Territórios jornalísticos:

interseções, contraposições, complementações e similitudes nas definições conceituais

José Jullian Gomes de Souza1 e Maria Érica de Oliveira Lima2

Resumo

Como os conceitos acerca da relação entre jornalismo e território são abordados nas pesquisas em Comunicação e Jornalismo nos cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) no Brasil? Tendo essa pergunta como ponto de partida, nosso objetivo geral é analisar as interseções, contraposições, complementações e similitudes identificadas nas definições conceituais aplicadas nas pesquisas em comunicação e jornalismo, tendo como recorte analítico o uso dos conceitos de comunitário, local, regional, proximidade, interior e hiperlocal, que perpassam a relação com os territórios. Como objetivos específicos, propomos: (a) mapear a produção científica sobre jornalismo e território em programas de pós-graduação no Brasil; (b) analisar o conteúdo desses conceitos, como forma de observar como eles foram construídos e (c) observar as interseções e contraposições entre autores(as) e seus respectivos estudos. O quadro metodológico é composto por uma abordagem quanti-qualitativa, revisão bibliográfica e análise de conteúdo dos conceitos coletados, com recorte temporal entre 2005 e 2020. Constatamos com este estudo um número ainda reduzido de pesquisas que versam sobre os territórios jornalísticos na pós-graduação em Comunicação e Jornalismo no Brasil nos últimos quinze anos. Este artigo sinaliza também para as dificuldades de uma conceituação mais objetiva e os limites entre esses territórios de forma clara, não somente espacial, mas utilizando outros parâmetros (sociais, históricos, culturais, identitários etc.).

Palavras-chave

Jornalismo; Território; Comunicação; Pós-Graduação; Conceitos.

1 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação na Universidade Federal do Ceará (PPGCOM-UFC). E-mail: jullianjose64@gmail.com.

2 Professora do Curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (PPGCOM-UFC). E-mail: merical@uol.com.br.

Journalistic territories:

intersections, contrapositions, complementation and similarities in conceptual definitions

José Jullian Gomes de Souza1 and Maria Érica de Oliveira Lima2

Abstract

How are concepts about the relationship between journalism and territory approached in research in Communication and Journalism in postgraduate courses (master's and doctorate) in Brazil? Having this question as a starting point, our general objective is to analyze the intersections, contrasts, complementation and similarities identified and analyzed in the conceptual definitions applied in research in communication and journalism, having as an analytical cut the use of the concepts of community, local, regional, proximity, interior and hyperlocal, which permeate the relationship with the territories. As specific objectives, we propose: (a) mapping the scientific production on journalism and territory in graduate programs in Brazil; (b) analyze the content of these concepts, as a way of observing how they were constructed and (c) observe the intersections and oppositions between authors and their respective studies. The methodological framework is composed of a quantitative-qualitative approach, bibliographic review and content analysis of the concepts collected, with a time frame between 2005 and 2020. With this study, we found a still small number of researches that deal with journalistic territories in graduate studies in Communication and Journalism in Brazil, in the last fifteen years. This paper also points to the difficulties of a more objective conceptualization and the limits between these territories in a clear way, not only spatially, but using other parameters (social, historical, cultural, identity, etc.).

Keywords

Journalism; Territory; Communication; Postgraduate Studies; Concepts.

1 Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação na Universidade Federal do Ceará (PPGCOM-UFC). E-mail: jullianjose64@gmail.com.

2 Professora do Curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (PPGCOM-UFC). E-mail: merical@uol.com.br. 

Introdução

Pensar os territórios jornalísticos a partir dos conceitos de jornalismo comunitário, local, regional, proximidade, interior e hiperlocal é o objetivo central deste estudo. Buscamos realizar um mapeamento a partir das pesquisas na pós-graduação stricto sensu no campo da Comunicação e Jornalismo, nos últimos quinze anos (2005-2020), visualizando e apresentando como os conceitos foram trabalhados.

Esse movimento é fundamental para compreendermos como diversos autores e pesquisas apresentam os conceitos e dialogam com os diferentes territórios. O que nos direciona para identificar como tais conceitos propiciam uma construção de pertencimento, proximidade e identidades entre o jornalismo, sujeitos e os espaços geográficos.

