O Progressinho (1986-1987):

análise do suplemento infantil que circulou no interior do Maranhão

Gabriela Almeida Silva1 e Thaísa Bueno2

Resumo

Esta pesquisa tem o objetivo de registrar e apresentar o perfil de publicação do suplemento infantil O Progressinho, que circulou em Imperatriz (MA) por um ano, no período de 1986 a 1987. O veículo, que era encartado pelo jornal O Progresso, ainda editado na cidade, chegou a ser listado entre os cinco melhores jornais infantis no prêmio nacional promovido pelo cartunista Mauricio de Sousa. Apesar do importante papel histórico para a imprensa regional, entre outras coisas por ser o único do qual se tem conhecimento até os dias atuais que foi voltado para crianças em Imperatriz, o veículo nunca foi anteriormente estudado e não há, sobre ele registros e análises. Em péssimas condições de armazenamento na sede do jornal e, inclusive, com edições extraviadas, o veículo ganha, por meio desta pesquisa, seu primeiro registro. A análise descritiva buscou contribuir para memorizar a existência e o papel do veículo na história da imprensa local. Por meio de entrevistas e da Análise de Conteúdo, a pesquisa apresenta um panorama geral de como foi a implementação do projeto na cidade, bem como o tipo de conteúdo que ele publicava. O resultado pretende contribuir para entender a história da imprensa regional e para as discussões em torno do jornalismo segmentado no público infantil.

Palavras-chave

Jornalismo Infantil; O Progressinho; Imperatriz (MA); Crianças; Década de 1980.

1 Mestranda e bolsista CAPES pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA/Imperatriz). Integra o grupo de pesquisa em Comunicação e CiberCultura (GCiber). E-mail: gabrielaalmeida.gc@gmail.com.

2 Doutora em Comunicação Social pela PUC-RS. Professora adjunta da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA/Imperatriz). Coordenadora do grupo de pesquisa em Comunicação e Cibercultura (GCiber). E-mail: thaisabu@gmail.com. 

O Progressinho (1986-1987):

the analysis of the children’s supplement which circulated in Maranhão’s countryside

Gabriela Almeida Silva1 and Thaísa Bueno2

Abstract

This research aims to register and to introduce the profile of publications of the children’s supplement O Progressinho, which circulated by city in Imperatriz (MA), for a year, during 1986-1987. The vehicle was inserted by the newspaper O Progresso, which is still published in the city, it was even listed among the five best children’s newspaper in the national prize promoted by cartoonist Mauricio de Sousa. Despite the important historical role for the regional press, among other things because it is the only one that has knowledge aimed at children in Imperatriz until the present day, the vehicle has never been previously studied and there are no records and analyzes on it. In poor conditions of storage at the newspaper’s headquarters and even with lost editions, the vehicle gains, through this research, its first record. The descriptive analysis sought to contribute to record the existence and role of the vehicle in the history of the local press. Through description and Content Analysis, the research presents an overview of how the project was implemented in the city, as well as the type of content it published. The result intends to contribute to understand the history of regional journalism and the discussions about journalism aimed at children.

Keywords

Children’s Journalism; O Progressinho; Imperatriz (MA); Kids; 1980’s.

1 Mestranda e bolsista CAPES pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA/Imperatriz). Integra o grupo de pesquisa em Comunicação e CiberCultura (GCiber). E-mail: gabrielaalmeida.gc@gmail.com.

2 Doutora em Comunicação Social pela PUC-RS. Professora adjunta da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA/Imperatriz). Coordenadora do grupo de pesquisa em Comunicação e Cibercultura (GCiber). E-mail: thaisabu@gmail.com.

Introdução

A sistematização dos jornais por editorias é um fenômeno do século XX. No Brasil, tal ordenação consolidou-se entre o fim dos anos 1980 e o início de 1990.  O formato abriu espaço para a especialização do conteúdo, permitindo a possibilidade de novos nichos (SILVA, 1996; TAVARES, 2009; NORA, 2011) e, apesar de o jornalismo infantil não ser um modelo recente, foi nesse período que ganhou uma expansão mercadológica (VARÃO; BEMFICA, 2009; FERREIRA, 2007). E é nesse cenário que surge o veículo aqui estudado.

O Progressinho foi um suplemento infantil veiculado semanalmente no período de um ano (1986-1987) em uma das cidades-polo do interior do Maranhão, Imperatriz. Era parte integrante do jornal regional O Progresso, que atualmente é o único veículo impresso da cidade. Na época o suplemento fez parte de uma proposta de mudança no formato do conteúdo do jornal, com a implementação de produtos mais culturais nos cadernos de domingo (ASSUNÇÃO; PINHEIRO, 2012).

