O
que quer a comunicação pública para juventude? Direito à informação e à cidadania entre a
prática e a normatividade
Kátia
Viviane da Silva Vanzini[1]
Danilo
Rothberg[2]
Resumo: Multiplicam-se no Brasil contemporâneo as
realizações de comunicação pública digital produzidas por setores de governos
responsáveis pela criação, execução e avaliação de políticas públicas da
juventude. No entanto, nota-se a escassez de avaliações sistemáticas de sua
performance na disseminação de conteúdos relevantes e seu potencial para
promover participação e engajamento. Esta pesquisa investigou o desempenho da
comunicação pública em portais web de governo e em redes sociais oficiais em
relação a seu potencial de atendimento do direito à informação sobre gestão
pública. Os dados aqui apresentados foram gerados na busca do atendimento de
dois objetivos específicos: a) avaliar a qualidade da informação sobre
políticas públicas da juventude em portais web de governo a fim de verificar se
os conteúdos disponíveis oferecem subsídios abrangentes de acordo com
categorias específicas; b) verificar se processos e estratégias empregados em
redes sociais oficiais apresentam potencial para favorecer o diálogo entre
jovens e governos. Os resultados sugerem que as estratégias e processos devem ser
aperfeiçoados para que o jovem possa exercer seu direito à informação sobre
temáticas que o afetam. Valores e condutas profissionais identificados indicam
que a compreensão sobre princípios democráticos da comunicação pública deve ser
ampliada, restando a oportunidade para a área avançar na consolidação de
normatividades.
Palavras-chave: Comunicação Pública; Políticas Públicas da
Juventude; Portais Web de Governo; Qualidade da Informação; Cidadania.
What does public
communication for youth want?
Right to information and citizenship between practice
and normativity
Kátia
Viviane da Silva Vanzini[3]
Danilo
Rothberg[4]
Abstract:
In contemporary Brazil, the achievements of digital public communication
produced by government sectors responsible for the creation, execution and
evaluation of public policies to the youth are multiplying. However, there is a
dearth of systematic assessments of its performance in disseminating relevant
information and its potential to promote participation and engagement. This
research investigated the performance of public communication on government web
portals and official social networks in relation to their potential to fulfill
the right to information about public management. The data presented here were
generated in the pursuit of two specific objectives: a) to evaluate the quality
of information about public policies to the youth in government websites to
verify if the available contents offer comprehensive approaches according to
specific categories; b) to verify if processes and strategies deployed in
official social networks have potential to promote dialogue between young
people and governments. The results suggest that strategies and processes
should be improved so that young people can exercise their right to information
about areas that affect them. Identified values and professional conduct
indicate that the understanding of democratic principles of public
communication should be broadened, leaving the opportunity for the area to
advance in the consolidation of normativities.
Keywords: Public Communication; Public Policies to the Youth; Government
Web Portals; Quality of Information; Citizenship.
Introdução
A multiplicação, no Brasil
contemporâneo, de realizações de comunicação pública digital produzidas por
governos e dirigidas ao público jovem sugere a necessidade de avaliações
sistemáticas de sua performance na disseminação de informações e seu potencial
para promover participação e engajamento, o que traz questões relevantes de
pesquisa: como as tecnologias têm contribuído para
que o jovem possa exercer seu direito à informação e à comunicação sobre
políticas públicas? As oportunidades para o jovem interagir com governos em
fluxos de comunicação democrática têm sido exploradas de maneira adequada?
O
objetivo geral da pesquisa[1]
descrita neste artigo foi produzir conhecimento científico em resposta a tais
questões, investigando o desempenho da comunicação pública governamental em
portais web de governo e em redes sociais oficiais em relação a seu potencial
de atendimento do direito à informação sobre gestão pública. Os dados aqui
apresentados foram gerados na busca pelo atendimento de dois objetivos
específicos: a) avaliar a qualidade da informação sobre políticas públicas da
juventude em portais web de governo a fim de verificar se os conteúdos disponíveis oferecem subsídios abrangentes de acordo com
categorias específicas de informação; b) verificar se processos e estratégias
de comunicação pública empregados em redes sociais oficiais apresentam
potencial para favorecer o diálogo entre jovens e governos.
No percurso do
artigo, são apresentadas, em primeiro lugar, teorizações fundamentais que
embasaram a pesquisa. Em segundo lugar, está a descrição da metodologia
utilizada para a consecução de seus objetivos. E em terceiro lugar, são
exibidos e comentados, à luz da revisão da literatura, os resultados obtidos em
cada uma das etapas de pesquisa e suas possíveis implicações. As considerações
finais retomam os resultados e indicam desafios e meios de enfrentamento das
insuficiências detectadas.
Teorizações fundamentais
O
desafio de definir os diversos usos da expressão comunicação pública
advém em parte da multiplicidade de públicos envolvidos na relação entre Estado
e sociedade. A comunicação pública pode ocorrer dentro das organizações ou
entre elas e seu público; pode abranger iniciativas que visam popularizar a
ciência, contribuindo inclusive para a construção da imagem das instituições
científicas; pode estar relacionada à publicidade de ideias, crenças e posicionamentos
de partidos políticos; pode ser desenvolvida em comunidades ou pelo terceiro
setor sobre assuntos de interesse público; e pode incluir as trocas de
informações entre cidadãos e governos, visando à construção de uma agenda
pública, na forma conhecida por comunicação pública governamental (BRANDÃO,
2012).
