Serviço social e gestão de unidades acadêmicas  
na perspectiva da gestão democrática  
Social work and the management of academic units from the  
perspective of democratic management  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos*  
Resumo: O texto versa sobre os desafios  
colocados na gestão de unidades acadêmicas,  
subjacente à experiência na direção da Escola de  
Serviço Social de uma Universidade Publica,  
onde se problematiza os dilemas e estratégias  
construídos para a realização da gestão  
Abstract: The text deals with the challenges  
posed by the management of academic units,  
based on the experience of running the School  
of Social Work which problematises the  
dilemmas and strategies built to achieve  
democratic management that reiterates the  
defence of the public university, anchored in the  
ethical and political project of Social Work. In  
authoritarian times where productivism  
permeates the logic of the university, there are  
still ways of managing from other perspectives,  
as the article concludes. From a methodological  
point of view, the production comes from  
participant research that is articulated with a  
bibliographical review and is based on a critical  
perspective that dialogues with authors from the  
Marxist field.  
democrática que reitera  
a
defesa da  
universidade pública ancorada, ainda, no  
projeto ético político do Serviço Social. Em  
tempos autoritários, onde o produtivismo  
atravessa a lógica da universidade, ainda assim  
encontram-se formas de gerir sobre outros  
prismas, conforme se conclui no artigo. Do  
ponto de vista metodológico, a produção é  
oriunda de uma experiência concreta no período  
de 2017 a 2021 que se articula com a revisão  
bibliográfica e se fundamenta na perspectiva  
crítica, dialogando com autores do campo  
marxista.  
Palavras-chaves: Serviço social; Universidade  
Keywords: Social work; Public university;  
pública; Gestão democrática.  
Democratic management.  
Introdução  
Os elementos apresentados neste artigo foram sedimentados ao longo do processo em  
que ocupava a função de diretora de unidade acadêmica. Portanto, esse texto versa sobre  
reflexões e desafios postos na gestão subjacente à experiência recente, mais precisamente no  
período entre 2017-2021, na direção de uma Unidade Formativa Acadêmica (UFA).  
* Universidade Federal Fluminense. E-mail: francinesantos@yahoo.com.br  
DOI: 10.34019/1980-8518.2025.v25.48076  
Esta obra está licenciada sob os termos  
Recebido em: 28/03/2025  
Aprovado em: 12/12/2025  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
Embora a administração universitária, em sua elaboração teórica e prática, venha sendo  
construída ao longo dos anos a partir da contribuição de diferentes gestores e pesquisadores; de  
forma genérica, as formulações frequentemente estão fundamentadas em lógicas gerenciais que  
passam ao largo do debate da democracia e da efetiva participação reivindicadas por  
movimentos e entidades da Educação.1 Os gestores e estudiosos da área de distintas instituições  
e de diferentes países, que abordam a temática sobre as organizações de educação superior,  
apoiam-se substantivamente em questões que vinculam a “missão” das Instituições Federais de  
Ensino (IFE), que nem sempre se coadunam com a perspectiva de construção de uma educação  
omnilateral2, nos termos apontados por Gramsci (2006).  
Nas distintas experiências de administração/gestão3 de forma democrática, é  
consensual o quão essa tarefa é complexa, sejam experiências de gestão ou “autogestão”. Em  
se tratando de gestão no serviço público, nos deparamos ainda com a questão do  
“desfinanciamento” das políticas sociais, da burocratização dos serviços, da dificuldade de  
“gerir” pessoas, da precariedade das condições de trabalho e, ainda, da falta de reajustes  
salariais, o que torna ainda mais difícil administrar esses espaços.  
Compreendendo que as atividades docentes sofreram uma multiplicidade de mudanças  
nos últimos anos, as quais se expressam no produtivismo científico, na mercantilização da  
educação e na intensificação do trabalho docente, pretende-se, através de uma revisão de  
literatura e da experiência concreta , vide a vivência como diretora em uma Unidade Acadêmica  
Formativa (UFA), problematizar os desafios, dilemas e estratégias construídas para a realização  
da gestão numa perspectiva que dialoga com a defesa da universidade pública. Portanto, a  
experiência em tela se dispôs a balizar suas ações na cultura crítica do Serviço Social brasileiro,  
o qual vem construindo a resistência da ação política e propondo a reflexão do agir ético-  
político, ancorado nos princípios e valores do Projeto ético-político que a profissão concebeu,  
bem como nos valores do movimento docente de ensino superior, tal como o Sindicato  
Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) forja suas ações.  
Para tanto, partimos do entendimento de que os desafios começam na formação, já que  
a baixa inserção profissional nos espaços de gestão se reflete tanto nas disciplinas quanto nos  
948  
1 Para um exemplo de concepção distinta da qual esse texto se remete ver: Melo, Pedro Antônio de Melo; Meyer,  
Bernardo. Administração Universitária em Tempos de Mudança: Novos Rumos e Desafios. Curitiba: Apris, 2021.  
Ou ver os anais do CIGU – Colóquio internacional de gestão universitária organizado pelo INPEAU/ UFSC.  
2 Aeducação omnilateral se refere a concepção de uma formação humana integral, que abarque todas as dimensões  
do desenvolvimento do indivíduo, que se contrapõe a superar a visão limitada e fragmentada do trabalho e da  
educação sob o capitalismo, onde os indivíduos sociais sejam capazes de atuar de forma crítica e criativa em todas  
as esferas da vida social.  
3 Usaremos Gestão como sinônimo de Administração.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
estágios supervisionados, de modo que os estudantes se formam com pouquíssimo contato com  
este universo. Além do mais, toda a lógica mercantil que reverbera na universidade afasta  
gradativamente os docentes do anseio do universo da gestão, já que este espaço dificulta o  
cotidiano do exercício das atividades docentes.  
Dentro deste liame, o texto se divide em dois momentos que estão relacionados entre  
si, a saber: o primeiro, em que trataremos do debate do trabalho de gestão realizado por  
assistentes sociais, considerando as concepções distintas que moldam as práticas com ênfase  
naquelas que dialogam com o projeto ético-político da profissão; e o segundo, em que  
situaremos o trabalho docente na experiência à frente da Direção de uma unidade formativa,  
problematizando os desafios e pontuando a dimensão política da experiência.  
Do ponto de vista metodológico, o artigo parte de estudos bibliográficos, utilizando  
autores que se vinculam ao debate do ensino superior brasileiro, ao trabalho profissional e que  
dialogam com o campo da gestão democrática. Além disso, a observação participante constitui-  
se como elemento metodológico já que, mediante a experiência vivenciada, desenvolvemos  
alguns processos analíticos necessários e subjacentes ao debate da questão política e  
administrativa que atravessa o trabalho profissional no espaço da gestão.  
