A educação em saúde na atenção primária e o  
papel do assistente social  
Health education in primary health care and the role of the social worker  
Iza Maria Pereira*  
Francisca Felícia Campos Paiva de Lima**  
Jean Carlos Dantas de Oliveira ***  
Resumo: Este trabalho tem como objetivo  
discutir o papel do assistente social na educação  
em saúde na atenção primária. A relevância  
desse tema reside na necessidade de ampliar a  
Abstract: This study aims to examine the role  
of the social worker in health education within  
primary healthcare. The significance of this  
topic lies in the need to broaden the  
understanding of the professional's contribution  
to fostering collective and democratic practices,  
which are essential to ensure user access to  
healthcare services, particularly within the  
Unified Health System (SUS). The research  
adopts a qualitative, exploratory approach,  
based on a bibliographical survey. Data analysis  
followed the principles of thematic analysis  
(Minayo, 2010) and was complemented by a  
similarity analysis conducted with the  
IRaMuTeQ software, using a corpus derived  
from the theoretical section regarding the social  
worker’s role in primary healthcare. This  
analysis allowed for the identification of key  
thematic units and semantic relationships  
between terms, further deepening the  
understanding of health education strategies.  
The findings highlight the importance of social  
workers in health education processes, through  
the development of strategic actions in primary  
healthcare, linked to public policy management,  
social control, citizenship, and the enhancement  
of SUS.  
compreensão sobre  
a
contribuição desse  
profissional para a promoção de práticas  
coletivas e democráticas, fundamentais para  
assegurar o acesso dos usuários aos serviços de  
saúde, especialmente no SUS. A pesquisa é de  
natureza qualitativa, com caráter exploratório,  
fundamentada em levantamento bibliográfico. A  
análise dos dados seguiu os princípios da análise  
temática (Minayo, 2010) e foi complementada  
por uma análise de similitude, realizada com o  
uso do software IRaMuTeQ, a partir de um  
corpus extraído da seção teórica referente à  
atuação do assistente social na atenção primária.  
Essa etapa permitiu identificar núcleos de  
sentido e relações semânticas entre os termos,  
contribuindo para aprofundar a compreensão  
sobre as estratégias de educação em saúde. Os  
resultados evidenciam a relevância do assistente  
social nos processos educativos em saúde,  
mediante  
o
desenvolvimento de ações  
estratégicas articuladas na atenção primária,  
vinculadas à gestão de políticas públicas, ao  
controle social, ao exercício da cidadania e à  
qualificação do SUS.  
Palavras-chaves: Educação em saúde;  
Assistente social; Promoção em saúde; Atenção  
primária à saúde.  
Keywords: Health education; Social worker;  
Health promotion; Primary attention care.  
* Universidade Estadual do Ceará. E-mail: iza.pereira@aluno.uece.br  
** Centro Universitário de Patos. E-mail: feliciapaiva21@gmail.com  
***  
Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Norte. E-mail:  
DOI: 10.34019/1980-8518.2025.v25.48434  
Esta obra está licenciada sob os termos  
Recebido em: 25/04/2025  
Aprovado em: 28/07/2025  
Iza Maria Pereira; Francisca Felícia Campos Paiva de Lima; Jean Carlos Dantas de Oliveira  
Introdução  
O assistente social, inserido no processo de trabalho na área da saúde, ainda enfrenta  
desafios no reconhecimento de seu papel como profissional da saúde, apesar de seu  
enquadramento legal por meio da Resolução nº 218, de outubro de 1998, do Conselho Nacional  
de Saúde (CNS), e da Resolução nº 383/99, de 29 de março de 1999, do Conselho Federal de  
Serviço Social (CFESS). Essas normativas evidenciam a atuação interdisciplinar do assistente  
social na área da saúde e destacam sua importância para a garantia da qualidade dos serviços  
prestados aos usuários do sistema de saúde.  
Apesar disso, a atuação do assistente social na saúde ainda é, por vezes, invisibilizada  
ou compreendida de forma reduzida, tanto por parte de outros profissionais da saúde quanto  
pelas próprias gestões institucionais. Essa desvalorização se expressa na restrição de suas  
funções a atividades meramente burocráticas ou administrativas, o que acaba por obscurecer a  
amplitude e a complexidade de sua intervenção profissional. No entanto, o serviço social  
contribui de maneira significativa para a efetivação do direito à saúde, por meio de diferentes  
frentes de atuação que articulam dimensões técnico-operativas, ético-políticas e teórico-  
metodológicas (CFESS, 2011; Iamamoto, 2007).  
Dentre essas frentes, destaca-se a educação em saúde, entendida como um campo  
estratégico de intervenção que possibilita a promoção do cuidado, da autonomia dos sujeitos e  
da consolidação da cidadania, especialmente no âmbito da Atenção Primária em Saúde (APS).  
