As prioridades de quem produz:
Entretenimento
e violência nas fanpages dos jornais
regionais
Michele
Goulart Massuchin[1]
Suzete
Gaia de Sousa[2]
Resumo:
A migração dos veículos para as redes sociais mostra a centralidade que o
espaço tem adquirido nas redações, especialmente como forma de distribuir
conteúdo e, principalmente, atrair leitores, a partir da política dos cliques.
Assim, a necessidade de atualização contínua, associada ao interesse dos
leitores por assuntos leves e/ou curiosos e a busca por acessos aos portais
podem fazer com que os veículos passem a priorizar determinados conteúdos que,
apesar da pouca contribuição ao debate público, cumprem sua função de gerar
cliques. A partir desse pressuposto, o artigo traz uma análise sobre como veículos
regionais impressos têm usado o Facebook. O estudo é feito com base em 2.825
postagens realizadas durante duas semanas de coleta de dados, sendo que foi
usada a análise de conteúdo quantitativa como técnica de pesquisa. O objetivo
do artigo, de modo específico, é verificar os temas das postagens realizadas,
observando similaridades e diferenças entre as seguintes fanpages: A
Tarde, Correio
Braziliense, Diário Online, Gazeta do Povo e O Globo. Dentre os principais resultados, cita-se a priorização
dada aos temas de entretenimento, porém percebeu-se também a veiculação de
assuntos relacionados à violência, que se caracterizam pela proximidade e
impacto das notícias.
Palavras-chave:
Facebook; Jornalismo; Jornais Regionais; Formato; Abrangência.
The priorities of news producers:
Entertainment and violence on Regional
Newspapers’ Fan
Pages
Michele
Goulart Massuchin[3]
Suzete
Gaia de Sousa[4]
Abstract: The migration of vehicles to social digital networks
shows the centrality of this space on newsrooms, as a way of distributed
content and, mainly, to attract readers, from the politics of the clicks. Thus,
the need for updates, related to readers' interest for soft and/or inquisitive
content, and the search for access to portals may lead vehicles to prioritize
content that, despite the little contribution to public debate, the function is
the clicks. From this assumption, the article brings an analysis about regional
newspapers have invested on Facebook. The comparative study is based on 2.825
posts of two weeks of data collection, using quantitative content analysis as a
research technique. The main objective of this article is, specifically, to
verify the topics of posts, observing the similarities and differences based on
this fanpages: A Tarde, Correio Braziliense, Diário Online, Gazeta do Povo and O Globo.
Among the results, there is a prioritization of themes of entertainment, as
well as many posts about violence, that characterize the proximity, the
sensationalism and the impact of news.
Keywords: Facebook; Journalism; Regional Newspaper; Format;
Scope.
Introdução
Espaços
em redes sociais ocupados pela imprensa tradicional têm sido cada vez mais
comuns (JU et al, 2014). Com o
processo de convergência e a presença de um mesmo veículo em diversas plataformas,
os jornais viram nas redes sociais um espaço que poderia servir para ampliar e
aproximar a audiência (MESQUITA, 2017). Além disso, o espaço permite que, de
modo rápido, seja percebido o quanto o conteúdo publicado atraiu ou não os
seguidores, a partir das métricas. E, com exceção da Folha de S. Paulo, que declarou que deixaria de fazer uso do
Facebook por conta das novas políticas da rede social, os veículos seguem
atualizando suas fanpages.
Assim,
a indagação que instigou a produção deste artigo tem a ver com esse processo,
mas com um fator específico: que tipo de conteúdo os veículos têm selecionado
para publicar? Parte-se do pressuposto de que a informação que vai para a fanpage indica as prioridades do veículo
e aquilo que seus produtores consideram como relevante, seja a partir de
critérios jornalísticos ou da possibilidade de mobilização da audiência. Da
mesma forma que existe um processo de seleção na produção destinada para o
formato tradicional, também há para as redes sociais que, inclusive, passam a
considerar outros fatores externos, como as especificidades da própria
plataforma utilizada (TANDOC JR; MITRA, 2017) e os valores de compartilhamento
(TRILLING et al, 2017). Importa
observar o que é distribuído neste espaço porque, embora as redes sociais não
tenham sido criadas para distribuir informação, têm sido apropriadas para este
fim.
Neste
trabalho optou-se por uma pesquisa comparativa e regional, que busca entender a
dinâmica do uso da rede social por jornais que, ainda que sejam menores,
compõem subsistemas midiáticos (PINTO, 2015) e também usam tais ferramentas.
Assim, seria possível perceber padrões e diferenças nas escolhas editoriais
para a plataforma escolhida. Por isso, o recorte da pesquisa traz dados de
cinco veículos: A Tarde, Correio Braziliense, Diário Online, Gazeta do Povo e O Globo.
Ao todo, foram analisadas 2.825 postagens.