O trabalho de gestão realizado por assistentes sociais, sua concepção e o projeto  
ético-politico.  
949  
O trabalho de assistentes sociais na gestão de unidades formativas está previsto nas  
atribuições privativas desses profissionais, conforme consta no inciso VII do artigo 5º da Lei  
n.º 8.662, de 7 de junho de 1993, o qual dispõe: “VII – dirigir e coordenar Unidades de Ensino  
e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação; (CRESS 7ª Região, 2000, p. 33-4)”.  
Trata-se de uma atividade de caráter predominantemente político, que, no caso das  
universidades públicas, pressupõe ainda o diálogo com um conjunto de legislações de ordem  
administrativa, o que exige do profissional não apenas conhecimentos teóricos, mas também  
habilidade política, capacidade de liderança e de administração.  
Sabe-se que o debate sobre as instituições e o Serviço Social tem se configurado como  
um recurso didático-pedagógico fundamental na formação profissional de assistentes sociais,  
conforme Dahmer (2022) nos aponta. Contudo, a particularidade da gestão é atribuição pouco  
discutida no âmbito da categoria profissional. O lugar da gestão ainda é um espaço sócio-  
ocupacional pouco debatido e pouco explorado nos meandros da profissão, mas que se adequa  
à dinâmica da profissão, à medida que esta se modifica e se renova no tempo, bem como ao  
passo em que a mesma se posiciona criticamente no cenário acadêmico e político.  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
Embora o conjunto Conselho Federal de Serviço Social/Conselho Regional de Serviço  
Social (CFESS/CRESS) venha gradativamente lançando luz sobre esta temática, ainda  
precisamos avançar no amadurecimento das questões que atravessam o exercício profissional  
no âmbito da gestão. O CRESS/RJ, em 2023, lançou um número da revista Práxis (107) que  
versa sobre o tema4, e o conjunto CFESS/CRESS lançou, há alguns anos, alguns documentos,  
embora tenha enfatizado apenas o âmbito da saúde, a saber: O Serviço Social em hospitais:  
orientações básicas (CRESS, 2003) e Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Saúde  
(CFESS, 2010), em que se problematizou o significado social das experiências das chefias.  
Em geral, as experiências em gestão de unidades formativas nas universidades públicas  
decorrem de processos eleitorais, em que, através de consulta pública que envolve toda a  
comunidade acadêmica (professores, funcionários e estudantes), se elegem chapas, geralmente  
compostas por diretor e vice-diretor. Ocorre que, mesmo que a formação profissional ofereça  
os conteúdos para o desenvolvimento dessa função, são inúmeros os desafios que o cotidiano  
revela, a começar pelo excesso de demandas administrativas até a necessária habilidade política  
no trato com as reitorias e com os servidores públicos e, principalmente, a indispensável atenção  
às determinações oriundas da conjuntura nacional, que incidem, enfaticamente, na política  
educacional de ensino superior e moldam o cotidiano acadêmico.  
De acordo com o texto das Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino  
e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) de 1996, é no Núcleo de Fundamentos da Formação  
Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira que se encontra o debate sobre os modelos de gestão,  
assim como são nas disciplinas de Políticas Sociais e na disciplina de Administração e  
Planejamento em Serviço Social que aparecem os principais conteúdos para o exercício  
profissional, a saber: (1) Política Social: As teorias explicativas da constituição e  
desenvolvimento das políticas sociais. A questão social e desenvolvimento do sistema brasileiro  
de proteção social. Formulação e gestão das políticas sociais. (...) (ABESS, 1996, p. 18); (2)  
Administração e Planejamento em Serviço Social: As teorias organizacionais e os modelos  
gerenciais na organização do trabalho e nas políticas sociais; (3) Planejamento e gestão de  
serviços nas diversas áreas sociais. (4) Elaboração, coordenação e execução de programas e  
projetos na área de Serviço Social (ABESS, 1996, p. 18).  
950  
Embora não tenhamos uma precisão numérica quanto aos profissionais que ocupam  
cargos de gestão, ou melhor, cargos de direção de unidades, compartilhamos as reflexões de  
Almeida (2009) ao problematizar a importância das funções desempenhadas pelas assistentes  
4 Para mais informações ver Revista PRAXIS, n. 107, ano 2023 - CRESS/RJ, com uma interessante entrevista da  
assistente social e gestora, Dra. Gleyce Figueiredo.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
sociais vinculadas ao magistério, à direção de unidades formadoras e à supervisão de estágio.  
Sobre o assunto, o autor nos diz que:  
Ocupam um lugar de destaque tanto no âmbito da produção de conhecimentos  
e da proposição dos perfis e projetos profissionais que orientam a formação  
de novos assistentes sociais como na reprodução de determinadas práticas,  
valores e modos de relacionamento com as expressões da questão social e suas  
formas de enfrentamento. Constituem desse modo, funções importantes na  
dinâmica de produção do Serviço Social como uma instituição que se  
modifica, se renova e se posiciona no cenário acadêmico e político, como  
também na objetivação das próprias condições e processos institucionais  
necessários à continuidade da profissão (Almeida, 2009, p. 629).  
Contudo, mesmo que consensual a sua importância, temos aqui um espaço repleto de  
contradições, desafios e intempéries. Embora exista todo um discurso acerca da importância da  
gestão na educação, esse debate não foi consolidado no âmbito da profissão: nem sobre “gestão”  
propriamente dita e nem mesmo em aportes teóricos que subsidiam as práticas nesses espaços.  
Uma recente pesquisa utilizando diferentes Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) de cursos de  
Serviço Social no país revelou a resistência em se reconhecer a atribuição da gestão no âmbito  
do trabalho de assistentes sociais.5  
Nas análises da pesquisa de Benevides (2017), tal questão se justificaria por dois  
motivos: o primeiro diz respeito ao desconhecimento dos conteúdos sobre gestão, conforme  
apresentado nas Diretrizes Curriculares; o segundo consiste na questão de caráter ideológico  
que permeia a compreensão das finalidades da gestão no Serviço Social, como se a gestão  
reproduzisse de forma automática a lógica capitalista, fato que interfere diretamente no  
reconhecimento da gestão como atividade inerente ao trabalho de assistentes sociais, incluída  
no rol das competências desses profissionais, e como instrumento de trabalho no cotidiano.  
Para Benevides (2017), a resistência em reconhecer a gestão no Serviço Social está  
ligada a questões ideológicas, sob as quais se resume a gestão apenas a estratégia e instrumento  
de reprodução das relações sociais capitalistas, a partir da perspectiva da dominação de classes.  
