Jornal Nacional e as estratégias enunciativas da transmissão televisiva pelo Globoplay

Ana Silvia Lopes Davi Médola1 e Monielly Barbosa do Carmo2

Resumo

O presente trabalho tem como objeto de investigação as estratégias enunciativas utilizadas na exibição do Jornal Nacional por meio da plataforma de streaming e vídeos Globoplay. Com o desenvolvimento e a popularização da internet, o telejornalismo passou a poder ser visto de diversas formas, dentre elas, via plataformas de streaming, que são acessadas por outros dispositivos, além do meio televisivo, tais como os desktops. Partindo-se do princípio que o telejornalismo é resultante da lógica da programação televisiva e da articulação de dispositivos expressivos próprios desse meio, busca-se compreender como esse gênero tem se adaptado nesse ecossistema midiático. O Jornal Nacional no Globoplay foi tomado como objeto de investigação, tendo em vista seus históricos índices de audiência e prestígio na grade televisiva aberta nacional. O propósito é analisar de que modo as estratégias discursivas garantem efeitos de sentido de atualidade, de simultaneidade, de imediatismo, de verdade e de objetividade próprias do discurso telejornalístico também fora do meio televisivo. A partir dos referenciais teórico e metodológico da semiótica discursiva de linha francesa a análise concentrou-se nas estratégias enunciativas das projeções temporais instauradas na interface “Agora na TV” acessada via desktop durante a exibição do Jornal Nacional, tendo em vista que, pela necessidade de atualidade noticiosa, esse gênero está estreitamente atrelado à questão do tempo.

Palavras-chave

Telejornalismo; Televisualidade; Semiótica; Jornal Nacional; Globoplay.

1 Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Livre-docente em Comunicação Televisual, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). E-mail: ana.silvia@unesp.br.

2 Mestre em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). E-mail: moniellybarbosac@gmail.com. 

Jornal Nacional and the enunciative strategies of television transmission by Globoplay

Ana Silvia Lopes Davi Médola1 and Monielly Barbosa do Carmo2

Abstract

This paper investigates the enunciative strategies used in the exhibition of Jornal Nacional news program through the streaming and video platform Globoplay. With the development and popularization of the Internet, TV journalism can now be accessed in several ways, including via streaming platforms, which are accessed by devices other than the TV medium, such as desktops. Assuming that telejournalism results from the logic of television programming and the articulation of expressive devices specific to this medium, we seek to understand how this genre has adapted to this media ecosystem. Jornal Nacional on Globoplay was taken as an object of investigation, considering its historical audience rates and prestige in the national broadcast television network. The purpose is to analyze how the discursive strategies guarantee effects of meaning of actuality, simultaneity, immediacy, truth, and objectivity typical of the telejournalistic discourse also outside the television medium. Based on the theoretical and methodological references of French discourse semiotics, the analysis focused on the enunciative strategies of the enunciative strategies of temporal projections established in the interface "Agora na TV" accessed via desktop during the Jornal Nacional program, considering that, due to the news, this genre is closely linked to the issue of time.

Keywords

Telejournalism; Televisuality; Semiotics; Jornal Nacional; Globoplay.

1 Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Livre-docente em Comunicação Televisual, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). E-mail: ana.silvia@unesp.br.

2 Mestre em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). E-mail: moniellybarbosac@gmail.com.

Introdução

A presente pesquisa tem como objeto de investigação a transmissão do Jornal Nacional da Rede Globo no Globoplay, tendo em vista o atual cenário em que a televisão cada vez mais divide espaço com diversas plataformas digitais. Parte-se do princípio que o telejornalismo é resultante da lógica da programação televisiva e da articulação de recursos expressivos propriamente televisivos, como a transmissão direta enquanto base tecnológica do “ao vivo”. Autores apontam a transmissão direta e o efeito de sentido de “ao vivo” (FECHINE, 2008; KILPP, 2018a; MACHADO, 2001), bem como a grade de programação (KILPP, 2003; 2018b; MACHADO, 2001), os tempos mortos (MACHADO, 2001), o efeito de sentido de presença (FECHINE, 2008) e as imagens médias (KILPP, 2018a) como características específicas e definidoras da televisão enquanto meio. Ao mesmo tempo, estes dispositivos, auxiliam na construção dos efeitos de sentido de verdade, de objetividade, de imediatismo e de simultaneidade característicos do fazer jornalístico.

