Revista de Investigação e Divulgação em Educação Matemática

O laboratório de ensino de matemática: uma experiência com os alunos dos anos iniciais

Rosineide de Sousa Jucá — 2024-08-30

Neste trabalho, temos por objetivo apresentar os resultados da contribuição de uma experiência de ensino e aprendizagem realizada em um Laboratório de Ensino de Matemática (LEM), implantado em uma escola pública que atende a crianças de 1º ao 5º ano do ensino fundamental anos iniciais. Nas atividades propostas, utilizamos o ensino por exploração com utilização de recursos didáticos para a compreensão do sistema posicional e o desenvolvimento do pensamento numérico dos alunos. As propostas de atividades surgiram da necessidade de realizar a recomposição das aprendizagens dos alunos no período pós pandemia. A aplicação das atividades no LEM foi realizada pelos estudantes da graduação e da pós-graduação do Grupo de Pesquisa Educação Matemática e Tecnologia (GPEMAT) vinculado à Universidade do Estado do Pará (UEPA) juntamente com os professores das turmas que ajudaram na construção do material didático. A experiência de ensino mostrou-se exitosa no processo de aprendizagem, pois os alunos se mostraram empolgados e participativos nas atividades e apresentaram avanços na compreensão do sistema posicional decimal, além do que o LEM se mostrou como um espaço pedagógico que colaborou para motivar os alunos.

O estudo das parábolas no ensino médio: relato de uma experiência multimídia

Renan Pereira Santos — 2024-07-21

O presente relato de experiência trata de uma atividade prática e investigativa para estudo da função polinomial do 2º grau utilizando recursos multimídia (maquete, GeoGebra e produção de vídeos curtos) realizada com estudantes do 1º ano do Ensino Médio, no componente curricular de Matemática, em um colégio da rede estadual de ensino da Bahia. O objetivo foi aplicar os conceitos das parábolas, zeros e vértice da função em situações concretas, alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os resultados indicaram para uma participação mais ativa dos estudantes, envolvendo processos criativos, investigativos e comunicativos que proporcionaram para uma aprendizagem mais significativa.

Explorando a Estatística Visual: Criando e Interpretando Gráficos

Letícia Barros Dias Soares — 2024-06-12

O presente artigo tem como propósito analisar a habilidade dos estudantes de Licenciatura em Matemática na identificação de erros e características corretas em gráficos estatísticos na disciplina de Laboratório de Ensino de Matemática (LEM), da Universidade Federal de Pelotas. Foi realizada uma atividade com o objetivo de instrumentalizar os alunos a distinguirem gráficos corretos e incorretos, bem como construí-los, a fim de permitir que os colegas realizassem essa diferenciação. A partir da perspectiva da Teoria dos Registros de Representação Semiótica, e com o uso da Metodologia de Análise de Erros integrada à Análise de Conteúdo, foram estudadas as respostas dos estudantes a problemas envolvendo atividades de Laboratório de Matemática e Estatística. A análise dos resultados revelou que, apesar dos estudantes apresentarem um bom domínio dos conceitos básicos relacionados à representação gráfica, ainda há a necessidade de aprimoramento em termos de interpretação e análise estatística.

A Educação Matemática Crítica em uma turma do “Novo” Ensino Médio

Saulo Macedo de Oliveira — 2024-04-15

Objetiva-se através deste artigo, relatar o trabalho desenvolvido em uma turma de aprofundamento em Matemática no 2° ano do “Novo” Ensino Médio por meio da Educação Matemática Crítica, que é uma das Tendências em Educação Matemática e tema de pesquisas de estudiosos desta área. Foi desenvolvida em uma escola pública, pelos acadêmicos do Programa de Residência Pedagógica, a elaboração e aplicação de atividades abordando temas diversificados e interdisciplinares tanto em âmbito político quanto social, que estão atualmente em discussão. Essas atividades foram estruturadas a partir de reportagens acerca do assunto e através de questões que tinham como objetivo perceber as disparidades das diversas áreas da sociedade, utilizando conceitos matemáticos para investiga-las. Esta metodologia, pautada na análise estatística de gráficos e tabelas, permite entender como as habilidades matemáticas podem ser aplicadas para interpretar e resolver problemas do mundo real. Os dados afluem para o que defende a Base Nacional Comum Curricular, pois, tanto a Educação Matemática Crítica quanto o documento normativo enfatizam a importância de contextualizar os conteúdos matemáticos, relacionando-os a situações do cotidiano dos alunos. Isso contribui para a compreensão mais profunda e significativa dos conceitos. Enquanto reflexões, os estudantes chegaram à conclusão de que a Matemática versada a temas sociopolíticos são interesses comuns, pois estes são assuntos que eles já estão envolvidos diariamente, sendo capaz de engajá-los em questões sociais e aplicações da Matemática em contextos reais. Foi possível concluir que a Educação Matemática Crítica como tendência de ensino é indispensável para ter estudantes abertos ao mundo, oportunizando momentos de protagonismo, dando ênfase na sua criatividade, dialogicidade, senso crítico e não somente a mera memorização de fórmulas e procedimentos matemáticos.