Tal posicionamento, sob a ótica da pesquisa realizada, tende a contribuir para a negação da  
gestão no Serviço Social. De fato, em uma sociedade cindida em classes sociais, a  
determinação principal da administração capitalista é mediar a produção da mais-valia e  
viabilizar a dominação fundante do capitalismo, seja na esfera da produção ou no âmbito da  
reprodução social” (Benevides, 2017, p. 70). Conforme Vitor Paro (2012, p. 60),  
951  
No processo de produção capitalista, o comando está nas mãos dos  
proprietários dos meios de produção. Esse comando se reflete na  
superestrutura política, jurídica, e ideológica, que se organiza com vistas ao  
domínio da classe capitalista, detentora do poder econômico, sobre o restante  
5 Para mais informações ver Benevides e Lima (2023).  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
da população. A administração, ou a utilização racional de recursos para  
realização de fins, adquire, na sociedade capitalista, como não podia deixar de  
ter, características próprias, advindas dessa situação de domínio.  
Entretanto, o caráter contraditório das relações sociais também possibilita que relações  
“contra-hegemônicas” possam ser forjadas mediante a construção de processos democráticos,  
já que a sociedade não é estática e está sendo construída por sujeitos que possuem finalidades  
em suas ações, e podem realizá-las com objetivos emancipatórios e progressistas. Nesse  
sentido, ainda de acordo com o mesmo autor, a atividade administrativa é “[...] compatível tanto  
com um projeto revolucionário, de superação da estrutura social vigente, quanto com forças  
conservadoras interessadas em manter a estrutura [...]” (Paro 2012, p. 43).  
De fato, o estudo da temática ainda é incipiente, ao passo que é necessário. Na  
atualidade, as experiências de gestão democráticas vêm sendo apropriadas por uma  
racionalidade que enfatiza os modelos de gestão com finalidade de alavancar o processo de  
produção de valor, se aproximado de uma linha de atuação que pouco tem de democrática em  
suas práticas. Tal apropriação “semântica” possibilita que tanto gestões centrais de  
universidades quanto movimentos sociais da educação levantem a mesma bandeira, num  
primeiro momento, mas a oposição de suas respectivas ações, interesses e perspectivas acaba  
por serem revelada.6  
Dito isto, compreendendo a administração como uma ciência, e sistematizando o  
conhecimento obtido por meio de uma racionalidade instrumental, é sabido que historicamente  
o tipo de racionalidade hegemônica nas formas de administrar e fazer gestão coincide com o  
desenvolvimento das forças produtivas, o que nos demanda tratar aqui, mesmo que de forma  
breve, as diferenças na maneira de se fazer gestão, para que possamos chegar à forma que  
reivindicamos e alinhamos nossa experiência empírica.  
952  
Embora neste estudo não pretendamos nos debruçar sobre a Teoria Geral da  
Administração, e muito menos sobre os modelos gerenciais que orientam a gestão do trabalho  
nas políticas sociais e nos espaços sócio-ocupacionais do assistente social no âmbito da  
Administração Pública, cabe-nos recorrer a algumas características sobre as formas de gestão  
mais comumente estudadas. As reflexões realizadas sobre a administração construídas por Paro  
(2012) concebem a gestão como atividade exclusivamente humana. O autor atenta que nos  
diferentes modos de organização social a atividade administrativa esteve presente por ser  
determinante na vida em sociedade.  
6
Para citar aqui as distinções de compreensão sobre o conceito, vale destaque às produções dos intelectuais  
Liberais como Alexis Tocqueville, Jean-Jean Jacques Rousseau e adeptos ao socialismo democrático como Rosa  
Luxemburgo, Antônio Gramsci, Poulantzas, entre outros.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
Paro (2012, p. 25) aponta que é possível captar os elementos que em sua existência  
concreta são determinações históricas e características de um dado modo de produção.  
Compreende atividade administrativa em seu sentido amplo, independentemente de qualquer  
tipo de sociedade, afirmando que a administração “[...] é a utilização racional de recursos para  
a realização de fins determinados” (Paro, 2012, p. 25). Ou seja, ele quer dizer que somente o  
homem é capaz de exercer o trabalho, em seu sentido mais geral e abstrato, como “atividade  
orientada a um fim” (Marx, 1983, p. 150).  
Dentro dessa compreensão, é possível afirmar que tanto a modalidade de gestão  
administrativa, quanto a modalidade de gestão capitalista e a modalidade burocrática situam-se  
no mesmo lado, isto é, no mesmo campo teórico, visto que a administração apresenta uma  
perspectiva funcional da gestão, compreendendo-a como atividade científica a partir da ciência  
moderna e, portanto, entorpecida pela racionalidade instrumental que, por sua vez, é  
conveniente ao desenvolvimento e avanço do capitalismo.  
Nessa esteira argumentativa, a administração é reconhecida como prática científica a  
partir do advento da Revolução Industrial e seus consectários. Contudo, a perspectiva  
administrativa capitalista, que representa a racionalização do pensamento administrativo  
burguês, “manifesta-se na passagem do capitalismo comercial para sua fase industrial”  
(Braverman, 1977, p. 61). Ela nasce do processo de criação da gerência capitalista enquanto  
estratégia de ampliação de lucros e, concomitantemente, do desenvolvimento do controle do  
processo produtivo e de trabalho do controle sobre os trabalhadores, contribuindo,  
sobremaneira, para a conformação das relações sociais, que reproduzem a lógica de exploração  
da classe trabalhadora.  
953  
No que tange à perspectiva burocrática de gestão, esta se sustenta nos fundamentos da  
burocracia estudados por Max Weber (1864-1920). O alemão entende que a burocracia seria  
um tipo de poder situado na mesma categoria do patriarcalismo, patrimonialismo e feudalismo,  
e que versa sobre uma configuração de relação social da sociedade moderna, inevitável no  
âmbito do Estado, e condição sem a qual o mesmo não pode existir.  
A administração burocrática “estrutura-se na racionalidade formal-legal” que se  
expressa na legalidade das normas, dos regulamentos e da divisão do trabalho, formalismo,  
previsibilidade, impessoalidade, hierarquia, padronização, competência técnica,  
profissionalização e especialização da administração para buscar meios racionais e legais, em  
alinhamento aos objetivos e características institucionais, visando promover o pleno  
funcionamento da organização/instituição.  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
Em síntese, esta concepção consiste no processo de gerenciamento dos objetivos  
organizacionais a partir da racionalidade técnica e instrumental. Em tal condição, o foco está  
direcionado para o afiançamento da adequação dos meios aos fins determinados, sempre com  
a finalidade de garantir a máxima eficiência na realização dos objetivos das instituições, seja  
no campo da produção ou da reprodução social. Desse modo, na sociedade capitalista, tende-se  
a promover processos administrativos que viabilizem as finalidades do capital, a produção,  
acumulação e apropriação privada da riqueza produzida.  
