Gizele Cristina Carvalho dos Santos; Hisakhana Pahoona Corbin
China (35), Etiópia (35), Moçambique (31), Quênia (30), Tanzânia (30), Turquia (30) e
Argentina (25) (Grupo Banco Mundial, 2024). Analisando apenas os programas do setor de
água, saneamento e resíduos, dentre os 255 (duzentos e cinquenta e cinco) financiados pelo
Grupo Banco Mundial no mundo, tem-se o seu maior quantitativo nos seguintes países: Índia
(21), China (13), Paquistão (9), Brasil (7), Quênia (6), Moçambique (6), Tanzânia (5),
Argentina (5) e Malawi (5) (Grupo Banco Mundial, 2024).
Estes programas de desenvolvimento, de responsabilidade de mutuários, caso não
evitem ou minimizem os deslocamentos populacionais, precisam planejar o reassentamento
involuntário de populações rurais, urbanas, quilombolas e indígenas visando melhorar ou
restaurar os meios de vida e sobrevivência e garantir os direitos humanos, conforme as
orientações dos agentes financiadores e marco legal de cada país, estado ou município (Grupo
Banco Mundial, 2017; Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2020; Instituto
Interamericano de Desenvolvimento Econômico e Social, 2023). Ademais, o programa de
desenvolvimento é classificado pelo agente financiador em relação ao nível de impacto e risco
socioambiental e, durante a implementação, é monitorado constantemente para verificar o
cumprimento das Políticas de Salvaguardas e do Marco de Políticas Ambiental e Social, de
modo especial, a Política Operativa 710 e o Padrão de Desempenho, sobre o reassentamento
involuntário (Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998; 2020) ou o Quadro Ambiental
e Social, de modo específico, a Norma Ambiental e Social 5, sobre o reassentamento
involuntário (Grupo Banco Mundial, 2017).
298
Beier et al. (2021) enfatizam que os programas de desenvolvimento urbano possuem o
efeito duplo e contraditório de produzir/renovar e destruir o espaço urbano. Na obra Os direitos
humanos à água e ao saneamento, Heller (2022) estima que todos os anos em torno de 10 a 15
milhões de pessoas são forçadas a se deslocar por conta de programas de desenvolvimento,
como barragens, desenvolvimento urbano, infraestrutura e transporte. Ademais, existem outros
fatores que podem gerar deslocamentos involuntários, como as mudanças climáticas, que apesar
de não serem objeto de análise neste artigo, conforme dados do Grupo Banco Mundial (2021),
até 2050, o mundo teria 216 (duzentos e dezesseis milhões) de pessoas migrando internamente
por conta das mudanças climáticas: 85,7 (oitenta e cinco milhões e setecentos mil) pessoas na
África Subsaariana, 48,4 (quarenta e oito milhões e quatrocentos mil) na Ásia Oriental e no
Pacífico, 40,5 (quarenta milhões e quinhentos mil) no Sul da Ásia, 19,3 (dezenove milhões e
trezentos mil) no Norte de África, 17,1 (dezessete milhões e cem mil) na América Latina e 5,1
(cinco milhões e cem mil) na Europa Oriental e Ásia Central.
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 295-319, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518