Jornalistas e mulheres no esporte:

Belo Horizonte e a primeira edição de O Diário Esportivo

Ives Teixeira Souza1

Resumo

Este artigo busca investigar como era a presença das mulheres na prática de esportes e no jornalismo em O Diário Esportivo, o primeiro semanário esportivo de Belo Horizonte, em 1945, e que compõe o acervo da Coleção Linhares, pertencente à Universidade Federal de Minas Gerais. A pesquisa se baseia no entendimento de que o jornalismo é historicamente situado, em que o contexto se torna fundamental enquanto operador metodológico. Para tanto, a análise verbovisual da publicação parte da primeira edição, visto que os editoriais e a edição inicial são objetos fecundos para se compreender como era o fazer jornalístico e as representações dadas pelo jornal na sociedade. A presença das mulheres na prática de esportes é evidenciada no impresso em matérias sobre resultados de competições de natação, de voleibol e da equipe feminina do América Futebol Clube, e revela cobranças dirigidas às atletas de vôlei, por parte do veículo, por mais vigor físico. Não foi possível identificar a atuação de mulheres na produção do semanário. Ressalta-se a necessidade de pesquisas que se dediquem à historicidade das presenças das mulheres no jornalismo relacionado aos esportes em Belo Horizonte.

Palavras-chave

Jornalismo; Esporte; Mulher; Belo Horizonte; Imprensa.

1 Doutorando em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Integrante do Temporona: Coletivo de Ações em Temporalidades e Narrativas. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. E-mail: ives@ufmg.br.

Juiz de Fora, PPGCOM – UFJF, v. 18, n. 2, p. 96-112, MAI./AGO. 2024                                         DOI 10.34019/1981-4070.2024.v18.43247

Journalists and women in sport:

Belo Horizonte and the first edition of O Diário Esportivo

Ives Teixeira Souza1

Abstract

This paper aims to research the presence of women in sports and journalism in O Diário Esportivo, Belo Horizonte's first weekly sports publication in 1945, and which is part of the Linhares Collection maintained by Federal University of Minas Gerais (UFMG). The study is based on an understanding of journalism as historically situated, in which the context becomes fundamental as a methodological tool. Therefore, the verbal-visual analysis of the publication starts with the first edition, since the editorials and the initial edition are fertile objects for understanding the journalism making and the representations that the newspapers gave to society. The presence of women in sports is evidenced in the newspaper through the results of swimming competitions, volleyball, and the women's team of América Futebol Clube. The newspaper also highlights issues such as the demand for greater physical rigor from volleyball players. However, the participation of women in the production of the weekly newspaper could not be verified. Further research is necessary to investigate the representation of women in journalism, especially sports journalism, in Belo Horizonte.

Keywords

Journalism; Sports; Women; Belo Horizonte; Press.

1 Doutorando em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Integrante do Temporona: Coletivo de Ações em Temporalidades e Narrativas. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. E-mail: ives@ufmg.br.

Juiz de Fora, PPGCOM – UFJF, v. 18, n. 2, p. 96-112, MAI./AGO. 2024                                         DOI 10.34019/1981-4070.2024.v18.43247

Introdução

Este artigo busca verificar a presença de mulheres nas páginas de O Diário Esportivo, jornal de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil), em 1945. A investigação foca tanto nos fragmentos que dizem como as mulheres eram representadas pelas páginas do primeiro periódico esportivo semanal da cidade (Linhares, 1995), quanto nas dinâmicas da produção jornalística na capital mineira durante aquele período. A análise é construída sob o entendimento do jornalismo enquanto historicamente situado, em que o contexto é fundamental para perceber as temporalidades ali presentes (Ribeiro; Martins; Antunes, 2017; Leal; Carvalho; Jácome, 2019). Portanto, o artigo representa um esforço para que o jornalismo seja compreendido dentro dos Estudos sobre Esporte na Comunicação (Fortes, 2023) a partir de sua historicidade.

Na interseção entre jornalismo, esporte e gênero, este trabalho considera as representações dadas às mulheres na prática esportiva (Adelman, 2003; Goellner, 2000) e as dinâmicas das produções científicas sobre mídia, gênero e esporte no Brasil (Vimieiro; Eugênio; Pilar, 2023). Assim, busca-se identificar a presença das mulheres na primeira edição de O Diário Esportivo, publicada em 26 de julho de 1945, em Belo Horizonte (BH), por meio de análise verbovisual da publicação. De acordo com Antunes (1995), em uma cidade onde o surgimento e o declínio dos jornais eram frequentes, as primeiras edições dos periódicos, especialmente os editoriais, revelam o entendimento dos responsáveis pela produção sobre a prática jornalística. Portanto, essa primeira edição de O Diário Esportivo é emblemática do jornalismo praticado em BH naquele período.