Segundo
Brandão (2012), foi a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 que
os debates sobre conceito, papel e áreas que envolvem a expressão comunicação
pública ganharam mais espaço nas práticas profissionais e agendas de
pesquisa. Até então, as iniciativas presentes no Brasil tinham o cunho
publicitário e, eventualmente, educativo ou cívico. Para a autora, no governo
Fernando Henrique Cardoso teria se iniciado o processo de pensar a comunicação
pública voltada para estabelecer canais de relacionamento com a população e, no
governo Lula, haveria a consolidação do sentido da informação para a cidadania.
A
literatura detecta, assim, estágios evolutivos no país: a comunicação anagráfica, quando a administração pública passa a ter o
direito à palavra; a comunicação de serviço, em um momento posterior, quando as
instituições demonstram sua utilidade para a sociedade; e a comunicação para a
identidade competitiva e solidária, quando se descobre o território da
utilidade pública e da responsabilidade social, sendo que uma fase pode
coexistir com a outra (ROLANDO, 2011).
O foco de nossa
pesquisa é a comunicação pública governamental. Adicionalmente, deve ser
considerado que essa vertente deve buscar estabelecer fluxos de informação
entre cidadãos e governos, alimentar a agenda de assuntos de interesse público,
viabilizar a prestação de contas e proporcionar transparência sobre as etapas
de formulação, execução e avaliação de políticas públicas (BRANDÃO, 2012;
KUNSCH, 2012; DUARTE, 2011; LÓPEZ, 2011).
Nosso objeto é o desempenho da
produção comunicativa por assessorias de governos eleitos democraticamente. E,
normativamente, esta forma de comunicação pública deve “permitir à sociedade a
interpelação do Estado e o direcionamento da política conforme o interesse
coletivo, recuperando as demandas esquecidas, reconhecendo as exclusões para
superá-las” (GIL; MATOS, 2012, p. 159). Suas estratégias
devem assumir a perspectiva da coletividade, e o cidadão deve ser considerado
protagonista.
Se
o público-alvo for composto por jovens, no caso de nosso objeto de estudo,
coloca-se a exigência de que a produção de comunicação pública considere suas
características específicas, de modo a disseminar informações de interesse
cívico, buscando municiá-los com dados que os permitam monitorar a qualidade
das políticas que os afetam e os estimulem a participar de canais de diálogo.
Neste
âmbito, cabe indagar quais são as fontes de diretrizes profissionais na
produção de comunicação pública pelas assessorias de comunicação de governos
eleitos, nas quais a atuação de jornalistas, oriundos de outras mídias, nem
sempre familiarizados com a normatividade da comunicação pública em sociedades
democráticas, enfrenta a escassez de orientações compatíveis com o atendimento
do direito à informação em sua regulação contemporânea.
A rarefação de diretrizes e de padrões de
conduta profissional tenderia a ser compensada pela adoção — que terá sua
adequação questionada neste artigo — de critérios de produção jornalística que
tendem a gerar abordagens de comunicação pública nem sempre compatíveis com o
atendimento do direito à informação, à medida que as políticas subjacentes a
elas não estão claras ou simplesmente permanecem sem formulação adequada.
Políticas de comunicação pública
devem prescrever valores, princípios, normas de atuação e resultados esperados
nas esferas de transparência, acesso, interação e responsividade. Precisam
estabelecer planos a partir dos quais são buscados os objetivos das
instituições de gestão pública, por meio da formulação e aplicação de metas,
recursos financeiros e humanos, e estratégias de longo prazo (KUNSCH, 2018).
No
aspecto conceitual, a referência usual vem das teorizações sobre esfera pública
de Habermas (1997), que a considera como uma “rede adequada para a comunicação
de conteúdos, tomada de posição e opiniões”, um espaço em que “os fluxos
comunicacionais são filtrados e sintetizados, a ponto de se condensarem em
opiniões públicas enfeixadas em temas específicos” (HABERMAS, 1997, p. 92).
Ações
de comunicação pública para a cidadania, considerada em suas dimensões de
direito à informação, diálogo e participação política são apontadas por Duarte
(2012) e Brandão (2012) como necessárias para a aproximação entre os interesses
do cidadão e as políticas públicas. Se o foco ocorre sobre as políticas de
interesse dos jovens, público particularmente sensível ao estímulo online,
descortina-se um potencial singular de mobilização (ALTHEMAN; MARQUES; MARTINO,
2017).
O
reconhecimento do jovem como sujeito de direitos é algo em progresso no Brasil,
o que requer atenção das ações de comunicação pública governamental no sentido
de promover seu empoderamento. Para o jovem, também valeria a lógica indicada
por Honneth (2003), segundo a qual reconhecer-se como
sujeito detentor de direitos e deveres é um processo de duas vias: quando
sabemos quais são nossos direitos e como exigi-los, assim como os nossos
deveres, passamos a reconhecer os demais como sujeitos dos mesmos direitos e
deveres, o que tende a gerar solidariedade e estima social.