A elaboração do encarte contou com o esforço único de sua idealizadora, a pedagoga Maria das Graças Godinho, que era cônjuge do proprietário do jornal O Progresso. A proposta era a criação de um suplemento apenas para crianças com distribuição gratuita e apoio do poder público. Esta colaboração não foi concretizada e é apontada como a principal causa do fim de O Progressinho. Mesmo com o término precoce, a publicação segmentada fez história. O sucesso ganhou ares nacionais, e em 1987 foi apontado como um dos cinco melhores jornais infantis do Brasil em concurso nacional promovido pelo famoso cartunista Mauricio de Sousa [1].

E mesmo com sua importância para a história da cidade, enfatiza-se que até o momento desta pesquisa nenhum outro estudo/registro de sua história havia sido feito. Importante ressaltar que o documento em análise foi encontrado em estado de pouca conservação, sendo hoje o único exemplar disponível para acesso. Diante da singularidade que ronda o objeto, este artigo articula a seguinte pergunta: quais eram as características das publicações do suplemento infantil O Progressinho, que circulou por um ano na segunda maior cidade do Maranhão? Para respondê-la, assumiu-se metodologicamente uma pesquisa qualiquantitativa. No primeiro momento foram analisadas as 72 edições disponíveis e catalogadas por meio da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977; BAUER, 2008). O intuito foi identificar o perfil das produções e, a partir delas, conhecer mais profundamente a publicação. Compreendendo as dificuldades temporais que perpassam o objeto, aplicou-se duas entrevistas: uma com Maria das Graças Godinho (idealizadora do projeto) e outra com Sergio Godinho (atual diretor superintendente do jornal O Progresso). A discussão em torno da história e perfil do suplemento infantil O Progressinho intenciona contribuir para o entendimento da imprensa maranhense e das particularidades do jornalismo segmentado.

O papel do Jornalismo Infantil

O jornal infantil é, em tese, um produto voltado para a criança de acordo com os gostos e preferências do seu público. Autores como Alves e Ramo (1995), Doretto (2014) e Nascimento (2015) destacam que conceitualmente seria uma produção pedagógica, informativa e lúdica, introduzindo a criança em assuntos importantes da sociedade. Há, no entanto, um descompasso entre a definição descrita pelos autores e boa parte dos produtos voltados para o público infantil. As críticas apontam que a produção abre pouco espaço para a criança contribuir com a escolha do conteúdo e que os veículos não se preocupam em entender as particularidades do segmento (ITURBURU, 1985; FUENZALIDA, 1985; ARROYO, 2017; SARDGLIA, 2015). As análises também mostram que o caráter mercadológico se sobrepõe à orientação pedagógica e que o conteúdo enfoca o entretenimento.

Para Arroyo (2017), a criança não é vista como parte integrante da sociedade, logo, produtos dedicados a elas não passam de meios lucrativos para os veículos. De acordo com sua reflexão, a criança para o jornal é tratada como um investimento que gera grande custo e poucas garantias. Essa seria, na sua avaliação, a razão pela qual tal segmentação tem sido deixada de lado, na contramão de outras produções mais imediatistas.

Sardiglia (2015) chega a indagar se, de fato, um jornalismo infantil com caráter informativo acontece, uma vez que, na sua avaliação, o conteúdo de entretenimento é prioridade nessas produções. Isto acontece devido a pouca disposição dos veículos em compreender seu produto, o que demonstra baixo interesse no público infantil (ITURBURU, 1985; FUENZALIDA, 1985).

Como reafirmado por Furtado e Doretto (2020), as crianças e os adolescentes são sujeitos muitas vezes esquecidos no jornalismo, o que ratifica o desinteresse quase geral neste público. As autoras observam que os periódicos não se preocupam com a construção de um material que incentive uma educação cidadã da criança e do adolescente. Outra questão que tangencia esta problemática é a crise financeira que o jornalismo passa, principalmente no modelo impresso (SOUZA, 2018).  Ou seja, produções que tenham melhor retorno financeiro ao jornal serão priorizadas, o que não é o caso do jornalismo infantil.

Silveira (2019), ao observar a realidade das crianças portuguesas, concluiu que as notícias fazem parte do cotidiano das crianças, por isso a autora afirma a importância de se pensar nestas produções com cuidado e que os meios de comunicação criem mais ligações com este grupo social. Seu estudo mostra que as crianças anseiam por espaço nos produtos infantis. A autora também defende a importância da literatura na produção, uma vez que, proporcionam

[...] às crianças formas mais eficazes de olhar o mundo, e de refletir, de forma mais esclarecida, sobre as questões da sociedade que, por vezes, se tornam de difícil compreensão para os mais novos quando são dadas a conhecer através de programas de notícias dirigidos a um público mais abrangente. (SILVEIRA, 2019, p. 65)

Foley (2014) reforça o direito de a criança ser ouvida. De acordo com o autor, apesar de o jornalismo infantil ser antigo, as reflexões e as preocupações sobre esse assunto são recentes. Iniciaram-se mais precisamente em 1996, quando contaram com o apoio da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (UNCRC) e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Para Foley (2014), desde que o debate foi proposto por tais instituições, a recente organização profissional da mídia tornou necessária a criação de novas diretrizes para políticas de proteção e senso de responsabilidade ética do jornalista sobre o segmento.

