TY - JOUR AU - Santos, Ana Carolina Lima AU - Gonçalves Ferreira, Sarah PY - 2020/08/30 Y2 - 2024/03/28 TI - Escravidão a cores: aproximação, reconhecimento e acolhimento da humanidade dos sujeitos negros na obra de Marina Amaral JF - Lumina JA - Lumina VL - 14 IS - 2 SE - Dossiê: Apropriação, Inapropriação, Desapropriação DO - 10.34019/1981-4070.2020.v14.30092 UR - https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/30092 SP - 55-73 AB - <p>Este artigo toma para análise o trabalho <em>In Color: Slavery in Brazil, 1869</em>, da colorista Marina Amaral para observar de que maneira o gesto de apropriação da artista ressignifica os arquivos da escravidão brasileira, mais precisamente os tipos fotográficos feitos por Alberto Henschel. Parte-se do entendimento de que as imagens de Henschel (e de outros fotógrafos da época que apontavam suas câmeras para mulheres e homens negros) são assinaladas por uma lógica tipificadora que perpassa não apenas sua produção, mas seu consumo, no passado e no presente. Nessa acepção, os novos sentidos que são alcançados com o projeto da artista só podem emergir da ruptura com esse estatuto. Para isso, Amaral recorre à colorização e à montagem das fotografias de maneira que convida o espectador a enxergá-las de outro modo, distanciado daquele que é o cerne da representação das pessoas negras escravizadas: a ideia de Outro, peculiar, diferente e estranho. O que a colorista propõe, em direção contrária, é fazê-las aparecer nas fotos a partir de sua natureza humana. Trata-se, defende-se aqui, de uma ação de caráter estético amplo, de teor político – essencialmente antirracista.</p> ER -