Trata-se, portanto, de uma das muitas contribuições do assistente social para a integralidade da  
atenção à saúde e para o fortalecimento das políticas públicas.  
932  
Nessa perspectiva, a educação em saúde exercida pelo serviço social está fortemente  
vinculada à viabilização da participação popular nos espaços institucionais. Como afirmam  
Bentes e Honorato (2022), “uma ação que considera-se importante para os assistentes sociais é  
a viabilização da participação popular nas instituições e programas de saúde”. A atuação do  
assistente social, assim, é tem sido orientada por práticas interventivas e socioeducativas que  
promovem a democratização das informações e a socialização de direitos, muitas vezes  
desconhecidos pelos usuários.  
De acordo com esta perspectiva, este trabalho propõe discutir a relevância do assistente  
social nas ações de educação em saúde na atenção primária, compreendendo essas ações como  
instrumentos fundamentais para o fortalecimento de espaços coletivos democráticos e para a  
efetivação dos direitos dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se, portanto, de  
refletir sobre como o trabalho desse profissional contribui para a autonomia dos sujeitos e a  
participação social na construção de políticas públicas.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 931-946, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
A educação em saúde na atenção primária e o papel do assistente social  
A partir desse contexto, emergem as seguintes questões norteadoras: O que é, de fato, a  
promoção da saúde? Qual o papel do assistente social na efetivação dessa promoção em seu  
espaço de atuação? Como possibilitar a participação dos usuários nos serviços de saúde por  
meio de ações educativas?  
Este estudo adota uma abordagem qualitativa de natureza exploratória, com base em  
pesquisa bibliográfica. A escolha por esse delineamento metodológico se justifica pela  
necessidade de construir uma compreensão inicial e sistematizada sobre o papel do assistente  
social na educação em saúde no âmbito da atenção primária, a partir da análise crítica da  
produção acadêmica e técnica já consolidada sobre o tema. Conforme destaca Minayo (2001),  
a pesquisa qualitativa é particularmente apropriada para o estudo de fenômenos sociais em sua  
complexidade, possibilitando a exploração de sentidos, práticas e mediações construídas  
historicamente.  
Segundo Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já  
publicado, constituído principalmente por livros, artigos de periódicos científicos, documentos  
oficiais e outras fontes disponíveis em meios físicos e digitais. Trata-se, portanto, de uma  
estratégia que permite ao pesquisador conhecer e problematizar o estado da arte do objeto de  
estudo, identificando lacunas, avanços e desafios teóricos e práticos.  
A seleção do material foi orientada por critérios de relevância temática, atualidade e  
contribuição para a análise crítica da atuação profissional do assistente social na atenção  
primária à saúde. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória nas bases de dados  
SciELO, LILACS e Google Acadêmico, utilizando os seguintes descritores: “educação em  
saúde”, “atenção primária à saúde”, “políticas públicas de saúde” e “serviço social na saúde”.  
Foram incluídas produções como livros, artigos científicos publicados em periódicos da área,  
além de documentos institucionais e normativos, como diretrizes do SUS e resoluções do  
Conselho Nacional de Saúde. Dentre os temas priorizados, destacam-se a educação em saúde,  
as políticas públicas de saúde no Brasil, a atenção primária como estratégia central do SUS,  
bem como a inserção e atuação do serviço social no campo da saúde.  
933  
A análise do conteúdo das obras selecionadas seguiu os princípios da análise temática,  
que, conforme Minayo (2010), permite a identificação de categorias significativas e recorrentes  
a partir da leitura atenta e sistemática dos textos. A partir disso, foi possível sistematizar os  
principais elementos que sustentam a importância do trabalho do assistente social na promoção  
da educação em saúde, bem como sua contribuição para a efetivação dos princípios do SUS,  
em especial a universalidade, a integralidade e a participação social.  
Iza Maria Pereira; Francisca Felícia Campos Paiva de Lima; Jean Carlos Dantas de Oliveira  
Complementarmente, foi realizada uma análise de similitude com base em um corpus  
textual construído exclusivamente a partir da seção “O assistente social e a prática em educação  
em saúde na atenção primária”, que integra o referencial teórico deste artigo. Para essa etapa,  
utilizou-se o software IRaMuTeQ1, com o objetivo de identificar os principais núcleos de  
sentido e as relações semânticas entre os termos mais recorrentes. O corpus foi composto pelo  
texto completo da seção mencionada, sem categorização prévia, a fim de possibilitar uma  
análise exploratória da organização léxica. Tal recurso metodológico contribuiu para ampliar a  
compreensão das regularidades discursivas presentes no texto, permitindo visualizar as  
conexões entre os conceitos centrais da atuação do assistente social na atenção primária e as  
estratégias de educação em saúde.  
