A ofensiva conservadora ao pensamento de  
Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro1  
The conservative offensive to the thought of Antonio Gramsci and brazilian  
Social Work  
Eliana Andrade da Silva*  
Resumo: Este artigo analisa como a ofensiva  
conservadora sobre o pensamento de Antonio  
Gramsci atinge o Serviço Social brasileiro. A  
metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica  
e documental. Os resultados indicam que esta  
ofensiva objetiva desconstruir o legado de  
Abstract: This article analyzes how  
conservative offensive against the thought of  
Antonio Gramsci impacts Brazilian Social  
Work. The methodology used was bibliographic  
and documentary research. The results indicate  
that these offensive aims to deconstruct  
Gramsci's legacy through distortions and the  
disqualification of his life and work. We  
conclude that in the field of Social Work, this  
movement manifests through the emergence of  
a clash of ideas that challenges the profession's  
ethical-political direction. These tendencies  
appear in Social Work, by reviving conservative  
ideals in the profession, such as anti-  
intellectualism, political neutrality, and the  
overvaluation of empiricism and pragmatism.  
Gramsci,  
através  
de  
deturpações  
e
desqualificação de sua vida e obra. Concluímos  
que no âmbito do Serviço Social, este  
movimento ocorre através da emergência de um  
embate de ideias que põe em xeque a direção  
ético-política profissional. Essas tendências se  
apresentam no Serviço Social, reatualizando  
ideais conservadores na profissão, como anti-  
intelectualismo, neutralidade política, hiper  
valorização da empiria e do pragmatismo.  
Palavras-chaves:  
Serviço  
Social;  
Keywords: Social Work; Conservatism;  
Conservadorismo; Marxismo cultural; Gramsci.  
Cultural Marxism; Gramsci.  
Introdução  
O mundo experimenta hoje uma crise. Trata-se de uma particular crise do capital, a qual  
podemos considerar como uma crise orgânica. É necessário salientar que as crises não são uma  
novidade para a sociabilidade burguesa, mas são parte constituinte do sistema do capital e de  
sua reprodução. Segundo Antonio Gramsci, o desenvolvimento do capital foi constituído por  
1 Este artigo toma por base as reflexões de Silva (2022) tecidas no texto intitulado “Gramscismo” e “Marxismo  
Cultural”: os novos objetos de disputa de hegemonia, publicado no III Colóquio Internacional Antonio Gramsci  
em São Luís, MA.  
* Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: eliana.silva@ufrn.br  
DOI: 10.34019/1980-8518.2025.v25.47726  
Esta obra está licenciada sob os termos  
Recebido em: 09/03/2025  
Aprovado em: 18/06/2025  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
uma crise contínua e, sendo assim, a crise envolve permanências e rupturas de determinados  
elementos constituintes de seu funcionamento. É, pois, neste contexto da atual crise estrutural  
do capital que observamos o avanço do pensamento conservador2 contra o pensamento social  
crítico, especialmente contra as ideias e a obra de Antonio Gramsci. Este processo tem reflexos  
no Serviço Social, o qual se aproxima das concepções do referido autor a partir da década de  
1970. As consequências desta ofensiva podem ser observadas na articulação de setores  
oponentes à direção social estratégica construída após a Renovação profissional, reivindicando  
a despolitização da profissão, ao mesmo tempo que propõe uma retomada de um discurso  
tecnicista, bem como a atualização de bases filosóficas já superadas na trajetória do Serviço  
Social.  
Para análise desta processualidade, partimos do pressuposto que a referida crise  
econômica tem se constituído em um cenário propício para uma ofensiva ideológica e teórica  
de cariz conservador, que se amplia ao nível mundial, retomando velhos discursos como o  
anticomunismo, o antimarxismo, o anti-intelectualismo, bem como a neutralidade política.  
Estas tendências se observam no Serviço Social através do questionamento à direção social  
estratégia da profissão (projeto ético político) e na crítica à adoção do marxismo como  
perspectiva teórica hegemônica.  
Paralelo a isto encontra-se em desenvolvimento um empreendimento ideopolítico de  
vulgarização da trajetória política e filosófica obra de Antonio Gramsci como parte de um  
movimento global de embate hegemônico que ocorre na base estrutural da sociedade e que se  
articula dialeticamente à esfera do Estado, à produção de conhecimento e à política. Tais  
tendências conservadoras vêm elegendo Antonio Gramsci como “inimigo político da ordem” e  
responsável por uma suposta “revolução cultural gramcista” que estaria em curso no Brasil.  