O nosso objetivo geral é analisar as interseções, contraposições, complementações e similitudes presentes nas definições conceituais aplicadas nas pesquisas em jornalismo, tendo como uso os conceitos de comunitário, local, regional, proximidade, interior e hiperlocal, que perpassam a relação com os territórios. Como objetivos específicos, propomos: (a) mapear a produção científica sobre jornalismo e território em programas de pós-graduação no Brasil; (b) analisar o conteúdo desses conceitos, como forma de observar como eles foram construídos e (c) observar as interseções e contraposições entre autores(as) e seus respectivos estudos.

Neste sentido, estruturamos o texto em três momentos: uma discussão sobre os territórios midiáticos, um mapeamento quanti-qualitativo das produções acadêmicas e a análise de conteúdo sobre os conceitos identificados no levantamento bibliográfico.

Quadro metodológico: um percurso de pesquisa

Para este estudo partimos de uma abordagem quanti-qualitativa, que segundo Minayo e Sanches (1993) é pensada como complementação e não oposição. Pois, enquanto a pesquisa quantitativa objetiva a análise dos dados brutos identificando as causas de um fenômeno e as relações entre as variáveis, a pesquisa qualitativa considera como característica a hierarquização das ações de descrever, compreender e explicar as relações do fenômeno. Ou seja, há uma complementaridade que torna a análise mais aprofundada. A estratégia de pesquisa envolve também o levantamento sistemático estudo da bibliografia acerca do tema jornalismo e território.

Para tanto, a busca ocorreu especificamente na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), no período 2005-2020. Ressaltamos que as instituições que possuem cursos de mestrado e doutorado no campo da Comunicação, mas que não estão com as pesquisas cadastradas na plataforma não foram visualizadas para a coleta. Para a recuperação dos estudos utilizamos a combinação dos seguintes descritores, buscados nos títulos e resumos: “jornalismo + comunitário”, “jornalismo + local”, “jornalismo + regional”, “jornalismo + proximidade”, “jornalismo + interior” e “jornalismo + hiperlocal”.

Para esta pesquisa utilizamos a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016), que estrutura o método em: organização da análise, codificação, categorização e inferência. Contudo, neste estudo optamos por usar apenas três elementos dessa estrutura (organização da análise, categorização e inferência), visto que serão elas que poderão ser aplicadas na análise dos conceitos selecionados.

Breve discussão conceitual sobre território

A etimologia da palavra território tem sua origem no latim “territorium”, sendo derivada do vocábulo latino “terra”, o que significa uma determinada parcela de terra apropriada e administrada politicamente. Todavia, o conceito de território não é concebido de forma consensual entre os pesquisadores. São várias as concepções estabelecidas conforme as influências históricas.

Assim, a compreensão acerca do conceito de território, especialmente no campo geográfico, tem sido alvo de intensos debates a longo do tempo. Souza (1995, p. 78) conceitua o território como “[...] espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder”. Desse modo, o território está relacionado como um instrumento de poder: “[...] quem domina ou influencia quem nesse espaço, e como” (SOUZA, 1995, p. 79).

Haesbaert (1997), partindo da percepção de Souza (1995), compreende o conceito de território como um espaço dominado e controlado politicamente, a partir das relações de poder. Contudo, o autor acrescenta duas dimensões: a simbólica e a afetiva. Desse modo, o território seria um espaço apropriado tanto material quanto imaterialmente, repleto de significado e sentido, sendo um instrumento de poder.

Território, assim, em qualquer acepção, tem a ver com poder, mas não apenas ao tradicional ‘poder político’. Ele diz respeito tanto ao poder no sentido mais concreto, de dominação, quanto ao poder no sentido mais simbólico, de apropriação. (HAESBAERT, 2004a, [s.p]).

É interessante observar como essas conceituações, tanto de Souza (1995) quanto de Haesbaert (1997, 2004a) dialogam com a noção do território jornalístico, no sentido de apropriação de caráter simbólico, de poder e dominação.

Assim, o território “desdobra-se ao longo de um continuum que vai da dominação político-econômica mais ‘concreta’ e ‘funcional’ à apropriação mais subjetiva e/ou ‘cultural-simbólica’” (HAESBAERT, 2004b, p. 96) (grifo nosso). Frente ao exposto, podemos entender que, de modo geral, o território é marcado pelo predomínio da zona de poder conforme as intencionalidades dos sujeitos e instituições (SILVA, 2015).

