Internacionalização sob critérios hegemônicos:  
reflexões sobre a área de Serviço Social no  
CAPES-Print  
Internationalization under hegemonic criteria: analyzing Brazilian Social  
Work field through the CAPES-Print program  
Rafael Vieira Teixeira*  
Janaina Lopes do Nascimento Duarte**  
Resumo: Apresenta-se resultados da pesquisa  
de pós-doutorado sobre a internacionalização da  
área de Serviço Social no CAPES-Print. O  
objetivo foi analisar o acúmulo da área frente  
aos critérios e prioridades do Programa. O  
estudo documental baseou-se em dados oficiais  
disponíveis nas páginas oficiais da CAPES, das  
Instituições e dos Programas de Pós-Graduação  
(PPG’s) envolvidos. Identificou-se tendência de  
subordinação dos PPG’s aos critérios do Print e  
indícios de ações de cooperação internacional  
estrategicamente baseadas nos princípios do  
Projeto Ético Político Profissional.  
Abstract: We share results of research on the  
internationalization of the Social Work field in  
the CAPES-Print Program. We analyzed the  
experiences of the field within the criteria and  
priorities of this Program. We found a strong  
tendency to subordinate graduate program to  
the established criteria. At the same time,  
however, we noted the experience of the  
Brazilian Social Work Project, which was a  
milestone in history. We believe that some  
choices follow the values of the project and  
express a strategic intention to carry out  
internationalization in an internationalist way.  
Palavras-chaves: Pós-graduação; Serviço  
Keywords:  
Graduate;  
Social  
Work;  
Social; Internacionalização; CAPES-Print.  
Internationalisation; CAPES-Print.  
* Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: rafael.v.teixeira@ufes.br  
** Universidade de Brasília. E-mail: jana.lopesduarte@gmail.com  
DOI: 10.34019/1980-8518.2025.v25.49336  
Esta obra está licenciada sob os termos  
Recebido em: 03/07/2025  
Aprovado em: 12/12/2025  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
Introdução  
Apresentam-se, neste texto, os resultados de pesquisa cujo tema foi a internacionalização  
da pós-graduação na área de Serviço Social no Brasil. Objetivando analisar este processo na  
atualidade, elegemos1 o Programa CAPES-Print2 (CAPES, 2017) para investigar a  
internacionalização dos Programas de Pós-Graduação (PPG’s) da área 32 (Serviço Social).  
O estudo bibliográfico sobre o tema constituiu parte fundamental no processo, e a coleta  
de dados decorreu de pesquisa documental na página eletrônica oficial da CAPES  
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação),  
no período entre agosto de 2024 a novembro de 2025. Em um primeiro momento, focamos a  
busca por conhecer a concepção de internacionalização presente nas publicações da agência.  
Dentre outras, as regulamentações que sustentam o Programa CAPES-Print foram  
significativas, a fim de detectar os fundamentos hegemônicos sobre a perspectiva de  
internacionalização. O passo seguinte consistiu em conhecer as IES (Instituições de Ensino  
Superior) e os PPG’s (Programas de Pós-Graduação) participantes do Programa, com foco nos  
PPG’s da área de Serviço Social. Assim, incluímos na busca documental os sites oficiais dessas  
IES e de seus respectivos PPG’s, coletando informações sobre propostas institucionais de  
internacionalização e a participação dos programas da área 32 no CAPES-Print.  
A partir da coleta passamos ao processo de sistematização e análise, quando elaboramos  
algumas planilhas. Com os dados extraídos e organizados a partir de tabelas e quadros, e  
amparados na permanente revisão bibliográfica, analisamos os principais achados sobre a  
atuação dos PPG’s da área de Serviço Social no CAPES-Print, acreditando que contribuímos  
com reflexões consistentes.  
634  
Além desta introdução, o artigo traz mais 03 seções, e considerações finais: 1)  
contextualização do Programa CAPES-Print na atual conjuntura, em que problematizamos as  
tendências em curso para a pós-graduação e, consequentemente, para a internacionalização. Na  
trilha de Florestan Fernandes (2010), discutimos a universidade e seus dilemas na relação com  
as estratégias adotadas pelos países, reconhecendo que a internacionalização é parte da  
geoeconomia política inerente ao desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo; 2)  
1 De acordo com Leão, Nogueira e Castro (2024, p. 99), desde 2017, quando a CAPES destinou aproximadamente  
R$ 1 bilhão para impulsionar a internacionalização das Instituições de Educação Superior (IES) brasileiras, o  
CAPES-Print “se tornou o principal instrumento de internacionalização dos programas de Pós-graduação”. A alta  
relevância do CAPES-Print também pode ser constatada na página oficial da CAPES. Dentre as ações de  
internacionalização listadas de 2020 a 2024, o CAPES-Print aparece como a primeira em todos os anos. Vale  
menção, ainda, o fato das ações do CAPES-Print terem findado, efetivamente, em 2025, mesmo ano em que foi  
lançado seu correlato, o Programa Redes para Internacionalização Institucional CAPES-Global.Edu (Portaria  
GAB/CAPES nº 74, de 28 de Março de 2025).  
2 Programa Institucional de Internacionalização Capes-PrInt, instituído pelo Edital nº. 41/2017 (CAPES, 2017).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
apresentamos uma breve digressão histórica do Serviço Social Brasileiro, com foco nos  
fundamentos que embasaram o desenvolvimento do Serviço Social enquanto área de  
conhecimento, e sua crescente atuação na pós-graduação; 3) analisamos a participação dos  
PPG’s da área de Serviço Social no CAPES-Print. Nas considerações finais, sintetizamos os  
principais achados, fortalecendo a perspectiva internacionalista da Área, frente aos critérios  
hegemônicos adotados pela CAPES.  
Pós-graduação, CAPES-Print e a concepção hegemônica de internacionalização da  
Educação Superior  
De acordo com Leher e Santos (2023), desde o começo da ditadura empresarial-militar  
de 1964, a internacionalização da pós-graduação constitui parte do projeto heterônomo de  
desenvolvimento adotado no Brasil. Conforme os autores, em 1986, com o III Plano Nacional  
de Pós-Graduação (PNPG), “a internacionalização passou ser concebida como uma variável  
chave e definitiva do prestígio do pesquisador, do grupo, do centro ou da instituição [...]”  
(Leher; Santos, 2023, p. 16). Os autores ainda explicam que nos PNPG’s seguintes a  
internacionalização passou a ocupar cada vez mais uma posição central, no tocante às  
prioridades de desenvolvimento da pós-graduação, mantendo, contudo, uma direção  
subordinada aos interesses imperialistas.  
635  
Na mesma direção, Knobel et al. (2020, p. 674) argumentam que:  
a implementação de políticas dependentes de relações internacionais se  
confunde com o próprio desenvolvimento do sistema, haja vista a participação  
de atores externos – sobretudo os Estados Unidos – em processos históricos  
determinantes, como [...] na expansão e na consolidação da pós-graduação  
stricto sensu.  