Ações
comunicativas que procurem valorizar o reconhecimento intersubjetivo são parte
do processo de estabelecimento de solidariedade, no que se impõe a necessidade
de canais de diálogo que viabilizem o exercício de escutar os diferentes atores
e incentivar o debate em igualdade de condições, baseada na liberdade de
informação (SALOMÃO, 2011). Reconhecimento social pode ser facilitado por ações
de comunicação pública governamental que incluam a disseminação de informações
com contextualização adequada e pluralidade.
Ao
passo que a Lei de Acesso à Informação 12.527/2011 (BRASIL, 2011) produziu
efeitos importantes sobre as estruturas de governo no Brasil, obrigando as
assessorias de gestão da comunicação pública a investirem em portais e
abordagens adequadas para a disseminação de informações, não ficou tão bem
delimitado o que divulgar ou não. O Decreto 7.724/2012 (BRASIL, 2012) regula a
transparência ativa em seu artigo 7º, segundo o qual “órgãos e entidades [do
poder público] deverão implementar em seus sítios na Internet seção específica
para a divulgação das informações”, que incluem “programas, projetos, ações,
obras e atividades, com indicação da unidade responsável, principais metas e
resultados e, quando existentes, indicadores de resultado e impacto”.
No
entanto, o que exatamente divulgar nem sempre está claro aos comunicadores. O
Banco Mundial (DARBISHIRE, 2010) e a Organização dos Estados Americanos (OAS,
2012) acentuam a dificuldade de diversos países na definição de padrões e
diretrizes para garantir a transparência ativa a despeito de possuírem leis
específicas, mas indicam classes de informação de divulgação proativa
necessárias, que incluem formas de participação e de decisão compartilhadas na
formulação de políticas públicas.
Apesar
de órgãos multilaterais de assistência à gestão pública em países democráticos
enumerarem, com clareza, as classes de informação necessárias, permanecem em
aberto as exigências de qualificação de comunicadores públicos para atender os
requisitos democráticos. A escassez de diretrizes e as exigências de
qualificação de comunicadores inespecíficas são verificadas justamente em um
cenário no qual, com a popularização do acesso à internet, a comunicação
pública gerada por governos tem explorado crescentemente portais eletrônicos e
redes sociais para a divulgação de informações sobre políticas públicas, e o
público jovem se torna um alvo fácil pela suposta familiaridade com o ambiente
online.
Mas
quem é esse jovem? No Brasil, as políticas públicas desenhadas particularmente
para esse público fundam-se sobre o Estatuto da Juventude (BRASIL, 2013) — lei
federal 12.852/2013 —, que se dirige às pessoas entre 15 a 29 anos. Usualmente,
se jovens seriam aqueles entre 15 e 24 anos, o Estatuto da Juventude amplia o
limiar para 29 anos, com base na compreensão da Unesco
(2005), segundo a qual a maturidade social, com emancipação e autonomia, tem
sido atingida cada vez mais tardiamente na contemporaneidade. A literatura
sugere que a juventude pode ser compreendida como uma etapa do processo de
socialização, quando o indivíduo se afasta do vínculo pais/família; pode
significar a independência financeira a partir da busca pelo primeiro emprego;
e, ainda, pode significar o estabelecimento de novos vínculos familiares
(DEBERT, 2010).
Segundo
dados do IBGE (2018), dos 48,5 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos, 23%
não estudavam ou trabalhavam em 2017. Embora estudos indiquem elevada
participação de jovens entre 15 e 29 na população economicamente ativa, sua
inserção seria marcada por “alto nível de informalidade, maior rotatividade no
emprego, desigualdade de gênero e, quando ocupados, baixa remuneração,
sobretudo para as mulheres” (CACCIAMALI; TATEI, 2017, p. 1), fenômeno em linha
com o decréscimo de matrículas no ensino médio, que caíram de 9,2 milhões em
2004 para 8,3 milhões em 2014 (IPEA, 2018), mas em contraste com o crescente
acesso à educação superior, que na faixa entre 18 a 24 anos passou de 9,1% em
2000 para 18,7% em 2010 (CORBUCCI, 2014).
O
Estatuto da Juventude (BRASIL, 2013) reconhece, para orientar as políticas
públicas do segmento, direitos que incluem: diversidade e igualdade; desporto e
lazer; comunicação e liberdade de expressão; cultura; território e mobilidade;
segurança pública e justiça; cidadania, participação social e política e
representação juvenil; profissionalização, trabalho e renda; saúde; educação;
sustentabilidade e meio ambiente.
Os
limites das políticas são postos inclusive pelo desconhecimento dos próprios
jovens sobre elas, o que dificulta a identificação de direitos e a luta
política por sua afirmação. “A circulação democrática de informações
qualificadas é essencial, para que se possa acionar, usufruir, controlar e criticar
tais políticas” (RIBEIRO, 2016, p. 306).