Para tanto, este artigo apresenta, em seu movimento inicial, um diagnóstico da produção científica nacional sobre mídia, gênero e esporte, bem como dos Estudos sobre Esporte na Comunicação, a fim de reivindicar que esses estudos possam dar conta das historicidades dos processos jornalísticos. Em seguida, apresenta-se Belo Horizonte e seu jornalismo através de O Diário Esportivo para posterior análise verbovisual das páginas do semanário.

Gênero, esporte e historicidades

A produção científica brasileira sobre gênero e esporte, que remonta ao fim dos anos 1980 e teve maior institucionalização nos anos 2000, é destacada por Vimieiro, Eugênio e Pilar (2023). Os temas principais incluem o esporte relacionado às feminilidades e masculinidades, estereótipos relacionados ao uso do corpo e às representações sociais de gênero na mídia esportiva. Segundo as autoras, os trabalhos mais relevantes e numerosos na intersecção entre mídia, esporte e gênero encontram-se nas áreas de Educação e Educação Física, e não de Comunicação.

As pesquisadoras analisaram esses estudos para identificar quais perspectivas teóricas foram adotadas em relação aos estudos midiáticos. Os resultados apontam que os artigos focados em “mídia esportiva”, conforme a categorização utilizada, datam do final da década de 2010 e são majoritariamente de autoria de pesquisadores de Educação Física. Além disso, os fenômenos foram analisados tanto em mídia impressa — frequentemente a revista Placar, disponível digitalmente — quanto em mídia digital. Alguns estudos entendem a mídia como um registro histórico, enquanto outros a interpretam em uma “relação circular com a sociedade e/ou como um discurso entre muitos possíveis” (Vimieiro; Eugênio; Pilar, 2023, p. 195), questionando o tipo de poder que a mídia exerce e como ela se manifesta nos destaques e omissões, incluindo o silenciamento e a invisibilidade das mulheres.

Outra lacuna destacada é que “o material empírico analisado nos textos é tratado de forma generalista, sem considerar as especificidades do meio e do texto” (Vimieiro; Eugênio; Pilar, 2023, p. 197). Nessa abordagem, as textualidades são negligenciadas, sem distinção entre os diferentes formatos de mídia, como impressos, portais na internet, rádio ou consideração sobre os autores das matérias, as fontes ou as empresas produtoras de conteúdo jornalístico. Essas divergências, segundo Vimieiro, Eugênio e Pilar (2023), a partir de autores como Fortes (2017), muito se devem porque as pesquisas da subárea de Comunicação e Esportes ainda carecem de perspectivas integradas, resultados de uma agenda estruturada e com diálogos mais próximos entre as pesquisas realizadas e não apenas produções isoladas. De forma similar, Leal e Mesquita (2023) apontam, ao delinearem

um panorama acerca do desenvolvimento dos estudos sobre jornalismo esportivo e dos avanços para a consolidação da área no Brasil […], que a Comunicação Esportiva segue tendo um olhar “marginal” quando comparado a temáticas “importantes” como Política, Economia, Internacional, entre outras (Leal; Mesquita, 2023, p. 203).

Fortes (2023) também exemplifica alguns problemas percebidos no que ele denomina de Estudos sobre Esportes em Comunicação (EEC), como “considerar jornais diários que circulam majoritariamente em um estado da federação como ‘imprensa brasileira’, ou que a relevância dos diários na sociedade e no esporte seja a mesma em 1910, 1950 ou 2014” (p. 164). Para ele, os trabalhos de História e história do esporte devem ser apropriados para sustentar o material empírico em torno de seu “contexto histórico” ou “período histórico do material empírico” como “tempo/época/ período em que: a) este foi produzido, realizado e lançado; e/ou b) se dá o acontecimento-base da narrativa não ficcional […]” (p. 165).