Assim, podemos inferir que o tema internacionalização da educação superior vem  
ganhando notoriedade, quase sempre conectado à pós-graduação stricto sensu. A pós-  
graduação no Brasil se constitui e desenvolve subordinada à particularidade de uma economia  
periférica e dependente e, na atualidade, o desenvolvimento da pós-graduação continua a seguir  
diretrizes assumidas desde os Planos Nacionais do período empresarial-militar. Podemos  
também entender que a pós-graduação, no Brasil, enquanto política pública, ocorre  
majoritariamente nas universidades públicas e sob financiamento público-estatal (Leher;  
Santos, 2023).  
Convém, então, considerar que a importância crescente da internacionalização da pós-  
graduação está contida em um contexto histórico no qual as políticas neoliberais avançam  
mundialmente, impactando as políticas públicas e sociais. Segundo Knobel et al. (2020, p. 674,  
grifos nossos):  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
[...] foi a partir dos anos 2000 que o significado e as funções designadas à  
internacionalização adquiriram novas conotações no Brasil. Como reflexo das  
reconfigurações na educação superior mundial, o processo tem se tornado  
cada vez mais intencional, sistemático [...], frequentemente referenciado pelos  
discursos políticos e acadêmicos dominantes como um imperativo [...] para  
que o país se integre à chamada ‘economia global do conhecimento’.  
Com base em Dierckxsens e Piqueras (2018, p. 105) afirmamos que as reconfigurações  
na educação superior a partir do final do século XX e início do XXI tem como causalidade uma  
série prolongada de queda nas taxas de lucro em nível mundial, denotando tendência ao  
esgotamento da reprodução do capital ao nível da totalidade, a qual configura uma “situação de  
crise estrutural mundial”. E, assim, de acordo com Duarte (2020, p. 27),  
[...] a educação superior vem se constituindo como política estratégica do  
projeto de reestruturação e mundialização do capital em tempos de crise, pois  
se compõe como espaço amplo de acumulação e, ao mesmo tempo, atende à  
requisição de formação profissional de um perfil compatível com os interesses  
capitalistas em cenário de crise.  
Neste contexto, as pesquisas, sobretudo as que levam à rápida aplicação, passam a ser  
objeto de obsessão pelas corporações, pelas cúpulas das classes dominantes e pelos gestores  
que atuam na formulação de políticas institucionais. Isto amplia a importância da  
internacionalização na pós-graduação, porém com viés cada vez mais subordinado às  
necessidades da acumulação, sob inequívoca apropriação instrumental e competitiva do  
processo de produção e partilha do conhecimento. (Dierckxsens; Piqueras, 2018)  
No Brasil, o protagonismo estatal na indução das políticas de pesquisa e pós-graduação,  
assim como nas demais políticas educacionais, tem sido subordinado aos critérios  
macroeconômicos neoliberais. Esta realidade se mostra através de cortes e contingenciamentos  
orçamentários que priorizam compromissos com rentistas, impactando a internacionalização.  
Como anotam Moreira e Ribeiro (2022), para uma lógica crescentemente privatista e  
competitiva:  
636  
[...] há uma explícita opção pelo aprofundamento das políticas de austeridade  
fiscal, que se materializaram, sobretudo, nos sucessivos contingenciamentos  
e cortes no orçamento, em particular para a Educação. Nesse sentido, se no  
início da década a temática da internacionalização da Educação Superior  
emergia atrelada a uma política de Estado, sua permanência enquanto  
elemento da política educacional sugere a prevalência de uma perspectiva que  
a concebe como um bem privado, capaz de garantir diferenciação social [...]  
(Moreira; Ribeiro, 2022, p. 4).  
Considerando também o padrão dependente educacional brasileiro3, o estímulo à  
internacionalização neste contexto restritivo de investimentos públicos, implica critérios ainda  
3 Como afirma Fernandes (2010, p. 267), “as universidades das nações subdesenvolvidas também estão inseridas  
nas relações de dependência e concorrem para preservar as formas de subordinação cultural existentes”.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
mais competitivos e individualizados, como fatores de diferenciação social. Podemos  
identificar que é precisamente neste ambiente que a CAPES fomenta e avalia os programas de  
pós-graduação no Brasil, elegendo a internacionalização como principal indicador de  
excelência4.  
Todavia, apesar de aparecer como indicador central para o desenvolvimento da pós-  
graduação, é interessante notar que a internacionalização não é acompanhada por uma análise  
crítica de seus propósitos. Os documentos da CAPES analisados em nossa pesquisa não  
apresentam, explicitamente, uma concepção própria sobre a internacionalização almejada,  
tampouco sua vinculação às prioridades de desenvolvimento da nação. A pretensa isenção dos  
documentos a esse respeito sugere, na aparência, que esta não é uma questão importante e,  
principalmente, que os indicadores de avaliação são neutros. A nossa análise é que a opção por  
não posicionar uma concepção de maneira explícita indica, subliminarmente, a pretensão de  
fazer crer que uma dada concepção possa ser tomada como consensual, ou como um “processo  
natural de amadurecimento institucional em internacionalização” (CAPES; 2020a, p. 5, grifos  
nossos).  
Mesmo não apresentando uma concepção fundamentada sobre o tema, a CAPES  
manifesta que trabalha com as distintas visões existentes em diversas áreas. No entanto, a  
produção objetiva do órgão se atém a um conjunto de prescrições em comum para avaliação da  
internacionalização em todas as áreas, produzindo: “[...] uma definição conceitual de  
internacionalização voltada para o processo de avaliação dos programas de pós-graduação,  
abrangendo todas as áreas do conhecimento” (CAPES; 2019). Parece sintomático, nesse  
sentido, que o relatório do Grupo de Trabalho Internacionalização5, elaborado em 2019,  
apresente apenas o conceito de “avaliação da internacionalização”, sem antes indicar o que  
entende por internacionalização:  
637  
A avaliação da internacionalização refere-se à forma e ao conteúdo da  
formação oferecida pelos programas de pós-graduação, indicada por pesquisa  
colaborativa multilateral, divulgação da produção intelectual, mobilidade de  
docentes e discentes em colaboração e atuação institucional, além de  
condições institucionais específicas de apoio (CAPES; 2019, p. 5, grifos  
nossos).  
4
Vale destacar que os mais elevados conceitos do Órgão para avaliação dos programas de pós-graduação, as  
maiores notas, 6 e 7, “expressam excelência constatada em nível internacional” (CAPES, 2007, on line).  