Pensando no papel social do jornalismo, dados apresentados por Foley, Hayes e O’neill para a Unicef (2007) mostraram que quando a mídia se dedica a fazer boas coberturas com crianças, ajuda a fortalecer o orgulho de ser criança e estimula melhores condições de vida social, política e cultural para elas. A Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI) (2012), uma organização da sociedade civil em prol da criança e do adolescente na mídia, confirma o papel importante de uma imprensa séria na cobertura das pautas infantis. De acordo com a instituição, o relacionamento da mídia com o público infantil é uma importante arena de troca de experiências. Também é o palco do exercício da democracia que permite garantir os direitos de cidadania a este grupo como, por exemplo, através de medidas que coíbem produções que tratam da exploração da imagem da criança, principalmente daquelas em estado de marginalização.

No entanto, para Carter (2013), não é apenas responsabilidade dos meios de comunicação inserir a criança aos conteúdos educativos.

É injusto presumir que os principais meios de comunicação devam ter a responsabilidade exclusiva de informar as crianças e motivá-las para a cidadania ativa, embora tenham um papel importante a desempenhar no apoio à democracia deliberativa [2]. (CARTER, 2013, p. 261) (tradução nossa)

E para além desses pilares, que de um modo geral norteiam toda a produção segmentada no jornalismo, há outras, mais específicas, a regular a prática. Como bem colocam Larenzoni et al. (2012), a principal delas são as travas ou medidores, que para os autores são limites de até onde o jornalismo infantil pode ir. Para tal perspectiva, a produção de notícia voltada para o grupo que está nessa faixa etária, impede que haja um consumo de certos conteúdos ou modos de dizer, tornando-se imprescindível que haja uma forma própria de pensar a produção.

Refletindo sobre isso, Sardiglia (2015, p. 49) defende um modelo de princípios de qualidade para o jornalismo infantil. Dentre esses princípios, a primordialidade seria a participação da criança na produção e como fonte. Reforçando as considerações para que as mídias sejam efetivas em sua contribuição positiva para a criança, a Andi (2012) também estabelece critérios para orientar a produção nesta modalidade. Dentre as especificações, defende que os meios de comunicação devem estimular a criatividade e o pensamento crítico, preliminarmente oportunizando a diversidade cultural, seja nacional e seja regional. Especificamente sobre o regionalismo, ratifica a importância das mídias regionais por fortificarem a “diversidade, independência e a valorização cultural e étnica”. Sugere, ainda, que a participação da criança nos meios de comunicação deste formato deve promover espaços para que os pequenos leitores expressem opinião, discutam temas relevantes, participem de conselhos editoriais, ou seja, enfatiza a necessidade do protagonismo infantil.

Nascimento (2015) busca observar a importância do jornal do interior na formação de um leitor crítico, para isto faz a análise da opinião e percepção dos cadernos infantis: Folhinha, JCCriança e Tribuninha. Neles verificou-se “que o papel dos suplementos, enquanto educador e transmissor de informações que contribuam para o enriquecimento do repertório infantil foi pouco explorado nas edições analisadas” (FERREIRA, 2007, p. 4).

Nessa arena de disputas sociais, políticas e econômicas, o jornalismo infantil vai encontrando espaço e elaborando diversos produtos para esse público (ANDI, 2012; SARDIGLIA, 2015). Segundo Furtado (2015), com a segmentação do mercado criou-se um produto específico para cada grupo ou tema, permitindo um espaço de expressão ou reafirmação. É nesse cenário que se concretiza o jornalismo infantil.

Trajetória do jornalismo infantil no Brasil

Nesse caminho alguns jornais infantis fizeram história no Brasil. O primeiro foi O Jornal da Infância, considerado uma das primeiras publicações infantis brasileiras, de 1898. Nela veiculavam-se informações atuais, culturais e de lazer, de modo a acompanhar e respeitar os valores e interesses familiares da sociedade da época. Essa consonância com a expectativa social foi uma estratégia para tornar o produto rentável. Outro que merece destaque é o A Voz da Infância, um jornal mensal produzido por crianças na metade de 1936 na Biblioteca Infantil Municipal (atual Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato), localizada em São Paulo). Totalmente artesanal, a publicação continha desenhos, poesias, contos e outras produções artísticas das próprias crianças. De acordo com Andreotti (2004), esse periódico mirim foi um importante propagador de opinião na época, sendo bastante progressista nos discursos.

