Avaliação da atividade antifúngica do extrato das folhas de Flacourtia jangomas frente espécies de Candida

Resumo

O arsenal limitado de medicamentos antifúngicos e a crescente resistência às
drogas utilizadas no tratamento de candidíase demonstram a necessidade de busca
contínua por novos fármacos para o tratamento de infecções. Nesse contexto, os
produtos naturais e derivados constituem uma fonte inestimável de substâncias
com potencial biológico. Desse modo, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade
antifúngica do extrato das folhas de Xylosma prockia frente Candida parapsilosis.
Para isso, foram realizados testes para determinação da concentração Inibitória
Mínima (CIM) do extrato etanólico e das frações hexano, diclorometano, acetato de
etila, butanol e resíduo aquoso frente a linhagem Candida parapsilosis ATCC 22.019.
A fração acetato de etila apresentou atividade mais promissora (CIM = EtOH: 64µg/
mL - Hex: > 128µg/mL - DCM: 64µg/mL - Acet: 16µg/mL - BuOH: 32µg/mL - Aquoso:
> 128µg/mL) e foi selecionada para os ensaios subsequentes. Em seguida, foram
realizados os testes de curva de morte, quantificação de ergosterol e peroxidarão
lipídica por substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). O ensaio de curva
de morte demonstrou que a fração acetato de etila apresenta um comportamento
fungicida, com 100% de redução da carga fúngica após 24h, na concentração de CIM
de 2 x CIM. Através da quantificação de ergosterol foi possível observar que a fração
provavelmente não interfere na biossíntese desse esteroide (controle = 0,008µg/mL
- teste = 0,017µg/mL, p > 0,05). Foram medidos os produtos da peroxidação lipídica
onde evidenciou-se que a fração provocou a oxidação dos lipídios nas membranas
celulares fúngicas (controle = 0,164µM - teste = 0,182µM, p < 0,05). Conclui-se que
houve uma inibição significativa da Candida parapsilosis frente a fração acetato
de etila das folhas de X. prockia e que o mecanismo de ação provavelmente está
relacionado com estresse oxidativo.