Ainda sobre o território, precisamos considerar as obras realizadas pelo geógrafo Milton Santos. Durante os anos 1970, a sua compreensão perpassa uma noção de território ligada ao Estado; nos anos 1980, traz uma configuração territorial relacionada com a paisagem e; nos anos 1990, entende uma ideia de território usado, multiescalar. Assim, Santos (1993) identifica que o território não é somente um fundamento do Estado-nação, mas algo usado, funcionando como um conjunto de objetos e ações que pode ser formado no período contemporâneo por lugares contíguos e lugares em rede.

Já nos anos 2000, o autor parte de uma percepção do território marcado pela globalização sob o paradigma do meio técnico-científico informacional. Todo esse breve percurso temporal do conceito nos possibilita compreender que há uma forte tendência a identificar o território como um lugar de poder. E quando direcionamos essa visão para o contexto do jornalismo, esse poder pode ser percebido na busca pela demarcação da produção de informação.

Além disso, o território também funciona como uma demarcação de pertencimento e construção de identidade.  De acordo com Medeiros, Valduga e Lindner (2017, p. 99), a “identidade pode estar associada aos sujeitos e também aos objetos. São valores simbólicos ligados a uma identidade carregada de subjetividade e de objetividade de forma simultânea”. Os autores ainda complementam, explicitando que a identidade, mais do que o próprio território, funciona como elemento de significação e artificialização para a constituição do território (MEDEIROS, 2009).

Neste sentido, é a partir da diversidade dos territórios que se constroem novas identidades, às vezes, fazendo percurso contrário aos interesses dos grupos historicamente hegemônicos. Uma vez que, os significados, os sentidos e os valores de um dado espaço, e que constituem a sua identidade, nem sempre existiram e não são inerentes à natureza. São construtos inventados e reinventados pelo homem.

Frente ao exposto, entendemos que essa breve contextualização sobre o conceito de território nos ajuda na reflexão dos territórios jornalísticos, bem como nas dinâmicas de apropriação pelos sentidos de comunitário, local, regional, proximidade, interior e hiperlocal para identificarmos como o jornalismo se apropria, se aproxima e se relaciona com o território e os sujeitos.

Territórios jornalísticos

As dinâmicas entre jornalismo e território são designadas por diferentes pesquisadores internacionais e nacionais, que fazem uso de diversos conceitos com o objetivo de explicitar uma relação de intimidade, proximidade, identidade e pertencimento para e sobre a produção jornalística nos diversos territórios existentes. Sendo assim, nesta seção iremos apresentar as discussões a partir da temática “jornalismo e território”.

A compreensão das diferentes conceituações perpassa pelos desafios dos empregos de tais conceitos na literatura da área, pois nem sempre há uma discussão epistemológica que justifique a sua utilização (OLIVEIRA FILHO, 2018). Acerca dos conceitos de jornalismo do interior, local e regional Aguiar (2016), ao se referir sobre essa "tríade jornalística" como algo feito à parte, questiona:

‘Jornalismo do interior’, ‘jornalismo local’ ou ‘jornalismo regional’? Essas são as denominações mais comuns atribuídas as práticas jornalísticas que se diferenciam das chamadas ‘grande imprensa’ das regiões metropolitanas por duas particularidades: a maior proximidade geográfica em relação aos fatos que reportam, com os leitores que privilegiam e com as fontes às quais dão voz; e a forte identidade sociocultural e político-econômica com os territórios em que circulam (ou que alcançam). (AGUIAR, p. 1, 2016) (grifo nosso).

Ou seja, há uma tentativa de denominação dessas práticas que excedem os limites territoriais das grandes cidades e que apresentam as suas singularidades, bem como as relações pautadas na dinâmica economia e política — que, por assim dizer, é uma relação indispensável para observar os meios de comunicação. Desse modo, a utilização dos conceitos investigados (comunitário, local, regional, proximidade, interior e hiperlocal) tende a buscar essa aproximação, partindo de pontos de vistas que ora convergem, ora divergem, ora se distanciam, ora se aproximam. Mas como isso acontece é o que veremos nas páginas a seguir.

É o caso do uso do conceito de comunitário. Como expressa Peruzzo (2005, p. 73): “[...] o comunitário não pressupõe uma compreensão uníssona [...]” e essa mesma ideia se resvala nas concepções de local e regional. Assim, como corrobora Bourdin (2001) para a discussão, definir as fronteiras entre o que é comunitário, local e regional é impossível. Será?