Além desses, houve também no Brasil, entre 1929 e 1950, a publicação do suplemento A Gazeta Infantil do jornal A Gazeta. Tal publicação foi importante por ser o primeiro impresso infantil totalmente colorido veiculado no país. Tinha o formato de tabloide (43 x 28 cm), com linguagem simples e declarava-se como portador da função pedagógica. O suplemento se enquadra em um importante período de transição política e social e alinhava-se ao projeto do presidente vigente na época, Getúlio Vargas (COELHO et al., 2017).

Dentre os jornais tradicionais do Brasil que mantinham suplementos infantis, Folhinha, Estadinho e o Globinho [3] fizeram bastante sucesso e chegaram a migrar para a plataforma digital depois dos anos 2000, embora na atualidade tenham deixado de existir. A Folhinha nasceu em 1963 e parou de ser veiculada em 2015, porém se fizer uma busca na internet há uma página ligada ao jornal Folha de São Paulo com o filtro “Folhinha” que traz as matérias referentes ao tema criança, mas não se trata mais do suplemento [4]. O Estadinho foi lançado em 1987 e encerrou em 2013. E o Globinho começou sua publicação em 1983 e foi finalizado 2013. Os suplementos tinham a proposta de um conteúdo dedicado a informar as crianças.

Para além das publicações de alcance nacional, alguns jornais infantis circulam até hoje no Brasil. Arroyo (2017) realizou um levantamento sobre o suplemento impresso específico para crianças em circulação no ano de 2017 de acordo com os jornais com maiores tiragens auditadas da IVC (Instituto Verificador de Comunicação). A autora averiguou os seguintes veículos: o Cruzeirinho, do jornal Cruzeiro do Sul, que publica semanalmente aos domingos na cidade de Sorocaba; o Diarinho, do jornal Diário da Região, publicado semanalmente aos sábados em São José do Rio Preto; o JC Criança, do Jornal da Cidade, é publicado semanalmente aos domingos, em Bauru; o Liberalzinho, do jornal O Liberal, publicado semanalmente aos domingos na cidade de Americana; e A Cidade da Criança, do jornal A Cidade, publicado semanalmente aos domingos Ribeirão Preto. Para além dos suplementos mapeados pela autora, foram encontrados também: o Jornal das Crianças, da Rede Minas; O Brasileirinho, do Estado da Bahia. Há também um jornal impresso e on-line da Editora Magia de Ler, Jornal Joca. Também circula Liberalzinho, do veículo Liberal de Belém.

No entanto, outros também deixaram de existir, como: o Jornalzinho, do Jornal de Piracicaba, que encerrou as atividades em 2015; o Tribuninha do jornal Tribuna de Petrópolis parou de ser produzido em 2018. O suplemento infantil Nossa vez! do jornal Folha da Região foi extinto em 2014. “Observa-se uma tendência dos periódicos com distribuição nacional em não mais publicar cadernos infantis. Por outro lado, nota-se uma resistência maior dos jornais com circulação regional” (ARROYO, 2015, p. 16).

No Maranhão, na atualidade (ano de 2022), não se tem conhecimento de um suplemento infantil em circulação. No entanto, de acordo com Rachel Tavares (2009), entre os anos de 1855 a 1899 algumas publicações para o segmento infantil eram comercializadas no Estado. Tratavam-se, no entanto, de jornais literários que concentravam conteúdos de informação sobre o desenvolvimento educacional da criança. Em seu levantamento a autora encontrou os seguintes jornais: O Archivo, A Estrella da Tarde, Echo da Juventude, A Mocidade e Revista Juvenil. Nenhum deles era de Imperatriz. Entre as conclusões que a autora apresenta, está o fato desses veículos terem ocupado um papel importante na difusão de ideias e valores da formação infantil, particularmente porque circularam no período que marcou o início da obrigatoriedade do ensino escolar na região por meio de decreto de lei. Como R. Tavares (2009) descreve, naquele momento, as publicações foram usadas como meio de institucionalização da escolaridade do ensino primário.

Metodologia

Este estudo mescla levantamentos qualiquantitativos. Inicialmente realizou-se uma análise de conteúdo nas 72 edições localizadas no acervo pessoal do jornal O Progresso. O documento encontrava-se em estado de pouca conservação e fez-se necessário sua digitalização manual. As categorias analisadas foram sistematizadas em um livro de código e incluíram 16 variáveis que são efetivamente as seções do jornal, que permitiram identificar aspectos denotativos e conotativos no material jornalístico (BAUER, 2008).