5 O Grupo de Trabalho Internacionalização foi instituído pela Portaria MEC Nº 277, de 24 de dezembro de 2018,  
tendo como objetivo “Definir de maneira uniforme, para todas as áreas de avaliação da CAPES, conceitos,  
variáveis e indicadores que representem o tema e a dimensão da internacionalização no processo de avaliação dos  
programas de pós-graduação stricto sensu” (CAPES, 2019, p. 3, grifos nossos)  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
A partir disso, o Grupo de Trabalho (GT) apresenta diretrizes e indicadores para a  
avaliação da internacionalização, orientadas por quatro dimensões gerais: Pesquisa  
colaborativa, divulgação da produção intelectual, mobilidade de docentes e discentes, e atuação  
institucional (CAPES, 2019). Note-se que, dentre as quatro, apenas uma dimensão prioriza a  
internacionalização como um processo coletivo e estratégico: as condições institucionais. As  
demais, via de regra, são gerenciadas a partir dos currículos de pesquisadores/as.  
As dimensões da pesquisa, da divulgação da produção e da mobilidade são avaliadas  
mediante indicadores quantitativos e individualizados, com efeito de hierarquizar o mérito  
acadêmico e científico. Assim, o GT define como indicadores, entre outros: quantidade de  
docentes e discentes partícipes em projetos de cooperação, sobretudo, com financiamento  
internacional; quantidade de publicações em veículos internacionais, associados aos fatores de  
impacto; número de docentes e discentes que visitam instituições internacionais e de docentes  
e discentes estrangeiros que visitaram instituições no Brasil, etc. (CAPES, 2019). Em resumo,  
todos estes indicadores são colhidos mediante a quantificação da participação dos indivíduos  
em ações de internacionalização.  
Ademais, ao tratar das prioridades de acordos de cooperação e da busca por veículos de  
divulgação dos trabalhos, notamos que nos documentos são priorizados indicadores que  
aproximam os vetores de internacionalização aos interesses dos países centrais do capitalismo,  
ou, mais precisamente, como afirmam Leher e Santos (2023, p. 13), “as diretrizes e métricas de  
internacionalização reproduzem as assimetrias da geoeconomia política do conhecimento”. A  
título de exemplo, podemos identificar no excerto, extraído do Guia para Aceleração da  
Internacionalização (CAPES, 2020b), o que seriam as lições apreendidas, quais os principais  
parceiros e que sistemas devem ser ajustados à realidade brasileira:  
638  
[...] lições aprendidas com o primeiro Relatório do Programa Institucional de  
Internacionalização da CAPES – PrInt (em operação desde 2019), das  
orientações de mentoria do Projeto “Laboratório de Internacionalização” do  
American Council of Education (uma parceria recente entre a DRI e Comissão  
Fulbright para três instituições brasileiras), bem como de perspectivas de  
internacionalização resultantes da colaboração institucional dos principais  
parceiros Alemanha, Estados Unidos, França e Reino Unido (em ordem  
alfabética). A proposta é contribuir para que as instituições possam planejar as  
ações considerando [os] principais sistemas de ranqueamento internacional  
de universidades (World Class Universities), [...] ajustados à realidade  
brasileira (CAPES, 2020a, p. 5, grifos nossos.)  
Analisando criticamente este processo de internacionalização inspirado nas chamadas  
World Class Universities, Leher e Santos (2023) argumentam que o ranqueamento é  
parametrizado por agências e critérios construídos nos países que possuem posições de destaque  
nestes rankings, reproduzindo assimetrias e alimentando a heteronomia: “O grosso da  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
classificação e dos registros científicos está sob inequívoco controle monopólico” (Leher e  
Santos, 2023, p. 15). Enquanto instituições sediadas nos EUA e Reino Unido ocupam quase  
sempre a primeira e a segunda posição nestes rankings, os autores destacam que: “A despeito  
da excelência e da relevância das universidades públicas brasileiras, estas não se encaixam nos  
critérios de modo virtuoso; ainda assim, perseguem febrilmente um melhor lugar nos pelotões  
de frente dos rankings.” (Leher; Santos, 2023, p. 14)  
Logo, podemos entender que o alinhamento à concepção hegemônica neoliberal se  
baseia em experiências internacionais dos países centrais do capitalismo, resultando em um  
processo desfavoravelmente competitivo para as nações periféricas e dependentes, e expresso  
por indicadores que ranqueiam as atividades acadêmicas a partir do acúmulo, da realidade e dos  
interesses daqueles países. Desta forma, o Programa CAPES-Print se estrutura sob as mesmas  
diretrizes gerais acolhidas pela CAPES.  
Segundo o edital que inaugurou o CAPES-Print, o Programa  
[...] visa à seleção de Projetos Institucionais de Internacionalização de  
Instituições de Ensino Superior ou de Institutos de Pesquisa que tenham ao  
menos quatro (4) Programas de Pós-Graduação (PPG) recomendados pela  
Capes [...] entre os quais deverá haver, pelo menos, dois (2) com cursos de  
doutorado (CAPES, 2017, p. 1).  
Verificamos que este Programa se dirige à dimensão das condições institucionais, dentre  
as que norteiam a avaliação da CAPES. De maneira construtiva, esta perspectiva induz à  
cooperação interna entre PPG’s de uma mesma instituição, estabelecendo indicadores que  
invocam o planejamento institucional e que aproximam a perspectiva da internacionalização  
desde uma posição relacionada ao desenvolvimento da instituição em termos de uma política  
nacional. Por outro lado, seguindo os demais determinantes da avaliação da CAPES, sobressai  
a perspectiva de ranqueamento, com critérios competitivos e interessados principalmente na  
cooperação com países que se encontram em uma posição privilegiada na geoeconomia política  
do conhecimento. É assim, por exemplo, que o Anexo I do edital estabelece o que seriam os  
países prioritários, isto é, para os quais deveriam ser destinadas, pelo menos, 70% das propostas  
submetidas (CAPES, 2017).  
639  
No Quadro 1 vemos a distribuição dos países considerados estratégicos/prioritários por  
continentes, o que demonstra de maneira muito consistente que a prioridade é manter uma  
associação dependente em relação aos países de desenvolvimento capitalista avançado,  
principalmente da Europa Ocidental e América do Norte. Enquanto apenas a Argentina é  
considerada prioritária dentre os países sul-americanos, quase 70% dos países prioritários se  
encontra na Europa e na América do Norte, além de outros países da Ásia e da Oceania. E  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
apenas um país africano foi considerado estratégico/prioritário, mesmo com tantos  
afrodescendentes brasileiros.  
Quadro 1: Países Estratégicos Prioritários CAPES-Print (Geral).  
Continente  
África  
Qt.  
Perc.  