A relevância social deste estudo reside na necessidade de reconhecer e valorizar o  
trabalho do assistente social na atenção primária à saúde, especialmente na promoção da  
educação em saúde como mecanismo de efetivação dos direitos sociais decorrentes da Reforma  
Sanitária e da Constituição de 1988. Justifica-se também em âmbito profissional, pela  
experiência da autora e pela compreensão da importância desse campo sócio-ocupacional.  
Embora, historicamente, a atuação profissional tenha sido mais concentrada nos níveis  
secundário e terciário do SUS, a APS, particularmente por meio das equipes da Estratégia Saúde  
da Família (ESF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), vem se configurando como  
um dos principais espaços de inserção do assistente social no Brasil, com cerca de 60% dos  
profissionais atuando no setor público (CFESS, 2022)  
934  
Dessa forma, ao evidenciar a crescente inserção do assistente social na atenção primária  
à saúde, o presente estudo reafirma a centralidade desse campo de atuação na efetivação dos  
direitos sociais e na consolidação das políticas públicas de saúde. A presença qualificada desse  
profissional nas equipes multiprofissionais, como as da ESF e do NASF, contribui  
significativamente para a promoção da saúde, a democratização do acesso à informação e o  
fortalecimento do SUS enquanto política pública universal e inclusiva.  
1
O IRaMuTeQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires) é um  
software livre, ancorado na linguagem estatística R, que permite realizar diferentes análises textuais e estatísticas.  
No presente estudo, foi utilizado para a construção de uma análise de similitude, visando evidenciar as  
coocorrências entre os termos e os núcleos de sentido predominantes no corpus. O IRaMuTeQ tem sido  
incorporado em pesquisas qualitativas na área da saúde no Brasil, como evidenciado por uma revisão sistemática  
(scoping review) que identificou 54 estudos utilizando o software, destacando a técnica de análise de similitude  
como uma das mais recorrentes (Salvador et al., 2018). Quanto à área de Serviço Social, há registros da aplicação  
dessa ferramenta de análise textual em dissertação de mestrado de Menezes (2021), da Universidade Federal de  
Uberlândia (UFU), que analisou questões relacionadas à saúde de assistentes sociais atuantes na assistência a  
pessoas em situação de rua.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 931-946, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
A educação em saúde na atenção primária e o papel do assistente social  
Promoção da saúde na atenção primária: o papel da educação em saúde e a  
participação social  
A Carta de Ottawa (1986), documento de referência para os estudos em promoção da  
saúde, conceitua essa prática como “a capacitação das pessoas e comunidades para modificarem  
os determinantes da saúde em benefício da própria qualidade de vida”.  
Percebe-se que esse documento traz um conceito amplo e que não se restringe às ações  
diretamente vinculadas ao setor da saúde. Parte-se da compreensão de que o processo saúde-  
doença resulta de múltiplos determinantes sociais, como educação, habitação, meio ambiente,  
cultura, trabalho, transporte e lazer, entre outros. Assim, saúde não se resume à ausência de  
enfermidades, mas está relacionada à qualidade de vida, entendida como o acesso a condições  
dignas de existência e aos serviços essenciais. Como define a Organização Mundial da Saúde  
(OMS), “saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a  
ausência de doenças ou enfermidades” (OMS, 2006, p. 1), destacando que os determinantes  
sociais desempenham papel central na formulação de políticas públicas na área da saúde.  
Seguindo esses pressupostos, o SUS foi criado e regulamentado através da Lei nº 8.080,  
de 19 de setembro de 1990. Conforme o artigo 5º da referida lei (Brasil, 1990), são objetivos  
do SUS: (I) identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde; (II)  
formular políticas de saúde que promovam ações nos campos econômico e social; e (III) prestar  
assistência integral à população por meio de promoção, proteção e recuperação da saúde.  
Assim, as ações e serviços de saúde passaram a ser de relevância pública à medida que  
o Estado assumiu o compromisso com a saúde da população, buscando promovê-la por meio  
da formulação de políticas sociais e econômicas voltadas à redução dos riscos de doenças e  
agravos. Essa diretriz se alinha, em parte, ao projeto da Reforma Sanitária, especialmente no  
que diz respeito ao reconhecimento dos determinantes sociais da saúde, “fatores sociais,  
econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a  
ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população” (Buss, 2000, p. 79).  
Diante dessa conjuntura, torna-se imprescindível contar com profissionais capacitados  
para intervir nas políticas sociais de saúde, entre os quais se destaca o assistente social, cuja  
inserção na área da saúde está historicamente consolidada. Conforme aponta Silva (2010), a  
atuação do serviço social nesse campo remonta às primeiras décadas do século XX e está  
fortemente associada à defesa dos direitos sociais e à consolidação das políticas públicas. Essa  
discussão será aprofundada nas seções seguintes, com ênfase nas contribuições do assistente  
social na atenção primária e na educação em saúde.  