Em um segundo momento, após diversas tentativas de aproximação, aplicou-se uma entrevista semiestruturada (GIL, 2008). O roteiro das perguntas foi produzido após a análise do documento e da literatura especializada. A técnica é utilizada neste estudo de maneira complementar, para iluminar lacunas que não podiam ser respondidas com a observação do suplemento. Para esta etapa foram entrevistados o atual diretor superintendente do jornal O Progresso, Sergio Henrique Oliveira Godinho, que na época tinha 15 anos; e a editora, idealizadora e diagramadora do O Progressinho, Maria das Graças Godinho.

A primeira entrevista aconteceu pessoalmente no final do ano de 2019, na sede do jornal, sendo completamente gravada e logo após transcrita. Já a segunda aconteceu via telefone apenas no final de 2020, ocasionada pela resistência da entrevistada em atender ao pedido. Ressalta-se que desde o ano de 2018 houve diversas tentativas da realização da entrevista, no entanto, por dificuldades pessoais da Maria das Graças Godinho a data foi adiada várias vezes. Devido às restrições sanitárias da pandemia de covid-19 [5], optou-se por realizar a entrevista via telefone. A conversa foi totalmente gravada através de um aplicativo pago e logo após transcrita.

Quadro 1 – Análise dos dados do suplemento

Categorias

O que era

Quadrinhos/Gibis

Era o espaço em que aparecia o desenho de quadrinhos/gibis do Mauricio de Sousa

Divertimentos

Era uma seção fixa do jornal com jogos e brincadeiras bem simples destinado a crianças entre 4-7 anos

Entretenimento

Era qualquer conteúdo de jogos e brincadeiras encontrado avulsos no jornal (que não pertenciam a seção Divertimentos)

Carta do Leitor

Era um espaço do jornal dedicado a publicação de cartas enviadas por leitores

Foto do Leitor

Era a publicação das fotografias das crianças

Sessão para Aniversariantes

Eram fotos de leitores publicadas desejando feliz aniversário

Desenhos

Era um espaço dedicado a publicação dos desenhos enviados pelos leitores

1Cz de prosa/Cz$ 1 de Prosa

Seção fixa do jornal para debates e comentários de temas

Mundo Divertido & Curioso (MD&C)

Seção fixa e depois desmembrada do jornal com a publicação de conteúdos de curiosidades

Matérias

Era qualquer matéria encontrada no jornal, não tinha seção fixa ou espaço próprio

Poemas e Contos

Era qualquer poema ou conto encontrado no jornal, não tinha seção fixa ou espaço próprio

Publicidade

Era qualquer conteúdo publicitário ou anúncio encontrado no jornal

Reposta ao Leitor

Respostas da Carta do Leitor e qualquer texto avulso no jornal com características de conversa direta com o leitor sem caráter informativo

Presença

Averiguar a presença e ausência das seções catalogadas

Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)

O suplemento

O Progresso é um jornal impresso regional da cidade de Imperatriz [6]. Foi fundado em 1970, sendo hoje o mais antigo com publicações diárias e o único atualmente em circulação. O início da sua produção remete ao período que a pesquisadora Assunção (2018) descreve como modernização da imprensa imperatrizense, particularmente por conta da adoção das máquinas de impressão em offset na cidade.

Mapa 1 – Sul do Maranhão e Maranhão

https://bit.ly/3QLMWMq 

Fonte: Brito (2017)

O Progressinho foi criado em um momento de expansão das produções jornalísticas da cidade, com o aumento dos números de títulos [7] em circulação e a modernização dos jornais. O suplemento veio acompanhado de outras mudanças no veículo, como aumento do número de páginas e a cobertura de assuntos culturais, antes negligenciados (ASSUNÇÃO; PINHEIRO, 2012).

A pedagoga Maria das Graças Godinho, cônjuge do proprietário do jornal, recorda que a proposta da criação de um suplemento infantil veio de uma necessidade de se ter um produto dedicado a crianças na cidade, não só informativo, mas, principalmente, cultural. Ela exerceu o papel de editora, diagramadora, pauteira e jornalista. É preciso também compreender que a cidade de Imperatriz, apesar de ser um polo comercial e de mão de obra humana em importantes períodos econômicos da região, sofreu com obstáculos territoriais, já que sua localização dificultava o acesso em diferentes rotas. No período de veiculação do suplemento a cidade começava a passar por momentos de consolidação socioeconômica, influência da criação da rodovia Belém-Brasília e do garimpo no estado. Também houve a expansão da imprensa imperatrizense com o aumento do número de jornais em circulação na cidade (FRANKLIN, 2005; 2008; ASSUNÇÃO, 2018).

O suplemento é criado em um cenário de expansão do mercado jornalístico (SILVA, 1996; TAVARES, 2009), o que permitiu a abertura para consumidores infantis no Brasil. Outra questão, mais sensível e controversa, são as medidas tomadas no governo do presidente José Sarney, o primeiro presidente civil após o fim da ditadura (1985-1990). Isso deu abertura ao início das discussões sobre a criança no país a partir da convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que abriu pauta para pensar nos direitos da criança (RIZZINI; RIZZINI, 2004; MOREIRA; SALES, 2018).