Países  
1
4%  
África do Sul  
Norte  
Central  
Sul  
3
-
11%  
-
Canadá, Estados Unidos, México  
América  
-
1
4%  
Argentina  
Ásia  
4
15%  
58%  
China, Coreia do Sul, Índia, Japão  
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha,  
Finlândia, França, Irlanda, Itália, Noruega, Países  
Baixos, Reino Unido, Rússia, Suécia, Suíça  
Europa  
15  
Oceania  
Total  
2
8%  
Austrália, Nova Zelândia  
26  
100%  
Fonte: Elaboração própria com base no Anexo I do Edital 41/2017 (D.O.U 02/02/2018, Seção 3, p. 23).  
Também condizente com os princípios da internacionalização assumida pela CAPES, o  
Print estabelece como critério de seleção de propostas a avaliação de mérito acadêmico e  
científico, baseando-se no ranqueamento. Estabelece, por exemplo, que as propostas  
demonstrem “[...] o grau de excelência dos Programas de Pós-graduação, inclusive o percentual  
de PPG’s com notas 5, 6 ou 7 na avaliação da Capes de 2017” (CAPES, 2017, p. 13).  
Além disso, como já sinalizamos, o fomento está rigorosamente subordinado a  
contenções orçamentárias. Conforme o item 2.8 do Edital 41/2017, os projetos contemplados  
estão “[...] sujeitos a eventuais contingenciamentos orçamentários que repercutirem sobre a  
Capes. Em tais ocasiões, os Projetos Institucionais de Internacionalização deverão ser  
readequados pelos seus Gestores à nova situação financeira e orçamentária” (CAPES, 2017, p.  
2). Aqui vemos um aspecto que merece ser posto em destaque: na ausência de recursos, mesmo  
em casos de contingenciamento, o ônus recai individualizado sobre quem pesquisa.  
Então, parece inequívoco que o CAPES-Print segue princípios e critérios hegemônicos  
para estimular o processo de internacionalização da pós-graduação no país. Por outro lado, é  
necessário reconhecer a importância do estímulo às relações de cooperação entre instituições  
de ensino e pesquisa em nível internacional, principalmente as públicas, mantendo “em curso  
relevante interação entre grupos de pesquisa e unidades acadêmicas” (Leher; Santos, 2023, p.  
13).  
640  
É preciso ressaltar a importância do financiamento público para o trabalho em  
cooperação, pois, ainda que prevaleçam critérios ranqueadores, o financiamento público por  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
meio de editais possibilita que instituições públicas fortaleçam suas experiências de cooperação  
e pesquisa em nível internacional. Este parece ser um aspecto presente nas experiências em  
curso na área de Serviço Social. A seguir, enfatizaremos aspectos históricos que deram origem  
à atuação madura da área de Serviço Social na pesquisa e na pós-graduação brasileiras. Esta  
digressão importa para entendermos a perspectiva ético-política que orienta a contribuição da  
área nas ações de internacionalização, frente aos desafios postos pelos critérios do CAPES-  
Print.  
Balizas históricas para análise da internacionalização da área de Serviço Social no  
Brasil  
Para iniciarmos esta sessão convém discutirmos abreviadamente dois marcos relevantes  
do processo sócio histórico do Serviço Social brasileiro, cujas repercussões são estratégicas  
para a análise do atual processo de internacionalização na área, sendo eles os processos de  
Renovação do Serviço Social latino-americano e de construção do Projeto Ético-Político.  
O primeiro deles é o processo de Renovação do Serviço Social Latino-Americano. No  
campo dos fundamentos do Serviço Social é importante precisar que, conforme análises de  
Netto (1998), a Renovação do Serviço Social se constitui como um fenômeno internacional, a  
partir dos anos 1960, sendo “verificável, ainda que sob formas diversas, em praticamente todos  
os países onde a profissão encontrara um nível significativo de inserção na estrutura sócio-  
ocupacional e articulara algum lastro de legitimação ideal” (Netto, 1998, p. 142, grifos nossos).  
O autor complementa que “[...] em escala mundial, ela (a profissão) experimentou uma  
profunda inflexão, cujo conteúdo basilar se constituiu justamente na erosão da legitimidade6  
do Serviço Social tradicional” (Netto, 1998, p. 145, grifos nossos).  
641  
Como parte integrante do processo de Renovação, a partir da erosão do Serviço Social  
tradicional, o Movimento de Reconceituação na América Latina7 se inscreve “na dinâmica de  
6
Segundo Netto (1998), no Brasil, até a primeira metade da década de 1960, o Serviço Social brasileiro se  
constituía com razoável homogeneidade em relação a sua direção teórico-metodológica, ético-política e técnico  
operativa, uma vez que a profissão “[...] mostrava uma relativa homogeneidade nas suas projeções interventivas,  
sugeria uma grande unidade nas suas propostas profissionais, sinalizava uma formal assepsia de participação  
político-partidária, carecia de uma elaboração teórica significativa e plasmava-se numa categoria profissional onde  
parecia imperar, sem disputas de vulto, uma consensual direção interventiva e cívica” (Netto, 1998, p. 128).  
7
Tal movimento permitiu uma “grande união profissional que abriu a via a uma Renovação do Serviço Social. A  
Reconceituação foi um processo que se esboça em 1965, tendo como objetivo adequar a profissão às demandas de  
mudanças sociais registradas ou desejadas no marco continental – e que sensibilizavam o Serviço Social pelos  
mesmos condutos e sujeitos que, internacionalmente forçavam e parametravam alterações profissionais” (Netto,  
1998, p. 146-147). Vale destacar que o Movimento de Reconceituação do Serviço Social latino-americano teve  
seu ponto de arranque a partir do I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social, realizado em Porto  
Alegre/RS em maio de 1965, sendo seguido por diversos outros seminários nacionais e latino-americanos (com  
ênfase no Cone Sul), culminando com uma Associação Latino-Americana de Escolas de Serviço Social  
(ALAETSS) e promovendo intenso debate por meio de publicações diversas da área (Netto, 2005). No entanto, o  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
rompimento das amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformações da  
estrutura capitalista excludente, concentradora, exploradora” (Netto, 1998, p. 146), que repensa  
a sociedade e a profissão inserida na dinâmica societária. Na particularidade brasileira, podemos  
dizer que a Renovação permitiu um “giro” fundamental no Serviço Social que passa a  
disponibilizar ao mercado “um profissional ‘moderno’, cuja legitimação advém menos de uma  
(auto)representação humanista abstrata que de uma fundamentação teórico-técnica do seu  
exercício como Assistente Social” (Netto, 1998, p. 127).  
Ao longo das décadas 1960/70, período em que o Brasil expande a modernização  
conservadora para relações de produção tipicamente monopolistas, ampliando a dependência  
externa sob uma ditadura empresarial-militar (Fernandes, 1976), o Serviço Social vivencia um  
processo de contestação de suas bases tradicionais conservadoras, de caráter confessional.  
