de oferecer um atendimento integral e universal pelo SUS.

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Biografia do Autor

Tatiane Almeida de Oliveira, UFJF

Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Beatriz Francisco Farah, UFJF

Professora da Faculdade de Enfermagem da UFJF. Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Luiz Cláudio Ribeiro, UFJF

Professor do departamento de Estatística da UFJF, Doutor em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais.

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Publicado

2016-10-17

Edição

Seção

Artigos Originais

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