O autor, em outras palavras, pede historicidade aos trabalhos do EEC para que as análises sejam “mais criteriosas, densas, elaboradas e, do ponto de vista científico, mais bem sustentadas” (p. 165). Nesse sentido, Ribeiro, Leal e Gomes (2017) argumentam que a história envolve a maneira como lidamos com o tempo, em um passado rememorado, um futuro projetado e um presente pontual. Em complementaridade, nas relações entre Comunicação e História, Ribeiro, Martins e Antunes (2017) defendem que, se o contexto for entendido somente pela perspectiva histórica, ocultam-se os aspectos que se quer evidenciar, os comunicacionais. Menos do que um “fundo” capaz de estabilizar as dimensões temporais, o contexto precisa ser entendido enquanto elemento constituidor do texto, capaz de evidenciar as temporalidades envolvidas na dimensão relacional da comunicação. O contexto heterogêneo de sujeitos e discursos atua como exterior constitutivo do texto, onde “texto e contexto não podem se implicar como polos ou figuras estáveis” (Ribeiro; Martins; Antunes, 2017, p. 14), visto que as textualidades midiáticas são entendidas enquanto um processo ininterrupto de produção de sentido.

Por isso, o movimento aqui realizado é uma tentativa de compreender o jornalismo produzido por O Diário Esportivo a partir de suas relações historicizadas, especialmente no que diz respeito à presença das mulheres tanto na produção quanto no conteúdo. Para tanto, o movimento a seguir tenta apresentar as relações da cidade e do jornalismo nos anos 1940.

Belo Horizonte e O Diário Esportivo

Desde o final dos anos 1920, o futebol estava presente nas práticas cotidianas das pessoas que residiam na capital mineira (Antunes, 1995), fundada em 1897, a partir de um planejamento em nível estadual para representar a Minas Gerais idealizada para a República brasileira. Nessas décadas iniciais, os jornais eram criados pelos homens de imprensa e logo morriam. Eram fartos os relatos sobre esses nascimentos e essas mortes na própria imprensa, como conta Andrade (2016). O autor apresentou algumas características que culminaram no que ele chamou de “dificuldades da configuração comunicativa da imprensa”, que vinculava “a construção da cidade ao nascimento dos jornais, as motivações dos homens da imprensa à apatia dos leitores, as formas de produção dos textos jornalísticos aos sentidos que eles produziam.” (Andrade, 2016, p. 121). Entre os contratempos relatados nos próprios jornais estavam as oficinas tipográficas pouco atualizadas, o limitado público leitor que podia pagar pelo impresso, a rede de distribuição e a iniciativa voluntária dos “homens de imprensa” (Antunes, 1995) em publicar, praticamente, panfletos partidários.

No final dos anos 1920 os clubes esportivos tiveram inauguradas suas praças esportivas. Os periódicos deram amplo destaque aos torcedores nos estádios, que lotavam as arquibancadas (Souza, 2023) e escutavam, na rua, as locuções esportivas transmitidas pelas rádios (Antunes, 1995). Diante de tamanha popularidade do esporte, cabia à imprensa dar destaque aos clubes esportivos e ao futebol — o esporte capaz de ser o responsável e o engendrador de redes de sociabilidade entre aqueles habitantes que chegavam à cidade.

Todavia, essa prática só passa a constituir "fato jornalístico", ou se tornar objeto da cobertura sistemática do periodismo, quando o futebol é visto como um acontecimento que marca o ritmo da capital, adentra a hierarquia da vida quotidiana e ganha preeminência na organização dos hábitos das pessoas. A expansão da figura do "torcedor" e a incipiente profissionalização dos jogadores são fenômenos característicos desse processo (Antunes, 1995, p. 99-100).

Se em 1920 a população da cidade estava em torno de 56 mil habitantes, em 1930 já chegava a cerca de 117 mil. (Matos, 1992). Era evidente o desenvolvimento econômico da capital e a evolução urbana da cidade, que nos anos 1930 tinha uma taxa de aumento populacional em 7% ao ano e uma média de quase 9% entre 1925 e 1935. Ou seja, em 1940, a população da capital era mais de quatro vezes a de 1920. Era uma cidade que começava a ganhar um ritmo acelerado, em comparação ao que até então era vigente. Como diz Antunes (1995), as inovações técnicas – como a gráfica rotativa, a fotografia, o telégrafo e o telefone, as linhas de trem e de bonde, as pontes e avenidas criadas – colaboraram para que a produção jornalística tivesse uma velocidade mais rápida, conforme o ritmo da cidade que também parecia acelerar. A ponto de, no final dos anos 1930, ser uma cidade que não havia urbanizado totalmente nem o que havia sido planejado — o limite dentro da atual Avenida do Contorno, ainda no século XIX pela Comissão Construtora da Nova Capital —, mas que já se dizia em processo de metropolização.