Em meio à crescente contestação do “Serviço Social Tradicional” na América Latina, em  
particular no Brasil ganharam força na profissão perspectivas associadas à modernização  
dependente e também críticas a ela. Isto porque a Renovação da profissão, conforme análises  
incontestáveis de Netto (1998), desenvolveu-se de modo diferencial, cronológica ou  
teoricamente, em três direções principais: a) Modernizadora, a partir da aproximação com o  
positivismo e a ideologia desenvolvimentista, defendida no contexto da ditadura, no qual o fazer  
técnico era supervalorizado; b) Reatualização do Conservadorismo, de inspiração  
fenomenológica, focada no individuo, nas suas vivências e sentimentos, de tendência intimista  
e psicologizante, cultura tolerada pela ditadura; e c) Intenção de Ruptura com o  
conservadorismo, sob o suporte da tradição marxista, especialmente a partir de finais dos anos  
1970. Netto (1998, p. 136, grifos nossos) avalia que a Renovação do Serviço Social se constitui  
como:  
642  
processo complexo em que rompimentos se entrecruzam e se superpõem a  
continuidades e reiterações, é uma tensão entre vetores de transformação e  
permanência – e todos comparecem, em medida desigual e metamorfoseados,  
na resultante em que, indubitavelmente, predomina o novo.  
Desse modo, diante da diversidade e complexidade da Renovação, a partir da mescla entre  
revitalização do “velho”/arcaico e emergência do “novo em potencial”,  
O Movimento de Renovação da profissão [...] não rompe imediatamente com  
o projeto conservador no Serviço Social, mas (este) começa a perder a  
hegemonia no início dos anos 1980, (com) um novo horizonte para a dinâmica  
Movimento de Reconceituação teve seu ponto final no prazo de uma década (1975), sendo duas causas  
fundamentais para este rompimento: as ditaduras que contiveram firmemente o movimento e a “visível pseudo-  
união entre os profissionais” (Netto, 1998, p. 148) dos diferentes países da América Latina. Logo, Netto (1998;  
2005) nos instiga a interpretar que o Movimento de Reconceituação é a expressão do processo de Renovação e da  
sua complexidade, sendo “viabilizado na América Latina, sobre o protagonismo do Brasil e de outros países como  
Chile e Argentina, entre o período de 1965 e 1975” (Duarte, 2019, p. 10).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
formação e trabalho profissional como resultado do Movimento de  
Renovação, especialmente a partir da vertente de Intenção de Ruptura com o  
Conservadorismo [...] (Duarte, 2019, p. 10, grifos nossos).  
Netto (2005) explica que este Movimento, mesmo interrompido pela forte censura que  
predominou no Cone Sul, com as sucessivas ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos, deixou  
um legado decisivo para o Serviço Social latino-americano, que contribuiu para implementação  
da Pós-Graduação em Serviço Social no Brasil. Dentre este legado, ressaltamos como pontos  
importantes para pensarmos a internacionalização da área: a) a articulação de uma nova  
concepção de unidade latino-americana, partindo-se das problemáticas comuns da América  
Latina e da necessidade de uma “unidade construída autonomamente, sem as tutelas  
confessionais ou imperialistas” (Netto, 2005, p. 11); b) a interlocução crítica com as Ciências  
Sociais e o reconhecimento do pluralismo, inclusive admitindo as diferentes matrizes teórico-  
metodológicas da profissão; e, c) a valorização do estatuto intelectual da profissão, abrindo  
portas para a pesquisa na área e para o amadurecimento das investigações sobre a relação teoria-  
prática.  
O segundo acontecimento relevante para o Serviço Social se insere no processo de  
retomada do debate da Reconceituação: estamos nos referindo à construção do chamado Projeto  
Ético-Político do Serviço Social brasileiro, tendo como anos decisivos para sua construção as  
décadas de 1980 e 1990, período em que o Estado brasileiro, mediante forte apelo popular,  
retomou a institucionalidade democrático-burguesa. Superando o atrelamento das instâncias  
profissionais ao Regime Ditatorial, o Serviço Social brasileiro produziu uma virada em termos  
de direcionamento ético-político, teórico-metodológico e técnico-operativo.  
643  
O Serviço Social brasileiro passa a assumir, enquanto profissão e área de conhecimento,  
uma posição na qual assistentes sociais/docentes/estudantes devem se reconhecer enquanto  
parte da classe trabalhadora e, portanto, solidária às demandas e anseios populares. De acordo  
com Netto (2009), iniciou-se um processo mais substantivo de ruptura com os fundamentos  
conservadores que procuravam se aliar ao projeto de modernização dependente.  
Este processo aproximou o Serviço Social da crítica radical à sociabilidade capitalista e  
à dominação imperialista. Se na década de 1980 a intenção de ruptura encontrou  
inconsistências na sua perspectiva de construção de um novo projeto profissional, é importante  
demarcar que alcançou avanços importantes na década de 1990, consolidando sínteses  
profissionais fundamentais para direcionar sua atuação profissional e acadêmico-formativa. No  
âmbito político-institucional, Duarte (2017) destaca marcos legais fundamentais alcançados na  
década de 1990:  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
O referido projeto perpassa e concretiza-se, do ponto de vista legal, no Código  
de Ética (1993), na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei nº 8.662/1993),  
nas atuais Diretrizes Curriculares da Formação Profissional (1996), [...] dentre  
outros [...] esse conjunto contribui e compõe um “alicerce” sólido e  
progressista para o Serviço Social, resultando da luta da categoria profissional  
aliada à luta mais ampla da classe trabalhadora (Duarte, 2017, p. 189).  
Desse modo, o Serviço Social vem construindo um projeto profissional que se inspira em  
uma perspectiva progressista, aliada à classe trabalhadora e às suas lutas gerais. Reconhece, a  
partir de fundamentos teórico-metodológicos e ético-filosóficos, os limites da sociedade  
capitalista vigente, projetando a perspectiva de “construção de uma nova ordem societária.”  
(CFESS apud Duarte, 2017, p. 189). No âmbito acadêmico, a articulação entre escolas,  
docentes, discentes; o avanço da pós-graduação e da pesquisa; e as construções coletivas  
organizadas pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS),  
resultam do mesmo processo de construção.  
A maturidade acadêmica alcançada pelo Serviço Social encontra-se expressa  
pelo seu reconhecimento como área de conhecimento alcançado a partir de  
1980, com a expansão da pós-graduação stricto sensu. Destaca-se que os  
avanços na formação profissional em nível de pós-graduação [...] chancelam  
essa maturidade acadêmica, via produção de bibliografia consistente, crítica,  
vasta, plural e contemporânea (ABEPSS apud Mendes; Santos; Werlang,  
2017, p. 168).  