Ressalta-se, ainda, que as formulações elaboradas por Frederick Taylor, Henry Ford e  
Taiichi Ohno nem sempre foram implementadas de igual modo. Elas apresentaram variações  
relacionadas aos distintos territórios e à forma das mobilizações de resistência dos trabalhadores  
organizados. Assim sendo, podemos depreender que as perspectivas de gestão administrativa,  
capitalista e burocrática encontram- se em um mesmo “campo” ideológico e político, em que  
prevalece o interesse do grande Capital.  
No lado oposto, a perspectiva de gestão democrática e emancipadora vêm sendo  
estudada por autores, especialmente, por Vitor Paro (2012), que é uma referência para os  
estudiosos da área da educação, sobretudo para aqueles que estudam a gestão da educação  
básica. O autor tem como eixo o ser humano. Em sua visão ontológica, na gestão democrática  
e emancipadora, o ser humano não é concebido como recurso, mas como fim da atividade  
administrativa, isto porque “considerar o homem como fim, implica em tê-lo como sujeito e  
não como objeto no processo em que se busca a realização de objetivos” (Paro, 2012, p. 32).  
E para ampliar o debate - já que vivemos em uma sociedade complexa e dinâmica -,  
temos ainda a gestão social e suas variações, quais sejam: gerência social, gerência de  
programas sociais, gestão de políticas sociais, que vem se constituindo como espaço de trabalho  
profissional. Segundo Filho (2009, s/p) “o termo gestão social, portanto, ganha relevância numa  
conjuntura hegemonizada pelo pensamento neoliberal. Dessa forma, incorpora critérios  
economicistas de mercado para redefinir o formato de gestão pública para a área social”. Ou  
seja, trata-se de uma modalidade de gestão que, em certa medida, encontra algum espaço para  
ações contra hegemônicas, mas cujo termo e sentidos estão em disputa.  
954  
Em consonância com Iamamoto (2019), nós, assistentes sociais brasileiras(os), vimos  
construindo, coletivamente, há quarenta anos um projeto ético-político profissional, o qual é,  
fundado nos valores maiores da liberdade, da igualdade, da democracia, dos  
direitos humanos e sociais com opção privilegiada pelos interesses do  
conjunto dos trabalhadores. Tais princípios éticos, indissociáveis da “grande  
política” em termos gramscianos, imprimem nortes ao trabalho de assistentes  
sociais brasileiros e reverberam nos requisitos acadêmicos, técnicos e  
políticos à sua condução, envolvendo o zelo pela qualidade dos serviços  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
prestados e a identificação com os interesses das classes subalternas.  
(Iamamoto, 2019, p. 3)  
Pode-se dizer, dessa forma, que na elaboração expressa do projeto profissional, há o  
reconhecimento do conceito e das práticas de gestão que tenham como horizonte a construção  
de uma nova ordem societária. Isto porque não é possível pensar em uma sociedade isenta de  
formas de dominação, desconsiderando uma perspectiva de gestão que parta dos interesses  
coletivos das classes subalternas.  
Paro (2012, p. 24-25) afirma que  
situar a administração em uma perspectiva democrática e emancipatória, com  
fins para a transformação da sociedade, implica uma dimensão ético-  
finalística, que tenha por objetivo atender aos interesses coletivos da classe  
trabalhadora.” Suas reflexões nos permitem fazer um paralelo de um dos  
princípios do nosso código de ética, qual seja, “a defesa do aprofundamento  
da democracia” [...] com o horizonte da “socialização da participação política  
e da riqueza socialmente produzida.  
Considerando os tempos recentes, nunca foi tão importante reivindicar a democracia  
dentro e fora da Universidade.7 A isto se deve o fato de que, recentemente, o Brasil e vários  
países passaram por experiências marcadas pelo ultraneoliberalismo, onde governos de direita  
com características autoritárias e fascistas reiteram o corte de direitos e de garantias e a  
lateralizarão da educação pública.  
955  
Neste sentido, a concepção de gestão democrática e emancipadora se propõe a  
“efetivar e ampliar o acesso da classe trabalhadora aos direitos historicamente conquistados”  
(Souza Filho; Gurgel, 2016, p. 72), sendo, pois, especialmente necessária nos tempos em que  
vivemos.  
O ataque à autonomia universitária - direito conquistado através da Constituição  
Federal de 1988 - tornou-se fato comum no governo Bolsonaro (2019-2022). Durante o seu  
mandato, 55 universidades fizeram consultas às suas comunidades acadêmicas e formaram  
listas tríplices para viabilizar seus respectivos processos eleitorais. Contudo, foram percebidos  
28 episódios de intervenção do governo nesses processos, o que significa dizer que ferir a  
democracia foi fato comum naquele governo, contrariando frontalmente as diretrizes  
construídas pelo ANDES-SN. No que se refere ao debate sobre democracia interna, o referido  
Sindicato assimilou ao longo dos anos que:  
a democracia é indispensável para a universidade cumprir sua função social,  
mas que isso não será suficiente se o trabalho acadêmico não se referenciar na  
própria sociedade e em políticas públicas efetivamente populares para a  
7
Democracia aqui entendida como “presença efetiva das condições sociais e institucionais que possibilitam ao  
conjunto dos cidadãos a participação ativa na formação do governo e, em consequência, no controle da vida social”  
(Coutinho, 1997, p. 145).  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
educação (ANDES, 1981, p. 26).  
Neste contexto, a gestão democrática se caracteriza não só por uma dimensão ideo-  
política, mas também pela sua dimensão ético-política, pois prioriza escolhas e decisões na  
condução do processo de trabalho que visam alcançar os fins ou interesses dos sujeitos numa  
direção que se coadunem aos coletivos. No caso, o viés democrático e emancipador da gestão  
busca “sempre aproximar estas finalidades a um processo que amplie e universalize as  
condições de vida das classes subalternas atingidas pelas ações da organização” (Souza Filho;  
Gurgel, 2016, p. 74).  
Tratando-se da especificidade da área de conhecimento, conforme é sabido, o Serviço  
Social é uma das poucas profissões que, em suas organizações e posicionamentos ético-  
políticos, se coaduna com valores e princípios humanizadores, que apontam para a superação  
dessa estrutura social posta e, por conseguinte, para a contraposição de toda forma de  
exploração e opressão, bem como que reitera democracia e liberdade como valores centrais.  