O telejornalismo brasileiro, embora inicialmente reproduzisse basicamente a linguagem radiofônica, restringindo-se ao discurso verbal (BECKER, 2016; GUTMANN, 2014), com os anos passou a desenvolver uma gramática própria, fundamentando-se no uso de imagens eletrônicas, explorando técnicas de edição, bem como fazendo apropriação da transmissão direta, dos recursos sonoros e gráficos do audiovisual (GUTMANN, 2014), ou seja, de recursos compreendidos como propriamente televisivos. Entende-se que esse processo contribuiu para promover o telejornalismo enquanto formato que circunscreve os valores discursivos característicos do fazer jornalístico, constitutivos dos códigos deontológicos da profissão, como a busca da verdade, a objetividade (TRAQUINA, 2005a), assim como também o imediatismo (TRAQUINA, 2005b), a atualidade e a simultaneidade (GUTMANN, 2014).

Com o desenvolvimento e a popularização da internet, que acentuaram a convergência dos meios, as emissoras televisivas foram compelidas a ocupar espaço também na web e o telejornalismo passou a poder ser acessado também pelo cibermeio. Diante desse cenário, Kilpp (2018c, p. 6) aponta para a dificuldade de definir os “limiares da televisão, justamente porque seus limites estão se liquefazendo na intensa televisualização que assombra as múltiplas telas e interfaces hoje existentes relacionadas (ou não) à TV”. De acordo com a autora, televisualidade remete ao que temos de memória do que é televisão, ou seja, trata-se de “vestígios, traços ou lembranças da televisão, desde o próprio teor/tema veiculado até os formatos, as estéticas e as linguagens utilizados na construção dos conteúdos audiovisuais nelas veiculados” (KILPP, 2017, p. 5). Assim, as “tele-visões” transcendem a mídia TV. Ao se atualizar nas diferentes interfaces e suportes da plataforma, portanto, o modo de ser televisivo permanece, mas agora enquanto televisualidade.

Em um cenário de constante transformação, o Grupo Globo, ao longo do tempo, esteve na vanguarda do ecossistema técnico-comunicacional, tanto em nível nacional quanto internacional. Exemplo disso é que já em 2003 lançou sua primeira plataforma de vídeos: o Globo Media Center. Em um segundo momento, com a popularização das plataformas de streaming, em 2015 lançou o Globoplay. Por meio dele é possível assistir a programação da TV Globo em tempo real, o que inclui os telejornais.

Nesse sentido, investiga-se como o telejornalismo da TV Globo tem sido transmitido no Globoplay via desktop em tempo real e quais os efeitos de sentido são promovidos em seu consumo dentro deste cenário. Tendo em vista seu histórico índice de audiência na televisão aberta nacional, sua popularidade e tradição, o Jornal Nacional — telejornal exibido em horário nobre na TV Globo —no Globoplay foi tomado como objeto de investigação.

A análise concentra-se na interface “Agora na TV” dentro da plataforma durante a exibição do Jornal Nacional. Tal interface foi observada de 2019 a 2021 e capturas de tela foram realizadas quando notadas alterações. A fim de contextualização, é relevante mencionar que em 2019 a interface “Agora na TV” se chamava “Agora na Globo” e por meio dela era possível assistir apenas a programação da TV Globo em tempo real. Seu acesso inicial, contudo, era restrito a determinadas regiões, havendo uma gradativa ampliação de sua área de cobertura, que veio alcançar todas as regiões do Brasil em 2020, durante o período de quarentena. Com o cenário pandêmico instaurado em 2020 em função do coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, as plataformas de streaming tiveram que se adequar para atender com qualidade a maior demanda de usuários que, por seguir a recomendação médica de permanecer em casa para conter o agravamento da crise sanitária, recorreram a esses serviços como forma de entretenimento.

Nesse período houve ainda a inclusão da transmissão gratuita da programação do Canal Futura via streaming pela interface, e em 1º de setembro de 2020 foram inseridos no Globoplay em regime de pré-lançamento mais de mais 19 canais fechados do Grupo Globo, antes restritos aos pacotes de TV por assinatura, que poderiam ser acessados mediante a contratação do pacote “Globoplay + canais ao vivo”. Paralelamente a isso, a interface “Agora na Globo” passou a se chamar “Agora na TV”, tendo em vista a possibilidade de assistir por meio dela a programação linear de diversos canais pertencentes ao Grupo Globo e não mais apenas a TV Globo.

Nessa atualização, enquanto a página anterior apresentava uma estética similar à de exibição da programação na TV aberta, a interface “Agora na TV” apresenta uma estética semelhante à das TVs por assinatura. Este artigo, por sua vez, analisa especificamente duas capturas de tela a fim de comparação: uma realizada em 19 de agosto de 2021, que apresenta a interface com suas características habituais desde o estabelecimento do “Globoplay + canais ao vivo”; e outra, em 21 de setembro de 2021, quando nela foram percebidas mudanças mais expressivas. O objetivo é compreender as estratégias do Grupo Globo na transmissão televisiva via streaming pelo Globoplay e os efeitos de sentido dessas estratégias na exibição do telejornalismo.