Materiais e métodos
Metodologicamente,
nossa pesquisa se organizou em três etapas. Na Etapa 1, inicialmente foi
realizada análise exploratória em setembro de 2016, por meio de motores de
busca online, para detectar a existência de iniciativas de comunicação pública
digital específicas para a juventude em 26 governos estaduais e capitais dos 26
Estados brasileiros e o Distrito Federal (53 instâncias de gestão). Encontramos um total de 16 portais web, a saber: Paraná,
Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Cuiabá, Tocantins, Maranhão, Goiás,
Goiânia, Ceará, Distrito Federal, Fortaleza, Rio de Janeiro (Estado), Rio
Grande do Norte, São Paulo (Estado) e Sergipe. Deste corpus, selecionamos
páginas web com informações sobre políticas públicas de juventude, filtro que
gerou um total de 86 páginas.
O
conteúdo textual disponível nesse corpus, excluindo-se recursos multimídia,
como imagens, animações, gráficos e áudios, além de arquivos em pdf, foi avaliado conforme 14 categorias de análise,
propostas por Rothberg (2014) com base na literatura sobre avaliação de
políticas públicas, em especial Carvalho (2003) e Trevisan e Bellen (2008), segundo indica a Tabela 1.
Tabela 1 - Categorias de análise de
informações sobre políticas públicas de juventude exibidas em portais de
comunicação pública digital
Fonte:
Elaboração própria com base em Rothberg (2014).
O
conteúdo dos textos informativos publicados em páginas web com informações
sobre políticas públicas de juventude foi coletado e categorizado utilizando-se
análise de conteúdo. A categorização foi realizada em duas etapas, sendo que na
primeira isolamos os elementos da amostra, ou seja, as páginas web com
informações sobre políticas públicas de juventude, para em seguida
classificarmos as informações que foram distribuídas em “sistema de categorias,
repartindo-se da melhor maneira possível à medida que vão sendo encontradas”
(BARDIN, 2010, p. 147). Para a análise das informações sobre políticas públicas
relacionadas às 14 categorias propostas, seguimos os critérios de Bardin
(2010), tais como exclusão mútua (um elemento não pode pertencer a mais de uma
categoria); homogeneidade (um único princípio de classificação deve governar
uma categoria); pertinência (a classificação em um sistema de categorias deve
ser coerente com os objetivos da pesquisa); objetividade e fidelidade
(resultados devem ser verificáveis e reproduzíveis por outros). A análise foi
realizada pela primeira autora deste artigo e verificada nos critérios de
Bardin (2010) por uma estudante de mestrado, que apontou ajustes e correções
necessários. No entanto, o índice de confiabilidade entre codificadores não foi
determinado, em função dos limites do desenho de pesquisa (LOVEJOY et al., 2016).
Após
coletarmos e categorizarmos os conteúdos obtidos em páginas web com informações
sobre políticas públicas de juventude conforme a Tabela 1, classificamos o
conteúdo das unidades de análise (páginas web) com o indicador “1”, que
corresponde à presença de informações relacionadas a cada categoria, ou “0”,
que corresponde à ausência de informações relacionadas. Assim, uma página web
com o máximo de informações obteria 14 pontos (um ponto para cada uma das 14
categorias). O total de pontos efetivamente obtido na avaliação de informações
sobre cada política, quando considerado em relação ao máximo de 14 pontos,
proporcionou um número percentual, indicando a abrangência das informações
sobre políticas de juventude veiculadas pelos portais web de governo incluídos
no estudo. Esse número foi nomeado IQI - Índice de Qualidade da Informação
(ROTHBERG, 2014), indicador qualitativo da abrangência e profundidade das
informações disponíveis.
Na Etapa 2 de nossa pesquisa,
avaliamos se os processos e estratégias de comunicação pública empregados em
redes sociais oficiais favoreceram potencialmente o diálogo entre jovens e
governos. Em análise exploratória realizada em setembro de 2017 para investigar
a existência de páginas oficiais no Facebook com informações sobre políticas públicas
de juventude dos 26 governos estaduais e capitais dos 26 Estados brasileiros e
o Distrito Federal (53 instâncias de gestão), encontramos 22 páginas na rede
social, a saber: Acre, Alagoas, Amazonas, Aracaju, Ceará, Curitiba, Distrito
Federal, Espírito Santo, Fortaleza, Manaus, Mato Grosso do Sul, Palmas, Paraná,
Pernambuco, Piauí, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro (Estado), Rio
Grande do Sul, São Paulo (Estado), São Paulo (capital) e Teresina. Essa foi a
totalidade de páginas mantidas no Facebook por setores de governo responsáveis
por políticas públicas da juventude, excluindo-se aquelas com conteúdo
insuficiente, aqui considerado como menos de dez atualizações em um período de
12 meses (setembro de 2016 a agosto de 2017).
Na
Etapa 2, foram utilizadas duas
técnicas de pesquisa. No âmbito da Técnica 1.1, o conteúdo das páginas web
oficiais para as quais postagens do Facebook remeteram por meio de hiperlinks
foi classificado conforme a Tabela 1 (acima). No âmbito da Técnica 1.2, as
próprias postagens do Facebook foram classificadas conforme a Tabela 2, que
enumera categorias que elaboramos com base em Barrichelo
(2011) e Grunig, Ferrari e França (2011) com o
objetivo de identificar a estratégia de comunicação predominante.