Além disso, para além do espaço geográfico alguns autores entendem a importância das relações culturais e identitárias entre o jornalismo e o território. O que torna possível refletir sobre o quesito geográfico. De modo isolado, ele não dá conta da complexidade de interação do fenômeno, sem as percepções e inferências das próprias dinâmicas internas desses territórios e sujeitos. A introdução da mídia eletrônica como a televisão e, hoje, dos meios digitais, possibilita a manutenção da relação entre territórios e sujeitos por meio das telas e da conexão via internet.

Assim, saber uma notícia do interior do Brasil, estando no Japão, por exemplo, atualmente, não apenas é possível como problematiza o sentimento dos laços de pertencimento com determinado território. Porque o efeito e o grau de “proximidade” não dizem respeito somente o quão perto o sujeito está de dada localidade, mas, sim, do modo como ele se relaciona com esse espaço, seja físico ou mediado pelas novas tecnologias.

Desse modo, vale refletir tal perspectiva dentro das concepções de territorialidade e multiterritorialidade. A territorialidade diz respeito às dimensões políticas, econômicas e culturais e se relaciona com a forma de organização dos sujeitos no espaço (HAESBAERT, 2010). Ou seja, são múltiplos territórios que direcionam para o entendimento de uma territorialidade. Por isso, partir apenas de uma percepção geográfica torna-se limitada e de difícil tarefa.

O segundo conceito apresentado pelo autor é o de multiterritorialidade. Ela aparece com uma alternativa conceitual, pois “[...] estamos na maior parte das vezes vivenciando a intensificação e complexificação de um processo de (re)territorialização muito mais múltiplo, ‘multiterritorial’” (HAESBAERT, 2010, p. 19). Ou seja, a multiterritorialidade perpassa pela conexão no âmbito digital, na ampliação desse território e na noção de identidade e pertencimento que não mais está apenas ao domínio do espaço físico, mas em processo de expansão e diálogo com as novas formas de comunicação e interação entre território e sujeitos.

Conforme Coutinho (2008), o vínculo e a identidade social seriam fundamentados, dentro de uma concepção simbólica, a partir de uma valorização do encontro, da proximidade, das afinidades visualizadas, bem como das especificidades sociais e culturais que são partilhadas. É o caso do rádio, que tem uma forte característica vinculada ao local e ao comunitário. Uma vez que “[...] com sua trajetória e os serviços proporcionados, apresenta uma inter-relação muito incontestável” (LIMA; LOPES, 2016, p. 151), sobretudo, devido a sua inserção nos territórios de norte a sul, de leste a oeste, das capitais ao interior.

E quando trazemos para o contexto atual, o rádio, historicamente local, torna-se expandido, realizado e transmitido geograficamente de um espaço local, mas atingindo e interagindo com a audiência para além desse território físico. Literalmente, podemos dizer que as ondas do rádio estão “surfando” pelas ondas digitais que ampliam o seu alcance e potencialidade. Desse modo,

[...] as discussões sobre o jornalismo local e regional [e outros conceitos territoriais que podem ser aliados] não devem se restringir apenas às questões geográficas, mas sim, estarem atentas às dinâmicas socioculturais que envolvem os espaços onde as mídias atuam, como a língua, aspectos cultural e históricos. (OLIVEIRA FILHO, 2018, p. 3).

E aos laços afetivos que são construídos ao longo do tempo entre os sujeitos e os territórios. Esse movimento se transforma em decorrência das próprias mudanças midiáticas, tanto com o surgimento das novas mídias, bem como das novas possibilidades de interação com os espaços que elas proporcionam na contemporaneidade.

Mapeamento da produção acadêmica

O segundo momento deste estudo se configura a partir do mapeamento das pesquisas científicas. Com a coleta de dados realizada na BDTD, mapeamos as pesquisas tanto pela temporalidade, Programa Pós-Graduação (PPG) e área temática. Assim, identificamos um total de 47 pesquisas entre dissertações e teses produzidas no período entre 2005 e 2020 no Brasil em diversas áreas do conhecimento (História, Desenvolvimento Regional, Memória e Patrimônio, Sociologia, Políticas Públicas, Saúde, Educação, Ciências da Informação, Comunicação e Jornalismo). Já no campo da Comunicação e do Jornalismo, especificamente, verificamos 26 trabalhos sendo apenas oriundos do curso de mestrado (Gráfico 1):

Gráfico 1 - Número de dissertações da Comunicação/Jornalismo.

https://bit.ly/3X0zuYr 

         Fonte: Elaborado pelos autores (2022)