Pesquisas brasileiras sobre proposição, elaboração e formulação de problemas como campo de estudo

Gilson Alves Ribeiro — 2024-07-21

O presente artigo tem por objetivo apresentar um balanço e análises de pesquisas produzidas no período de 2017 a 2022 que têm como foco de estudo a Proposição, Elaboração, Exploração e Formulação de Problemas de Matemática. O referido estudo incorpora uma abordagem de natureza qualitativa e tem caráter bibliográfico. Para coleta dos dados recorreu-se ao Banco de Dissertações e Teses da CAPES. Como resultados obtidos, as pesquisas mostram possibilidades de potencialidades para o processo de produção de conhecimento a partir da proposição de problemas pelos estudantes, dentre os quais podemos destacar que a proposição de problemas fomenta a criatividade, autonomia, flexibilidade, comunicação, originalidade e desenvolvimento do pensamento e raciocínio matemático. E há limitações relacionadas à matemática envolvida nos problemas criados e à falta de conhecimento dos professores para sua efetiva implementação em sala de aula.

Funciones en hermeneusis: interpretaciones comprensivas, ecosóficas y diatópicas en matemática

Milagros Elena Rodriguez — 2024-05-21

Sabemos de los errores que se comenten en el cálculo de las funciones y sus concepciones recrean a menudo confusiones que se devienen en el castigo al error en la Educación Matemática colonial. Por ello, en la decolonialidad planetaria – complejidad indagamos. Como objetivo complejo realizamos una hermeneusis comprensiva, ecosófica y diatópica de las funciones en la matemática. Desde luego, con el transmétodo la hermenéutica comprensiva, ecosófica y diatópica; pasamos como los momentos analíticos, empíricos y propositivos. La pesquisa pertenece a las líneas de indagación: Decolonialidad planetaria-complejidad en re-ligaje; Educación Matemática Decolonial Planetaria Compleja y Transmetodologías complejas y los transmétodos decoloniales planetarios-complejos. En ello escribimos en rizomas; entramamos decolonialmente en procesos metacognitivos profundos la comprensión de las asíntotas de funciones; inmiscuyendo a el sentipensar de la autora y las categorías ecosofía y diatopia que complejizan la indagación transparadigmática.

Metodologias Alternativas de Ensino da Matemática para alunos da Educação de Jovens e Adultos – EJA

Rejane de Oliveira — 2024-11-20

Neste artigo, apresenta-se uma pesquisa bibliográfica de trabalhos relacionados às propostas de ensino da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no contexto da Matemática, em que foram escolhidos temas relacionados à modelagem matemática, ao uso de jogos no ensino-aprendizagem da Matemática e ao uso de materiais manipuláveis, todos eles como propostas alternativas de ensino de Matemática para o ensino na EJA. O objetivo deste trabalho é abordar as diferentes formas de ensino da Matemática para esse público, qual a contribuição de cada um deles no processo de ensino-aprendizagem dos alunos e posteriormente ter a possibilidade de descobrir qual foi a metodologia utilizada que se mostrou mais eficaz e com melhor aprendizado para os alunos. Ao analisar as pesquisas realizadas foi identificado que os resultados são favoráveis ao uso dessas metodologias em suas conclusões. As pesquisas demonstraram que as metodologias alternativas devem ser utilizadas de forma mais abrangente nas escolas do Brasil e que há uma grande potencialidade em se trabalhar com qualquer uma delas.