A
partir da discussão teórica que evidencia dinâmicas editoriais que passam a ser
geridas com finalidades meramente econômicas — especialmente para a obtenção de cliques — e a centralidade que os assuntos de entretenimento têm recebido nos
veículos, o artigo trabalha com a hipótese de que os jornais destinam espaço
relevante para esse tipo de tema entre os principais das postagens, por ser um
assunto que chama a atenção do público e gera acessos, evidenciando este modelo
de produção.
Estratégias
nas redes sociais e a corrida pelos cliques
As
notícias que são distribuídas nas redes sociais passam pelos processos de
circulação e recirculação dos conteúdos (RECUERO, 2009; ZAGO, 2014). São
dissipadas pelos produtores nas fanpages
e, na sequência, algumas delas —
selecionadas pelos leitores — tem a
circulação potencializada. Assim, para os veículos, torna-se relevante pensar
em uma política de produção que estimule a recirculação por meio de conteúdos
atrativos. Segundo Zago e Bastos (2013), enquanto certos assuntos ganham
visibilidade, outros são omitidos e, automaticamente, deixam de circular. Neste
sentido, entender as escolhas dos produtores é fundamental, ainda que estas
possam ser norteadas pelos interesses econômicos.
A
atenção seletiva por parte dos leitores pode estar relacionada a diversos
fatores, como os temas e a estrutura do post.
Com isso, certas postagens geram acessos que se transformam em tráfego e renda
para as empresas de comunicação (HONG, 2012). Essa associação ao fator
econômico faz com que rapidamente os veículos passem a considerar aquilo que
mais gera engajamento, seja por meio de cliques ou de interações que também
demonstram interesse. Os valores notícias, tão comuns para a rotina do
jornalismo, passam a dividir espaço com o que Trilling et al (2017) chamam de valores de compartilhamento, que são fatores
que geram maior interesse no leitor. Isso demonstra, por exemplo, que os
veículos estão cada vez mais se adaptando às lógicas das redes sociais.
Destaca-se,
ainda, que há diferença entre o que se fornece e aquilo que gera maior
interação e acesso (BASTOS, 2013; TEWKSBURY, 2012; BOCZKOWSKI; PEER, 2011).
Porém, sabendo que cada vez mais os veículos se utilizam das métricas (TANDOC
JR, 2014), uma parte significativa do conteúdo disponibilizado leva em
consideração o interesse dos leitores, moldando o modelo de produção para
diminuir o gap entre produtores e
consumidores, o que pode ser grande em alguns casos (BOCZKOWSKI; PEER, 2011;
BASTOS, 2015). Assim, a audiência não apenas ajuda a distribuir conteúdo
(GARCÍA-PERDOMO, 2017), mas também interfere no tipo de assunto que vai ser
selecionado para as redes sociais. O interesse dos leitores é levado em
consideração, fazendo com que haja uma convivência entre o gatewatching e o gatekeeper
(PRIMO, 2011), com um peso importante para a audiência, segundo Trilling et al. (2017).
A
associação entre as escolhas e o que interessa para a audiência se materializa
por meio das webmétricas, que faz com que os interesses do público sejam
visíveis e usados estrategicamente pelos veículos, alterando decisões internas
das redações (TANDOC JR, 2014). Facilmente se pode monitorar o que tem sido
mais acessado e o que mais tem circulado por meio das interações das redes
sociais. Assim, baseado nesse processo, os editores selecionam ou não os temas
conforme eles atraem e geram tráfego, adaptando-se facilmente à inclusão das
métricas no cotidiano das redações (TANDOC JR, 2014). É neste sentido que
Canavilhas, Torres e Luna (2015) falam sobre a busca do jornalismo por conhecer
a audiência que, embora sempre fez parte dos interesses dos profissionais, hoje
se destaca por aspectos expressamente numéricos e mais relacionados ao
interesse econômico (VIEIRA; CHRISTOFOLETTI, 2015).
A
busca incessante por publicar aquilo que vai interessar à audiência, gera o que
a literatura vem denominando como “cultura do clique”, associada à produção de
conteúdos a partir das estratégias caça-cliques (BLOM; HANSEN, 2015; OROSA et al, 2017; BUENO; REINO, 2018). Embora
este comportamento possa estar mais voltado aos agregadores de conteúdos
(CANAVILHAS; TORRES; LUNA, 2015), Sardá et
al (2015) mostraram como o Zero Hora
tem modificado o formato das postagens para gerar mais acessos.
Tematização
e a escolha dos produtores
De
forma concomitante ao processo de circulação, várias pesquisas têm mostrado que
o jornalismo tem se voltado ao entretenimento (SARDÁ et al, 2015; MASSUCHIN; TAVARES, 2016; GARCÍA-PERDOMO et al, 2017). Além disso, muitos dos
leitores são atraídos por este tipo de informação (TRILLING et al, 2017; BASTOS, 2015; TEWKSBURY,
2003).
