Avaliação clínica, microscópica e molecular da leishmaniose com envolvimento bucal

Resumo

A leishmaniose é uma infecção parasitária transmitida pela picada de flebotomíneos infectados. Afeta principalmente a pele e a frequência do envolvimento da mucosa é de 5 a 20%. Considerando a raridade da leishmaniose que afeta a mucosa do trato aero digestivo superior, avaliamos as características da leishmaniose muco cutânea e mucosa e a dificuldade de diagnóstico quando os parasitas são escassos nas amostras de tecido. Foram realizadas as características clínicas, histopatológicas, histoquímicas, imuno-histoquímicas (IMQ) e moleculares de 17 casos de leishmaniose muco cutânea (LCM) e leishmaniose mucosa (ML). A
doença da mucosa foi encontrada principalmente no palato mole, orofaringe e nariz, manifestando-se principalmente como úlcera solitária. Nas seções coradas com H-E, dez casos revelaram amastigotas abundantes nos macrófagos. A coloração por Giemsa não demonstrou ser útil para confirmar o diagnóstico em seis casos com amastigotas escassos ou não detectáveis. A IMQ mostrou alta sensibilidade por coloração positiva em 14 dos 17 casos (82,3%). A reação em cadeia da polimerase (PCR) mostrou-se mais sensível que a IHC com 13 dos 14 casos (92,8%) casos positivos, incluindo os três casos negativos para IHC, no entanto, essa técnica não está disponível em muitas regiões endêmicas. A IHC é uma técnica simples,
com resultados rápidos e custo relativamente baixo, quando comparado a outros procedimentos laboratoriais, portanto, a IHQ é uma ferramenta útil que deve ser implementada no diagnóstico de rotina da leishmania.