Nesse ritmo proposto para acelerar, a Igreja Católica pretendia fundar um jornal, desde que o bispo Dom Antônio dos Santos Cabral chegara à cidade para comandar sua Arquidiocese em 1922. Porém, conseguiu apenas criar um semanário com informações sobre a administração e o cotidiano da Cúria na cidade. Somente em 6 de fevereiro de 1935 foi fundado O Diário, que ficou conhecido como o católico. Era um jornal criado para disputar o poder político na cidade e em Minas, com informações variadas, ordinárias e que contava, até mesmo, com correspondente na capital federal. Nesse período as redações eram marcadas pelas indicações político partidárias, porém a redação de O Diário chegou a realizar seleções, além das indicações, para a escolha de redatores. Não à toa, a redação do jornal foi considerada uma das precursoras da formação jornalística em Belo Horizonte, o que culminou na criação do primeiro curso de graduação em comunicação social da cidade nos anos 1960 (Souza, 2023).

Enquanto isso, Joaquim Nabuco Linhares catalogava quase a totalidade da produção jornalística realizada na capital mineira até o início dos anos 1950. Ele guardou edições e realizou apontamentos sobre os jornais, como endereços das sedes e das gráficas, o formato, a periodicidade, os donos e os jornalistas responsáveis pelos periódicos. Para ele, a década de 1940 foi a mais fértil para a produção jornalística destinada ao esporte em Belo Horizonte (Linhares, 1995), o que também se reflete na produção jornalística realizada pelos próprios clubes de futebol (Souza, 2023). Anos antes, em 1939, por exemplo, foi criada a Associação dos Cronistas Esportivos de Belo Horizonte, o que mostra a força do esporte na produção jornalística. Em 1945, a partir do Católico, surgiu o Esportivo. Sobre ele, Linhares (1995, p. 415) disse:

Texto variado sobre todos os esportes e profusamente ilustrado com gravuras correspondentes às notícias publicadas. Até hoje, a melhor publicação esportiva cá da terra e a que mais durou, apesar de ter durado pouco. Não é preciso proclamar que teve grande circulação, porque, na época que atravessamos, o futebol a quase todos empolgou e tudo avassalou. E ai do jornal que não consagrar a este gênero de esporte desenvolvida seção. Se isso não fizer, verá irremediavelmente suas edições encalhadas nas agências e bancas.

O semanário contou com a direção dos jornalistas José de Araújo Cotta, que foi presidente da Associação Mineira de Cronistas Esportivos (AMCE), e João Etienne Filho, torcedor declarado do América Futebol Clube, que entrou no jornal por meio do concurso realizado pelo O Diário (Souza, 2022). Esse “durou pouco”, conforme Linhares (1995): foram 67 edições semanais, de 26 de julho de 1945 a 28 de novembro de 1946, com publicações às quintas-feiras e colunas como Recordações; Estrelas do futebol; Cracks que se foram; Os cracks elegantes de Minas; Duas palavras e Em surdina. Souza (2022) lembra que, no editorial da segunda edição, por exemplo, o compromisso com os mais variados esportes (futebol profissional, futebol amador, basquete, voleibol, natação, remo, turf e tênis) foi confirmado e que, ao ter a mesma redação que O Diário, na rua dos Goitacazes, ocupava uma região de várias redações: “Não à toa, pela presença dos jornalistas nos bares e na AMCE, ‘O Diário Esportivo’ repercutia as rivalidades clubísticas entre os cronistas” (Souza, 2022, p. 3). O movimento a seguir pretende buscar indícios da presença das mulheres nas páginas do jornal.

A presença esportiva na ausência jornalística

Como dito anteriormente, diante da instabilidade em processo do contexto, a metodologia entende a contextualização como método para a análise de narrativas jornalísticas, a exemplo de Leal, Carvalho e Jácome (2019). O movimento é a composição verbovisual das páginas do impresso, que permitem pistas sobre o que se quer observar e percorrer e realizar outros movimentos de ação nos quais o contexto é a força de um saber em trânsito, com múltiplas temporalidades, sem “pretensões à universalidade a-histórica e não contextual”. (Leal; Carvalho; Jácome, 2019, p. 14).