Os
conteúdos denominados como faitdivers,
infotainment ou soft news têm
caracterizado a produção jornalística nacional e internacional (MASSUCHIN;
TAVARES, 2016; GARCÍA-AVILÉS, 2007) e, especialmente, marcado as redes sociais.
Apesar das diferenças conceituais que a literatura apresenta para os diversos
termos, há cada vez mais informação circulando sobre variedades, celebridades,
esporte, curiosidades e fato inusitados. Bastos (2015), por exemplo, mostrou
que quando comparados os temas distribuídos pelo Facebook e Twitter, o primeiro
tende a distribuir mais conteúdo soft.
Aqui, utiliza-se o conceito de soft news
a partir da percepção temática usada por García-Avilés (2007) e Lehman-Wilzig e
Seletzky (2010), em que se distinguem os conteúdos a partir do tema nas
categorias hard e soft.
Na
perspectiva da economia política, Chagas (2016) argumenta que a priorização de
uma agenda tabloide é uma busca pela saída da crise dos jornais impressos. Isso
pode ser considerado, também, para a compreensão dos assuntos escolhidos para
as redes sociais, já que o objetivo é chamar a atenção do leitor, o que ficou perceptível
na pesquisa de Larsson (2016).
Em
relação aos temas, este também é um fator que delimita os acessos. Apesar das
inúmeras técnicas que caracterizam o clickbait,
Palau-Sampio (2016) incluiu os temas (topics)
como uma das características e mostrou que fofocas, conteúdos de
entretenimento e bem-estar, assim como curiosidades, passaram a se destacar no El
País online. Dessa forma, os conteúdos que direcionam para o processo de
tabloidizacão, como o entretenimento, passam a ser vistos como uma das estratégias
de angariar acessos, o que explica a guinada para este tipo de conteúdo. Além
disso, Beleslin et al (2017)
mostraram que títulos de notícias de entretenimento tendem a apresentar, mais
que outros assuntos, a estrutura do clickbait.
Assim,
pode-se perceber que apesar das notícias ou postagens caça-cliques serem definidas por uma série de elementos — que incluem também o formato e a
linguagem — não se pode
desconsiderar a temática como um fator usado para angariar acessos. Isso quer
dizer que, embora “entretenimento” não seja uma característica estrutural do clickbait, sua função é semelhante:
chamar a atenção e atrair o leitor para clicar nas postagens. Esse contexto faz
com que os temas de entretenimento sejam priorizados na produção das redes
sociais, sendo que essa presença é verificada a partir desta pesquisa empírica.
Procedimentos
metodológicos e desenho da pesquisa
Para
a definição do corpus, foram selecionados cinco veículos de comunicação
impressos, a partir da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e do Instituto
Verificador de Circulação (IVC). Para a análise, considerou-se o conteúdo que
circulava de forma digital, a partir do Facebook. Essa rede social foi
escolhida, dentre as demais por conta da sua popularidade no Brasil (PBM,
2015). Em relação aos jornais, buscou-se distribuição regional e considerou-se
a representatividade a partir da circulação e do número de seguidores.
Inicialmente foi escolhido um jornal de cada estado e, a partir disso,
selecionado para incorporar a pesquisa aquele com maior tiragem impressa e que
tivesse, ainda, maior número de seguidores na página mantida no Facebook.
Assim, chegou-se aos seguintes veículos, um de cada região: A Tarde, Correio Braziliense, Diário
Online, Gazeta do Povo e O Globo.
Em relação à atuação online, A Tarde (Nordeste) possui sede em
Salvador-BA e conta com 202.228 seguidores em sua fanpage criada em 23
de fevereiro de 2011. O Correio
Braziliense (Centro-Oeste) tem sede em Brasília-DF e possui página no
Facebook desde 27 de dezembro de 2010. Atualmente possui 735.247 seguidores. O Diário Online (Norte), com a sede do
jornal impresso localizada em Belém-PA, teve sua fanpage criada em 08 de
junho de 2012 e possui 735.708 seguidores. Já a Gazeta do Povo (Sul) possui sede em Curitiba-PR, sendo que sua
página no Facebook possui 1.518.626 seguidores e foi criada em 20 de agosto de
2009. O O Globo (Sudeste) está
localizado no Rio de Janeiro-RJ, sua fanpage foi criada em 07 de maio de
2010 e possui 5.760.158 seguidores. Todos os jornais, como já apresentado,
estão entre os de maior circulação[1] do Brasil, além de serem referências em suas
regiões.
A
pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Grupo de Pesquisa em Comunicação,
Política e Sociedade (COPS) e, neste artigo, a atenção está voltada para as escolhas
dos produtores no que diz respeito aos conteúdos das postagens. Para isso,
optou-se pelo uso da análise de conteúdo como técnica de pesquisa para
categorizar os assuntos dos posts. O
recorte da pesquisa engloba uma semana do mês de março de 2018 — de 14 a 20 — e outra do mês de abril de 2018 — de 17 a 23 —
escolhidas de forma aleatória. Após a extração dos dados, foi realizada a
categorização manual, na qual os dados foram codificados e tabulados por duas
pesquisadoras[2]. Para medir a
confiabilidade da coleta, foi realizado um teste com 125 publicações, no qual se
percebeu mais de 80% de acordo entre as codificadoras. A coleta foi baseada em
um livro de códigos, com categorias definidas a priori.