Sendo assim, O Progressinho começa a ser publicado semanalmente aos domingos, no período que vai de março de 1986 a agosto 1987. Sua primeira edição infelizmente não existe mais e com isso não há possibilidade de análise. No entanto, pressupõe-se que foi publicada no dia 23 de fevereiro de 1986, data que antecede sua segunda publicação, com a data de 02 de março de 1986.  Na sua origem [8] contava apenas com 4 páginas e com conteúdo exclusivamente de entretenimento. A partir da terceira edição é que dobra o número de páginas e começa a se formar o modelo que perduraria durante algum tempo até o fim do encarte. O suplemento podia ser adquirido nas bancas do centro da cidade, onde era comercializado como parte do jornal, e nas escolas públicas, onde era distribuído gratuitamente. Apesar de impresso, sua diagramação era artesanal e contava com bastante material enviado pelas crianças. Ao analisar todas as edições disponíveis, constata-se a tentativa editorial de considerar na publicação do suplemento os envios do público e a produção própria. As oito páginas contavam com matérias inéditas, uma seção editorial, jogos e brincadeiras, poemas, contos e textos nacionais e regionais, seção de cartas, seção de aniversariantes e quadrinhos.

Figura 1- Exemplo de uma edição completa do Suplemento disponível na data 06/04/1986

https://bit.ly/3poZXQj 

Fonte: O Progressinho (1986)

Sendo um projeto guiado por uma pedagoga sem formação jornalística, há alguns impasses na produção que demonstram a ausência de um acabamento editorial mais denso. No que se refere ao conteúdo, é observado um viés prioritariamente educativo.

O conteúdo

Para entender o perfil do conteúdo, analisou-se quantitativamente a presença das seções do suplemento, considerando como categoria de análise da seguinte maneira: Quadrinhos, Seção Divertimentos, Poemas/Contos, Entretenimento, Desenhos, Publicidade, Resposta ao Leitor, Matérias, Seção 1 Cz de Prosa/ Cz$ 1 de Prosa, Seção Mundo Divertido & Curioso, Carta do Leitor, Sessão com o Aniversariante e foto de Leitor [9].  Ao observar (gráfico 1), identifica-se que ao longo das 72 edições o veículo nunca deixou de publicar os quadrinhos. Nesse um ano de circulação o suplemento teve 100% de presença de Quadrinhos/Gibis, enquanto Divertimentos somam 79,2%, entretenimento 76,4%, seguidos pela publicação de 73,6% dos desenhos enviados pelas crianças. O resultado expressa a preferência editorial por conteúdos de entretenimento. Salienta-se que os Quadrinhos/Gibis foi o único conteúdo que esteve do início ao fim do jornal. Um conjunto de conteúdo que não exige produção e, de certa forma, menos investimento.

Por outro lado, o conteúdo informativo, além de não ser uma constante, ocupou menos edições. Do total avaliado, apenas 59,7% tinham matérias informativas e já a partir da edição de número 86 não há mais produção de nenhum conteúdo desse perfil. Ou seja, o jornal tentou implementar a produção de conteúdo jornalístico para as crianças, mas foi algo que teve menos espaço e o primeiro a ser excluído quando o veículo começou a passar por dificuldades.

Gráfico 1 - Presença das seções analisadas

https://bit.ly/3AqicLJ 

Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)

Ao analisar esses dados, pode-se afirmar que o jornal começou com a proposta de um conteúdo cultural, no entanto, foi difícil manter a recorrência deste material. Importante destacar, ainda, que a categoria Publicidade apresenta o anúncio do próprio veículo, ratificando o interesse do projeto em se afastar do perfil comercial. O suplemento não fez anúncio de nenhuma empresa enquanto circulou. Os 70,8% de publicidade encontrada era o incentivo à compra do jornal O Progresso durante a semana e aos domingos.

Apesar do foco no entretenimento, é perceptível que o veículo também dedicou um espaço considerável à literatura (77,8%) e à informação (seção 1 Cz de Prosa/Cz$ 1 de Prosa e Mundo Divertido & Curioso) que estiveram presentes em quase metade das edições. Apesar disso, faltaram mais questões dedicadas à própria presença do leitor nas edições com as seções de Carta do Leitor (37,5%), Seção com aniversariantes (33,3%) e as Fotos dos Leitores (29,2%).

Compreende-se que as questões esbarram em uma série de fatores, sejam estruturais, editoriais ou de diagramação.  Ao olhar com uma lupa para as outras categorias de análise, como a tabela 1, é possível perceber que o suplemento trabalhou para trazer às crianças imperatrizenses discussões pontuais na época. Principalmente, no que se refere aos debates políticos, sendo um tema recorrente nas edições, como na seção 1 Cz de Prosa (20,7%), no Mundo Divertido & Curioso (13,9%) e nas matérias (14,3%).  Sendo assim, mesmo que a informação não tenha um espaço assíduo em suas edições, o suplemento propôs-se nos momentos em que houve este tipo de conteúdo a realizá-lo de maneira densa.