Processos do raciocínio matemático evidenciados por estudantes do Ensino Médio na resolução de problemas de Geometria Plana

Thiago Emanuel Santos Goulart e Silva — 2024-07-03

Neste artigo, analisamos processos do raciocínio matemático nas respostas dadas por estudantes do Ensino Médio em questões de geometria plana. A análise é de cunho qualitativo, com a qual buscamos extrair o máximo de informações possíveis das respostas dos participantes. O objetivo foi o de observar se, como e quais os processos do raciocínio matemático são evidenciados nas justificativas apresentadas. As questões foram aplicadas para ingressantes do Ensino Médio no início do ano letivo de 2023. As análises revelam bons conhecimentos dos participantes sobre processos de argumentação e validação, que revelaram conhecimentos e dificuldades destes sobre conceitos de álgebra elementar e geometria plana.

Mulheres matemáticas: trajetórias de vida de egressas do IFMA Campus Buriticupu sob a perspectiva dos estudos de gênero

Antonia Thalia da Silva dos Santos — 2024-04-15

O presente estudo relata a trajetória acadêmica de mulheres que concluíram o curso de Matemática, no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Campus Buriticupu, entre os anos de 2014 e 2022, utilizando os estudos de gênero como instrumento de análise. Este estudo busca elucidar as vivências de mulheres na matemática, destacando suas táticas e estratégias, evidenciado redes de apoio e aliados, sob a perspectiva dos desafios e das vitórias, objetivando fomentar debates sobre equidade de gênero no ambiente acadêmico e fortalecer a representatividade feminina na Matemática. Adotou-se uma abordagem metodológica qualitativa, apoiou-se nos pensamentos de Spindola e Santos (2003) com aplicação da metodologia da História de Vida, ressaltando a narrativa e a subjetividade dessas experiências. O estabelecimento de redes de apoio revela-se crucial para a superação de desafios. As vivências de Flávia, Marta e Laura (nomes fictícios) enfatizaram a importância de ambientes de apoio (emocional, técnico, pedagógico, familiar, científico) para o êxito acadêmico e a promoção da equidade de gênero nas instituições escolares.

O Processo de Inserção da Estatística no Currículo da Educação Básica no Brasil

Helen Maria Pedrosa de Oliveira — 2024-04-15

O presente artigo tem como objetivo analisar a inserção da Estatística na Matemática escolar a partir de sua trajetória, que se dá no curso das mudanças curriculares do governo brasileiro expressas nos documentos oficiais. A análise desse percurso de inserção se deu a partir de um estudo qualitativo e bibliográfico em documentos e artigos de pesquisa em Educação Matemática relacionados à temática. A investigação permitiu identificar três fases no processo de entrada do ensino de Estatística como parte da Matemática escolar: um período anterior aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em que não havia recomendação em âmbito nacional para a elaboração do currículo da Educação Básica; uma fase em que a inclusão da Estatística é feita com caráter norteador, a partir da publicação dos PCN; e a terceira fase iniciada com a proposição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em que a Estatística é contemplada de maneira efetiva desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Este gradual processo de mudança é analisado até o momento atual, em que a temática é classificada como uma grande área da Matemática, e cujo caráter normativo garante, em tese, que seus tópicos sejam estudados ao longo da formação escolar dos estudantes da Educação Básica.

Possibilidades de Desenvolvimento de Heurísticas de Resolução de Problemas por meio de ações concretas em sala de aula

Nilton Cezar Ferreira — 2024-04-15

Trata-se de uma pesquisa que teve como objetivo elucidar quais iniciativas perpetradas por um discente podem efetuar nele uma indução de heurísticas de resolução de problemas. Como metodologia, levando em consideração uma abordagem qualitativa, foi feito um levantamento dos principais referenciais teóricos que advogam por práticas eficazes direcionadas ao desenvolvimento de habilidades para resolver problemas; E, com base nesse referencial, foram meticulosamente eleitas algumas proposições de ações a serem implementadas em sala de aula. A partir destas ações, concebeu-se e operacionalizou-se um projeto de cunho pedagógico em uma turma de licenciatura em Matemática durante uma Prática Profissional - Prática como Componente Curricular. Ao longo dessa consecução, ancorada pelo arcabouço teórico, constatou-se que transformações efetivas correlatas ao desenvolvimento da aptidão de um indivíduo para resolver problemas, em linhas gerais, não sucedem em um horizonte temporal exíguo. Todavia, as ações aventadas e concretizadas mostraram-se hábeis em instigar alterações de postura no discente, conduzindo-o à imersão na problemática por intermédio de cogitações ativas e reflexivas, com uma qualidade apta a instigar, nesse aprendiz, heurísticas de resolução de problemas.