Como
o artigo se preocupa em observar os temas, cada postagem é categorizada a
partir do seu assunto principal, que se divide em 13 possibilidades:
“política”, “economia”, “educação”; “saúde”;
“meio ambiente”; “variedades e culturas”; “violência e segurança”;
“infraestrutura urbana”; “ético-moral”; “curiosidades”; “acidentes e
tragédias”; “minorias” e “esportes”.
Também há uma categoria chamada “outros”, que é usada para notícias não
contempladas pelas definidas acima. Somadas a elas, tem-se outra denominada
como “ausência de informação jornalística”
para postagens sem esse tipo de dado. Posteriormente, os temas — desde política até esportes — são divididos entre hardnews e softnews a partir da classificação temática.
O “quase padrão” jornalístico: o que importa é chamar a atenção
Esta análise identifica os destaques das publicações no Facebook a
partir dos temas das notícias distribuídas na rede social. Inicialmente são
averiguados os assuntos que predominam nas postagens dos cinco jornais de modo
agregado e, posteriormente, são observados cada um separadamente para comparar
similaridades e diferenças. Os primeiros dados (gráfico 1) apontam a
centralidade do entretenimento.
O tema “variedades e cultura” contou com 19,68% do total das 2825
publicações do período. Embora, segundo DeVito (2017), o feed pré-seleciona certos conteúdos,
reitera-se que esses dados mostram aquilo que os produtores desejam que tenha
mais circulação e acesso. Ter mais notícias de entretenimento, portanto, é uma
prioridade dos produtores de notícias para este espaço. Assim, independente do
interesse e engajamento dos eleitores, é importante entender o uso que é feito
da tecnologia por parte das redações. E, aqui, nota-se a prioridade do
entretenimento ante temas de interesse público que poderiam ser, em alguma
medida, potencializados.
Gráfico 1: Percentual de temas nos jornais (N= 2.825)
Fonte: Elaborado pelos autores (2018)
Por outro lado, o segundo tema de maior evidência é “violência e
segurança” (16,46%). O assunto se destaca, inclusive, mais que economia e
política, por exemplo, que não passam de 10%. A observação detalhada da
produção mostra que estes são assuntos que denotam proximidade, que é um valor
notícia relevante no jornalismo (HARCUPL; O´NEILL, 2001). Além disso, parte
significativa deste conteúdo traz elementos que envolvem os valores notícias de
impacto e fatos negativos, que podem explicar a alta presença deste assunto
entre os mais publicados.
Esse percentual pode ser interpretado em parte pela morte de Marielle
Franco[3] e seu motorista Anderson Pedro Gomes, crime de
repercussão internacional e, ainda, pela intervenção federal no Rio de Janeiro,
que teve início em 16 de fevereiro de 2018, decretada pelo presidente Michel
Temer, com o objetivo de “pôr termo ao grave comprometimento a ordem pública no
Rio de Janeiro” (Decreto nº9288/18)[4].
Há, de fato, um número significativo de postagens sobre o assassinato da
vereadora Marielle e seu motorista, que ocorreu no dia 14 de março, data de início
da coleta. Contudo, os dados também refletem outras realidades recorrentes que
não devem ser ignoradas por conta deste fato.
A pesquisa de Massuchin, Tavares e Borges (2019) — que observou por um
período mais longo os jornais regionais do Nordeste — trouxe também números altos para uma produção voltada para violência e
segurança. Observando o contexto, os dados da pesquisa refletem, em certa
medida, as informações do “Atlas da Violência de 2019”, investigação[5] realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública (FBSP) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que observou
que as regiões Norte e Nordeste têm estados que demonstraram um grande
crescimento nos índices de homicídios, por exemplo. Além disso, no relatório de
pesquisa sobre “A intervenção federal no Rio de Janeiro e as organizações da
Sociedade Civil”, realizada pelo Ipea[6] em 2019, destaca-se que o Estado não
apresentou redução da violência. Pelo contrário, teve um aumento no número de
homicídios por policiais em que atingiram um recorde de 1.532 mortes no ano de
2018, o que corrobora para aumentar a frequência do tema violência na cobertura
jornalística. Assim, embora acrescidos por conta do caso envolvendo Marielle
Franco, demais realidades também explicam os números encontrados.
Esses dados precisam ser compreendidos à luz da discussão sobre a
tabloidização que, além do foco no entretenimento, também é marcada pela
cobertura da criminalidade e escândalos[7] (CHAGAS, 2016). Se for considerada a
centralidade de temas de entretenimento (incluindo aqui esportes e
curiosidades) somada à categoria “violência e segurança”, chega-se a mais de
45% dos assuntos selecionados para circular no Facebook pelos cinco jornais, de
forma agregada. Se por um lado há um uso excessivo de entretenimento, por outro
há uma tentativa de aproximação com o público com temas policiais, ainda que
esses também possam contribuir para uma “agenda tabloide”.