935  
Iza Maria Pereira; Francisca Felícia Campos Paiva de Lima; Jean Carlos Dantas de Oliveira  
Mediante essa conjuntura, torna-se necessário contar com profissionais capacitados para  
intervir nas políticas sociais de saúde, entre os quais se destaca o assistente social, cuja inserção  
histórica na área da saúde remonta à década de 1930, quando a profissão passou a compor  
equipes de serviços de assistência à saúde, participando ativamente da construção das políticas  
sociais no Brasil, especialmente com a Reforma Sanitária e a criação do SUS (CFESS, 2013).  
Essa discussão será aprofundada nas seções seguintes, considerando os fundamentos históricos  
e ético-políticos da profissão no campo da saúde.  
Pensar em promoção da saúde envolve ações coletivas e individuais de caráter educativo  
e de ampliação de conhecimento, partindo dos determinantes sociais e do conceito ampliado de  
saúde, com o desenvolvimento de ações estratégicas articuladas da atenção primária entre os  
diversos setores. Nesse contexto, a atenção primária à saúde (APS) se configura como um eixo  
central, sendo definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na Conferência  
Internacional sobre Atenção Primária à Saúde, em 1978, em Alma Ata, como:  
cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas,  
cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocados ao  
alcance universal de indivíduos e famílias [...]. Representam o primeiro nível  
de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional  
de saúde pelo qual os cuidados são levados o mais proximamente possível aos  
lugares onde as pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento  
de um continuado processo de assistência à saúde (Brasil, 2020, p. 5).  
936  
Nesta perspectiva, a atenção primária caracteriza-se por sua proximidade com a  
população, suas necessidades, contextos locais, equipamentos de saúde e recursos humanos  
disponíveis e possui quatros características norteadoras essenciais: acesso de primeiro contato  
(acessibilidade e utilização dos serviços de saúde), longitudinalidade de serviços (continuidade  
de atenção; relações interpessoais intensas que expressem a identificação mútua entre as  
pessoas atendidas e os profissionais de saúde), integralidade da atenção (acesso a todos os  
serviços de saúde necessários, assim como serviços preventivos ou que possibilitem o  
diagnóstico e o tratamento das doenças; resolução de problemas - orgânicos, funcionais ou  
sociais) e coordenação do sistema de saúde (integralização dos diferentes níveis do sistema de  
saúde) (Brasil, 2020).  
Partindo dessas premissas, a atenção primária assume papel de estruturação dos serviços  
básicos de saúde de maneira que a atenção básica atue nos territórios de forma forte e resolutiva,  
demonstrando a evolução histórica nas políticas sociais de saúde através das legislações  
específicas e a própria constituição do SUS, culminando, posteriormente, na Política Nacional  
de Atenção Básica PNAB.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 931-946, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
A educação em saúde na atenção primária e o papel do assistente social  
No âmbito da atenção básica, são desenvolvidas ações e estratégias de educação em  
saúde pelos profissionais da saúde, especialmente pelos assistentes sociais. É importante  
destacar que, embora a educação em saúde seja uma atribuição recorrente desse profissional,  
ela não é uma área exclusiva do assistente social.  
Para entender melhor o conceito de educação em saúde, é necessário compreender sua  
definição. Segundo Santos e Senna (2017), a educação em saúde, embora não seja uma prática  
exclusiva do assistente social, tem sido uma das mais constantes e frequentemente requisitadas  
a esse profissional, especialmente no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS).  
Conforme Rezende (1989, p. 112 apud Lopes, 2002),  
a educação para a saúde é, sem dúvida, o processo mais eficiente das ações  
profiláticas, um instrumento básico para a veiculação de informações e  
experiências sobre saúde. Educar para a saúde é uma atividade das mais  
relevantes para um país em desenvolvimento.  
Assim, ao refletirmos sobre a educação em saúde, é essencial considerar os sujeitos  
envolvidos no processo, o desenvolvimento de ações articuladas e interdisciplinares, além de  
sua contribuição para a consolidação da cidadania. A educação em saúde, portanto, é uma  
ferramenta indispensável para o fortalecimento da saúde coletiva e da cidadania.  
Valia e Stotz (1994 apud Lopes, 2002, p. 21) afirmam que a educação em saúde:  
é um campo de conhecimentos que pode facultar à sociedade uma melhor  
compreensão sobre as relações entre as condições de vida e trabalho e a saúde  
e a doença, e do ponto de vista da ação social, apontar os meios para pressionar  
os governos a aplicar os recursos públicos mais de acordo com as necessidades  
da população trabalhadora.  