Ante o exposto, podemos afirmar que o Serviço Social brasileiro, enquanto área de  
conhecimento e enquanto profissão, almeja a solidariedade entre os povos e corrobora a  
perspectiva de que o conhecimento deve ser compartilhado multilateralmente. Isso significa  
que a internacionalização, como colaboração acadêmico-formativa é um valor contido no  
Projeto Ético-Político. Assim também, nas Diretrizes Gerais para o Curso de Serviço Social  
(ABEPSS, 1996, p. 11) defende-se a necessidade de “uma constante e atenta análise conjuntural  
da sociedade brasileira, em sua inserção internacional, tendo em vista o acompanhamento dos  
processos sociais em curso, geradores das múltiplas manifestações da questão social.” Na  
mesma direção, Leher e Santos (2023, p. 17), argumentam que a internacionalização da pós-  
graduação:  
644  
[...] não pode ignorar a centralidade dos problemas nacionais e, no plano  
mundial, dos problemas dos povos, como os desafios das mudanças  
climáticas, da soberania e da segurança alimentar, das novas pandemias e da  
superação de manifestações racistas e de outras discriminações, assim como  
da desigualdade social planetária.  
Portanto, a internacionalização na área de Serviço Social incorpora os processos sócio-  
históricos acima tratados. Isto é, as relações internacionais não se resumem à produção de  
conhecimentos, mas a incorporam. A noção de unidade latino-americana está presente na  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
própria construção do projeto profissional, vinculada a uma perspectiva de superação da  
dependência econômica, da heteronomia cultural, e do imperialismo total (Fernandes, 1976). A  
pesquisa e o propósito da cooperação internacional estão conectados aos princípios ético-  
políticos que incorporam uma agenda internacionalista com perspectiva de avanços das lutas  
gerais das classes trabalhadoras rumo à construção de uma nova ordem social, sem dominação  
e exploração.  
A pós-graduação da área de Serviço Social no Programa CAPES-Print: entre  
critérios hegemônicos e o internacionalismo ético-político  
De acordo com Garcia e Fernandez (2018), a partir da década de 1990 houve um  
crescimento significativo da pós graduação na área de Serviço Social no Brasil. As autoras  
mostram que até o final da década de 1980, a área possuía apenas 6 Programas de Pós  
Graduação (PPG’s) stricto sensu; entre 1980 e 1990 foram criados mais 6; e mais 15 na primeira  
década dos anos 2000. Atualmente, no início da terceira década do século XXI, a área conta  
com um total de 37 PPG’s no País, dos quais 22 ofertam cursos de mestrado e doutorado. Este  
crescimento da área 32 mostra-se compatível com o crescimento da pós-graduação em geral no  
Brasil. Dados da CAPES do ano de 2022 mostram que houve um crescimento de 37% no  
número de programas de excelência (conceitos 6 e 7) (CAPES, 2022), somando todas as áreas  
de conhecimento.  
645  
Com relação ao Programa CAPES-Print, dos 37 PPG’s da área, apenas 8 foram  
contemplados. O levantamento de dados desta pesquisa mostra que, dentre os PPG’s  
contemplados, o conceito CAPES dos referidos programas está entre 5 e 7, com predominância  
do conceito 6. Importante comentarmos que dois dos Programas da área, avaliados com  
conceitos 6 e 7, não participam do Print. Não podemos precisar as razões desta ausência, mas é  
fato que o CAPES-Print exigiu que a submissão de propostas vinculasse, no mínimo 4 PPG’s,  
através de um Plano Institucional Internacionalização. Isso significa que não seria possível a  
adesão individual de qualquer PPG, independente de seu conceito na CAPES. Ainda merece  
registro o fato de 2 PPG’s dá Área 32 com conceito 5 terem sido contemplados pelo Print,  
condizendo com a análise que fizemos na primeira seção sobre as condições institucionais.  
Então, o Print induziu interlocuções e aproximações entre distintas áreas de conhecimento  
de uma mesma instituição. A elaboração das propostas institucionais permitiu agregar PPG’s  
de áreas diversas através da proposição de temas/eixos comuns. Em cada tema, os PPG’s  
poderiam apresentar projetos próprios ou em conjunto com PPG’s de outras áreas. Isso significa  
que há projetos que agregam várias áreas em um mesmo tema.  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
Percebemos, entretanto, que a associação por temas pode ser problemática. Algumas  
propostas institucionais para o Print envolveram muitas áreas em um mesmo tema, dificultando  
a nitidez sobre o papel de cada área na respectiva ação de internacionalização. Na Universidade  
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, o PPG em Serviço Social apresentou um  
projeto no tema sustentabilidade, crescimento e combate às desigualdades e, neste mesmo  
tema, estão mais 35 PPG’s, das mais diversas áreas8.  
Em síntese, há ricas possibilidades de interlocução e colaboração entre os PPG’s de uma  
mesma IES e de áreas afins, mas, por outro lado, devemos considerar que há uma ameaça a  
investigações específicos de algumas áreas, as quais podem ser diluídas ou esvaziadas em prol  
da captação de recursos para a internacionalização. Além disso, a hierarquia que se produz por  
meio dos rankings de avaliação tende a se reforçar neste formato, uma vez que programas com  
maiores conceitos devem “puxar a fila” na elaboração de temas e projetos submetidos a  
Programas como o Print.  
Outro aspecto importante revelado pela pesquisa é a significativa prevalência de  
universidades públicas dentre as contempladas pelo Print. Tanto no geral, quanto na área de  
Serviço Social, pelo menos dois terços das instituições são públicas estatais (Quadro 2). Este  
dado corrobora com Leher e Santos (2023), quando afirmam que, no Brasil, a maior parte da  
pesquisa de excelência é realizada nas universidades públicas, junto à pós-graduação.  
Considerando que o Print é financiado a partir do Orçamento Geral da CAPES9, isto é, com  
recursos públicos providos pelo Ministério da Educação, é essencial demarcar a importância da  
destinação de recursos públicos para o fortalecimento das instituições e serviços públicos.  
646  
8 Administração, Arquitetura, Artes Visuais, Astronomia, Ciências Contábeis, Comunicação, Direito, Economia da  
Industria e da Tecnologia, Educação, Educação em Ciências e Saúde, Engenharia Biomédica, Engenharia Civil,  
Engenharia de Produção, Engenharia de Sistemas e Computação, Engenharia de Transportes, Engenharia Elétrica,  
Engenharia Mecânica, Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Engenharia Oceânica, Engenharia Química,  
Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos, Filosofia, Física, Informática, Letras (Ciência da Literatura),  
Letras (Letras Vernáculo), Letras Neolatinas, Linguística, Lógica e Metafísica, Matemática, Planejamento  
Energético, Planejamento Urbano e Regional, Psicossociologia de Comunidade e Ecologia Social, Urbanismo  
(UFRJ, 2018).  