Tabela 1 – Temática das seções informativas

https://bit.ly/3AuuByn 

Fonte: Elaborada pelas autoras (2020)

Em relação aos conteúdos culturais de O Progressinho, foram encontradas muitas referências de autores nacionais e regionais, como Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, entre outros. É possível confirmar o objetivo idealizado do suplemento, de ser um lugar de acesso à educação, cultura e literatura, ao olhar os dados sobre os autores e a sua presença. Principalmente quando se discute o lugar de espaço que ganhavam na diagramação, quase sempre com páginas inteiras dedicadas a trazer poemas. É interessante a pluralidade de autores encontrados, são 74 autores diferentes (sem contar os assinados pelos leitores e os não identificados).

Gráfico 2 – Autores dos Poemas e Contos

https://bit.ly/3Py0Fpb 

Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)

A produção não ficava sem resposta, as crianças expressavam o seu contentamento com o suplemento por meio do envio de cartas, fotografias, desenhos e poemas. O Progressinho destacou-se por incentivar a participação infantil por meio do convite de envio de produções infantis. O jornal recebia bastante correspondência dos leitores. Ao todo, suas edições contaram com 37,5% de presença de cartas enviadas por leitores, 77,8% de desenhos, há também a seção de aniversariantes (33,3%) e foto do leitor (29,2%), onde eram publicadas as próprias fotos que os leitores enviavam para o jornal. E dos 175 poemas e contos encontrados nas edições, 23 são de leitores.

Percebeu-se que as crianças sabiam utilizar o espaço cedido a elas, seja para denunciar, criticar ou fazer declarações pessoais através das cartas. O jornal também soube aproveitar os espaços de repostas, que não só aconteciam na seção de Carta do Leitor, mas em diversas ocasiões em outras seções, quase sempre em quadros pequenos e curtos onde o suplemento tecia comentários, deixava sugestões diretas ou conversava com as crianças sem qualquer rodeio.

Considerando todas as questões abordadas e a analisadas, é possível desenhar brevemente o perfil de publicação do material. Era um suplemento dedicado à criança imperatrizense, com o intuito de informar sobre questões nacionais, confirmado pelo pouco conteúdo regional encontrado no suplemento (em apenas 29,2% das edições). Os conteúdos políticos quase sempre eram progressistas. O que ressalta que o jornal estava atrelado a ideologias pró-governo, isso pode ser destacado pelas diversas vezes em que o suplemento parecia favorável às pautas que o presidente da República da época, José Sarney, defendia. Também havia bastante rastro da ideologia cristã, encontraram-se comentários sobre figuras desse contexto, Deus e Jesus, e os ensinamentos acerca do amor ao próximo. Característica própria de uma cidade essencialmente cristã, e cuja fundação está fortemente ligada à Igreja católica [10].

Todavia, ainda é controverso e pouco abordado o objetivo não comercial do suplemento e dificilmente tensionada nas entrevistas – houve resistência para aprofundar os debates sobre o assunto. O projeto previa o apoio do poder público, que não se concretizou. Com a tentativa de dar andamento a proposta com os recursos próprios, a publicação não trouxe o retorno financeiro esperado, apesar do sucesso entre o público.

Mesmo que houvesse essencialmente um interesse de transformar o suplemento em um portal de acesso a produções culturais, também não se pode negar o interesse financeiro. Assunção e Pinheiro (2012), ao catalogar a imprensa na época, afirmam o desejo do jornal na mudança em busca de um tom mais cultural, seguindo um modelo nacional, com mais aberturas a conteúdos segmentados e especializados. Além disso, com as diversas publicações dedicadas a crianças que circulavam na mesma época, fica claro que o suplemento seguia tendências nacionais e, talvez, tentava ampliar sua renda com isso. Não é de hoje que o jornal é conhecido por empreitar mudanças para se adequar ao mercado, como, por exemplo, quando tentou implementar uma filial fora do município pela ocasião da criação de um novo estado, o Tocantins (ASSUNÇÃO; REIS, 2021). Um outro ponto que corrobora a tese de um interesse comercial na criação do suplemento é que não houve mais tentativas, até o momento, de retomar o projeto, diante das dificuldades já conhecidas de manter este tipo de publicação infantil.