937  
Essa perspectiva corrobora com o que defende o CFESS (2020), ao afirmar que as ações  
educação em saúde e/ou socioeducativas não devem pautar-se somente pelo fornecimento de  
informações ou esclarecimentos que levem à simples adesão do usuário, pois isso denotaria, tão  
somente, controle e subalternação. A educação em saúde deve ter como propósito a construção  
de uma nova cultura, enfatizando a participação dos usuários no conhecimento crítico da sua  
realidade, bem como sua potencialização para a construção de estratégias coletivas, e não  
somente individuais.  
Nesse âmbito, depreende-se que a educação em saúde aponta o diálogo como  
mecanismo de gestão participativa e de construção de uma saúde, ou acesso à saúde, mais  
adequada à vida da população. É nesse espaço, também, que há o reconhecimento dos sujeitos,  
suas histórias e a construção dos seus processos educativos em saúde, conferindo-lhe autonomia  
e exercício da cidadania.  
Iza Maria Pereira; Francisca Felícia Campos Paiva de Lima; Jean Carlos Dantas de Oliveira  
Nesse contexto, o trabalho profissional do assistente social no que se refere à educação  
em saúde é relevante, pois esse profissional atua diretamente nas relações sociais e no cotidiano  
dos sujeitos, contribuindo com práticas socioeducativas voltadas à promoção da saúde e à  
ampliação do acesso à informação.  
O assistente social e a prática em educação em saúde na atenção primária  
O serviço social tem ocupado espaços no campo da saúde. Entretanto, foi somente no  
final dos anos 1980 e início dos anos de 1990, com a implantação do SUS e com a ampliação  
horizontal das subunidades de serviços, que ocorreu um processo crescente de inserção dos  
assistentes sociais nesta área (Costa, 2000).  
Nessa conjuntura, observou-se um momento de plena efervescência na saúde, aliado a  
uma reflexão no interior do serviço social que, repensando suas bases teóricas, metodológicas  
e éticas, vem construindo desde décadas anteriores, o projeto ético-político que é definido a  
partir de algumas inquietações referentes à indefinição da profissão (o que é, o que faz?), visto  
que tais questões, quando são postas em evidência, afetam direta ou indiretamente o  
profissional, que tem de explicitar constantemente o porquê da sua necessidade e importância  
na instituição (Lima, 2007).  
Assim, a partir da implantação do SUS, consolidada por meio de mobilizações,  
encontros, conferências, criação de conselhos e comissões, o serviço social passou a promover  
discussões sobre sua atuação na área da saúde, com a necessidade de redefinir suas funções em  
relação às demais profissões, buscando afirmar sua identidade e especificidade profissional  
nesse campo.  
938  
À vista disso, o Conselho Federal de Serviço Social CFESS (2010, p. 39-65)  
sistematizou, por meio de documento orientador, os parâmetros de atuação dos assistentes  
sociais na política de saúde, delimitando quatro eixos fundamentais de intervenção profissional.  
No quadro abaixo, apresentamos uma síntese desses eixos:  
Quadro 1: Eixos de intervenção profissional do assistente social.  
Atendimento direto ao Atendimento aos usuários dos serviços de saúde nos diversos  
1.  
2.  
usuário  
espaços desde a atenção básica até os serviços de média e alta  
complexidade seja através de ações socioassistenciais, ações de  
articulação com a equipe de saúde e ações socioeducativas.  
Mobilização, participação Envolve um conjunto de ações voltadas para a mobilização e  
e controle social  
participação social de usuários, familiares, trabalhadores de  
saúde e movimentos sociais em espaços democráticos de  
controle social (conselhos, conferências, fóruns de saúde e de  
outras políticas públicas) e nas lutas em defesa da garantia do  
direito à saúde.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 931-946, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
A educação em saúde na atenção primária e o papel do assistente social  
Investigação,  
planejamento e gestão  
Conjunto de ações que tem como perspectiva o fortalecimento  
da gestão democrática e participativa capaz de produzir, em  
equipe e intersetorialmente, propostas que viabilizem e  
potencializem a gestão em favor dos usuários e trabalhadores de  
saúde, na garantia dos direitos sociais.  
3.  
4.  
Assessoria, qualificação e Envolve a educação permanente dos trabalhadores de saúde, da  
formação profissional  
gestão, dos conselheiros de saúde e representantes comunitários,  
bem como a formação de estudantes da área da saúde e  
residentes e, as ações voltadas para a assessoria.  
Fonte: Elaborado pelos autores, adaptado de CFESS (2010, p. 39-65).  