Daí a necessidade de dialogar com concepções de gestão que partilhem dos mesmos princípios,  
mesmo que saibamos que a democracia propriamente dita é inviável no capitalismo, já que a  
“concepção conservadora, mais identificada com o senso comum educacional, advoga métodos  
e princípios idênticos aos aplicados na administração empresarial” (Paro, 2010, p. 763)  
cooptando sutilmente corações e mentes.  
956  
Nos últimos anos, a conjuntura brasileira nos exigiu, diante da correlação de forças, a  
intensificação da pauta social e da defesa da democracia. Perseguir a democracia tornou-se  
tarefa central daqueles que acreditam que outro mundo é possível. E, em alinhamento com uma  
das obras mais polêmicas e importantes de Coutinho (1980), a “renovação democrática do  
conjunto da vida nacional” não pode ser vista como um elemento tático, mas sim como  
“conteúdo estratégico” da revolução.  
O trabalho docente e os desafios da atuação de assistentes sociais na gestão  
acadêmica – a experiência em tela  
Conforme já mencionado, a experiência em questão teve início em 2017 com uma  
proposta explícita de concepção de universidade norteada por princípios democráticos, que foi  
apresentada no programa da chapa intitulada “Seguindo na Luta: por uma gestão democrática  
em defesa da universidade pública para a direção da Escola de Serviço Social de Niterói –  
Gestão 2017-2021”.  
Esta proposta significou, no âmbito da escola de Serviço Social, não apenas um passo  
importante na abertura de diálogo com diferentes grupos que compõem o quadro docente, como  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
também uma nova configuração na relação com os gestores da administração central da reitoria,  
a qual, também à época, sofreu mudanças, favorecendo, assim, a construção de relações de  
cooperação, em meio a um cotidiano marcado pela permanente interlocução com a comunidade  
interna.8  
Todavia, o cenário que se abriu no período, com o governo de Jair Messias Bolsonaro  
(2017-2022) e a crise sanitária decorrente da Pandemia de Covid-19, repercutiu de forma  
singular na gestão da Universidade. Trata-se de um período atravessado por todas as  
intempéries da Covid-19 e por uma democracia frágil e ameaçada. Agregado a isto, o governo  
expressou um descaso total com as mais de 700 mil vidas perdidas no país. De forma similar,  
manifestou seu desprezo pela vida de crianças, adultos e profissionais da educação, ao tentar,  
reiteradas vezes, aprovar medidas de retorno às aulas presenciais sem as mínimas condições  
sanitárias devidas ao contexto pandêmico (Helfreich et al., 2021).  
O período da experiência significou uma profunda regressão de conquistas  
civilizatórias. No que tange às políticas educacionais, o governo federal impôs uma série de  
cortes para a educação pública, embora alguns já houvessem iniciado a supressão de verbas  
antes mesmo da sua gestão, principalmente, após a aprovação da Emenda Constitucional n.º  
95/2016, que versa sobre teto de gastos do orçamento federal, o qual veda novos investimentos  
para as áreas que asseguram direitos sociais, como educação, assistência social e saúde.  
Imperioso destacar que, durante o governo Bolsonaro, a produção do conhecimento e  
a universidade pública foram caracterizados da pior forma possível nos diversos  
pronunciamentos do presidente e de outras figuras importantes do governo. Estes trouxeram  
sérias implicações para a universidade, desencadeando um dos piores momentos da quadra  
histórica.9  
957  
Sua proposta para a educação superior pública, expressa no fracassado projeto “Future-  
se”10, veio acompanhada de uma intensa perseguição a professores e estudantes comprometidos  
com a pesquisa científica e com a construção do pensamento crítico, mediante a ameaça aos  
mesmos e às organizações estudantis e sindicais. Significativos foram os prejuízos às  
8
No início da gestão tínhamos na reitoria o professor Sidney Mello (2014-2018), muito conhecido pela sua  
ausência e esvaziamento dos Conselhos Universitários e, também, pela indiferença com o movimento docente e  
as pautas dos setores progressistas da universidade. No período de sua gestão, ocorreu uma greve de  
aproximadamente 3 meses de duração, e o mesmo não recebeu o Comando de Greve, o que reforçou as marcas  
negativas deixadas na sua relação com a comunidade acadêmica.  
9
Cabe salientar que, contraditoriamente, o reitor embora tenha apresentado as contas da universidade, expondo  
dúvidas e dificuldades de mantê-las, em 2019, ao fim da Pandemia, numa entrevista, pronunciou a liquidação das  
dívidas e a redução das despesas, além de captação de novas receitas. Para mais informações cf. Nóbrega (2021).  
10  
Metaforicamente, o projeto “Future-se” é explicado por estudiosos como o “Fature-se” das Instituições de  
Ensino Superior Pública do país, com base na venda direta e irrestrita da educação superior pública. Para mais  
informações ver Projeto de Lei n.º 3.076/2020 (Câmara dos Deputados, 2020).  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
universidades públicas, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  
(CAPES), ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e ao Instituto Nacional de Estudos e  
Pesquisas Educacionais (INEP), dificultando as pesquisas e as produções científicas.  
Desde que assumiu a presidência da República, Bolsonaro atribuiu uma verdadeira  
depreciação à educação. Em se tratando de números, em 2019, o governo federal cortou cerca  
de R$ 5,8 bilhões na educação. O decreto federal n.º 9.741, de 29 de março de 2019,  
contingenciou R$ 29,582 bilhões do Orçamento Federal de 2019.  
Em meio a uma conjuntura que se modificava a cada dia, a Educação Pública,  
especialmente entre os anos da gestão, teve os seus investimentos globais diminuídos; como  
exemplo a que reduziu drasticamente os recursos para as universidades11. Só no período da  
experiência, o reitor anunciou por duas vezes em 2019 e em 2021 a dificuldade em manter  
a universidade em pleno funcionamento. A Universidade em questão junto com a Universidade  
de Brasília (UNB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) receberam cortes por motivos  
ideológicos, sob o frágil fundamento utilizado pelo Ministro da Educação da época de que  
teriam obtido “fraco desempenho”. No entanto, além de não ter tornado público os critérios  
para tal conclusão, o referido argumento foi derrubado, posteriormente, já que as pesquisas  
evidenciaram justamente o contrário.  
Esse foi, portanto, o cenário na qual a experiência ocorreu: em meio à maior crise  
sanitária da história recente com impactos econômicos, políticos e sociais, que afetou toda a  
humanidade - a COVID-19, e que, por consequência lógica, impactou diretamente a  
Universidade e a Escola de Serviço. As aulas on-line, caracterizadas como “ensino remoto”,  
tornaram-se rotina, a partir do uso intensificado de tecnologias, tendo gerado um excesso de  
atividades virtuais, dentre elas, reuniões, palestras, atividades de ensino e de pesquisas, cursos  
de extensão, reuniões dos Conselhos de Ensino e Pesquisa, Assembleias docentes e, até mesmo,  
formaturas.  