No entanto, chama a atenção a baixa presença de temas que teriam
relevância em outros aspectos cotidianos, como os assuntos políticos e
econômicos. Na discussão feita por Chagas (2016), a presença desses temas faria
oposição ao modelo tabloide de conteúdo. Apesar dos diversos problemas
enfrentados no período em ambas as áreas — como a prisão de Lula, o desemprego, entre outras questões — os temas se destacam
pouco na escolha dos produtores. Possivelmente, esses assuntos não são vistos
como geradores de “acessos” ou “cliques”, ainda que em termos de informação
sejam relevantes socialmente.
Embora as informações apresentadas acima já corroborem com a hipótese do
trabalho e mostrem que, no geral, tem-se um espaço considerável para notícias
de entretenimento, é importante perceber o peso dos conteúdos sobre “violência
e segurança” e observar se há diferenças entre os veículos quanto à
centralidade que cada tema recebe, assim como as especificidades de cada um.
No caso do jornal A Tarde,
exposto no gráfico 2, embora tenha muito conteúdo de entretenimento — como “esporte” (14,8%) e “variedades e cultura” (12,2%) — a temática de maior destaque foi “violência e segurança” (15,6%). Vale
destacar certo equilíbrio entre os três temas, não destoando tanto entre eles,
embora todos possam ser caracterizados como algo que se aproximaria de uma
agenda tabloide que, além de estender-se aos jornais de referência, chega aos
regionais.
Gráficos 2, 3 e 4: Posts no A Tarde (N=263), Correio
Brasiliense (N=391) e O Globo
(N=708)
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Fonte: Elaborados pelos autores (2018)
Este comportamento de prioridade dado para “violência e segurança”
também é observado no jornal Correio
Braziliense (gráfico 3). O veículo apresentou um alto número de publicações
nessa categoria (18,7%), acompanhado de “variedades e cultura” (14,3%). Outro
assunto bastante abordado no jornal foi economia que aparece em 11,5% das
postagens. Aqui há menos equilíbrio na seleção, com maior evidência para
violência e menor para entretenimento (esportes não está entre as principais
como anteriormente), mas também parece haver uma tentativa de equilíbrio entre
assuntos mais leves e de interesse público, como economia e política, que
aparecem na sequência.
Corroborando com esses dados da pesquisa, o “Atlas da Violência” mostra
dados que apontam que as regiões Norte e Nordeste contam com 22 cidades no
ranking dos 30 municípios mais violentos em 2015 e o estado do Goiás tem quatro
municípios no ranking. Isso pode explicar a tendência dos jornais citados a
enfatizar esse assunto, o que acaba criando um “elo” entre o interesse do
leitor — que convive com o problema — e a cobertura.
Ressalta-se que no caso do Correio
Braziliense, ainda que o tema “violência e segurança” estivesse muito
relacionado à região, o veículo também postou muito conteúdo sobre a morte da
vereadora Marielle Franco. Das 73 notícias publicadas sobre “violência e
segurança”, 30,13% estavam relacionadas ao assassinato da vereadora. Isso se
deu fortemente na primeira semana já que a morte de Marielle coincidiu com o
início da coleta dos dados.
Já no O Globo (gráfico 4), há
uma sobreposição das publicações sobre “violência e segurança” em relação aos
demais temas, com 26,4%. Esse predomínio no jornal — bem acima dos demais — apesar de aparecer em duas semanas de meses diferentes, mostra um
padrão: o assassinato da vereadora Marielle Franco e a intervenção militar.
Como o jornal é produzido no Rio de Janeiro, há uma proximidade evidente do
fato com seus principais leitores e, pelo teor dos conteúdos categorizados,
nota-se uma presença menos evidente do sensacionalismo nas notícias, em que
teria muitos casos de crimes ou escândalos. O que há é um processo de
atualização contínua sobre os dois casos apontados, especialmente para
alimentar a página, como mostram os exemplos seguintes (Figuras 1 e 2).
Apesar
de mais de 26% das postagens voltadas para “violência e segurança”, outros
21,6% das notícias traziam “variedades”. Assim, 48% das postagens — praticamente metade — figuraram entre os dois
assuntos, inclusive com grande disparidade ante os demais, que na sequência
aparecem como política (12,7%) e ético-moral (11%). Os demais assuntos são
irrisórios, o que denota a centralidade dos interesses nas publicações ainda
mais evidente do que no Correio
Braziliense, embora depois haja interesse de tratar de política e economia
em ambos.
Se até aqui havia uma espécie de “casamento” entre “variedades” e
violência/segurança”, com predomínio do segundo, no caso do Diário Online e da Gazeta do Povo (gráficos 5 e 6), há uma estratégia um pouco
distinta. Enfatizando a lógica dos três jornais acima, no jornal Diário Online a temática “variedades e
cultura” chega a quase 30% das publicações.