Por isso, ao estabelecer as atribuições do assistente social na saúde, o CFESS reconhece  
a profissão na área saúde, tendo suas funções e legitimidade definidas pela representação da  
categoria, ao passo que se torna essencial a atuação do profissional nesse espaço, seja no  
assessoramento, elaboração de programas e/ou projetos em que são subsidiados pelo  
conhecimento da realidade social através da intervenção.  
É no escopo da área da saúde que iremos pensar o fazer profissional dos assistentes  
sociais e as contribuições da educação em saúde como mecanismo de materialização do projeto  
ético-político do serviço social. Para isso, segundo as autoras Santos e Senna (2017), ponderar  
a educação em saúde como instrumento de atuação do assistente social encontra-se imbricado  
com as dimensões ético-político, teórico-metodológicas e técnico-operativo da profissão.  
Nesse sentido, Santos e Senna (2017, p. 445) registram que:  
939  
uma proposta socioeducativa do profissional de Serviço Social na saúde  
politiza as demandas, enfatiza a participação social dos usuários, produz o  
conhecimento crítico da realidade e aposta na constante busca da autonomia  
dos sujeitos sociais. Por isso, reforça-se a ideia que a Educação em Saúde deve  
ser pensada como instrumento teórico-metodológico e ético-político do  
exercício profissional, que pode fomentar sua transformação qualitativa em  
direção aos interesses dos usuários e à satisfação das necessidades dos  
segmentos menos favorecidos.  
Destarte, é nesse lócus de atuação que o assistente social, especificamente nos serviços  
de saúde de atenção primária, encontra subsídios para aliar os princípios estruturantes do SUS  
como: universalidade, participação social, promoção da saúde e a educação permanente ao  
realizar ações de educação em saúde no cotidiano junto aos usuários, suscitando a reflexão  
crítica da realidade, quer seja em atividades grupais, individuais ou nos territórios dos serviços  
de saúde.  
Essa perspectiva corrobora com o posicionamento do CFESS (2010), nos Parâmetros de  
Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde, ao realizar uma reflexão acerca do objetivo  
das ações socioeducativas e/ou em educação em saúde em que diz:  
As ações socioeducativas e/ou educação em saúde não devem pautar-se pelo  
fornecimento de informações e/ou esclarecimentos que levem a simples  
Iza Maria Pereira; Francisca Felícia Campos Paiva de Lima; Jean Carlos Dantas de Oliveira  
adesão do usuário, reforçando a perspectiva de subalternização e controle dos  
mesmos. Devem ter como intencionalidade a dimensão da libertação na  
construção de uma nova cultura e enfatizar a participação dos usuários no  
conhecimento crítico da sua realidade e potencializar os sujeitos para a  
construção de estratégias coletivas (CFESS, 2010, p. 55).  
Desse modo, no tocante às atividades socioeducativas e/ou educação em saúde  
desenvolvidas por assistente social nos serviços de saúde de atenção primária pode-se destacar  
as principais atividades, conforme o CFESS (2010, p. 56):  
• sensibilizar os usuários acerca dos direitos sociais, princípios e diretrizes do  
SUS, rotinas institucionais, promoção da saúde e prevenção de doenças por  
meio de grupos socioeducativos;  
• democratizar as informações da rede de atendimento e direitos sociais por  
meio de ações de mobilização na comunidade;  
• realizar debates e oficinas na área geográfica de abrangência da instituição;  
• realizar atividades socioeducativas nas campanhas preventivas;  
• democratizar as rotinas e o funcionamento da unidade por meio de ações  
coletivas de orientação;  
• socializar informações e potencializar as ações socioeducativas  
desenvolvendo atividades nas salas de espera;  
• elaborar e/ou divulgar materiais socioeducativos como folhetos, cartilhas,  
vídeos, cartazes e outros que facilitem o conhecimento e o acesso dos usuários  
aos serviços oferecidos pelas unidades de saúde e aos direitos sociais em geral;  
• mobilizar e incentivar os usuários e suas famílias para participar no controle  
democrático dos serviços prestados;  
• realizar atividades em grupos com os usuários e suas famílias, abordando  
temas de seu interesse.  
940  
Assim, o assistente social atuante na atenção primária deve articular as estratégias de  
intervenções com o projeto ético-político da profissão na perspectiva de transformação social,  
bem como, também, analisar a realidade por meio do viés da totalidade social (Souza;  
Hauradou, 2020). De modo que é imprescindível o conhecimento da realidade e das demandas  
dos usuários dos serviços e, ao realizar as mediações pertinentes, utilizar-se dos recursos da  
educação em saúde como instrumento potencializador da emancipação social dos sujeitos  
(Santos; Senna, 2017). Essas medidas estimulam a participação no processo de elaboração e  
construção das políticas sociais que atendam à realidade e à materialização do SUS, quer seja  
através dos órgãos de controle social, por exemplo, conselhos municipais, conferências,  
ouvidorias ou através de outros meios de participação popular (Gomes; Orfão, 2021).  