É este exercício que será iniciado a seguir, cuja intenção é descortinar a produção jornalística de O Diário Esportivo disponibilizada pela Divisão de Coleções Especiais e Obras Raras da Universidade Federal de Minas Gerais. A partir do acesso digitalizado dos periódicos, foram realizadas buscas nas páginas utilizando palavras-chave como “mulher”, “feminino” e nomes próprios identificados como femininos. Na análise das 11 páginas do jornal (incluindo a capa) as mulheres estão presentes em apenas quatro momentos.

O primeiro momento é logo na página de abertura da edição de 26 de julho de 1945, e inclui informações sobre os campeonatos de futebol em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro e o primeiro editorial do periódico, denominado Duas palavras, assinado por Cotta e Etienne Filho. O texto destacava que o Papa (Pio XII) havia “salientado o papel do esporte na vida pública e suas possibilidades na cooperação da obra cultural e espiritual” (Cotta; Etienne Filho, 1946, p. 2) para justificar o jornal que nascia. Na parte inferior da página havia uma coluna dedicada à natação. Era um anúncio sobre um torneio que seria realizado no Minas Tênis Clube (MTC), novo clube tradicional da cidade que foi construído com dinheiro público para ser administrado por moradores da região mais nobre da cidade (Schuffner, 2007). Essa relação é bastante semelhante às benesses concedidas pelo poder público aos clubes esportivos mais diretamente ligados ao futebol em Belo Horizonte (Souza, 2023).

No anúncio da competição, as mulheres eram classificadas conforme a categoria na natação em: “meninas infantis”, “meninas juvenis, novos feminino e principiantes”, “senior feminino nado livre”, “novíssimos feminino nado peito” e “meninas petizes”, “juvenis femininos”. Elas competiriam em metade das 12 provas a serem realizadas. Adelman (2003) reforça que as relações de classe, raça e gênero estão subentendidas no modo como as mulheres e seus corpos estão presentes nas práticas esportivas.

A “verdadeira feminilidade” da meiga, gentil e fisicamente frágil mulher doméstica da cultura vitoriana, padrão hegemônico nas diversas sociedades ocidentais até o início do século XX, vinculava-se a um status social de elite, enquanto os diversos grupos de mulheres trabalhadoras careciam de qualquer oportunidade de proteção, ou de se poupar de trabalho físico duro. Mas, como modelo hegemônico da feminilidade, impunha-se com grande força, como norma que delimitava o campo das práticas femininas socialmente aceitas (p. 446).

Como dito anteriormente, a competição noticiada aconteceria no MTC — as demais presenças das mulheres no jornal também envolveriam clubes voltados para a elite de Belo Horizonte. A natação, por exemplo, só deveria ser praticada por mulheres jovens e solteiras – as senhoritas – já que não envolvia o desenvolvimento muscular (Adelman, 2003). Em Belo Horizonte, as piscinas dos clubes como Atlético e América foram utilizadas desde os anos 1920 e a primeira de tamanho olímpico em 1937, com a construção do MTC (Rodrigues, 2006). O lazer das mulheres e a valorização da saúde ao praticarem esporte eram descartados nos periódicos desse período – caso da Revista Alterosa, com fotografias de jovens à beira da piscina (Martini, 2017). Destaca-se que naquele período a natação profissional do MTC já havia tido em seus quadros a atleta olímpica Sieglinda Lenk, que defendeu o clube entre 1938 e 1940.

Outro exemplo de atividades permitidas às mulheres era a ginástica rítmica, por ser considerada um exercício leve capaz de favorecer a saúde daquelas que seriam as mães e as esposas. Na revista Alterosa, conta Martini (2017), tanto a ginástica esportiva quanto a caseira eram incentivadas para as mulheres, ao defenderem “o controle de práticas e do esforço exigido para que não houvesse prejuízo dos ‘elementos femininos’” (Martini, 2017, p. 17-18).