Tabela 2 - Categorias
de análise dos conteúdos textuais publicados em páginas oficiais do Facebook de
setores de governo responsáveis por políticas públicas da juventude
Fonte:
Elaboração própria com base em Barrichelo (2011) e Grunig, Ferrari e França (2011).
Na
Etapa 3, realizamos sondagens com formulários dirigidos aos gestores da
comunicação responsáveis pelas páginas web e do Facebook analisadas, com o
objetivo de obter suas impressões sobre as finalidades da comunicação pública
digital e sua capacidade de atendê-las. Obtivemos o retorno de 18 gestores.
Na
Etapa 1, as 86 páginas web com
informações sobre políticas públicas de juventude publicadas nos portais web de
governo avaliadas conforme a metodologia prevista obtiveram
Índices de Qualidade da Informação (IQI) de 4% a 24% (Gráfico 1). Em média, o
corpus analisado obteve 14,5% do total de dados que seria possível atingir caso
todas as páginas web avaliadas apresentassem informações correspondentes a
todas categorias de análise.
Gráfico 1 - Índice de Qualidade de Informação
de portais web com informações sobre políticas públicas de juventude
Fonte:
Elaborado pelos autores (2020).
O
resultado sugere que há insuficiência de dados nos textos avaliados de acordo
com o que seria ideal sob a perspectiva de oferta de informações com
abrangência e profundidade necessárias à caracterização completa da uma
política pública da juventude, conforme os pressupostos teórico-metodológicos
da pesquisa.
Conforme
o Gráfico 2, houve a prevalência de dados básicos nas categorias objetivos (72%
das páginas web com informações sobre políticas públicas de juventude
analisadas apresentaram informações nessa categoria); ações atuais (27%);
recursos atuais (18%); metas (14%); antecedentes (13%); diagnóstico (9%);
eficiência (9%); ações planejadas (8%); eficácia (5%); impacto (5%) e recursos
planejados (3%). Não houve informações possíveis de serem classificadas nas
categorias custo-efetividade, satisfação do usuário e equidade.
Gráfico 2 - Percentuais de informação por
categorias de análise de conteúdo observados em portais web de setores de
governo responsáveis por políticas públicas de juventude.
Fonte: Elaborado
pelos autores (2020).
As
categorias de melhor desempenho (objetivos, ações atuais, recursos atuais e
metas) podem ter obtido resultados mais expressivos porque reúnem informações
possivelmente consideradas essenciais, abrangendo propósitos imediatos das
políticas públicas e ações decorrentes.
Na Tabela 3, mostramos exemplos de
dados coletados de páginas web com informações sobre políticas públicas de
juventude relacionados às categorias de análise de conteúdo que elaboramos para
a pesquisa.
Tabela 3 - Exemplos (trechos) de informações
coletadas em portais web de setores de governo responsáveis por políticas
públicas da juventude, correspondentes às categorias de análise de conteúdo
utilizadas
Fonte:
Elaborado pelos autores (2020).
Na Etapa 2,
identificamos que as 22 páginas oficiais de setores de governo responsáveis por
políticas públicas da juventude no Facebook publicaram 3.874 postagens no
período de um ano (setembro de 2016 a agosto de 2017). Deste total, apenas 76 postagens (2,2%)
apresentaram links que conduziram a páginas web oficiais dos respectivos
setores de governo com informações sobre políticas públicas, material que
submetemos à análise de conteúdo conforme as 14 categorias listadas na Tabela 1
(Técnica 1.1), gerando os resultados exibidos no Gráfico 3.
Gráfico 3 - Índice de Qualidade da Informação
de páginas web de setores de governo responsáveis por políticas da juventude,
acessadas por meio de links nas respectivas páginas no Facebook
Fonte:
Elaborado pelos autores (2020).
As
páginas web com informações sobre políticas públicas de juventude referidas
pelas 76 postagens no Facebook obtiveram Índice de Qualidade da Informação
(IQI) de 14% a 27%. Em média, o corpus de análise exibiu 21% do total de dados
que seria possível atingir caso todas as políticas públicas
avaliadas apresentassem informações em todas as categorias de análise (Gráfico
3).
Conforme
o Gráfico 4, as informações encontradas na amostra de 76 páginas web foram
classificadas majoritariamente nas categorias objetivos (88% das páginas web
sobre políticas públicas de juventude analisadas apresentaram dados nessa
categoria), ações atuais (50%), metas (34%) antecedentes (26%), eficiência
(15%); eficácia (15%); recursos planejados (14%); ações planejadas (14%);
diagnóstico (10%). Não foram encontradas informações que pudessem ser
classificadas nas categorias impacto, custo-efetividade, equidade e satisfação
do usuário.
Na
comparação dos resultados obtidos entre a Etapa 1 e a Etapa 2 (Técnica 1.1), é
possível verificar que o IQI médio de 14,5% identificado nas páginas web com
informações sobre políticas públicas da juventude (Etapa 1) contrasta com o IQI
de 21% apurado em páginas que foram acessadas por meio de links nas postagens
oficiais no Facebook (Etapa 2). A diferença sugere que os gestores da
comunicação na rede social possam ter percebido que páginas web com mais
contexto e profundidade de informações teriam mais relevância para serem
conectadas por meio de hiperlinks às postagens no Facebook.