958  
A universidade em questão e as demais universidades brasileiras sofreram a  
implantação “forçada” do Ensino Remoto Emergencial (ERE), e experimentaram os dissabores  
do trabalho remoto e suas nefastas consequências.12  
Conforme as análises de Costa, Farage e Silva (2021, p. 228),  
essa modalidade de educação, a partir da mediação tecnológica, provocou um  
rebaixamento da qualidade de ensino, é considerada pelo capital como uma  
forma de reduzir custos, certificar em larga escala e esvaziar o sentido pleno  
do processo de ensino-aprendizagem, fortalecendo uma perspectiva  
11 Para mais informações ver Mourão (2021).  
12 Para informações mais aprofundadas sobre o assunto ver Costa et al. (2020).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
educacional de adaptação à ordem e ao estabelecido que se encontra e  
fortalece a perspectiva anti-ciência da extrema direita em ascensão.  
Esse fenômeno também colocou em evidência um quadro de desigualdades sociais que  
se intensificou na realidade brasileira e que, no espectro aqui abordado, refere-se à ausência de  
condições de acesso igualitário a essas tecnologias pela totalidade da comunidade acadêmica.  
Isto acabou produzindo um distanciamento expressivo daqueles que não conseguiram, por  
diversos fatores, acessar a internet. Essa nova realidade impactou significativamente as relações  
de trabalho em todo país, trazendo alterações relevantes nas rotinas dos núcleos familiares e no  
cotidiano laborativo das Universidades.  
Pode-se dizer, assim, que uma série de mudanças ocorreu na educação a partir dessa  
nova conjuntura, o que ensejou uma verdadeira alteração da forma ser-essência da educação,  
conforme os autores acima analisaram. E, obviamente, o cotidiano daqueles que ocuparam  
cargos de gestão no período piorou muito, tendo lhes sido atribuídas atividades que foram desde  
o estabelecimento de regras para distribuição de equipamentos para o trabalho remoto, até a  
construção coletiva de documentos e protocolos para o retorno seguro às aulas.  
Agregado às questões relativas à pandemia, é consenso que ocupar espaços de gestão  
não é algo simples, como falamos nas linhas iniciais. Caso, caso listássemos as ações  
profissionais no âmbito da gestão de unidades acadêmicas poderíamos encontrar o  
planejamento e a avaliação das ações, a criação de estruturas organizativas dos serviços, a  
gestão dos parcos recursos destinados as unidades (no caso da Escola de Serviço Social); a  
busca pela melhoria das condições de trabalho considerando a subordinação à administração  
central da Universidade, a elaboração de projetos para captação de recursos; a mediação de  
questões conflituosas e divergentes diante dos setores, a presidência e ou composição de  
inúmeros colegiados e comissões assim como a reafirmação dos valores e princípios que  
fundamentam a profissão no âmbito da Unidade. Mas, afinal, quais são os desafios impostos  
para a gestão no trabalho docente? Por que é tão raro, no âmbito das universidades, que os  
docentes optem por estar nesses espaços? São inúmeras as questões que poderíamos levantar  
aqui, contudo, a experiência nos mostrou algumas pistas para responder a essas questões  
aparentemente retóricas.  
959  
Talvez, primeiramente, porque exista um produtivismo acadêmico13 e uma importante  
intensificação do trabalho docente, que gera um gradativo distanciamento dos docentes dos  
13  
O produtivismo acadêmico pode ser compreendido como uma forma de se fazer pesquisa onde os docentes e  
pesquisadores são impelidos a produzir artigos em tempo e quantidade desproporcional para que possam se manter  
em seus respectivos programas de pós-graduação. Trata-se de uma prática nociva, mas muito comum no meio  
acadêmico.  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
espaços coletivos de debates, seja no âmbito dos colegiados, que determinam o funcionamento  
da universidade, seja nos espaços de construção e organização coletiva, como o sindicato. Esse  
fato é nítido. São poucos os docentes que participam dos espaços coletivos de deliberação, que  
se colocam à disposição para construir chapas para os colegiados de curso e unidade, e que se  
oferecem espontaneamente para compor comissões.  
Tais posturas dificultam e muito a ampliação dos processos de participação. Note-se  
que o que queremos aqui não é uma busca por “culpados”, mas destacar o quanto a cultura  
política da universidade vem se modificando. Muito embora a democracia esteja aposta nas  
letras da lei, a participação democrática deve se dar espontaneamente, sendo antes um processo  
histórico, uma construção coletiva onde “coloca-se a necessidade de se preverem mecanismos  
institucionais que não apenas viabilizem, mas também incentivem práticas participativas dentro  
da escola pública” (Paro, 1986, p. 46). Mas, como garantir democracia sem participação? Essa  
é uma pergunta que ressoa, pois não se trata de uma questão individual, mas de uma  
característica da sociabilidade contemporânea, em que,  
a sociedade capitalista caracteriza‑se pela fragmentação de todas as esferas da  
vida social, desde a produção, com a dispersão espacial e temporal do  
trabalho, até a destruição dos referenciais que balizavam a identidade de classe  
e as formas de luta de classes (Chaui, 2006, p. 324).  
Outro elemento que gera esse afastamento está ligado à lógica empreendedora que  
permeia a universidade pública, onde cada qual busca seu edital, via recursos internos e externos  
à Universidade para o fomento de suas próprias pesquisas.  
960  
A redução de recursos públicos também vem contribuindo para esse movimento,  
intensificando a competitividade entre colegas, sobretudo, nas pós-graduações. Guardadas as  
suas particularidades, as unidades acadêmicas que não possuem cursos tanto lato quanto stricto  
sensu com cobrança de mensalidades recebem um baixo valor de Livre Ordenação14 , o que  
pressupõe que os docentes dessas unidades busquem individualmente seus próprios meios para  
adquirir insumos para suas pesquisas.  