É nesse sentido que as mulheres estão presentes na coluna Recordações:

Lá pelas alturas de 1940, o América possuiu um Departamento Feminino que se apresentava como um dos mais perfeitos do Brasil. Foi na gestão Gerson de Sales Coelho, dirigido pelo professor Alexandre Debinsky. Cerca de 50 jovens integravam o Departamento, praticando as mais variadas modalidades do desporto, inclusive a ginástica rítmica. Os quadros vivos constituíam a especialidade de Debinsky e, por muitas vezes, o público citadino assistiu às demonstrações das moças americanas, não lhes regateando aplausos. Houve até uma exibição na Praça da Liberdade que foi um autêntico sucesso. Entretanto, Alexandre Debinsky foi embora, as moças debandaram e, do notável Departamento Feminino do América, restam hoje apenas recordações (O Diário Esportivo, 1945, p. 3).

Ressalta-se que o texto indica uma apresentação e não uma competição de ginástica, o que vai ao encontro do registrado por Goellner (2000, p. 68), ao reafirmar ser o “universo feminino, da beleza, do encanto, da harmonia das formas, da delicadeza e, por que não dizer, do recato”, pois a competição, segundo a autora, era entendida como prejudicial para a formação da personalidade feminina. Tanto que as mulheres não foram fotografadas praticando remo.

Imagem 1 - Destaque para a prática de remo na lagoa.

https://bit.ly/3X4EkW5 

Fonte: Página 8 da edição de 26 de julho de 1945 de O Diário Esportivo.

Em texto não assinado, intitulado O Pampulha dá nova vida ao remo, os destaques são as fotografias das práticas do esporte e de seus juízes, de terno, em um deque, e o Pampulha Esporte Clube, organizador do evento vendido pelo Iate Clube. Dos 11 páreos realizados, não havia uma mulher sequer na competição, e apenas um barco tinha nome que a representava: “Helena”, do Pampulha.

Sobre a prática de remo em BH, é preciso atentar-se que a competição aconteceu em um dos momentos derradeiros de Juscelino Kubitschek como prefeito (julho de 1945), conhecido por ser incentivador do remo como prática esportiva popular na cidade. Nomeado anteriormente pelo interventor Benedito Valadares, ele deixaria o cargo com o fim do Estado Novo, em outubro. Desde 1938, com a criação da represa da Pampulha no mandato do também prefeito nomeado Otacílio Negrão de Lima, a cidade tinha um local adequado para essa prática. Foram muitos os incentivos financeiros para isso acontecer, inclusive por parte do poder público. Como conta Viana (2013), o Iate Clube de Minas Gerais tinha a cessão das instalações e do uso da lagoa (lei de maio de 1942); em contrapartida, seu presidente era indicado pelo governo do estado e deveria manter uma escola para ensino e treinamento de esportes náuticos. Em 1948, o então prefeito Otacílio, visando o lazer dos trabalhadores, liberou a permissão de pesca aos domingos. Apenas em 1968, por lei municipal, foi feita a proibição para o uso das águas da represa para desportos náuticos e atividades recreativas, como pesca e natação (Viana, 2013).

As fotografias da matéria ressaltaram os músculos e o uso da força física por parte dos homens para a prática do esporte, o que não era recomendado às mulheres até mesmo em forma de legislação. O Decreto-Lei 3199 de 1941, que organizava a prática esportiva no Brasil, não permitia para as mulheres a prática de “desportos incompatíveis com as condições da sua natureza”, entre os quais quaisquer tipos de luta, o futebol, o futebol de salão, o pólo e o halterofilismo (Adelman, 2003, p. 447). Porém, na página seguinte da edição de O Diário Esportivo, o voleibol, citado como um esporte a dominar os clubes de Belo Horizonte, é um exemplo de atividade que poderia ser uma fissura nessa demonstração de força pelas mulheres.

Antigamente se dizia que o voleibol era jogo para moças. Bascua e Almir se incumbiram de desmentir o “slogan” e masculinizaram o voleibol. Aberto o caminho, o resto foi fácil, e hoje o voleibol é um esporte cem por cento emocional, violento, exigindo muito de seus praticantes. E Minas Gerais vem sendo o El Dorado do voleibol nacional. Vários títulos, grande fama, etc. (O voleibol […], 1945, p. 9).

Foi assim que a matéria, não assinada, apresentou o voleibol praticado na cidade, com a forma masculina ganhando suas quadras em uma espécie de “coqueluche” do torcedor. “Cheíssimo. E muito ânimo, muita torcida, muito entusiasmo” (O voleibol […], 1945, p. 9).

Imagem 2 - Público presente em partidas de voleibol é destacado.

https://bit.ly/478kJJ4 

Fonte: Página 9 da edição de 26 de julho de 1945 de O Diário Esportivo.