Como metodologia de análise utiliza-se a semiótica discursiva de linha francesa, com enfoque no nível discursivo do percurso gerativo de sentido, notadamente os procedimentos enunciativos que caracterizam o fazer jornalístico televisivo. Considerando que o percurso gerativo de sentido está voltado para a análise do plano de conteúdo e que o sentido emerge das relações entre os signos, o recorte analítico do presente trabalho tem o propósito de observar os elementos da sintaxe do nível discursivo onde incidem as projeções de tempo, espaço e pessoa. A ênfase nas projeções temporais instauradas na interface discursiva da aba “Agora na TV” durante a exibição do Jornal Nacional justifica-se pelos efeitos de sentido que as marcas de temporalidade conferem à construção do discurso jornalístico em ancoragens cujos efeitos de sentido de atualidade noticiosa, de imediatismo, de simultaneidade de transmissão e recepção estão contemplados.

“Agora na TV”

A transmissão ao vivo da programação da TV Globo atualmente acontece por meio da interface “Agora na TV” e está disponível para todas as regiões do país. Entretanto, como mencionado, nem sempre foi assim. Em 2015, quando foi lançada a plataforma, apenas o público das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo podiam assistir ao conteúdo em fluxo televisivo da emissora pelo aplicativo e “Agora na Globo” era o nome da interface por onde havia exibição da programação da TV Globo, uma vez  que este era o único canal que podia ser acessado por meio dela. A ampliação da área de cobertura para a disponibilização de sua programação em tempo real pelo Globoplay foi crescendo gradativamente e com ela a plataforma de fato efetivou-se enquanto extensão da emissora. Com a inserção dos canais fechados, nomeados como “Canais ao vivo”, contudo, essa extensão se expandiu, sendo não só a extensão de um canal televisivo — a TV Globo —, mas de todos os canais televisivos do grupo , sejam os abertos e gratuitos, como a própria TV Globo e o Canal Futura, sejam os fechados, acessados anteriormente apenas por meio da contratação de pacotes de TV por assinatura.

Conectado à internet, o Globoplay remedia (BOLTER; GRUSIN, 2000) o universo televisivo do Grupo Globo, mantendo inclusive seus modelos mercadológicos tradicionais — como, por exemplo, a segmentação do acesso à programação dos canais fechados também na plataforma, deixando gratuita apenas a que já é oferecida gratuitamente pelo sistema televisivo aberto. O usuário passa então a ter outras possibilidades de acesso à programação dos canais televisivos da empresa de mídia além das já tradicionais formas de distribuição.

Por meio da exibição em fluxo da programação dos canais televisivos do Grupo Globo na plataforma, o efeito de sentido de presença e o caráter atual da transmissão direta são percebidos no ambiente virtual da mesma forma como são percebidos na televisão, uma vez que pela plataforma o usuário também tem contato direto com fluxo televisivo. Cria-se, portanto, um efeito de sentido de continuidade da TV no Globoplay. A interface “Agora na TV”, portanto, exerce a função fática da linguagem (JAKOBSON, 1969), tendo em vista que ela prolonga a comunicação dos canais televisivos do Grupo Globo.

Por meio do próprio nome dado à interface que dá acesso ao fluxo televisivo — “Agora na TV” — percebe-se que o Globoplay, como um todo, não se reconhece enquanto TV, pois o nome da interface é construído por meio de uma debreagem temporal enunciativa —“Agora” — somada a uma debreagem espacial enunciativa — “na TV”.

Segundo Fiorin (2005), a debreagem é um dos mecanismos de instauração de pessoas, tempos e espaço no discurso e pode ser tanto enunciativa quanto enunciva. A debreagem enunciativa “é aquela em que se instalam no enunciado os actantes da enunciação (eu/tu), o espaço da enunciação (aqui) e o tempo da enunciação (agora)” (FIORIN, 2005, p. 43-44) (grifo do autor). Dessa forma, os tempos da enunciação considerados como enunciativos são aqueles “ordenados em relação ao agora da enunciação” (FIORIN, 2005, p. 44) (grifo do autor). Ou seja, estabelecendo o momento da enunciação como um marco zero do tempo e “aplicando-se a ele a categoria topológica concomitância/não concomitância (anterioridade/posterioridade), obtém-se o conjunto dos tempos enunciativos” (FIORIN, 2005, p. 43-44) (grifo do autor). Diante disso, compreende-se que o “Agora” que constitui o nome da interface “Agora na TV”, estabelece um tempo concomitante entre o conteúdo exibido nesta interface do Globoplay e o tempo da enunciação televisiva. Sendo, portanto, uma debreagem temporal enunciativa.