Além disso, é perceptível o irrisório desejo ou mesmo a ausência de estímulo subjetivo  
do docente de ocupar espaços administrativos, já que a gestão é vista como uma dimensão do  
trabalho enfadonha, que consome tempo, reduzindo possibilidades para seus estudos que, em  
tese, é o que realmente é levado em consideração para os processos de progressão na carreira e  
de aquisição de bolsas e editais externos. Em alguma medida, essas questões vão capturando o  
14 A Livre Ordenação é o recurso de periodicidade anual para que, através das verbas de custeio (material de  
consumo e contratação de serviços) e das verbas de capital (materiais permanentes, computadores e mobiliários),  
se possa garantir o funcionamento das unidades acadêmicas. Sua forma de utilização é aprovada nos Colegiados  
de Unidade, assim como sua prestação de contas.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
interesse do professor de preencher esses cargos e, gradativamente, minando o projeto de  
universidade pública, o que gera, naturalmente, uma forma de mercantilização, que já está em  
curso. Ou seja, a universidade vai sendo absorvida pela lógica empreendedora mercantil,  
compondo o que os estudiosos chamam de um “novo ethos acadêmico”.  
Em síntese, ao passo que não se tem uma adesão ao projeto das universidades tal como  
o que ocorreu na Europa com as universidades que aderiram ao Tratado de Bolonha15, a  
universidade brasileira vai sendo gradativamente deteriorada e a privatização se desenvolve sob  
outros moldes: diferente, mas dialeticamente igual.  
São muitas as atividades administrativas que compõem o conjunto de atribuições na  
gestão. Elas vão do controle da frequência dos técnicos administrativos à manipulação de  
dezenas de sistemas informatizados que organizam e gerenciam os serviços da universidade,  
tais como: sistema de bolsas de estudos (SISBOL), de controle de ponto de servidores, de  
manutenção e reparos, de patrimônio, Sistema de Bens Ociosos (SIGEBOC), de solicitação de  
transporte (SISAUTO), e de administração de compras (SIA Compras), os quais, ao mesmo  
tempo em que facilitam o ordenamento dos processos, demandam mais tempo na frente das  
telas, o que acaba por gerar um distanciamento da construção da política interna da Unidade.  
Em tese, nenhum docente faz concurso para ser um “gestor”, mas sim para ser  
“professor”. As atividades intrínsecas à gestão pressupõem o conhecimento da totalidade da  
universidade do ponto de vista político, administrativo e acadêmico, sem o qual é  
substantivamente difícil realizar uma gestão de qualidade.16 Aqui, destacamos a importância do  
servidor técnico-administrativo lotado na secretaria das unidades, que assume, na maioria das  
vezes, um protagonismo à frente das questões ligadas à manipulação dos sistemas,  
equipamentos e recursos humanos quase sempre sem gratificação, como foi o caso da nossa  
experiência, em que pese ter havido muitas movimentações em prol de que o servidor fizesse  
jus à mesma.  
961  
Vale esclarecer que esse excesso de atividades administrativas e burocráticas não é  
exclusivo do cotidiano de gestores, mas também está presente na rotina dos demais docentes da  
universidade. Na verdade, esse conjunto de elementos só demonstra o que vem se tornando o  
15  
O Tratado de Bolonha é um acordo entre os Ministros da educação de 29 países europeus com o objetivo de  
fortalecer e fomentar a educação superior na Europa. Significou uma mudança importante na forma de gerir as  
universidades, na construção dos currículos (em 3 graus) e nas alterações da carreira docente. Para uma análise  
mais aprofundada e crítica ver: Santos e Melo (2019) e Duarte (2009).  
16  
Destaco que a universidade através da escola de Governança em Gestão Pública, elaborou dois cursos  
importantes á época para os/as diretores(as) de Unidade Acadêmica, quais sejam: "Apresentação UFF: atribuições  
do(a) Gestor(a) e Gerenciamento da Unidade Acadêmica" e "Gerenciando a Unidade: gestão interna, institucional  
e externa". Para mais informações ver: https://eggp-ava.vr.uff.br/login/index.php.  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
cotidiano da educação nos países da América Latina, em que os ataques à universidade pública  
a desestruturam e fazem com que os docentes não tenham mais interesse em assumir cargos de  
gestão e/ou construírem em coletividade o seu cotidiano, esvaziando-a.  
Outrossim, para além dos elementos administrativos, há uma dimensão política que é  
central para que a gestão das unidades avance. Trata-se do necessário envolvimento com a  
política universitária para a construção de mediações capazes de criar um denominador comum  
entre as partes diante de tantas disputas no âmbito interno e externo da universidade. Isto porque  
as diferenças e interesses antagônicos revelam-se a partir da premissa de que esse trabalho é  
desenvolvido num meio social que o determina, e diante do qual se tem que fazer opções e  
tomar decisões no cotidiano universitário, levando em consideração, todavia, o local em que a  
unidade está fisicamente situada e politicamente inserida.  
No caso, ser político, como afirma Heller (1982, p. 55), “é tomar partido, não ficando  
indiferente diante das opções” quase sempre antagônicas: de um lado temos a universidade, que  
é gerida por práticas e princípios próximos com a “racionalidade empresarial”, mas que ergue  
a bandeira da gestão democrática para fazer jus à sua base legal (Constituição Federal e LDB);  
e de outro lado, a gestão de unidade (de serviço social), que prima por uma por uma  
administração efetivamente democrática a serviço de uma concepção de universidade que seja  
realmente pública e gratuita, cujos serviços precisam ser prestados com qualidade, o que colide  
com o tipo de gestão hegemônica presente na maioria das reitorias.  
962  
Dessa maneira, pode-se afirmar junto com Yazbek (2014) que o curso de Serviço  
Social é tensionado pela necessidade de formular mediações políticas e ideológicas,  
evidenciadas, sobretudo, por ações de resistência e pela constituição de alianças estratégicas no  
extenso campo da política, justamente por se tratar de uma profissão que demarca no seu próprio  
código de ética e no conjunto das resoluções das instituições representativas da categoria  
profissional o seu lugar político no mundo.17  
Pensando nas particularidades da Escola de Serviço Social da referida universidade,  
esta unidade registra inúmeras ocorrências da política de resistência. A história da referida  
Escola, nos seus 76 anos, sempre foi balizada pelas movimentações políticas e pelo  
enfrentamento a projetos de autoritarismo, a exemplo das lutas contra reitorias autoritárias,  
contra governos fascistas e prefeituras oportunistas, além das disputas dentro dos espaços  
institucionais, especialmente na resistência contra os cursos pagos, contra o ensino à distância  
e a favor da autonomia universitária. Para exemplificar, a Escola de Serviço Social realizou  
17  
O Código de Ética da profissão deixa explícita a opção por um projeto profissional vinculado ao processo de  
construção de uma nova ordem societária no seu oitavo princípio fundamental.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
centenas de questionamentos às formas de avaliação da administração central e às práticas  
internas. Contudo, os questionamentos produzidos não se restringiram a produção de críticas,  
mas dezenas de docentes que passaram pela unidade, compuseram o quadro de gestores do  
sindicato de docentes da universidade e engrossaram as fileiras dos movimentos sociais,  
atuantes em projetos de extensão críticos, e ativistas da profissão que se posicionam contra as  
crises do sistema e suas formas distintas de expropriação do fundo público.  