Com torneios masculinos e femininos, o texto diz que os clubes Olímpico e Atlético estavam sendo “os bambas” e que, no feminino, o Minas, que havia conquistado o campeonato local sete vezes seguidas, havia perdido apenas naquele ano duas partidas para o América. Cobrando uma revanche, o texto afirma: “quem vai lucrar é o público, que verá lutas empolgantes” (O voleibol […], 1945, p. 9) É à luta, proibida em lei de ser praticada por mulheres, que é feita a referência. Pelo menos na metáfora, parecia existir o desejo, de quem escreveu a matéria, de que O Diário Esportivo rompesse com 0 referencial ideal de esporte praticado por mulheres — elas que, se até poderiam praticar certos esportes, não tinham a prerrogativa de estarem em redações para redigirem jornais. Nem na edição de O Diário Esportivo analisada – e nem no resumo de Joaquim Linhares – consta a presença de mulheres em sua redação.

Barros (2018), em seu estudo sobre a revista Alterosa — a principal para o público feminino da cidade nesse período — afirma que o veículo apresentava o esporte a partir de uma dimensão que envolvia a formação dos corpos e moral dos homens, ao se consolidar como “uma dimensão sadia e elitista” (Barros, 2018, p. 243), e sem a presença de mulheres em seu corpo diretivo ou profissional. Isso aconteceu somente em 1958, quando Neide de Miranda Castro tornou-se “diretora-gerente” da revista, com a saída do marido do cargo de direção (Martini, 2017). Em 1946, foram identificadas como autoras na revista apenas escritoras que colaboraram com textos literários, mas não jornalísticos, casos de Lúcia Machado de Almeida e Maria José Dupré (Martini, 2017). Portanto, é perceptível, nesse breve relato sobre a imprensa de BH, que nos anos 1940 a ausência das mulheres na produção de jornalismo esportivo parecia ser a regra.

Se é sabido que José de Araújo Cotta, diretor de O Diário Esportivo, foi um dos fundadores e diretor da associação de cronistas esportivos, não é possível afirmar qual foi a primeira mulher, por exemplo, a fazer parte dessa associação. Na própria redação de O Diário, onde O Diário Esportivo era produzido, uma escritora frequentemente levava suas colunas para a seção infantil: a professora Alaíde Lisboa de Oliveira. Silva (2021) a apresenta como a jornalista que:

trabalhou no jornal O Diário por quinze anos onde, entre outras atividades, editou o caderno infantil Pequeno Polegar, iniciativa pioneira no jornalismo mineiro. Escreveu ainda para a seção “Vida Escolar” e a coluna “Cultura, Educação, Ensino”, no mesmo jornal. (p. 65).

Silva (2021) também revisita Maria de Lourdes Boechat Cunha como a primeira mulher a ter o registro profissional de jornalista em Belo Horizonte, na Associação Mineira dos Jornalistas Profissionais, em 1943, precursora do Sindicato dos Jornalistas, criado em 1945. Lourdes Boechat era redatora e cronista do jornal Folha de Minas, mas entrou na empresa como secretária de publicidade. Ela contou que logo começou a ganhar espaço na redação devido à qualidade do texto, e atuava, principalmente, em substituição aos outros jornalistas. Suas matérias não eram assinadas (Silva, 2021). Com outro entendimento, Alaide assumia que o seu espaço no jornal era enquanto intelectual, com a possibilidade de partilhar seus valores morais para um público mais amplo, semelhante ao que acontecia na Alterosa:

Trabalhei muito mais pelo prazer de trabalhar no jornal. Era um jornal católico, muito sério e eu estava feliz com aquilo. No começo não lembro quanto eles me pagaram, é interesse secundário. Lá era a profissão deles e eu tinha a minha, que era a de professora; era um extra e os de lá eram efetivos. A vida deles era aquilo, então, era um pouco diferente (Lisboa apud Silva, 2021, p. 99).

Boechat, ao trabalhar em uma publicação conhecida por ter proximidade com o governo do estado, tinha relação diferente:

Só o meu marido trabalhando, com um salário que não dava para as despesas da casa, então aí eu comecei olhar primeiro pequenos anúncios. E saiu um pequeno anúncio na Folha de Minas que precisava de uma secretária, uma secretária no Departamento de Publicidade. […] Fui admitida para secretariar o departamento de publicidade, mas aquele tempo, nas redações de jornal, o Jornalista era… não tinham seções delimitadas, e quem tivesse bom texto, que eles chamavam, fulano tem um bom texto, é… era aproveitado, eu comecei a ficar num híbrido entre departamento de publicidade e a redação (Boechat apud Silva, 2021, p. 99).