Em relação à debreagem espacial enunciativa, considera-se “que todo espaço ordenado em função do aqui é um espaço enunciativo. Assim, o  que se contrapõe ao aqui é enunciativo” (FIORIN, 2005, p. 44) (grifo do autor). Dessa forma, quando o destinador da comunicação enuncia o nome da interface “Agora ‘na TV’”, nota-se o reconhecimento da “TV” enquanto um “lá”, ou seja, um “outro” meio, fazendo um contraponto ao Globloplay, assumido neste caso como o espaço de referência “aqui”. Diante disso, o “na TV” é considerado como uma debreagem espacial enunciativa.

A “TV”, portanto, é enunciada como um meio “outro” (), exterior ao Globoplay, que também pode ser acessada pela plataforma. Se apenas a interface “Agora na TV” fornece acesso à “TV”, então se compreende que esta não reconhece os conteúdos sob demanda enquanto televisão, mas em vez disso, entende o meio como os conteúdos audiovisuais em fluxo televisivo. Diante disso, em um primeiro momento pode parecer que “na TV” se constitui enquanto uma debreagem espacial enunciva, uma vez que a debreagem enunciva “é aquela em que se instauram no enunciado os actantes do enunciado (ele), o espaço do enunciado (algures) e o tempo do enunciado (então)” (FIORIN, 2005, p. 44) (grifo do autor). Como explica Fiorin, “o algures é um ponto instalado no enunciado” (2005, p. 44-45). “Na TV”, então, pode ser visto como um “algures”, ou seja, um ponto instalado no enunciado.

Contudo, como vimos, “na TV” se constitui como um “lá” que contrapõe-se ao “aqui”, configurando-se como debreagem espacial enunciativa. Além disso, ainda que num primeiro momento essa debreagem possa parecer enunciva, seu caráter enunciativo é reforçado pelo fato de a “TV” ser englobada pelo Globoplay. Ou seja, a “TV” está no mesmo “aqui” que o Globoplay: pode ser acessada também pela plataforma. Então, aquilo que em um primeiro momento pode parecer uma contradição, pelo fato do enunciado apontar para um “outro meio” — a TV— quando na verdade esse “outro meio” pertence, nesse caso, ao Globoplay —, se torna evidente a partir do momento em que se identifica a característica englobante da plataforma, que insere não só a TV, mas todo — ou quase todo — o conteúdo audiovisual do Grupo Globo em um único lugar: em um mesmo “aqui”.

A dinâmica de fruição do Jornal Nacional no Globoplay

Quando clicamos sobre o link que nos direciona para a interface “Agora na TV” somos colocados diretamente em contato com a programação exibida na Rede Globo naquele instante, como é possível observar abaixo. Embora haja outros canais televisivos ali, é como se a TV Globo estivesse “sintonizada” automaticamente.

Entretanto, se movimentamos o cursor sobre a tela, surge uma lista dos demais canais que podem ser acessados pela plataforma, bem semelhante às listas daqueles disponíveis nos serviços de TV por assinatura. Por meio da barra de rolagem na lateral esquerda da tela, é possível acessar a todos os canais, que também estão organizados e categorizados para facilitar os mecanismos de busca.

Imagem 1 - “Agora na TV” - movimentação do cursor durante exibição do JN.

https://bit.ly/3WBi9Fi 

Fonte: Globoplay (2021)

No que diz respeito à instauração do tempo no discurso, observa-se que no momento de exibição do Jornal Nacional pelo canal da TV Globo na interface “Agora na TV”, o tempo presente é muito bem demarcado. Na imagem 1, observa-se que a projeção temporal “Agora” presente na lateral esquerda da tela, assim como o cromatismo vermelho que a destaca, produzem efeito de sentido de simultaneidade/ concomitância entre o tempo presente e o tempo televisual. Além de conferir um efeito de sentido de imediatismo, o “Agora” em vermelho evidencia um tempo televisivo síncrono ao vivido pelo telespectador/internauta, assim como uma simultaneidade entre a programação da TV Globo exibida no Globoplay e a que está sendo  pelo tradicional sistema de TV aberto. Também nesse caso, essa demarcação temporal proporciona a percepção de uma duratividade em curso que projeta uma terminatividade (GREIMAS; COURTÉS, 2008).