A atuação do assistente social na atenção primária à saúde vai além da simples execução  
de atividades previstas em protocolos institucionais, mas sua prática se fundamenta em uma  
perspectiva crítica e propositiva, que busca reconhecer e valorizar os sujeitos enquanto  
protagonistas na construção de sua própria saúde (Moura, 2018). Nesse contexto, as atividades  
socioeducativas se tornam espaços privilegiados de escuta, reflexão e mobilização coletiva,  
onde se estimula a apropriação dos direitos e o fortalecimento da autonomia dos usuários.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 931-946, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
A educação em saúde na atenção primária e o papel do assistente social  
Através dessas ações, o profissional contribui para a formação de uma consciência crítica acerca  
das desigualdades sociais que atravessam os territórios e interferem diretamente nas condições  
de vida e saúde da população (Lopes; Simões, 2020).  
Ao promover o diálogo entre os saberes populares e os conhecimentos técnico-  
científicos, o assistente social favorece a construção de práticas educativas que respeitam as  
especificidades culturais e sociais dos grupos atendidos (Salvador; Salvador, 2019). Essa  
mediação qualificada permite não apenas o acesso à informação, mas também a ressignificação  
de experiências, fortalecendo os vínculos comunitários e a corresponsabilidade na produção do  
cuidado. Assim, a educação em saúde se configura como uma ferramenta estratégica na  
promoção da equidade, consolidando o compromisso ético-político da profissão com a justiça  
social e a defesa intransigente dos direitos humanos (Fittipaldi et al., 2021).  
A análise de similitude (Figura 1), realizada com o auxílio do software IRaMuTeQ a  
partir do corpus extraído da seção “O assistente social e a prática em educação em saúde na  
atenção primária”, evidenciou que o termo “social” ocupa posição central na rede léxica. A  
centralidade dessa palavra confirma sua relevância na organização do discurso profissional,  
conforme defendido pelo Projeto Ético-Político do Serviço Social (CFESS, 2009, p. 20).  
Ao redor desse núcleo, identificou-se um agrupamento denso de termos como  
“assistente”, “profissional”, “mobilização”, “usuário”, “dever” e “serviço”, cuja coocorrência  
revela a recorrência de sentidos associados ao compromisso profissional com os direitos sociais.  
Essa inferência é sustentada tanto pela frequência e proximidade lexical desses termos quanto  
pelo alinhamento com os princípios que orientam a profissão, especialmente no que se refere à  
ética, à responsabilidade social e à defesa intransigente dos direitos dos usuários (CFESS, 2009;  
CFESS, 2011).  
941  
Outro agrupamento relevante articula os termos “saúde”, “SUS”, “educação” e  
“participação”, o que remete à inserção do Serviço Social no campo da saúde coletiva, em  
especial na atenção primária. A presença conjunta desses vocábulos sugere a valorização de  
estratégias como a intersetorialidade e a educação em saúde, entendidas como práticas  
fundamentais para o fortalecimento da cidadania e da participação social. Tais práticas  
dialogam diretamente com as diretrizes do Projeto Ético-Político do Serviço Social, que  
defende a atuação crítica e comprometida com os direitos sociais. Segundo Bravo e Cunha  
(2013), a atuação do assistente social na saúde deve compreender “as determinações sociais do  
processo saúde-doença e a necessária articulação com os diferentes setores sociais, o que requer  
uma intervenção profissional crítica, propositiva e intersetorial” (p. 109). Assim, a  
intersetorialidade não é apenas uma diretriz técnica, mas um princípio político e ético que  
Iza Maria Pereira; Francisca Felícia Campos Paiva de Lima; Jean Carlos Dantas de Oliveira  
orienta a prática profissional voltada à superação das desigualdades e à ampliação do acesso à  
cidadania.  
A presença dos termos “político”, “projeto” e “ético” (Figura 1) reforça a ancoragem da  
prática profissional no projeto ético-político do serviço social, que orienta o enfrentamento das  
desigualdades sociais com posicionamento crítico. Por fim, o cluster formado por “ação” e  
“coletivo” destaca a valorização das práticas emancipatórias e da mobilização social como  
instrumentos de transformação. Assim, a rede semântica construída a partir do corpus aponta  
para um discurso comprometido com os direitos humanos, a justiça social e a promoção da  
autonomia dos sujeitos, reafirmando o papel do assistente social como agente político e  
educador social.  
Figura 1: Análise de Similitude do corpus “O assistente social e a prática em educação em saúde na atenção  
primária”.  
942  
Fonte: Elaborada pelos autores a partir do software IRaMuTeQ (2025).  