Gráfico 4 - Percentuais de informação por
categorias de análise de conteúdo observados em páginas web de setores de
governo responsáveis por políticas públicas de juventude, acessadas por meio
das respectivas páginas do Facebook
Fonte:
Elaborado pelos autores (2020).
No
entanto, apesar da diferença, sustentamos que a apreciação de ambos os
indicadores, somada à constatação das categorias de informação prevalecentes
conforme Gráficos 2 e 4, como objetivos e ações atuais, em detrimento de outras
como custo-efetividade, equidade e satisfação do usuário, sugere que os
gestores da comunicação pública digital priorizaram o caráter imediato e
supostamente mais facilmente compreensível das políticas.
A
ausência de informações relacionadas às categorias satisfação do usuário,
equidade e custo-efetividade nas páginas web analisadas indica que não houve
preocupação em consultar e dar visibilidade à percepção dos usuários de
políticas públicas de juventude; não foram apresentados dados sobre como os
gestores dessas políticas buscaram avaliar se os benefícios foram distribuídos
de maneira equilibrada; não se buscou dar visibilidade a como os recursos
aplicados atingiram os objetivos propostos como decorrência de escolhas
otimizadas.
Este
resultado sugere a possível influência das rotinas e valores de produção da
notícia que conferiram primazia ao dado breve e episódico. Os valores-notícia
do jornalismo (TRAQUINA, 2005; WOLF, 2003) são tidos como parâmetros utilizados
pelos jornalistas para selecionar o que será divulgado, diante de um quadro
variado de informações disponíveis. Segundo Wolf (2003, p. 195), os valores-notícia
auxiliam a determinação de “quais acontecimentos que são considerados
suficientemente interessantes, significativos e relevantes para serem
transformados em notícias”, incluindo prescrições sobre as características a
serem adotadas pelos textos noticiosos, como apelo, profundidade, extensão e,
sobretudo, enquadramento — no sentido de que noticiar implica retirar um fato
de seu contexto de origem e recontextualizá-lo nas
dimensões do noticiário, tendo em vista as limitações usuais de tempo, espaço,
recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis à apuração jornalística,
além de um perfil idealizado das capacidades cognitivas dos diversos públicos-alvo,
do tempo disponível ao engajamento na recepção das notícias, expectativas
ideológicas de um usuário mediano, etc. (PORTO, 2004).
Nesse
sentido, sustentamos que a divulgação de informações sobre políticas públicas
poderia ser aprimorada a partir de formação específica sobre as características
da comunicação pública democrática, tanto nas universidades como em programas
de treinamento específicos, e pelo estabelecimento de políticas públicas de
comunicação que incentivassem a utilização de tais espaços de forma a atender
de maneira mais abrangente o direito à informação sobre gestão pública. Em
nossa interpretação dos resultados, consideramos que a escassez de normas ou
orientações de comunicação pública democrática, resultante, por sua vez, da falta
de políticas públicas de comunicação que estabeleçam regras e critérios dos
processos e ações, cria um vácuo que justamente facilitaria a influência de
determinados valores-notícia do jornalismo que atuariam como vetores de
enquadramentos centrados no dado imediato e superficial, em detrimento de
abordagens abrangentes e contextualizadas com dados considerados necessários à
avaliação adequada de políticas públicas.
Sustentamos
que tal fenômeno, no caso das políticas da juventude, pode ser observado tanto
nos indicadores de IQI e categorias de informação prevalecentes que
apresentamos acima (Etapas 1 e 2, Técnica 1.1 de nossa pesquisa) quanto nos
resultados da Etapa 2, Técnica 1.2 que são exibidos pelo Gráfico 5.
Na
Técnica 1.2 da Etapa 2, o total de 3.874 postagens extraídas de 22 páginas no
Facebook de setores de governo responsáveis por políticas públicas da juventude
foi apreciado conforme quatro categorias de análise, exibidas na Tabela 2 (acima).
Gráfico 5 - Classificação de postagens
publicadas em páginas no Facebook de setores de governo responsáveis por
políticas públicas da juventude, conforme categoria de análise
Fonte:
Elaborado pelos autores (2020).
Conforme
o Gráfico 5, na categoria promoção foi classificado o maior número de postagens
coletadas no período da pesquisa, com um total de 2.885 postagens, que equivale
a 74% do total. O quesito “divulgação institucional” registrou 895 informações
relacionadas, que correspondem a 23% do total. Analisada com profundidade na
Técnica 1.1 (acima), a categoria “políticas públicas” registrou 76 postagens
relacionadas, que correspondem a 2,2%. Em “diálogo”, foram classificadas 18
postagens, que correspondem a 0,8% do total e representaram iniciativas de
diálogo criadas pelos gestores das páginas, que buscaram, por
meio de questionários e enquetes, receber respostas do público. Nessa
categoria, não foram incluídas postagens de iniciativa dos usuários, contendo
perguntas, em geral, na busca de informações de prestação de serviço, como
endereço, horários de funcionamento etc.