A projeção de tal duratividade é, inclusive, reforçada pela linha vermelha que, no caso do acesso via desktop, se estabelece quase ao centro da tela quando movemos o cursor. O cromatismo vermelho da linha temporal indica que estamos acompanhando o fluxo televisivo simultaneamente à sua exibição na grade de programação. O pequeno círculo que se estabelece ao final da linha indica “onde” estamos localizados na linha do tempo televisual. Nesse caso, ele se localiza ao fim da linha, sinalizando o acompanhamento da grade de programação em tempo real e atuando como debreagem espaço-temporal enunciativa (FIORIN, 2005). Ou seja, o cromatismo vermelho da linha e a localização do pequeno círculo ao final representam o momento próprio de enunciação (GREIMAS, 2016 [1974]) da TV Globo.

Por meio do desktop é possível retroceder na linha do tempo televisual e assistir ao fluxo televisivo com certo atraso. A própria plataforma, ainda durante esse período — agosto de 2021 — incentiva esse tipo de consumo, tendo em vista que ela deixa evidente na lateral esquerda da tela o comando “assistir do início”, como ilustrado na figura anterior. Isso possibilita ao usuário assistir aquela programação que está sendo exibida desde o início no fluxo televisivo. Nesse caso, a linha temporal que demarca o desenrolar do tempo televisual não mais apresenta o cromatismo vermelho, mas, em vez disso, o branco, promovendo o efeito de sentido de consumo televisual não simultâneo/ não concomitante ao tempo televisivo. Então, se o cromatismo vermelho da linha demarcava o fluxo televisivo com valor de enunciação, o cromatismo branco demarca o fluxo televisivo com valor de enunciado, produto da enunciação consumido fora do ato enunciativo (GREIMAS, 2016 [1974]). O restante da linha temporal que se estende além daquela com cromatismo branco, apresenta cromatismo cinza — quase transparente — como é possível observar na imagem abaixo. Esse cromatismo indica o tempo televisual que já existe, mas que o usuário ainda não está vendo, ou seja, demarca a quantidade de enunciado já produzido pelo ato da enunciação da TV Globo representado pelo fluxo televisivo, mas ainda não consumido pelo usuário.

Ao assistir a programação em fluxo com certo atraso, tendo já passado do início do programa, a plataforma deixa em evidência outra opção de comando além de “Assistir do início”: a opção “Assistir agora”, como também é possível observar na imagem abaixo. Nesses comandos observa-se a instalação de duas debreagens temporais enunciativas: “Agora” e “início”, ambas fazendo referência ao tempo de enunciação do telejornal. “Agora” diz respeito ao próprio momento em que é enunciado, enquanto “do início” se refere ao momento em que ele começou a ser exibido.

Imagem 2 - Comandos “assistir do início” e “assistir agora” durante o consumo

do fluxo televisual não simultâneo ao tempo televisivo

https://bit.ly/3FXaz0C 

Fonte: Globoplay (2021)

É importante ressaltar que essa linha temporal demarca um espaço de tempo de aproximadamente uma hora e meia, sendo possível, portanto, assistir com atraso no máximo até esse período de tempo da programação por meio da interface “Agora na TV”. Assim, só é possível “Assistir do início” a programação que está sendo exibida naquele instante, no caso, o Jornal Nacional. Não há como, por exemplo, “Assistir do início” ao programa anterior. Nesse momento, apenas o comando “Assistir agora” fica evidente na tela.

Nessa remediação (BOLTER; GRUSIN, 2000) da televisão no Globoplay, houve uma hibridização da linguagem televisiva com a linguagem da web. Para Kilpp (2018b, p. 5), na televisão off-line — aquela que não necessita de internet para exibir sua programação — há sempre o sentido de fluxo, enquanto no on-line, prevalece o sentido de arquivo. Sendo assim, a possibilidade de pausar, retroceder e avançar o fluxo televisivo durante a exibição da programação linear realmente confere um efeito de sentido de arquivo ao fluxo, de algo que está gravado e que se desenrola por meio da ação do usuário. Entretanto, isso só acontece quando este move o cursor sobre a tela, ou seja, quando há essa proposta de interação, pois, ao clicar na interface “Agora na TV” a programação da Rede Globo é exibida automaticamente de maneira linear, sem que o usuário da plataforma tenha que realizar nenhuma outra ação além dessa. O sentido de arquivo, portanto, em certa medida, é limitado, até mesmo porque apenas uma hora e meia de programação fica disponível para ser acessada como “arquivo” dentro do fluxo temporal televisivo. Essas questões, por sua vez, são suficientes para demonstrar um hibridismo de linguagens, uma vez que o efeito de sentido de fluxo se dilui no efeito sentido de “arquivo”, fenômeno este característico à remediação (BOLTER; GRUSIN, 2000), tendo em vista a coexistência de uma linguagem já consolidada pelo meio televisivo com características próprias da lógica do banco de dados (MANOVICH, 2015).