Em síntese, a (ESS) sempre se posicionou criticamente diante das questões e disputas  
colocadas em torno do Estado e de sua política para o ensino superior. Valendo-nos das  
reflexões de Souza (2019, p. 6), “historicamente ao consolidarmos posicionamentos ético-  
políticos e efetivarmos a nossa opção teórico-metodológica em consonância com um projeto  
societário, passamos a legitimar valores que possuem uma direção social” e, nesse sentido, a  
demarcar a nossa concepção de mundo, de sociedade e de universidade mesmo com todos os  
percalços e as intercorrências que a conjuntura nos impõe.  
Assim, desafiada por todas as questões supramencionadas, a experiência da gestão  
deixou alguns feitos importantes, que vai desde a compra de um novo elevador para a escola,  
fruto de recurso de emenda parlamentar18, até o estabelecimento de uma cultura de encontros  
sistemáticos com funcionários para dirimir os problemas cotidianos, assim como com os grupos  
de professores que estão à frente das coordenações (curso, departamento, pós-graduação).  
963  
Considerações finais  
Ainda que de forma inconclusiva, deixamos aqui brevíssimas considerações, que  
devem ser debatidas e ampliadas, na busca de fortalecer uma das atribuições do Serviço Social,  
que é a gestão. Para tanto, destacamos a importância de que os (as) assistentes sociais que atuam  
na direção de unidades acadêmicas das Escolas de Serviço Social balizem suas ações tomando  
por princípio a concepção de gestão democrática e participativa contida na Constituição Federal  
de 1988. No caso em tela, ao aderirmos e coadunarmos com, bem como uma concepção de  
universidade pública gratuita, de qualidade e socialmente referenciada e, sobretudo, que tem  
como horizonte os valores expressos no projeto ético-político da profissão e nos  
posicionamentos políticos construídos coletivamente pelo ANDES-SN e pelo Conjunto  
CFESS-CRESS, compreendemos que, desta forma é possível avançar rumo a uma perspectiva  
de gestão realmente democrática.  
18 A Escola de Serviço Social da UFF recebeu via emenda Parlamentar, da ex-aluna e Deputada Federal, Talíria  
Petrone, o recurso destinado à compra de um novo elevador para a ESS.  
Francine Helfreich Coutinho dos Santos  
Encerro essas linhas de reflexão dialogando com Miguel Arroyo (2008), importante  
intelectual brasileiro, que, ao pensar os processos democráticos no âmbito da educação,  
enxergou a existência de um grande avanço na democracia com a participação efetiva dos  
sujeitos nos processos educacionais, mas também identificou uma acomodação da referida  
participação, quando da institucionalização das práticas democráticas. Assim como Arroyo  
(2008), acreditamos que é preciso resgatar a radicalidade política da gestão democrática no  
âmbito no ensino superior para que seja possível resistir às incidências do rentismo e às formas  
de privatizar a Universidade Pública.  
Em relação aos debates acima referidos, embora a assertiva possa parecer um “devir”,  
dentro das universidades, guardadas as devidas proporções, ainda se tem mais autonomia no  
fazer profissional nos espaços de direção de unidades acadêmicas do que em outros espaços  
sócio-ocupacionais de gestão. A conquista e a manutenção da autonomia docente e da  
autonomia universitária foram construídas a duras penas pelos professores coletivamente, em  
seus aparelhos privados de hegemonia19 - no caso do ANDES-SN e suas seções sindicais. O  
papel do referido sindicato em sua luta pela autonomia universitária significa:  
autonomia para contrapor-se à dominação da universidade pelos poderes  
político e econômico; autonomia para contrapor-se à dominação da  
universidade pelos interesses de grupos econômicos e políticos hegemônicos;  
autonomia para contrapor-se à lógica produtivista que concebe a escola, o  
ensino e o saber como mercadorias (ANDES, 1981, p. 26).  
964  
Em consonância às referências do Serviço Social, embora o(a) assistente social  
disponha de uma relativa autonomia na condução de seu trabalho (Iamamoto, 2008), as  
instituições empregadoras, em geral, interferem no estabelecimento de metas a cumprir e, por  
vezes, direcionam as decisões dos trabalhadores profissionais de acordo com os seus interesses  
(Vidal; Freitas, 2014).  
Decerto, o Estado, em sua dimensão de gestor de políticas sociais, não se configura  
como o centro das mobilizações para a transformação da sociedade. No entanto, é um espaço  
importante para acumulação de conquistas dos trabalhadores, através da ampliação e  
aprofundamento de direitos (Filho, 2009, s/p), que precisa estar a serviço do interesse dos  
mesmos e não, exclusivamente, das classes dominantes. Isso nos impele - não a qualquer preço  
- a ocupar certos espaços, como os de direção e de gestão das instituições, com o objetivo de  
resistir às formas de gestão fundadas na racionalidade empresarial, burocrática e capitalista.  
19 Gramsci (2007a) aponta que o poder dos grupos dominantes não é exercido apenas pela repressão, mas também  
através do consenso. Para isso, a classe dominante busca difundir sua ideologia entre as classes subalternizadas,  
como via de construção de sua hegemonia, entendida como direção política e cultural de uma classe sobre a outra.  
Há que se destacar o papel da sociedade civil nessa construção, através dos aparelhos privados de hegemonia.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 2, p. 947-967, jul./dez. 2025. ISSN 1980-8518  
Serviço social e gestão de unidades acadêmicas na perspectiva da gestão democrática  
Portanto, tendo em vista que nossa proposta é a de formar profissionais para o mercado  
e, simultaneamente, sujeitos críticos, uma das questões que nos é colocada é compreender que  
o exercício destes cargos de direção de unidades acadêmicas tanto em sua condição técnica  
quanto política deve estar relacionado à condição de utilização racional de meios e recursos,  
bem como precisa ser coerente com o caráter educativo da nossa atividade-fim.  
Nas palavras de Gramsci, devemos formar sujeitos, tornando-os capazes de “pensar,  
de estudar, de dirigir ou de controlar quem dirige” (Gramsci, 2006, Q12, §2º, p. 1457) e, para  
tanto, na condição de assistente sociais, a manutenção do fazer profissional ancorados na defesa  
da democracia e da autonomia das instituições de ensino superior torna-se um imperativo tendo  
em vista a necessidade de estarmos atentos contra todo e qualquer processo autoritário.  
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