Gráficos 5 e 6: Percentual de casos no jornal Diário Online e Gazeta do
Povo
Fonte: Elaborado pelos autores (2018)
Este foi o periódico que mais exibiu conteúdo sobre entretenimento, com
“variedades e cultura” apresentando 28,8%, seguido de “violência e segurança” (17,2%). Logo depois vem a categoria “esportes”
(13,3%). Nesse caso nota-se uma agenda mais voltada ao modelo do
entretenimento, com ênfase em “variedades”. E, quando se soma com as categorias
“esportes” e “curiosidades”, o percentual passa de 50% apenas com
entretenimento, o que está bem acima dos demais.
Ao considerar os temas de “violência e segurança”, que aqui voltam a ter
um aspecto mais evidente de crimes e drogas, são mais de 65% das postagens que
demonstra uma agenda tabloide no Facebook do jornal. Segundo o estudo “Atlas da Violência 2017” (CERQUEIRA
et al, 2017), já citado
anteriormente, algumas cidades da região Norte também apresentam altos índices
de violência, sendo este um indicativo para que quase 20% das publicações desse
veículo seja referente a temática.
É importante destacar, no caso do Diário
Online, que as notícias de entretenimento abordavam programas de televisão,
novelas e fofocas, sendo frequente a cobertura do reality show Big Brother
Brasil (BBB), que se encontrava em sua 18ª edição e estava em exibição durante
o período analisado. Abaixo os exemplos (Figuras 3 e 4) mostram essa
centralidade.
Uma política editorial mais distinta para o uso da rede social Facebook é
apresentada no jornal Gazeta do Povo.
É notável a preferência por temas de interesse público na fanpage, pois notícias sobre “economia” (16,4%) e “política” (15,9%)
lideram a preferência do veículo. É interessante que, mesmo com a migração para
o modelo online[8], o que faria o jornal
depender mais dos cliques, temas da agenda tabloide são menos usados. Segundo
Tavares (2018), há casos em que isso é retratado pelos jornalistas da Gazeta do Povo, mas não chega a ser
majoritário enquanto estratégia já que o jornal buscava muitos acessos com
poucas notícias caça-cliques, o que permitia mais fôlego para outros conteúdos
menos procurados. E, ainda que não sejam analisadas aqui, pode haver outras
estratégias, como mudanças no formato e inovações estruturais nas postagens,
que também servem para chamar a atenção dos leitores (SANTOS et al, 2019).
Porém, destaca-se que apesar da menor incidência, “variedades” aparece
em terceiro lugar, ainda dentre os três principais, o que não deixa de
sustentar a hipótese inicial. Mas, mesmo assim, a Gazeta do Povo, dentre todos os veículos, é aquele que explora
menos entretenimento, sem também apresentar o apelo da “violência e segurança”.
Assim, apesar de Zago e Bastos (2013) terem dito que no Facebook as informações
são mais soft, há espaço para temas
de interesse público.
Até aqui os dados mostraram as predominâncias, sendo que quase todos
oscilam entre “variedades e cultura” e “violência e segurança”. Assim, há um
“jogo” entre essas duas temáticas centrais nas postagens. A única exceção é o caso
do jornal Gazeta do Povo, apesar de
ter percentual significativo de “variedades”. É importante, no entanto,
ressaltar o espaço ocupado pelo tema “violência e segurança”, ainda que os
contornos e abordagens recebidos possam ser diferentes entre eles. Em todos os
casos o tema aparece com um viés de proximidade, o que evidencia o seu uso como
forma de chamar a atenção dos seguidores ao lado de assuntos de entretenimento.
Mas, ao mesmo tempo em que se percebe o padrão acima, os percentuais que
cabem a cada um são diferentes em cada veículo. Além disso, é importante notar
como os demais temas, embora menos relevantes nas postagens, aparecem distribuídos
entre as fanpages. Para isso,
apresenta-se a tabela 1, a seguir. O teste estatístico permite verificar a
diferença na variação dos temas nos diferentes veículos, sendo que é possível
perceber algumas informações que não ficavam tão claras com os gráficos
trabalhados de forma separada. Com o teste significativo[9], tem-se uma distribuição
desigual dos temas dentre os jornais. Isto quer dizer que eles divergem quanto
ao destaque dado a determinada categoria, inclusive quando é maioria em mais de
um deles. Para compreender quais são as relações, então, usa-se dos resíduos
padronizados (Rp), que mede a proximidade entre as categorias das variáveis.
Sempre que estiverem acima ou abaixo de 1,96, há proximidade ou distanciamento
e é possível ver que temas cada jornal tende a priorizar no modelo de
postagens.