Sobretudo, o Gráfico 5 sugere que
estratégias e processos de comunicação investigados priorizaram a divulgação de
ações das secretarias e seus respectivos representantes, sendo pouco
expressivas as preocupações com o enfoque efetivo das políticas da juventude
como processo que envolve antecedentes, análise de impacto, custo-efetividade
etc., e com possíveis iniciativas de estabelecimento de canais de diálogo com o
público.
O
exame dos dados oriundos da Técnica 1.2 da Etapa 2 sugere a necessidade de que
os gestores da comunicação pública digital compreendam as políticas públicas da
juventude como processo que abrange aspectos complexos, indicados pela
literatura e aqui representados pelas 14 categorias de análise (Tabela 1), e
assim componham abordagens contextualizadas; além disso, os dados indicam que
as políticas públicas de comunicação devem prever estratégias para reconhecer o
jovem como protagonista em oportunidades de interação e diálogo, procurando
estabelecer laços para aprimorar a confiança e aproximar as ações da
administração pública da juventude.
Os
dados coletados na Etapa 3 de nossa pesquisa, constituída pelo preenchimento de
formulários online por gestores de 18 dos portais analisados que responderam ao
nosso convite de participação na sondagem, fornecem linhas de interpretação
adicional dos resultados obtidos nas etapas anteriores de pesquisa. Dos 18
respondentes, 80% são graduados em jornalismo; 13%, em publicidade e
propaganda; 6%, em direito; 1%, outros. A predominância de jornalistas sugere a
corroboração da explicação que indica a prevalência de determinados critérios
do jornalismo como parâmetros para atuação na comunicação pública, apesar das
diferenças fundamentais deste campo em relação àquele.
Para
aproximadamente dois terços dos entrevistados (65%), os recursos da comunicação
pública digital são utilizados para disseminar informações sobre as ações do
próprio setor de governo; para 12%, são utilizados para a divulgação de
políticas públicas da juventude; para outros 12%, são utilizados para promover
o diálogo entre governo e jovens.
A
preferência pelo dado imediato, em detrimento da apreciação da política como
processo, pode ser inferida tanto dos dados das Etapas 1 e 2 quanto das
percepções profissionais obtidas na Etapa 3. Sobretudo, os resultados da Etapa
3 de nossa pesquisa indicam que os gestores de comunicação acreditam não só que
seu trabalho atende ao que é esperado em sua função, mas também que seu
conhecimento sobre políticas públicas é suficiente. Quando questionados sobre
sua capacidade de caracterizar com abrangência de profundidade as informações que
fazem parte de uma política pública, metade dos respondentes afirma ser capaz
de caracterizar com grande abrangência e profundidade todas as etapas que
envolvem a elaboração de políticas públicas; 43% afirmam ter capacidade
moderada, e 7%, limitada abrangência e profundidade. Ou seja, a escassez de
políticas e orientações coerentes com a normatividade da comunicação pública
não é nem mesmo notada pelos gestores sondados, o que sugere a complexidade do
enfrentamento das insuficiências que detectamos.
Considerações finais
Com
as potencialidades trazidas pelas tecnologias de informação e comunicação para
as realizações de comunicação pública governamental, a exploração de portais
web de governo e páginas de redes sociais online requer estratégias e processos
capazes de disseminar abordagens qualificadas para atender o direito à
informação inscrito na cidadania contemporânea e de promover fluxos de diálogo
entre cidadãos e governos, de modo a incentivar o engajamento social e a
participação democrática dos jovens.
Os
resultados de nossa pesquisa indicam a complexidade do percurso de exploração
das tecnologias no contexto da normatividade da comunicação pública trazida
pela literatura especializada. Sugerimos que as estratégias e processos de
comunicação pública empregados em portais web e páginas oficiais em redes
sociais de setores de governo responsáveis pela gestão de políticas públicas da
juventude apresentam insuficiências importantes, o que coloca a exigência de
aperfeiçoamento em busca do desenvolvimento da comunicação democrática.
Detectamos
Índices de Qualidade da Informação médios de no máximo 21%, o que significa que
o corpus analisado apresenta cerca de um quinto do total de informações
necessárias para a caracterização abrangente de uma política pública da
juventude. Além disso, identificamos a prevalência de informações sobre
aspectos restritos das políticas, em detrimento de uma visão da política como
processo, e a predominância de postagens em redes sociais que favorecem a
promoção dos próprios setores de governo, novamente em prejuízo do enfoque da
política pública como ciclo que envolve formulação, execução e avaliação de
impacto e resultados.
Os
resultados sugerem que pode ter havido, contraditoriamente, a influência de
valores-notícia determinando a adoção, pelos gestores da comunicação pública
digital, de critérios que circunscrevem e limitam a informação sobre gestão de
políticas públicas da juventude aos seus elementos mais imediatos. Isto
explicaria tanto a prevalência de informações relacionadas às categorias
objetivos, metas, ações atuais e recursos atuais, quanto a negligência com dados
relacionados ao longo prazo de execução de políticas, como antecedentes e
impacto, e ao ciclo da política que se completa com sua avaliação pelos
públicos-alvo, como custo-efetividade, equidade e satisfação do usuário.
