CÁRIE DENTÁRIA E FATORES ASSOCIADOS EM INDIVÍDUOS DE TRANSPLANTE
Palavras-chave:
Cárie dentária, Transplante, SalivaResumo
Indivíduos em condição de transplante recebem medicações para controle e tratamento da doença primária, além de um regime imunossupressor para evitar a rejeição do transplante, que podem desencadear alterações na sua condição bucal. Alterações salivares, na dieta e na microbiota bucal podem promover aumento da experiência de cárie dentária. Este estudo objetivou avaliar a experiência de cárie dentária e fatores associados, em indivíduos de transplante de células tronco hematopoiéticas, fígado e rim. Para isso, foi realizado um estudo observacional transversal analítico controlado, com 40 indivíduos de transplante, e 40 controles não indicados ao transplante, pareados por idade e sexo, atendidos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Por meio de questionário, dados sócio-demográficos, econômicos e medicações em uso foram coletados. Avaliou-se a experiência de cárie coronária e radicular (CPO-S, CPO-D, COR-S, COR) e critérios de atividade e gravidade das lesões. Coletou-se saliva para obtenção do fluxo, pH e capacidade tampão. A sialometria foi realizada em repouso, e o participante foi instruído a depositar toda a saliva formada na boca durante dez minutos em um frasco estéril. O fluxo salivar não estimulado foi obtido por meio do método gravimétrico. O pH salivar foi determinado imediatamente após a coleta, por meio de fita medidora. A capacidade tampão salivar foi avaliada através de titulação da saliva com solução de ácido clorídrico 0,01mol/L. Para análise dos resultados o teste de aderência Kolmogorov-Smirnov foi aplicado para verificação de normalidade, e de Levene para verificação de homogeneidade de variância. Verificada a ausência de distribuição normal, utilizou-se o teste Mann-Whitney, para comparação das medianas. O nível de significância adotado foi de 5%. Os resultados mostraram que indivíduos com hipossalivação (fluxo<0,2 mL/min) apresentaram número de medicações significativamente maior (4,0 [1,0-7,0]) que aqueles com fluxo salivar normal (fluxo ≥0,2 mL/min) (0 [0-0]) (p= 0,0001). Indivíduos com alta experiência de cárie tiveram taxas de fluxo salivar significativamente menores (0,42 [0,018-1,6]), comparados aqueles sem alta experiência de cárie (0,63 [0,034-1,34]) (p=0,003). A experiência de cárie não mostrou associação significativa com o pH e capacidade tampão salivar (p>0,05). Concluiu-se que o uso de maior número de medicações está associado à hipossalivação e que indivíduos com alta experiência de cárie apresentaram menores taxas de fluxo salivar.
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