Com os dados quantitativos é possível observar que grande parte dos trabalhos realizados na pós-graduação stricto sensu foram produzidos no curso de mestrado (dissertações) e distribuídos nos eixos: jornalismo comunitário (2), jornalismo local (9), jornalismo regional (7), jornalismo de proximidade (2), jornalismo do interior (5) e jornalismo hiperlocal (1). Buscando também apresentar a quantidade de dissertações produzidas, a partir da relação entre os conceitos e as cinco regiões brasileiras, temos na Tabela 1, o seguinte resultado:

Tabela 1 - Dissertações dos programas de pós-graduação em Comunicação/Jornalismo.

https://bit.ly/3Gfx82a 

Fonte: Elaborada pelos autores (2022)

Visualizamos que a região Sudeste concentra a maior quantidade de dissertações elaboradas (9), apenas não apresentando pesquisas sobre o eixo “jornalismo comunitário”; a região Sul (11), que apenas não contempla o “jornalismo hiperlocal”; a região Nordeste (4), apresentando pesquisas somente nos termos “jornalismo local” e “jornalismo regional” e; a região Centro-Oeste (2), também com pesquisas nos termos “jornalismo local” e “jornalismo regional”. A região Norte foi a única a não apresentar dados sobre a produção de estudos em jornalismo que estejam direcionados para a temática mídia e território mediante a busca com os descritores utilizados.

É preciso considerar, acerca deste último dado, que a região Norte é uma das que possuem o menor número de PPGs em Comunicação. A região concentra dois PPGs na área, um em Comunicação da Universidade Federal de Roraima, possuindo um curso de mestrado acadêmico e outro em Comunicação, Cultura e Amazônia na Universidade Federal do Pará, possuindo um curso de mestrado profissional e outro de doutorado acadêmico. O que não inviabiliza a realização de pesquisas sobre a região in loco, podendo ser executada em outras regiões. Mas, evidencia maiores dificuldades de realizações de pesquisas sobre o seu espaço em PPGs da própria região. Outro ponto observado pelo estudo é a localização das pesquisas nos PPGs. Para isso, situamos no Quadro 1, uma organização minuciosa dos dados explicitados conforme região, termo e PPG da área da Comunicação/Jornalismo:

Quadro 1 - Dissertações por região, conceito e programa de pós-graduação em

Comunicação/Jornalismo.

https://bit.ly/3WJLvRO 

Fonte: Elaborado pelos autores (2022)

Visualizamos, de modo geral, uma concentração das pesquisas em universidades públicas e em sua grande maioria federais. As universidades privadas também estão representadas pela PUC-SP e UMESP na região Sudeste, especificamente no estado de São Paulo; e UNISINOS e PUC-RS na região Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Mais uma vez, a região Norte não apresenta informações a serem analisadas. Os dados revelam também que as instituições UFG, UMESP, UNESP, UEPG, UNISINOS, UFSC apresentam pesquisas sobre jornalismo e território em mais de um conceito analisado.

O que aponta para a observação de que em tais PPGs de Comunicação há uma propensão para os estudos sobre a temática em suas linhas de pesquisa, bem como de estudantes/pesquisadores interessados no campo de pesquisa. Torna-se interessante esclarecer que a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), mesmo possuindo um Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades não apresentou dados mediante a seleção e combinação de descritores na busca e recuperação (título e resumo) na BDTD, o que justifica a falta de dados sobre a instituição.

Mediante a apresentação da análise dos dados quantitativos, nos deteremos, numa análise qualitativa a partir do conteúdo para a compreensão dos conceitos. Isso possibilitará analisar quatro pilares específicos: interseção, contraposição, complementação e similitude. Esses pilares foram observados mediante a apresentação dos conceitos e nos ajudam a investigar as operacionalizações conceituais realizadas pelos autores.

O que revelam os conceitos?

No Quadro 2, sistematizamos as operações realizadas com o uso dos conceitos pelos autores, no período correspondente entre 2005 e 2020, a partir de uma interlocução entre jornalismo e território.

Este é o caso das pesquisas que versam sobre jornalismo comunitário, local e regional. O trabalho de Peruzzo (2005) intitulado “Mídia regional e local: aspectos conceituais e tendências”, é um dos mais utilizados para a discussão, observado em cerca de 95% das pesquisas recuperadas na BDTD. É o mesmo caso dos trabalhos que discorrem sobre o jornalismo do interior e jornalismo de proximidade.