A
prevalência do dado imediato, o que tende a prejudicar a visão da política como
processo, é uma insuficiência que identificamos no corpus de análise. Mas
propomos que não é algo acidental; ao contrário, se mostra coerente com a
autopercepção dos gestores sobre qual é sua missão, em notável contraste com a
normatividade da comunicação pública. Afinal, sua caracterização pelos autores
aqui revisados apontam aspectos como as finalidades de estabelecer fluxos de
informação entre cidadãos e governos, viabilizar a prestação de contas e
conferir transparência sobre o percurso de formulação, execução e avaliação de
políticas públicas (BRANDÃO, 2012; KUNSCH, 2012; DUARTE, 2011); de proporcionar
o reconhecimento do jovem como sujeito de direitos (HONNETH, 2003); de escutar
os diferentes atores e incentivar o debate em igualdade de condições, baseada
na liberdade de informação (SALOMÃO, 2011); de tornar real a circulação de
informações qualificadas para que se possa “acionar, usufruir, controlar e
criticar tais políticas” (RIBEIRO, 2016, p. 306); de oferecer informações
completas conforme roteiros indicados por instituições multilaterais como Banco
Mundial e Organização dos Estados Americanos Mundial (DARBISHIRE, 2010; OAS,
2012); e, finalmente, ao menos de atender a legislação brasileira de direito à
informação, que requer a divulgação de metas, resultados, indicadores de
resultado e impacto (BRASIL, 2012).
As percepções dos gestores sobre seu
trabalho se mostram coerentes com tal desempenho insuficiente, que pode até
certo ponto ser explicado justamente por aquelas percepções, segundo as quais
uma suposta missão da comunicação pública, em notável contradição em relação à
normatividade trazida pela literatura especializada, estaria sendo cumprida por
profissionais que se percebem majoritariamente como competentes.
Embora
previsível, pode ser aqui reiterada a consideração de que insuficiências como
as que foram detectadas por nossa pesquisa podem ser enfrentadas pelo
aperfeiçoamento da formação
universitária e de programas de capacitação profissional dos gestores da área,
de modo a demarcar os princípios da comunicação pública em uma sociedade
democrática como vetores de estratégias adequadas para portais web e páginas
oficiais em redes sociais que valorizem a informação de qualidade e o diálogo
com os públicos-alvo.
Notas
[1] Este artigo apresenta resultados de tese
de doutorado defendida em programa de pós-graduação em comunicação. A primeira
autora agradece à Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)
pela bolsa concedida (Processo nº 2016/09134-8). O segundo autor agradece à
Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Código de
Financiamento 001, Processo nº 88887.371422/2019-00) e ao CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Processo nº 305689/2019-3), pelo
apoio.
[2] Disponível em: <http://www4.goiania.go.gov.br/portal/site.asp?s=1738&m=2580>.Acesso
em 13 ago. 2021.
[3] Disponível em: <http://www.juventudeparana.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=17>.Acesso
em 13 ago. 2021.
[4] Disponível em: <http://juventudecuiaba.blogspot.com/>.Acesso em 13 ago. 2021.
[5] Disponível em: <http://www.juventude.ma.gov.br/2017/04/07/projeto-geracao-ciencia-2/>.Acesso
em 13 ago. 2021.
[6] Disponível em: <http://www4.goiania.go.gov.br/portal/site.asp?s=1738&m=2579>.Acesso
em 13 ago. 2021.
[7] Disponível em: <https://portal.to.gov.br/reas-de-interesse/juventude/casa-do-estudante/>.Acesso em 13 ago. 2021.
[8] Disponível em: <http://www.juventude.ma.gov.br/2017/04/07/projeto-geracao-ciencia-2/>.Acesso
em 13 ago. 2021.
[9] Disponível em: <http://www.juventude.ma.gov.br/2017/04/07/projeto-tour-jovem-cidadao-3/>.Acesso
em 13 ago. 2021.
[10] Disponível em: <https://portal.to.gov.br/reas-de-interesse/juventude/estacao-juventude>.Acesso em 13 ago. 2021.
[11] Disponível em: <https://portal.to.gov.br/reas-de-interesse/juventude/escolinha-nilton-santos/>.Acesso em 13 ago. 2021.
[12] Disponível em: <http://www.rj.gov.br/web/seelje/exibeconteudo?article-id=2441123>.Acesso
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Lisboa: Presença, 2003.
[1] Mestre e doutora em Comunicação
pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). E-mail: kátiavanzini@gmail.com
[2] Livre-docente em Sociologia
da Comunicação pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). Docente do Programa
de Pós-Graduação em Comunicação da Unesp. E-mail: danilo.rothberg@unesp.br
[3] Mestre e doutora em Comunicação
pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). E-mail: kátiavanzini@gmail.com
[4] Livre-docente em Sociologia da
Comunicação pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). Docente do Programa de
Pós-Graduação em Comunicação da Unesp. E-mail: danilo.rothberg@unesp.br