O declínio de O Progressinho chegou por diversas rotas, primeiro com a quebra da impressora em dezembro de 1986, período que aconteceu a redução de páginas do suplemento. Logo após o conserto do equipamento, o retorno acontece, mas com certa inconstância, levando a edições com quatro ou oito números de páginas, sem sistematização. Ademais, o produto parou de ser distribuído gratuitamente nas escolas e, por fim, a produção reduziu definitivamente a metade de páginas e priorizou temas de entretenimento até que não houvesse mais outro tipo de conteúdo.

De fato, tendo como foco o acervo disponível, não é possível saber com certeza a data de seu fim. A idealizadora também não relembra com precisão. Estima-se, a partir do que foi reunido nesta pesquisa, que encerrou com a edição de nº 93 (do dia 06 de dezembro de 1987). Não é possível enumerar quantas edições O Progressinho possuiu, mas é viável desenhar aproximadamente a sua história com as edições disponíveis.  A última analisada teve apenas os gibis do Maurício de Sousa publicados. Foram apenas quatro páginas com este conteúdo exclusivo. Era o fim para um suplemento que foi bem elogiado pelas crianças e que se propôs a um papel educativo e informativo. O próprio veículo já anunciava a sua morte desde a edição n°82 (do dia 20 de setembro de 1987), quando passou a ter mais conteúdo de entretenimento. Após a sua conclusão precoce, ainda houve o pedido do retorno da circulação pelas crianças, o que não aconteceu.

Considerações Finais

Entender e registrar a história da imprensa é crucial para compreensão da vida contemporânea. Desse modo, descrever o papel do único suplemento infantil que já circulou na cidade de Imperatriz é uma forma de contribuir para colocar fim a algumas lacunas. Embora a imprensa na cidade, a segunda mais importante do Maranhão, tenha quase cem anos (ASSUNÇÃO, 2018), até o momento nenhum estudo havia sido feito sobre o jornal infantil O Progressinho. Nem mesmo o Centro de Documentação do Jornalismo de Imperatriz (MA) havia realizado a catalogação do documento. Por isso acreditamos que esta pesquisa alcança seu objetivo primeiro de apresentar um panorama de como foi esta experiência de produção de um conteúdo tão segmentado e particular como o suplemento infantil. O levantamento também contribui para entender a cidade na época, as dificuldades e expectativas da imprensa no período.

Destaca-se ainda que a pesquisa colabora para o debate em torno do jornalismo especializado no público infantil e de como uma imprensa na cidade de interior, isolada geograficamente e longe dos investimentos dos grandes centros, estava alinhada aos anseios nacionais. O resultado também mostra a importância da formação em jornalismo para a condução de projetos desse campo de atuação. Entendemos que a idealização e a condução de um suplemento nesses moldes terem sido feitas exclusivamente por uma pedagoga aproximaram a publicação bastante das questões educacionais e houve um incentivo importante para a literatura. No entanto, afastou bastante, por exemplo, de enfoques informativos na produção regional, no conteúdo autoral, entre outras bases que fazem parte da formação do jornalista.

Todavia, considera-se que o produto foi importante para a realidade das crianças da cidade naquela época. Existiu bastante espaço para os leitores, com a publicação de matérias, cartas, fotos e desenhos que estas enviavam. Elas eram respondidas pelas edições e tinham a possibilidade de ver suas próprias produções nas páginas do jornal. Dada a realidade da região naquele período, o suplemento abriu um caminho para aprendizagem, espaço e informação para a criança.

Notas

[1] Na época o cartunista correspondia, com o envio de seus prospectos, com mais de 300 jornais no país.

[2] “It is unfair to presume that the mainstream news media should have the sole responsibility to inform children and to motivate them to active citizenship, although they do have an important role to play in supporting deliberative democracy”. (CARTER, 2013, p. 261)

[3] Era parte integrante do jornal O Globo.

[4] Informação confirmada através do Atendimento On-line do jornal A Folha de São Paulo, no dia 19/03/2020.

[5] A covid-19 refere-se a doença causada pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2.  O primeiro caso confirmado foi em dezembro de 2019, na província de Hubei, na China. Por seu alto grau de transmissibilidade, a doença se alastrou pelo mundo, o que causou uma pandemia que perdura até hoje, quase três anos depois do primeiro episódio. No Brasil, o primeiro caso confirmado da doença ocorreu no dia 26 de fevereiro de 2020, enquanto que na cidade de Imperatriz, um mês depois, aconteceu a sua primeira confirmação, no dia 26 de março de 2020.

[6] Imperatriz é uma das maiores cidades do estado do Maranhão, considerada a capital do sul do estado por ser polo comercial dos municípios que a rodeiam.

[7] A cidade contava com seis títulos em 1970 e em 1980 chegou a 49 jornais.

[8] A análise começa a partir da edição de número 2.

[9] Entretenimento e a seção Divertimentos são separadas na análise por serem direcionadas a públicos diferentes.

[10] Quem fundou a cidade foi o frei e sacerdote Manoel Procópio (FRANKLIN, 2005).

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