Paralelamente a isso, também destacado na interface por meio do cromatismo vermelho está a demarcação “Ao vivo”, indicando que o telejornal está acontecendo naquele momento, ou seja, representando o momento mesmo da enunciação (FIORIN, 2005). Essa demarcação também confere o efeito de sentido de “atualidade” e de “imediatismo” ao programa exibido via streaming e “contamina” até mesmo as matérias gravadas exibidas no telejornal com um efeito de sentido de “atualidade”. Os dispositivos técnicos que constituíram a linguagem televisiva, como a transmissão direta, o “ao vivo”, e o fluxo televisivo (FECHINE, 2008; KILPP, 2018a; MACHADO, 2001), portanto, se atualizam no Globoplay e  mantêm os efeitos de sentido conferidos ao telejornal no meio televisivo, neste novo meio.

Portanto, por meio das projeções temporais “Agora”, “Ao vivo” e da linha temporal que se estabelece na tela demarcando simultaneidade entre o tempo televisual e o tempo real, os efeitos de sentido de imediatismo, atualidade e simultaneidade — característicos do telejornalismo (TRAQUINA, 2005a; 2005b), — se atualizam na plataforma, implicando a promoção dos efeitos de sentido de “verdade” e objetividade, tendo em vista a capacidade que a articulação de dispositivos expressivos como transmissão direta e o “ao vivo” (FECHINE, 2008; KILPP, 2018a; MACHADO, 2001) tem de promovê-los.

Remediação da linguagem televisiva no Globoplay

No processo de constante adequação da interface, tendo em vista que o Globoplay é um objeto dinâmico, foram observadas, em setembro de 2021, algumas alterações nas projeções temporais do canal da TV Globo na interface “Agora na TV”. Anteriormente, no espaço destinado à demarcação textual da programação do canal da emissora era indicado com certo destaque o nome do programa em exibição — no caso, Jornal Nacional — e acima dele o seu horário estipulado de início e de fim na grade televisiva, seguido do enunciado “Ao vivo” em vermelho. Com a alteração, na faixa destinada à exibição da programação da TV Globo, no momento em que o Jornal Nacional está no ar, há apenas o enunciado “Agora na Globo” somado à indicação de “ao vivo”.

A indicação do programa que será exibido em seguida foi retirado da faixa destinada ao canal da emissora. Da mesma forma, o comando “Assistir do início” — localizado anteriormente acima da linha temporal vermelha, no canto esquerdo da tela — que levava o usuário a assistir a edição do programa em exibição desde o seu início (no caso do acesso via desktop) também foi retirado. A linha temporal vermelha que indica o consumo do fluxo televisivo em tempo real pelo aplicativo acessado via desktop, por sua vez, permanece, assim como a projeção temporal “Agora” em vermelho logo abaixo desta na lateral esquerda da tela. Observa-se, assim, no desktop, uma duplicação da projeção temporal “Agora”: uma em um box vermelho na lateral da tela e outra na própria faixa indicativa do canal da TV Globo, por meio do enunciado “Agora na Globo”. Abaixo essas alterações podem ser comparadas. A primeira imagem é uma captura de tela da interface “Agora na TV” durante a exibição do Jornal Nacional realizada no dia 19 de agosto de 2021; a segunda, por sua vez, é uma captura de tela da mesma interface realizada no dia 21 de setembro do mesmo ano.

Imagem 3 - Interface “Agora na TV” em agosto de 2021.

https://bit.ly/3hQ0RVU 

Fonte: Globoplay (2021)

Imagem 4 - Interface “Agora na TV” em setembro de 2021.

https://bit.ly/3PQiodk 

Fonte: Globoplay (2021)

É importante ressaltar que apenas os elementos da faixa referente ao canal da TV Globo foram alterados. As faixas que indicam a programação dos demais canais do Grupo Globo permanecem da mesma forma, apresentando o nome dos programas e seu horário de exibição. Além disso, também continuam indicando qual o programa será exibido em seguida, como pode ser observado na imagem a seguir.

Imagem 5 - “Agora na TV” - faixas indicativas dos canais do Grupo Globo.

https://bit.ly/3GhB3vi 

Fonte: Globoplay (2021)

A respeito dessas mudanças, consideramos o fato de que a TV Globo se consolidou principalmente enquanto um canal da televisão aberta. Nesse formato, as informações que o telespectador tem a respeito dos programas da grade são aquelas fornecidas por meio de anúncios dentro do próprio fluxo televisivo, quando durante a programação ou nos intervalos comerciais são exibidas as chamadas dos programas. Para saber o nome daquele em exibição, caso não seja algo familiar, é necessário esperar pelas vinhetas exibidas antes e depois dos comerciais. O horário de início e de término de determinada atração, por sua vez, é algo já consolidado na memória do telespectador. Alguns tipos de programas, contudo, na volta do comercial, anunciam qual bloco está se iniciando. Dessa forma, na transmissão pela televisão aberta a emissora não se beneficia propriamente de algum indicador extra, além dos próprios GCs (gerador de caracteres) que surgem no écran do televisor durante a programação. Isso foi algo que se tornou mais comum com os programas de TV por assinatura.