Ambas são mulheres que, de acordo com os registros analisados, tiveram participação nas redações de jornalismo em Belo Horizonte nos anos 1940. Isso corrobora a necessidade de mais pesquisas sobre a inserção dessas mulheres no mercado de jornalismo esportivo. Mais voltado ao mercado de trabalho atual, ressalta-se o entendimento de Vimieiro et al. (2020) sobre serem raros “os estudos que analisam a atuação das mulheres na mídia esportiva, seja a hegemônica ou a alternativa.” (Vimieiro et al., 2020, p. 3), ainda mais aqueles em que o foco é exatamente as jornalistas mulheres, elas cujas presenças na mídia esportiva são marcadas por opressões e resistências (Vimieiro et al., 2020, p. 4), presenças e apagamentos.

Logo, Pacheco e Silva (2020, p. 1), mostram que, em 2016, o cadastro da AMCE registrava 45 mulheres e 1343 homens. Entre as que responderam à pesquisa, a faixa de idade é de 30 a 39 anos, “o que sugere o envelhecimento feminino como um interdito para ocupar certas arenas do campo do jornalismo esportivo”, como é o caso da televisão. Elas também são, em sua maioria, solteiras, brancas, heterossexuais e nascidas em Belo Horizonte. Ou seja, há determinado padrão estético, registros de assédios de colegas de trabalho – desportistas – e, para algumas dessas mulheres, a negação da desigualdade de gênero. Em complemento, Eugênio (2023), ao analisar iniciativas midiáticas feitas por mulheres e sobre o futebol de mulheres no Brasil, mostra que essas jornalistas são mulheres brancas e graduadas, mesmo padrão registrado por Pacheco e Silva (2020). Assim, se as mulheres fazem jornalismo sobre esportes, a disparidade, em quantidade, em relação aos homens é bastante significativa.

Considerações Finais

A intenção deste trabalho foi contemplar a formação histórica do jornalismo esportivo em Belo Horizonte nos estudos sobre mídia, gênero e esportes. Para tanto, buscou-se identificar, ainda que indicialmente, a presença das mulheres no primeiro semanário esportivo da cidade, publicado em 1945. Para um periódico que tratava do próprio jornalismo esportivo produzido em BH e as preferências clubísticas dos cronistas (Souza, 2022), a ausência das mulheres está bem representada não só nas páginas, como nas fotografias da primeira edição e no fazer jornalístico da própria crônica esportiva.

Já comentamos anteriormente que os EEC pouco fundamentam a historicidade dos esportes analisados e, muito menos, dos processos comunicacionais. O jornalismo não é entendido em sua complexidade, em suas relações, mas em uma temporalidade linear capaz de enunciar verdades sobre fatos passados, acontecimentos: uma mera fonte de verdade. Em contramovimento, a intenção aqui foi de tensionar as historicidades dos esportes e dos processos jornalísticos em suas relações com a cidade – no caso, BH.

A opção em analisar apenas a primeira edição se justifica por entendermos que ela representa o tipo de jornalismo pretendido por aquelas pessoas, permitindo investigar as relações das mulheres com o jornalismo, o esporte e BH. A presença das mulheres está indicada no impresso em resultados de competições de natação, voleibol e da equipe feminina de competições do América Futebol Clube, e segue na mesma direção em que os estudos sobre mídia, gênero e esporte apontam sobre os anos 1940. Porém, apresenta fissuras, como no caso do voleibol. A presença dos homens nesse esporte leva o veículo a cobrar delas mais demonstração de espírito de luta, de competição.

Enfim, pontua-se a necessidade de outros estudos ampliados sobre a presença das mulheres no jornalismo esportivo da capital mineira, utilizando abordagens quali-quantitativa, a partir dos jornais disponíveis nas hemerotecas e nas coleções especiais. Isso permitirá investigar a inserção das mulheres nos ambientes de trabalho, como nas redações e nos textos jornalísticos relacionados ao esporte em Belo Horizonte, incluindo questões, por exemplo, como quem foi a primeira mulher registrada como cronista esportiva na cidade.

Artigo submetido em 04/01/2024 e aceito em 20/07/2024.

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