Tabela 1: Distribuição de temas (N=2.825)
Fonte: Elaborada pelos autores (2018)
Assim, embora os gráficos tenham mostrado a predominância quase que
geral de conteúdos sobre “variedades” e “violência e segurança” entre os temas
principais, quando observado de maneira mais aprofundada notou-se que o jornal O Globo (Rp. 6,5) foi o que deu mais
destaque para notícias sobre “violência e segurança”, apesar da predominância
nas várias fanpages. Também se diferencia
dos demais por ter mais postagens sobre “política” e “ético-moral”. O Diário Online, por outro lado, é o mais
próximo aos três temas relacionados ao entretenimento (“esporte”, “variedades e
cultura” e “curiosidades”).
E na fanpage da Gazeta do Povo, diferente dos demais,
destacou-se “economia” e “política”, mas também as abordagens sobre “educação”.
“Política” ultrapassa a média geral que é de 9,6%, chegando a 15,9%. Já a
temática “educação” só apresenta resíduos positivos no jornal Gazeta do Povo (Rp 3,5), sendo que isso
se explica pela atenção que o jornal tem dado ao tema nos últimos tempos,
especialmente com um discurso contrário às universidades públicas.
Como foi visto, entretenimento está atrelado a três subtemas, apesar da
centralidade de entretenimento. Assim, para finalizar a análise, os dados foram
separados em hard e soft, o que reforça a hipótese do
trabalho e, ao mesmo tempo, ajuda a mostrar algumas similaridades e
divergências, no espaço dado ao entretenimento, questão central deste artigo.
Aqui se considera conteúdo hard, os
temas sobre política; economia; educação; saúde; meio ambiente; violência e
segurança; ético-moral; infraestrutura; minorias. Contudo, soft são assuntos sobre variedades e cultura; curiosidades;
esportes. Apesar do pertencimento dos assuntos sobre crimes ao modelo tabloide,
em função da proximidade com o público, considera-se aqui como um assunto hard por, muitas vezes, envolver
questões cotidianas.
Tabela 2: Presença de temas Hard e Soft News nos jornais (N= 2.535)[10]
Fonte: Elaborada pelos
autores própria (2018)
No geral, todos têm mais conteúdos hard
que soft, com exceção do Diário Online, que tem 54% de notícias
nesta última categoria. Em oposição está o Correio
Braziliense, exibindo 77,2% de hard
news. Porém, os dados[11] mostram que, apesar dos conteúdos hard ganharem mais visibilidade, mais de
20% das postagens em todos eles trazem conteúdo que tem por finalidade entreter
o público, que dialoga com a literatura e reforça a guinada dos veículos nas
redes sociais que usam o tema como um atrativo aos leitores. A categoria
“variedades” sempre tem preferência, mas há os casos de “esporte” e
“curiosidades” que se somam ao entretenimento e definem, em boa medida, uma
política editorial que deixa as fanpages mais “leves” e menos
comprometidas com a apresentação de temas de interesse público.
Considerações Finais
Este artigo teve por objetivo discutir as prioridades dos produtores a
partir da identificação das preferências destes sobre o que é selecionado para
circular nas fanpages. A discussão
teórica argumentava sobre o peso do entretenimento no que tange ao interesse editorial,
considerando a literatura que destaca o aumento desta temática nas notícias, os
interesses mercadológicos e as novas lógicas de medição do engajamento do público. Com os dados é possível perceber
um alinhamento da perspectiva informacional brasileira nas redes sociais com
resultados que consideram cenários de outros países. Mesmo veículos regionais,
que poderiam ainda não seguir uma lógica baseada nas métricas de acesso, o
interesse dos produtores vem sendo guiado, em boa medida, pelo entretenimento.
Dentre os principais resultados, percebeu-se a força dos assuntos de
entretenimento, especialmente de “variedades”, entre as notícias elencadas nas
páginas analisadas, o que corrobora com achados de outras pesquisas (PALAU-SAMPIO,
2016)
e mostra que esse pode ser considerado como o carro-chefe do jornalismo das
redes sociais, com poucas exceções. Em todos os jornais analisados, por
exemplo, “variedades” esteve entre os três principais temas abordados nas
postagens. Além disso, quando somadas às postagens sobre esportes e
curiosidades, o percentual de conteúdo de entretenimento nas páginas aumenta
ainda mais. Assim, o artigo torna evidente o interesse dos produtores por este
tipo de conteúdo que, segundo a literatura, tem o objetivo de atrair o público
e incorpora um novo modelo editorial para as redes sociais (TANDOC JR, 2017).
Dessa forma, os dados corroboram para confirmar a hipótese apresentada na
introdução deste artigo.
Percebeu-se,
no entanto, uma questão adicional: “violência e segurança” ocupa um espaço de
destaque na produção jornalística regional estando sempre ao lado de
“entretenimento”. No total de postagens, mais de 16% eram sobre o assunto,
sendo que em alguns veículos específicos o percentual sobe para quase 30%.