9
Conforme o Edital 41/2017: “2. RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS 2.1. Os recursos  
destinados a este Edital, no presente exercício, correrão à conta da Dotação Orçamentária consignada no  
Orçamento Geral da Capes, previstas no Programa Institucional de Internacionalização, Fonte 0112 – Ação 0487  
– Concessão de bolsas de estudos no Ensino Superior. 2.2. As despesas nos exercícios subsequentes correrão à  
conta dos respectivos orçamentos, conforme legislação aplicável e de acordo com a disponibilidade orçamentária  
e financeira da Capes” (CAPES, 2017).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
Quadro 2: Instituições no CAPES-Print por Natureza Jurídica.  
Nat. Jurídica  
Públicas  
Geral  
Serviço Social  
31  
86%  
14%  
6
75%  
Privadas  
Total  
5
2
8
25%  
36  
100%  
100%  
Fonte: Elaboração própria a partir de CAPES (2020b).  
Passando a outro aspecto da nossa análise, qual seja a distribuição regional, vemos que  
os critérios e indicadores do Print reforçam distorções causadas pelo desenvolvimento desigual  
no país. A alta concentração de Instituições de Ensino Superior (IES) e de Institutos de Pesquisa  
(IP) contemplados na Região Sudeste, seguido pela Região Sul, indica ausência de esforços no  
sentido de corrigir desigualdades regionais existentes na pós-graduação. No Quadro 3, vemos  
que pelo menos 75% das propostas financiadas pelo Print estão concentradas nas regiões  
Sudeste e Sul, seja em geral ou especificamente na Área 32. A esse respeito, concordamos com  
Leher e Santos (2023) quando criticam a aferição do mérito acadêmico a partir dos critérios  
adotados, considerando que estes tendem a reforçar desigualdades, e não o contrário.  
647  
A metodologia de cálculo exacerba a desigualdade, pois não basta ser  
excelente; é preciso alcançar percentual elevado de indicadores de instituições  
que já ocupam a liderança do ranking. A utilização da mesma métrica para  
aferir a influência internacional dos países a partir dos rankings apaga  
contrastes marcantes (Leher; Santos, 2023, p. 14, grifos nossos).  
Sobre os contrastes marcantes apagados por esta lógica, no Quadro 3 vemos que  
nenhuma instituição da região Norte brasileira teve proposta deferida pelo Print. Este é, sem  
dúvidas, um dado alarmante e preocupante. As instituições sediadas na Amazônia, uma região  
imensa e muito importante, não contam com recursos do Programa. Isso significa que o  
estímulo a parcerias internacionais em pesquisa e pós-graduação no Brasil reforçam contrastes  
regionais, ao invés de buscar corrigi-los.  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
Quadro 3: Distribuição IES/IP no Print por Regiões Brasileiras (Geral e Área 32-Serviço Social).  
Região  
Geral  
Área 32  
25%  
8
20  
2
22%  
56%  
2
4
1
1
0
8
Sul  
50%  
12,50%  
12,50%  
0
Sudeste  
5,50%  
16,50%  
0
Centro Oeste  
Nordeste  
Norte  
6
0
36  
100%  
100%  
Total  
Fonte: Elaboração própria a partir de CAPES (2020b).  
Avançando na análise dos dados, notamos que a área de Serviço Social também  
acompanha a tendência geral requisitada pelo Print quanto à escolha de países para realização  
de parcerias internacionais. A maioria dos temas que envolvem PPG’s da área de Serviço Social  
no Print é realizada mediante projetos de cooperação com instituições sediadas em países  
considerados estratégicos/prioritários. A título de exemplo, aproximadamente 60% das ações  
que envolvem a área 32 no Print se conectam a instituições da Europa e da América do Norte  
(Quadro 4).  
Como consta na primeira seção deste artigo, dentre os requisitos para submissão de  
propostas ao Print, definiu-se que “[...] ao menos 70% dos recursos devem (sic) ser destinados  
às parcerias com instituições de países com os quais a Capes mantém cooperação efetiva  
(listados no Anexo I)” (CAPES, 2017, p. 5). No Quadro 1, vimos que o referido Anexo lista o  
que, de acordo com o Relatório de Execução do Print (2020b), seriam países estratégicos  
prioritários. A análise mostra que a maioria dos países estratégicos e prioritários são de  
desenvolvimento capitalista avançado, notadamente Europa Ocidental e Estados Unidos.  
A esse respeito, convém retomarmos brevemente uma discussão com base em Florestan  
Fernandes (1976; 2010) e em Leher e Santos (2023). Para Fernandes (1976) a forma de  
associação dependente do Brasil ao modelo de desenvolvimento adotado pelos países de  
desenvolvimento avançado no capitalismo implica uma permanente posição subordinada e  
heteronômica. Leher e Santos (2023) corroboram essa assertiva ao analisarem a associação  
dependente no âmbito das escolhas “estratégicas” em termos de internacionalização da  
educação superior:  
648  
[...] a internacionalização das universidades é indissociável das revoluções  
burguesas e dos projetos de futuro empreendidos pelos blocos de poder.  
Ignorar essas mediações é uma forma de negacionismo sobre o significado do  
sistema de Estados que conforma o imperialismo atual. É inequívoco que os  
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Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
indicadores [...] são congruentes com as práticas já estabelecidas nos países  
do núcleo hegemônico [...]. As experiências brasileiras possuem lastros  
virtuosos com as relações acadêmicas internacionais, mas são frágeis pelas  
bases heterônomas de tais interações (Leher; Santos; 2023, p. 17).  
Segundo Fernandes (2010, p. 216): “As Universidades nos países dependentes concorrem  
para preservar formas de subordinação cultural existentes (‘elos de assimilação à cultura  
hegemônica’) e propor adaptações mantenedoras da posição heterônoma [...]”. Assim,  
entendemos que a crítica à posição do país na geoeconomia política mundial é um pressuposto  
para se pensar a internacionalização sob uma perspectiva estratégica. Neste sentido, a  
internacionalização da pesquisa e da pós-graduação deve estar conectada às prioridades de  
desenvolvimento balizadas por um projeto nacional soberano, o que pressupõe como horizonte  
estratégico a superação da condição dependente e heterônoma.  
O que identificamos nos documentos elaborados no âmbito do Print, ao contrário disso,  
é a busca irrefletida de associação aos modelos de desenvolvimento hegemônicos. No  
Autodiagnóstico publicado pelo Grupo Gestor do Print em 2021, por exemplo, afirma-se que:  
“Maturidade científica e reputação de classe mundial constituem um importante e necessário  
passo para o domínio tecnológico e a soberania da nação brasileira no cenário internacional”  
(CAPES, 2021, sem paginação). Concordando com a análise de Leher e Santos (2023),  
entendemos que a mera busca pela reputação “world class university” pode se expressar  
contraditória e antagônica à expressão ‘passo para a soberania da nação brasileira em cenário  
internacional’.  