Compreende-se essa alteração, portanto, como um teste do Grupo Globo em relação à forma de enunciar (FIORIN, 2005) a programação do canal aberto, privilegiando seu modelo comercial tradicional, que não dá acesso ao telespectador a nenhuma informação extra senão aquela fornecida durante o próprio fluxo televisual (FECHINE, 2008). Dessa forma, o canal televisivo da TV Globo, que tem grande prestígio na televisão aberta e se enuncia na interface “Agora na TV” como gratuito, se afasta do modelo de TV por assinatura. Isso se faz coerente quando apontamos o fato de que o canal da TV Globo no Globoplay não faz parte do conjunto de canais pagos, podendo ser acessado sem a contratação de nenhum pacote do serviço de streaming. Assim, observa-se que o destinador da comunicação busca aproximar o canal TV Globo do modelo televisivo de TV aberta dentro do Globoplay.

Prova disso é que, quando movimentamos o cursor sobre a lista dos demais canais, o enunciado “programação completa” fica aparente na tela como um link que direciona o usuário à lista de programas daquele canal, indicando seu dia e horário de exibição, à semelhança das guias de programação. Todavia, quando movemos o cursor sobre a faixa referente ao canal da TV Globo, esse link não aparece. Mais uma vez essa estratégia nos remete àquelas adotadas pelos serviços de TV por assinatura, uma vez que, se o telespectador tradicional se conecta ao canal da TV Globo pela televisão aberta, ele não possui acesso a nenhuma lista de programação. Entretanto, se o modo de acesso é fornecido mediante a contratação de pacotes de TV por assinatura, então, o telespectador consegue ter acesso à lista de programação da TV Globo.

Da mesma forma acontece no Globoplay: embora o link para a “programação completa” não apareça quando o usuário movimenta o cursor sobre o canal da TV Globo, ele consegue visualizar a lista de programas da emissora — de acordo com os dias e horários que vão ao ar — quando acessa o link “programação completa” que aparece sobre a faixa indicativa de qualquer outro canal fechado do Grupo Globo. Compreende-se essa possibilidade de acesso da pessoa que não é assinante do pacote “Globoplay + canais ao vivo” à lista da grade de programação dos canais do grupo como uma estratégia de modalização do usuário à contratação deste pacote segundo um querer fazer (BARROS, 2005). Ao utilizar esse mecanismo de autorreferencialidade do qual se constitui a lista de programação, o Globoplay pode modalizar o usuário por tentação, tendo em vista que à sua frente se expande uma lista de programas que são restritos a ele, podendo ser acessados apenas mediante contratação de pacote específico da plataforma.

É válido lembrar ainda que o enunciado “Agora na Globo” que substitui a indicação do programa em exibição é o mesmo que dava nome à interface “Agora na TV” anteriormente, quando nela era exibida apenas a programação da TV Globo. Considera-se essa estratégia, portanto, como uma maneira de retomar o modelo inicial de transmissão da programação da emissora no Globoplay, que tinha como referência o padrão utilizado na televisão aberta. Nessa fase inicial de disponibilização do conteúdo da TV Globo no Globoplay, não era apresentada ao usuário a lista indicativa da grade de programação da emissora na interface “Agora na Globo”. Tal interface se restringia unicamente a exibir a programação em fluxo televisivo, tal qual na televisão aberta.

Algo que corrobora a compreensão de que a transmissão em tempo real da programação da TV Globo no Globoplay passou a ter como referência o canal da emissora em televisão aberta é o fato de o comando “Assistir do início” não estar mais disponível na interface como antes. Entende-se que ela deixou de facilitar ao usuário o consumo da programação em fluxo fora do “tempo real”, não mais o direcionando ao momento do início do programa em exibição na grade televisiva. Caso o usuário que se conecta ao fluxo televisual após o início do programa deseje assistir a atração desde o início, ele deve movimentar o círculo da linha temporal até encontrar o momento exato de início do telejornal — ou do programa em exibição — e ver então a partir dali.