No primeiro, as pesquisas de Beatriz Dornelles direcionam para compreender a dinâmica entre jornalismo e a sua presença nos espaços interioranos. No segundo, o pesquisador português Carlos Camponez, com a obra Jornalismo de proximidade: rituais de comunicação na imprensa regional (2002), apresenta questões e posicionamentos que propõem a construção teórica-conceitual de jornalismo de proximidade.

Essas tessituras conceituais são exploradas pelos autores em suas pesquisas para compreender, definir e situar os territórios jornalísticos em conjunto com os objetos de pesquisa. Além disso, buscamos identificar as contribuições das pesquisas para a discussão conceitual na área, ampliando, alargando e apontando para possíveis questões ainda não exploradas parcial ou totalmente por estudos passados.

Partimos, assim, da difícil tarefa em compreender a conceituação de jornalismo comunitário. Inferimos que percepções como “defesa da cidadania”, “interesses da comunidade”, “questões especificas”, “prestação de serviço” e “circulação limitada” são descrições apresentadas nas pesquisas coletadas, que tendem para uma interseção. E, que por sua vez, estão alinhadas com as ideias de Peruzzo (2005, p. 72) de que a comunicação comunitária é “[...] inerente a organizações e movimentos populares”.

Contudo, há uma dificuldade na sua conceituação expressa pelos pesquisadores em suas dissertações, relacionadas com a questão geográfica e ao nível de precariedade dos meios de comunicação em caráter comunitário. Assim, numa tentativa em distinguir dois tipos de jornalismo (comunitário e local), as pesquisas tendem a conceber o jornalismo comunitário como aquele em que as pautas são de interesse específico e o jornalismo local, por tratar de assuntos mais gerais. O que, de forma bruta e simplista, não corrobora para um entendimento mais refinado e concreto desses dois tipos de jornalismo.

A definição apresenta uma problemática nesse entrelaçamento de conceitos, ao qual pode ser acrescido o conceito de jornalismo regional. Para a discussão podemos retornar à Peruzzo (2005, p. 73) que fez o seguinte questionamento: quais as fronteiras entre o comunitário, o local e o regional? A resposta evidenciada pela autora seria a partir das relações entre esses territórios, mediante a proximidade entre eles. Aqui, podemos compreender três aspectos que tendem a ajudar na compreensão: (i) a questão das fronteiras e das quebras dessas fronteiras; (ii) a questão do território que se expande para além do geográfico e pode ser entendida mediante a base cultural, ideológica, idiomática e circulação de informação e; (iii) a discussão sobre as localidades frente ao cenário da globalização.

Desse modo, podemos evidenciar algumas características comuns acerca do jornalismo comunitário como: “protagonismo cidadão”, “mobilização social” e “evocação da cidadania”. São percepções que podem corroborar para uma ideia de fragmentação do conceito, pois os pontos apresentados foram visualizados em estudos diferentes. No qual o comunitário tende a dar voz e visibilizar as classes mais afetadas da sociedade, ou de uma forma mais radical, as vozes, por muitas vezes, silenciadas.  Já o conceito de local apresenta maior solidez dentre os autores e as pesquisas investigadas. É uma ideia que não se restringe ao espaço geográfico, pois há uma percepção de expansão para as questões de identidade e pertencimento com o território que atravessam os habitantes do espaço geográfico.

Pensar o jornalismo no âmbito local é considerar o espaço geográfico, o lugar de produção e de cobertura dos acontecimentos, o espaço de circulação, os conteúdos locais, a informação disponível, o interesse do público local e a economia das regiões (MOREIRA; DEL BIANCO; MARTINS, 2021). O que direciona a atenção para a noção de proximidade na questão da localidade para a produção jornalística. Tendo, assim, uma recriação da identidade e do território, inclusive da profissão e seus públicos.

As pesquisas também apontam para uma visualização do jornalismo local como “reforço das características locais” na produção de informação, “retrato da realidade local” e, ainda, um jornalismo em que a “produção e emissão ocorrem na mesma área” de implantação da organização. Na contraposição, visualizamos a compreensão de local atrelada aos seguintes aspectos: “amadorismo/ausência de profissionalismo”, “baixa exigência do público”, “extensão de uma conversa informal” e “próxima do caráter comunitário”. Caracteres que não correspondem com o entendimento de grande parte das pesquisas analisadas, uma vez que tais aspectos poderiam ser mais próximos da ideia de comunitário, partindo da premissa que o conteúdo é mais importante do que a forma.