649  
Logo, nossa posição é de que a internacionalização da pós-graduação não deve privilegiar  
a cooperação com instituições sediadas em países centrais do capitalismo, como ocorre no Print.  
Na verdade, dever-se-ia considerar estímulos à cooperação solidária também com países  
periféricos e dependentes na geoeconomia política mundial. Da mesma forma, deve-se valorizar  
e priorizar a pesquisa em cooperação com Instituições da região Amazônica, por exemplo,  
adotando-se uma perspectiva de partilha e produção de conhecimento que não se reduzam às  
ilhas de excelência “de classe mundial”. Nas palavras de Leher e Santos (2023, p. 18, grifos  
nossos): “[...] mais do que associar a internacionalização da pós-graduação aos problemáticos  
rankings, uma estratégia exitosa de internacionalização deveria estar ancorada em projetos  
nacionais”.  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
Quadro 4: Países Parceiros CAPES-Print (Área 32 - Serviço Social).  
Continente  
África  
Qt.  
Perc.  
Países  
2
6%  
África do Sul, Moçambique  
Norte  
3
1
4
8%  
3%  
Canadá, Estados unidos. México  
Cuba  
América  
Central  
Sul  
11%  
Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai  
China, Coreia do Sul, Índia, Japão,  
Ásia  
6
17%  
49%  
Paquistão, Timor Leste  
Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca,  
Escócia, Espanha, Finlândia, França,  
Irlanda, Itália, Noruega, Países Baixos,  
Portugal, Inglaterra, Rússia, Suécia,  
Suíça  
Europa  
17  
Oceania  
Total  
2
6%  
Austrália, Nova Zelândia  
35  
100%  
Fonte: Elaboração própria com base em informações do CAPES-Print e dos PPG's da Área de Serviço Social.  
O Quadro 4 mostra que, nas ações da área de Serviço Social no Print, há parcerias com  
países além dos considerados prioritários. Isso pode indicar que a perspectiva internacionalista  
construída pelo Serviço Social se expressa como um aspecto de resistência, sobretudo em  
termos de uma solidariedade latino-americana. Observando os temas e projetos que incluem  
PPG’s da área 32, vemos que boa parte abrange países do Cone Sul, como Argentina, Chile e  
Uruguai. Em nosso entender, tais experiências se conectam ao lastro histórico recente da  
profissão em nível nacional e latino-americano. O quadro 4 mostra, também, que há parcerias  
com Cuba, e com China, Índia e África do Sul, integrantes dos BRICS10, o que sugere uma  
aproximação estratégica nos termos refletidos acima. Assim, acreditamos que a Área pode atuar  
ampliando e ressignificando o sentido “estratégico” e “prioritário” colocado pelo Edital do  
Print.  
650  
Ainda quanto às parcerias dos PPG’s da área 32, destacamos que um número considerável  
de países parceiros tem como primeiro idioma o português. Isso significa que o idioma tende a  
ser um fator que aproxima parcerias na área, representando também uma postura resistente e  
contra-hegemônica. De acordo com Knobel et al. (2020, p. 676), o idioma inglês é visivelmente  
prioritário nas ações de internacionalização hegemônicas, o que se coloca tanto como obstáculo  
10  
De acordo com sua página oficial: “O BRICS é um agrupamento formado por onze países membros: Brasil,  
Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.  
Serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas  
áreas” (BRICS Brasil, 2024).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 633-653, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Internacionalização sob critérios hegemônicos: reflexões sobre a área de Serviço Social no CAPES-Print  
para o acesso a ações de internacionalização, haja vista os testes de proficiência, quanto, por  
consequência, como fator que acentua desigualdades.  
Em síntese, consideramos que as análises apresentadas sobre a internacionalização da  
área de Serviço Social no CAPES-Print indicam que os critérios do Programa prevalecem no  
sentido de direcionar os trabalhos de cooperação internacional, sob a perspectiva hegemônica  
de internacionalização. Por outro lado, observamos que a presença da área de Serviço Social é  
viva e latente, e que tende a conectar-se estrategicamente a princípios construídos pelo acúmulo  
coletivo da profissão, no sentido da solidariedade latino-americana e entre países de economia  
dependente, principalmente os de idioma lusófono. Diante do exposto, concordamos com a  
análise de Duarte (2020) de que é preciso problematizar a totalidade da profissão a partir da sua  
localização sócio histórica na sociedade capitalista dependente brasileira. Por isso,  
Há que se pensar na agenda da internacionalização para o Serviço Social  
considerando: as diferenças e as particularidades da profissão, incluindo, aqui,  
as diferentes concepções em nível mundial, sua trajetória e protagonismo  
histórico e teórico-metodológico na América Latina e no Caribe; as distinções  
com outras áreas; e suas experiências; a afinidade teórico metodológica  
crítica; os desafios atuais no campo das políticas sociais, dentre outros  
(Duarte, 2020, p. 105-106).  
Portanto, concluímos que, de forma crítica e reflexiva, é possível acreditar na  
contribuição estratégica da internacionalização realizada pela área de Serviço Social,  
entendendo que “a universidade só aparece e se afirma historicamente como ‘fator de  
desenvolvimento’, quando concorre para a negação e a superação desse status quo” (Fernandes,  
2010, p. 216).  
651  
Considerações Finais  
Neste artigo discutimos que a internacionalização da pós-graduação está conectada com  
a geoeconomia política e com as estratégias hegemônicas que tentam contornar a atual crise  
estrutural do capitalismo. Entendendo a particularidade brasileira enquanto uma economia  
dependente e analisamos que esta realidade repercute nas prioridades da CAPES para o fomento  
das ações de cooperação internacional. Assim, o Print tende a expressar a perspectiva  
hegemônica que não problematiza a condição dependente, o que distancia a possiblidade de se  
desenvolver ações de cooperação em sentido estratégico, visando a superação desta condição.  
Sobre o Serviço Social, enquanto área de conhecimento, enfatizamos que este agrega a  
herança ético-política e teórico-metodológica de sua construção histórica recente no Brasil.  
Com isso, analisamos que algumas ações de cooperação podem incorporar, crítica e  
estrategicamente, iniciativas importantes para uma perspectiva de internacionalização solidária  
Rafael Vieira Teixeira; Janaina Lopes do Nascimento Duarte  
e pautada no anseio por um projeto nacional de desenvolvimento autônomo e soberano.  
Todavia, é preciso reconhecer que estas iniciativas são subordinadas aos critérios do Print.  
Por fim, esperamos que o compartilhamento das aproximações de nossa pesquisa possa  
estimular outros estudos e reflexões que se debrucem sobre o tema da internacionalização no  
Serviço Social. Em especial estudos que, como o nosso, ressaltam o acúmulo da área em uma  
direção estratégica e internacionalista do trabalho em cooperação.  
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