Se assim ele o faz, ou seja, se o usuário move o cursor sobre a linha temporal passando a assistir a programação em um tempo não simultâneo àquele televisual, então surge na tela o comando “Assistir agora”. Diante disso, compreende-se que a plataforma, enquanto destinadora da comunicação, busca modalizar o usuário a um querer/dever (BARROS, 2005) assistir a programação em tempo real. Embora o Globoplay ofereça a possibilidade de consumo de fluxo televisivo enquanto arquivo, a plataforma ainda possui o consumo do fluxo simultâneo enquanto padrão, estimulando-o e aproximando-se da forma de consumo televisual da TV Globo em sistema aberto. O Globoplay, por meio da interface “Agora na TV” busca, então, modalizar o internauta a se organizar para assistir ao telejornal — ou outro programa — dentro do fluxo televisivo em tempo real. Caso isso não seja possível, todavia, ele fornece ferramentas que facilitam a navegação do usuário pelo conteúdo já exibido, mas esse não é mais o padrão de consumo estimulado pela plataforma.

Considerações Finais

Compreende-se, portanto, que a TV Globo dentro do Globoplay tem buscado neste momento se aproximar do canal da emissora disponível na televisão aberta. Há uma remediação da TV Globo nesta modalidade (BOLTER; GRUSIN, 2000). Embora, em certo momento, a plataforma estivesse acrescentando a linguagem do banco de dados (MANOVICH, 2015) ao fluxo televisivisual (FECHINE, 2008; KILP, 2018a; MACHADO, 2001) e incentivando o seu consumo não simultâneo, observou-se um movimento de reaproximação da linguagem da interface “Agora na TV” à linguagem televisiva utilizada na televisão aberta.

Em relação ao canal da TV Globo percebe-se até mesmo um movimento de afastamento da estética dos canais de TV por assinatura. Isso porque os elementos utilizados para informar a respeito da grade de programação foram retirados da faixa que ancora o canal na interface “Agora na TV”, mas ainda permanecem presentes nas faixas que demarcam os canais de TV por assinatura, cuja programação está disponível aos assinantes do pacote “Globoplay + canais ao vivo”.

Esta interface, portanto, privilegia e reafirma a linguagem televisiva, principalmente no canal da TV Globo, cuja a estética se assemelha à da televisão em sinal aberto. O que se observa é o deslocamento do texto televisivo, com o efeito de sentido de concomitância existente no fluxo (FECHINE, 2008) transposto para uma base plataformizada.

Dessa forma, na interface analisada, a transmissão do Jornal Nacional se beneficia de todos os recursos da linguagem televisiva que foram inicialmente apresentados, como a transmissão direta e o efeito de sentido de ao vivo (FECHINE, 2008; KILPP, 2018a; MACHADO, 2001), a grade de programação (KILPP, 2003, 2018b; MACHADO, 2001), os tempos mortos (MACHADO, 2001), o efeito de sentido de presença (FECHINE, 2008) e as imagens médias (KILPP, 2018a). Também continua fazendo uso de imagens eletrônicas, dos recursos sonoros e gráficos do audiovisual, bem como explorando técnicas de edição (GUTMANN, 2014), uma vez que tais recursos existem enquanto virtualidade, podendo se atualizar isoladamente ou em conjunto nas mais diversas plataformas (KILPP, 2018a), tal qual acontece no Globoplay, carregando consigo a essência televisiva, as televisualidades (KILPP, 2017).

São mantidos, portanto, também no ambiente virtual os efeitos de sentido de “verdade”, “objetividade” e “imediatismo”, bem como de “atualidade”, “simultaneidade” que os dispositivos técnicos televisivos — como o “ao vivo” e a transmissão direta — são capazes de promover. Paralelamente a isso, como apresentado, outros elementos discursivos adicionais reforçam o caráter de atualidade, simultaneidade, imediatismo durante a exibição do telejornal na plataforma como, por exemplo, as indicações de “ao vivo” e o cromatismo vermelho, adicionados a diversos elementos.

Por fim, tendo em vista que no modelo da televisão aberta a transmissão ocorre por meio da concessão de espectros de frequência, que por sua vez depende de determinadas regulações, bem como de acordos políticos e econômicos, compreende-se que a TV Globo, diante de possibilidades de alterações no cenário tecnológico, político e econômico, tem buscado efetivar sua total migração para o ambiente virtual, consolidando a fruição da sua programação por streaming por meio do Globoplay. Considera-se esta uma estratégia do Grupo Globo para assegurar a manutenção do canal da TV Globo no mercado de comunicação mesmo diante de uma contingente impossibilidade de transmissão de sua programação em sistema de televisão aberta. Estima-se, contudo, que tais espectros de frequência, que atualmente entregam a programação dos canais televisivos, poderão, no futuro, ser substituídos pelo fluxo de dados e, nesse sentido, o Grupo Globo assume uma posição de vanguarda.

Referências

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