No âmbito do jornalismo regional, os desafios de conceituação perpassam pelo comunitário e o local. Porém, os autores sinalizam para um “privilégio da transmissão” a partir da cidade sede onde a empresa de comunicação está localizada, como um ponto de vista mais específico sobre o regional. Como no caso da ideia de local, as contraposições direcionam o foco para a “falta de recursos”, “extrapola os limites territoriais da rede”, “orientações advindas do âmbito nacional” e “embate simbólico”. Já as complementações aplicadas ao conceito entendem que o jornalismo regional objetiva “preencher lacunas de informação” direcionadas a um público que nem sempre é contemplado pelo jornalismo nacional. Além disso, ele tem um “público segmentado”, o que é importante por tratar de questões específicas e pontuais da realidade, problemas e cotidiano das pessoas.

O conceito de jornalismo de proximidade é trabalhado pelo português Carlos Camponez (2002). De acordo com ele,

[...] a questão da proximidade [...] trata-se de uma questão transversal no jornalismo, no esforço de comunicar conteúdos considerados pertinentes aos seus leitores e, particularmente, na definição de estratégias empresariais com o objectivo de conseguirem a fidelização dos públicos. (CAMPONEZ, 2002, p. 113).

Quadro 2 - Interlocução conceitual entre jornalismo e território.

https://bit.ly/3WzddR8 

Fonte: Elaborado pelos autores (2022)

Essa visualização corrobora com as similitudes identificadas nas dissertações, uma vez que a relação entre jornalismo e território, no âmbito da proximidade, é destacada pelo “vínculo de pertencimento/vivência”, “fator de familiaridade e identificação” e “singularidades do território”.

Além disso, há um contraponto a ser considerado no conceito de jornalismo de proximidade: os “diferentes pontos de vista a partir dos cidadãos”, a “delimitação do território” e a “expansão do sentimento de proximidade com as tecnologias”. Se por um lado a ideia de proximidade tende a valorizar a relação entre sujeito e território, tendo como mediador o jornalismo, essa (re)valorização do espaço, hoje, ocorre também na forma como os cidadãos entendem o que é essa proximidade e a partir da sua transformação. Visto que, com o avanço das possibilidades tecnológicas, a proximidade expande o que alguns autores já disseram sobre o sentimento de pertencimento e a construção das identidades com o território, mesmo não estando fisicamente. É o que Haesbaert (2010) apresentou como multiterritorialidade, na qual as novas condições tecnológicas implicam na relação com o território.

Porque a delimitação do território apenas pela via geográfica é insuficiente para refletir acerca da relação sujeito-território. Como falamos anteriormente, o território também funciona como uma relação de poder que do ponto de vista do jornalismo ou da mídia, tende a ser ainda mais expressiva.

Assim, pensando nas diferentes mídias, a televisão é uma das primeiras que alteraram a noção de proximidade, com o seu alcance exponencial pelo território brasileiro e internacional. E com o advento da internet esse alcance se tornou ainda mais acelerado e potente, pois em um clique é possível saber o que está acontecendo num determinado espaço mesmo estando do outro lado do mundo. E isso foi sendo difundido com o jornalismo digital e com o rádio, que tendo sua origem local, agora é também globalizado pelas tecnologias.

Outro conceito é o de jornalismo do interior, que indica uma especificidade maior do que quando se fala em comunitário e local. Pinto (2015) e Aguiar (2016) percebem uma tentativa de entender esse território como algo a parte, limitações e particularidades. Essa compreensão dificulta uma noção conceitual do que seria o jornalismo do interior. Na análise dos dados surgem noções como: “informação de proximidade no interior”, “características específicas”, “dificuldade de definição das fronteiras” e “parte interna do país”.

As contraposições identificadas compreendem que o jornalismo do interior perpassa pelo “jornal comunitário”, ideia de “localismo”, um “espaço limitado” e “amarrado ao espaço geográfico de produção na notícia”, bem como “sem ligação com os conglomerados de comunicação”. São percepções que entendem esse tipo de jornalismo de modo pejorativo, visto que tais adjetivos em nada acrescentam algo positivo. Neste sentido, as contribuições acadêmicas de Beatriz Dornelles são fundamentais para dar visibilidade ao jornalismo praticado no interior, além de versar luz à questão.

