POTENCIALIDADES DO <em>Aedes albopictus<em> COMO VETOR DE ARBOVIROSES NO BRASIL: UM DESAFIO PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores

  • Carlos Henrique Morais de Alencar
  • Lilian Monteiro de Albuquerque
  • Tarson Maia Furtado de Aquino
  • Carol Barroso Soares
  • Alberto Novaes Ramos Júnior
  • José Wellington de Oliveira Lima
  • Ricardo José Soares Pontes

Resumo

No Brasil, o controle das doenças transmitidas por vetores está baseado em um conjunto de ações vinculadas à vigilância em saúde, às atividades da atenção básica e à mobilização social. Como porta de entrada do sistema de serviços de saúde, as ações, dentro da atenção primária, são consideradas chave para um controle efetivo e eficiente desses eventos. O mosquito Aedes albopictus representa um vetor potencial de muitos processos infecciosos. Apesar de apresentar ampla dispersão no mundo, não vem sendo sistematicamente considerado dentro dos programas nacionais de controle. O objetivo deste trabalho é descrever, por meio de revisão da literatura, as potencialidades do Ae. albopictus como vetor de arboviroses no Brasil e analisar os contextos de risco. Com essa perspectiva, visa contribuir para ampliar as discussões sobre o tema dentro das ações desenvolvidas na rede de serviços de atenção primária. Os primeiros registros de sua presença no Brasil ocorreram em 1986, provavelmente, por introdução passiva por meio do comércio marítimo. Este vetor apresenta ampla valência ecológica, sendo um potencial transmissor de 22 arboviroses, o que torna seu registro um fato epidemiologicamente importante. O Ae. albopictus é um vetor experimental de sete alfaviroses: Encefalite eqüina do leste, Mayaro, Encefalite eqüina do oeste, Encefalite eqüina venezuelana, Chikungunya, Ross river e Sindbis; além de doenças causadas por flavivírus, como Dengue, Encefalite japonesa, Febre do Nilo ocidental e Febre amarela. Pela sua ampla valência ecológica, adaptando-se facilmente aos ambientes rural, urbano e peri-urbano, presume-se que possa atuar como ponte entre os ciclos silvestre e urbano da Febre amarela. Outras doenças como Oropouche, Filariose, Keystone, Tensaw, Cache Valley e Potosi podem eventualmente ser transmitidas por Ae. albopictus. A população de Ae. albopictus introduzida no Brasil demonstrou capacidade de transmitir o vírus do dengue, da febre amarela e da encefalite eqüina venezuelana sob condições laboratoriais. O Ae. albopictus, portanto, é um vetor potencial para diversas arboviroses que deve ser necessariamente incorporado pelos programas de controle. O seu controle deve ser considerado, havendo a necessidade de uma ação intersetorial envolvendo, necessariamente, ações de vigilância em saúde dentro da atenção primária em saúde.

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Publicado

2008-08-19

Edição

Seção

Artigos de Atualização

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