TY - JOUR AU - Hentschke, Jens R PY - 2021/09/10 Y2 - 2024/03/29 TI - Comtismo, castilhismo e varguismo: anatomia dum credo brasileiro JF - Locus: Revista de História JA - Locus VL - 27 IS - 2 SE - Seção Livre DO - 10.34019/2594-8296.2021.v27.33173 UR - https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/33173 SP - 245-287 AB - <p><span style="font-weight: 400;">O autor argumenta que o sistema político e as políticas do Estado Novo de Getúlio Vargas não podem ser completamente compreendidos sem explorar o legado do Rio Grande do Sul. O primeiro governador republicano do estado sulino, Júlio de Castilhos, inspirou-se na filosofia política multifacetada de Auguste Comte e inculcou os seus traços autoritários nas instituições políticas. No entanto, ele e os seus seguidores adaptaram substancialmente o positivismo de Comte às circunstâncias econômicas e políticas específicas na sua republiqueta sui generis. Em contraste com Comte, o Estado fundiu poderes temporais e espirituais para prosseguir mudanças políticas evolutivas, uma modernização socioeconômica equilibrada, e a incorporação do povo através de políticas públicas paternalistas, e tudo isso com um forte enfoque na educação. A mudança de contextos resultou em mais ajustes, quando Vargas se tornou governador em 1928: uma inclusão "ordenada" da oposição na política, um intervencionismo estatal mais forte na economia e no mercado de trabalho, e uma experimentação com o corporativismo estatal. Tais experiências abriram o caminho para que este comtismo transformado em castilhismo e transformando-se em varguismo entrasse na cena nacional dois anos depois. Apesar das concessões que, em seguida, Vargas teve de fazer a outros concorrentes ao poder, ele, os seus gaúchos, e outros protegidos cooptados permaneceram unidos na forte crença em soluções técnicas para problemas sociais e na procura de instituições racionais para levar a cabo políticas transformadoras. O Estado deveria ser agente de desenvolvimento, tutor de grupos de interesse corporativos, e, além disso, dirigente da segurança nacional. Ao mesmo tempo em que salienta o impacto significativo, e ainda subestimado, do positivismo francês nos primeiros 15 anos de governo de Vargas, o artigo enfatiza as dimensões pragmáticas da sua apropriação, propagação e reinterpretação por duas gerações de construtores do Estado.</span></p> ER -