Ainda que isso possa ter tido reflexo do caso Marielle Franco, dados
contextuais apresentados e outros trabalhos revelam o interesse jornalístico
pelo tema. E, além disso, entre os cinco jornais pesquisados, só não esteve
entre os três principais temas abordados na Gazeta
do Povo. Em outros três veículos, por outro lado, foi o que mais apareceu,
inclusive acima de variedades. A partir da observação dos conteúdos inseridos
na categoria, notou-se o peso dado às questões negativas e o impacto, para além
da proximidade que este tema oferece. Apesar de ser um tema da agenda tabloide,
envolve diversos valores notícias típicos do jornalismo e explora a
proximidade.
Apesar de o
entretenimento estar entre as estratégias dominantes dos produtores de
informação nas redes sociais e as questões relacionadas à violência também
ocuparem um lugar de destaque, vale salientar as diferenças encontradas entre
os veículos, o que demonstra certas especificidades. O cruzamento das variáveis
evidencia algumas outras diferenças, o que mostra que apesar das prioridades
dos produtores serem similares, ainda assim os dados mostram questões
importantes de serem reconhecidas como diferenciadoras. A Gazeta do Povo, que é o único veículo que não faz postagens sobre
“violência e segurança” com tanta intensidade, por outro lado, destaca temas
políticos, de economia e educação, apresentando uma agenda que foge dos demais.
O jornal Diário Online, de forma
diferente, é o único que tem mais de 50% dos temas soft (variedades,
curiosidades e esportes), apesar do uso generalizado desta categoria em todos
os veículos. Embora a presença de violência se destaque em quatro das cinco publicações
analisadas, é no O Globo que o tema
tem mais espaço, por exemplo. Dessa forma, compreende-se que há um caminho
muito similar traçado entre os produtores quanto às prioridades — o que permite identificar um padrão entre elas — porém a intensidade com que aderem aos temas
tende a ser distinta.
Ressalta-se que a tematização é um fator importante a ser discutido nas
pesquisas em jornalismo, especialmente em função da amplitude da circulação
proporcionada pelas redes sociais. Porém, o que os dados indicam — e não pode ser ignorado
— é o fato de que há
prioridades que definem um padrão de circulação das notícias e estas tendem a
se distanciar do modelo que visa oferecer subsídios ao debate público. Ficou
claro, ao contrário, a estratégia de entreter o público por meio do jornalismo.
Ainda que essa característica não seja novidade e que em certos contextos pode
servir de gancho para tratar de questões relevantes, o achado mostra a
supervalorização deste tipo de conteúdo nas redes sociais, as quais têm ocupado
um espaço central na política editorial dos veículos. Desse modo, aumentar o corpus
de análise, seja comparando veículos locais, regionais e nacionais ou
propondo inclusive discussões entre países, pode ser um passo importante para
verificar em que medida os insigths apresentados neste artigo podem ser
ampliados.
Notas
[1] Disponível: < https://bit.ly/38H8XIM>. Acesso em: 04 jun.
2020.
[2] As pesquisadoras agradecem o trabalho da aluna
Nayara Nascimento, membro do grupo de pesquisa em Comunicação, Política e
Sociedade (COPS), que auxiliou no processo de codificação dos dados.
[3] Disponível em: < https://glo.bo/2OBJaef > Acesso
em: 11 jun. 2018.
[4] Disponível em: <https://bit.ly/3tm49Aj>. Acesso
em: 04 jun. 2020.
[5] Disponível em: <https://bit.ly/30I9wh0>. Acesso em:
04 jun. 2020.
[6] Disponível em: <https://bit.ly/3lhnVud>. Acesso em:
04 jun. 2020.
[7] Aqui não foram consideradas as notícias com
escândalo relacionadas à política, que recebeu a categorização de problemas
ético-morais, tal como a prisão de Lula, por exemplo.
[8] O jornal Gazeta do Povo deixou de circular
diariamente no modelo impresso em junho de 2017.
[9] O coeficiente de Pearson Chi-Square apresentou
um valor de 620,667a e nível de
significância de 0,000.
[10] O qui-quadrado de Pearson apresenta o valor de
153,497a e significância de 0,000.
[11] Nessa tabela são trabalhados apenas 2.535
casos, pois não foram considerados para esta análise os conteúdos enquadrados
como “sem informação jornalística” e “outros temas”.
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[1] Professora adjunta do Departamento de
Comunicação e dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) e Ciência
Política (PPGCP) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail:
mimassuchin@gmail.com
[2] Doutoranda
em Comunicação na Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Comunicação
e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). É pesquisadora do
Grupo de Pesquisa Comunicação, Política e Sociedade (COPS/UFMA). E-mail:
suzetegaia@gmail.com
[3] Professora adjunta do Departamento de
Comunicação e dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) e Ciência
Política (PPGCP) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). E-mail:
mimassuchin@gmail.com
[4] Doutoranda em Comunicação na Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). É pesquisadora do Grupo de Pesquisa Comunicação, Política e Sociedade (COPS/UFMA). E-mail: suzetegaia@gmail.com