PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E PERSPECTIVAS NARRATIVAS
DOI:
https://doi.org/10.34019/2236-7268.2020.v10.33209Resumo
Este trabalho apresenta diferentes perspectivas da narrativa como política de pesquisa em educação em ciências e discute como essas perspectivas contribuíram na construção de uma pesquisa de doutorado em ensino de ciências. Para pensar a narrativa como política do pensamento, recorremos a alguns trabalhos de pesquisa em educação em ciências inspirados na obra de Walter Benjamin em que a escrita narrativa não está interessada na “verdade” do vivido, mas de produzir pensamentos possíveis em regimes de verdade com as experiências educativas. Já para pensar a pesquisa narrativa como política da invenção, recorremos às pesquisas narrativas autobiográficas em educação em ciências, notadamente nas quais narrar não é revelar o vivido para que o sujeito reflita suas experiências, mas inventar o vivido ao colocá-los em jogos de produção do verdadeiro. E, por fim, para pensar a pesquisa narrativa como política do cuidado, recorremos aos estudos que discutem a narrativa a partir da noção do cuidado de si de Michel Foucault, notadamente nas quais narrar se institui processos de subjetivação atentos ao que interessa, às formas como se pensa e ao que se passa nos pensamentos.
Palavras-chave: narrativa, pesquisa, educação em ciências.