Os resultados da análise de similitude refletem o conteúdo e os sentidos mais recorrentes  
do corpus analisado, o que está diretamente relacionado à temática abordada, ao campo  
profissional envolvido e ao contexto discursivo dos textos. A centralidade do termo “social”  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 931-946, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
A educação em saúde na atenção primária e o papel do assistente social  
pode ser explicada pelo fato de que o corpus trata, majoritariamente, da atuação do assistente  
social, uma profissão historicamente vinculada à defesa de direitos, à mediação de demandas  
sociais e à intervenção em contextos de vulnerabilidade.  
A forte associação entre “social” e termos como “usuário”, “dever”, “profissional” e  
“serviço” indica a ênfase na dimensão ética e técnica do exercício profissional, destacando o  
compromisso com o atendimento qualificado e com os princípios do projeto ético-político do  
serviço social, que orienta a prática rumo à emancipação dos sujeitos.  
A ligação entre “social” e “saúde”, por sua vez, demonstra a inserção crescente do  
assistente social nas políticas públicas de saúde, sobretudo no Sistema Único de Saúde (SUS).  
Esse vínculo é reforçado pela presença dos termos “educação” e “participação”, que evidenciam  
estratégias de atuação voltadas à educação em saúde, ao empoderamento dos usuários e ao  
fortalecimento da intersetorialidade, sobretudo por meio de programas como o Saúde na  
Escola2. O agrupamento de palavras como “projeto”, “político” e “ético” reafirma o caráter  
crítico-reflexivo da profissão, que se posiciona diante das desigualdades sociais e defende  
transformações estruturais, em consonância com o projeto societário democrático e  
emancipatório defendido pela categoria.  
Por fim, o cluster formado por “ação” e “coletivo” evidencia uma prática profissional  
comprometida com a mobilização social, a atuação junto a grupos e comunidades e a  
valorização do trabalho coletivo como caminho para fortalecer os sujeitos sociais. Assim, a  
análise de similitude, embora baseada em critérios estatísticos, é aqui interpretada sob uma  
abordagem qualitativa, permitindo compreender como determinados núcleos de sentido  
estruturam o discurso profissional do serviço social, expressando uma intencionalidade política,  
crítica e transformadora no contexto das políticas públicas.  
943  
Considerações finais  
A partir das discussões feitas, foi possível constatar a importância do assistente social  
na área da saúde, uma vez que é o profissional habilitado para desenvolver ações educativas  
junto aos usuários do sistema de saúde, viabilizando o acesso a informações necessárias para  
garantir e/ou ampliar seus direitos, contribuindo, dessa forma, para a melhoria na qualidade de  
vida.  
2 O Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2007, é uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com  
o Ministério da Educação. O programa visa promover a saúde dos estudantes da educação básica por meio de  
ações como prevenção de doenças, vacinação, orientação sobre saúde bucal, nutrição e incentivo a hábitos  
saudáveis. Ele integra ações de saúde e educação no ambiente escolar, desenvolvendo políticas intersetoriais e  
incentivando a participação da comunidade escolar (Programa Saúde na Escola, 2025).  
Iza Maria Pereira; Francisca Felícia Campos Paiva de Lima; Jean Carlos Dantas de Oliveira  
Considerando o perfil intervencionista do assistente social, ele é capaz de efetivar ações  
socioeducativas no processo de educação em saúde, por meio da socialização e democratização  
de informações/direitos, muitas vezes desconhecidas pelos usuários do sistema de saúde, o que  
favorece a prevenção do adoecimento da população.  
Como discutimos, a saúde é resultado da articulação com outros fatores sociais como  
educação, habitação, saneamento básico, meio ambiente, cultura, trabalho, transporte, lazer,  
entre outros, não se reduzindo, portanto, somente à ausência de doenças, mas relacionado ao  
bem-estar, à qualidade de vida de forma geral e isso perpassa por acesso aos serviços essenciais,  
sendo, pois, possibilitado pela educação em saúde e com o desenvolvimento de ações  
estratégicas articuladas da atenção primária.  
A educação em saúde é a forma mais eficaz de agilizar ações preventivas, através da  
veiculação de informações e, na medida do possível, educa a população sobre seus direitos,  
podendo proporcionar mudança de hábitos com vistas à transformação social. Para isso, são  
necessários profissionais que participem da gestão das políticas e possam lutar por políticas  
públicas e de qualidade.  
Discutir sobre a presença do assistente social no campo da saúde torna-se fundamental  
como forma de diferenciar a especificidade de suas funções nessa área, bem como de dar  
visibilidade à sua presença e a importância do seu trabalho perante os preceitos da Reforma  
Sanitária e às diretrizes do SUS, para a qualificação dos serviços oferecidos aos usuários desse  
sistema de saúde.  
944  
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