De acordo com a autora (2012), o jornalismo do interior tende a valorizar a proximidade — característica evidente na análise das dissertações — e, em muitos casos, visto como um jornalismo de “segunda categoria” por se restringir a uma determinada localidade e público nos interiores do Brasil. Além disso, a produção acadêmica “[...] ainda não credita aos jornais do interior a importância que eles de fato possuem para as suas comunidades, bem como não apresenta estudos aprofundados sobre a forma de produção dessas publicações” (DORNELLES, 2012, p. 22).

Sendo assim, a partir dos dados coletados, o jornalismo do interior é compreendido como aquele que é produzido no “território midiático que não o das capitais” e é “praticado em pequenas cidades no interior”. Ele tende a uma “alimentação da tradição e identificação” e busca “salientar os valores da comunidade”, que é fundamental e, sobretudo, possível devido ao seu caráter de localismo vigente e a sua preocupação com os problemas do ponto de vista da proximidade com o público.

Ou seja, esse localismo no jornalismo interior busca divulgar e apresentar as necessidades e reivindicações da sociedade interiorana, o que extrapola uma visão simplista de território geográfico. O último conceito analisado é o de jornalismo hiperlocal. Acerca das dissertações buscadas na BDTD, visualizamos somente uma pesquisa realizada na Universidade Metodista de São Paulo, em 2016. Dessa forma, para balizar e entender os pontos destacados no quadro 2 (interseção, contraposição, complementação e similitude) utilizamos autores citados pela pesquisa com o objetivo em dialogar sobre o jornalismo hiperlocal.

A pesquisa destaca que o jornalismo hiperlocal parte de uma “informação precisa sobre o local de interesse do usuário”, objetiva “maior engajamento” e tem o seu “interesse pelo território local”. Lemos (2009) sinaliza que ocorre a partir do cruzamento de notícias no espaço local, expandido e (re)valorizado pela tecnologia.

Isso torna possível entender o jornalismo hiperlocal partindo da ideia de “ampliação da comunicação aplicada a uma dimensão local”, “irradiação do conteúdo” e na “ajuda em definir a identidade” na relação com o mundo digital. Assim, o hiperlocal tende a apresentar a informação de forma precisa sobre o local de interesse do público presente na tessitura contemporânea da comunicação sob a presença de ambientes, ferramentas e dispositivos tecnológicos perpassando pela globalização. Como? Ampliando, significativamente, o nível de conversação a um nível da relação local-global, mediado pelos aparatos e dispositivos tecnológicos.

Considerações Finais

Constatamos um número ainda reduzido de pesquisas que versam sobre os territórios jornalísticos na pós-graduação em Comunicação/Jornalismo no Brasil, nos últimos quinze anos. Elas estão sendo produzidas nos cursos de mestrado e apesar de identificarmos pesquisas em quase todas as regiões do país, estão centradas no eixo Sudeste-Sul e não aparecem dados sobre a região Norte. É preciso fazer uma ressalva acerca dessa informação, visto que há estudantes que fazem a migração de região e estado para desenvolverem as suas pesquisas. O que, possivelmente, pode ser o caso dos estudantes da região Norte do Brasil, bem como de outras regiões. Além disso, verificamos que, de certo modo, são reduzidas as tentativas de uma contribuição mais sólida dos conceitos apresentados nas dissertações. Ou seja, de novas proposições e ideias. No geral, há a utilização dos conceitos explicitados por outros autores e aplicados aos contextos de cada pesquisa.

Buscamos apresentar um mapeamento não somente quantitativo, mas qualitativo acerca dos próprios conceitos utilizados como forma de entender e refletir como eles dialogam, divergem e se diferenciam. Com isso, temos uma visualização inicial para refletir o uso conceitual, especificamente quando a discussão sobre o território no âmbito jornalístico, mesmo hoje, parece indicar dificuldades de uma conceituação mais objetiva e os limites entre eles, bem como outros parâmetros (sociais, históricos, culturais, etc.).

Neste sentido, salientamos também que novos estudos podem ser realizados aumentando a gama de possibilidades de uso de descritores, quando pensamos, por exemplo, no contexto das mídias: impresso, rádio (radiojornalismo), televisão (telejornalismo) e internet (jornalismo digital). Isso aumentará o corpus da pesquisa e a possibilidade de uma ampliação da análise. Além disso, a pesquisa pode ser feita também utilizando outros estudos como artigos de periódicos e anais de eventos, apresentando um mapeamento mais robusto. Toda essa gama de novas possibilidades de estudos tende, ainda mais, a colaborar para uma ampliação da discussão sobre os territórios jornalísticos. Especialmente, quando direcionados para a introdução e interferência das mídias digitais.

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