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Nesta seção, a revista Zanzalá informa chamadas de trabalhos para a publicação de dossiês temáticos. Demais submissões são aceitas em fluxo contínuo. Os textos podem ser submetidos em português, espanhol, francês, italiano ou inglês.

  • Framing the Unreal: Exploring Graphic/Visual Science Fiction and Fantasy, Ca' Foscari University of Venice, Italy - 13-15 November

    2024-03-12

    Prezad@s,

    A quem possa interessar, segue CFP para o evento Framing the Unreal: Exploring Graphic/Visual Science Fiction and Fantasy, Ca' Foscari University of Venice, Italy - 13-15 November 2024 framingtheunreal@comics-studies.com

    Serão aceitos trabalhos em inglês, italiano e espanhol. At.te,   Alfredo Suppia Saiba mais sobre Framing the Unreal: Exploring Graphic/Visual Science Fiction and Fantasy, Ca' Foscari University of Venice, Italy - 13-15 November
  • Lembrar e esquecer: estórias plurais e o documentário contemporâneo

    2024-03-04

    Editoras

    Michelle Sales (UFRJ / Unicamp)

    Ana Cristina Pereira (CECS – Universidade do Minho)

    Isabel Macedo (CECS – Universidade do Minho)

    Sheila Khan (ECSH - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)

     

    As lembranças são “pequenas ilhas num mar de esquecimento”. (Erll, 2011, p. 7) 

     

    No processamento da nossa experiência da realidade, o esquecimento é a regra e a lembrança a exceção. O cinema contemporâneo tem tido uma relação estreita com a história, convidando o público a relembrar acontecimentos passados e a questionar os processos pelos quais nos representamos e ao mundo. O cineasta tem a possibilidade de traduzir experiências não registadas e não-documentadas em imagens e desencadear memórias, associações e emoções necessárias para a reescrita da história. O documentário, em particular, pode convidar o público a participar na construção da recordação histórica coletiva, instigando-o a pensar sobre o seu lugar nos significados dos filmes e sobre a sua responsabilidade para com o passado e as interpretações que dele fazemos. Muitos filmes têm contestado os significados que a história produziu, desconstruindo-os e abrindo espaço para uma diversidade de histórias. Filmes que destacam a fragilidade das construções identitárias, que exploram as lacunas e silêncios da memória, que levantam questões fundamentais sobre como as diferentes gerações compreendem eventos históricos traumáticos e as suas relações com eles. É esse processo que queremos analisar, procurando compreender e discutir que documentários sobre a história e o momento atual têm sido produzidos e visualizados, o que lembramos, o que esquecemos e que questionamentos essas imagens suscitam. A poética deste esquecer e lembrar passa, necessariamente, por uma visão que não se encolhe perante as heranças coloniais estagnadas pelos preconceitos e estereótipos e, que, compreende bem que o presente terá de ser consciente, portador de uma clarividência histórica que lhe permita ampliar novas avenidas de pensamento e desafiantes diálogos.

     

    Reconhecer que a modernidade ocidental é um acúmulo simbólico capaz de fazer esquecer e apagar inúmeras culturas ditas “periféricas” ou antes “primitivas” tem sido um esforço conceitual coletivo ao redor do mundo, tentando dar a ver as consequências abissais que a história do colonialismo produziu.  No capitaloceno, esse esforço, tem sido apropriado pelos discursos oficiais e faz hoje parte do repertório discursivo mainstream de instituições e políticas culturais no Ocidente.  Deste modo, a palavra ‘descolonização’ rapidamente se transformou numa metáfora e a nova buzz word ‘reparação’ tem vindo a esvaziar-se de significado e sentido de transformação e ruptura. É visível que as práticas artísticas, nomeadamente o cinema documentário, mas não só, se esforçam por iluminar o que os arquivos, as instituições e os discursos oficiais do Ocidente tentam fazer esquecer. Esse esquecimento é uma prática reveladora não apenas de tudo aquilo que foi apagado em nome de um “saber universal” colonizador de raiz única, mas manifesta-se hoje, o tempo inteiro à nossa frente, nas dinâmicas e disputas pela verdade e pela memória recente de tragédias repetidas em que a violência de Estado se manifesta contra corpos racializados e subalternizados. A brutalidade não cessa de nos estarrecer e nos assustar face golpes de Estado, genocídios, crimes de guerra e “balas perdidas”.

     

    No século XXI, o documentário enquanto leitura subjetiva, mas documentada, da realidade tem sido um instrumento poderoso de lutas emancipatórias, um difusor insuperável de histórias silenciadas e um instrumento de reparação de comunidades e grupos subalternizados. Para dar apenas alguns exemplos - distribuídos temática e geograficamente - pensamos no arrebatador Bye bye Tiberias de Lina Soualem (2023) uma visão feminina da questão palestiniana, ou no intimista e formalmente ambicioso Museum of the Revolution de Srdan Keca (2021) sobre uma comunidade que vive nas ruínas do nunca acabado museu da revolução, perto de Belgrado. Mas pensamos também em filmes como Os Arrependidos de Ricardo Calil e Armando Antenore (2021), sobre pessoas que, durante a ditadura militar, arriscaram as suas vidas para lutar por um Brasil mais livre e que depois de torturados e vilipendiados acabaram como fantoches do regime que queriam denunciar. Pensamos ainda, no corajoso e belo Uma Memória em Três Actos do moçambicano Inadelso Cossa (2017), sobre as práticas de tortura da polícia política portuguesa em Moçambique durante o colonialismo e as feridas por elas deixadas, ou no 48 de Susana Sousa Dias (2010), filme incontornável sobre as práticas de tortura da mesma polícia política, mas em Portugal, durante a ditadura fascista, que durou 48 anos. 

     

    Os exemplos que aqui deixamos pretendem apenas servir como fonte de inspiração. Convidamos à submissão de textos entre os dias 11 de março e 22 de abril que compreendam o documentário contemporâneo enquanto opositor da norma que é o esquecimento, através de reflexões sobre:



    - uma obra específica ou obras em análise comparada

    - um autor (documentarista)

    - uma corrente dentro do documentário, ou grupo de documentaristas

    - um acontecimento histórico à luz de vários documentários feitos ao longo do tempo

    - um festival de cinema documental

    - a evolução do cinema documental no século XXI

    - as possibilidades e limitações do documentário enquanto género

    - as relações do filme documental com outras formas de expressão artística – performance, artes plásticas, etc.

    - outros que não estejam aqui contemplados, mas que se insiram nesta temática

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  • DOSSIÊ UM JOYSTICK REVIRADO: VIDEOGAMES E GAME STUDIES SOB UMA PERSPECTIVA DO SUL GLOBAL

    2023-09-13

    Se o século XX foi tido como o século do cinema, ou aquele do alvorecer e consolidação do audiovisual, não é exagero dizer que o século XXI começa com a ascensão e supremacia dos videogames. Atualmente, os videogames respondem pelo grosso do faturamento da indústria do entretenimento, superando o cinema, a televisão e o streaming num mercado extremamente aquecido e competitivo.

     

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