De forma geral os determinantes que geram esses processos estão ligados ao contexto  
de contradições advindas da crise capitalista em curso, tendo em vista que a ordem burguesa ao  
se defrontar com seus paradoxos internos elabora múltiplos mecanismos para sua resolução e,  
ao sentir-se ameaçada, aciona elementos irracionalistas aderindo a um movimento de  
“abandono da razão” (Coutinho, 2010). É no bojo deste cenário que este artigo se propõe a  
analisar como a ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e impacta o serviço  
social brasileiro. Para elaboração deste texto recorremos à pesquisa bibliográfica e documental.  
Para efeito de exposição, este artigo encontra-se estruturado nas seguintes sessões: 1)  
Introdução, 2) “Gramscismo” e “marxismo cultural”: os novos objetos de embate hegemônico,  
205  
2 O pensamento conservador supõe uma forma peculiar de pensar e de vivenciar o mundo. Caracteriza-se por uma  
celebração do modo de vida do passado como referência para os dias atuais.  
Eliana Andrade da Silva  
3) Desvelando o marxismo cultural: origens históricas e expressões atuais, 4) Antonio Gramsci  
e seu legado para o Serviço Social, e 5) Considerações finais.  
“Gramscismo” e “marxismo cultural”: os novos objetos de embate hegemônico  
As contradições advindas da crise capitalista em curso no globo têm criado  
circunstâncias que levam a sociedade a defrontar-se com os paradoxos da ordem burguesa. O  
ambiente de crise econômica, a fragilização das condições materiais da vida das classes  
subalternas, as estratégias de desregulamentação do trabalho, a hegemonia do capitalismo  
financeiro são algumas das expressões do cenário de crise do capital. É neste contexto de crise  
geral e de acirramento das contradições entre a superestrutura e a estrutura com indicativos de  
uma crise orgânica3 do capital, que podemos situar o processo de negação da razão e de ataques  
à ontologia materialista e dialética como fortes ofensivas à obra de Antonio Gramsci (e com  
desdobramentos posteriores no Serviço Social).  
Em termos históricos, a recorrência a Gramsci como um “perigo” para a sociedade  
não é uma novidade. Inclusive, durante o processo político que o leva ao cárcere na Itália  
fascista de seu tempo, sob o comando de Benito Mussolini, o pensador sardo foi considerado  
uma ameaça política ao regime autoritário que se instaurou no país. O “risco” que Gramsci  
representava ao fascismo estava ligado à sua atuação político-partidária e parlamentar, bem  
como à sua produção intelectual de caráter crítico o que inicia uma séria perseguição política  
contra o mesmo, que passa a ser alvo constante do governo de Mussolini, sobretudo a partir  
do aprofundamento do regime autoritário em 1926, resultando em seu encarceramento no  
mesmo ano.  
206  
Cumpre notar que Gramsci (e a tradição intelectual crítica), ao longo da história, tem se  
tornado para os grupos dirigentes um intelectual que representa um risco político à correlação  
de forças existente. A título de exemplo, as preocupações de Ronald Reagan, ex-presidente dos  
Estados Unidos, com o avanço das ideias comunistas na América Latina, levaram-no a solicitar  
a elaboração, na década de 1980, do documento Santa Fé I, através do qual se pronunciara sobre  
os riscos da influência do pensamento marxista e dos “Estados totalitários” e os supostos riscos  
da ameaça comunista no continente, referindo-se especialmente a Cuba e Nicarágua. As  
3
Segundo Antonio Gramsci, o capitalismo foi constituído por uma crise contínua, de modo que envolve  
permanências e rupturas de determinados elementos constituintes de seu funcionamento. A crise orgânica é,  
portanto, a convergência entre crise econômica e crise política, processo no qual se ampliam as contradições na  
relação entre superestrutura e estrutura. Distinta da crise conjuntural, a crise orgânica é caracterizada por sua  
amplitude e profundidade, momento no qual a quantidade cede lugar à qualidade (Gramsci, 2024b).  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
preocupações americanas se estendem por toda a década, de forma que, no documento Santa  
Fé II, elaborado em 1988, a recorrência às ideias de Gramsci é literal e direta:  
El importante e innovador teórico marxista que reconoció la relación de los  
valores que la gente observa en la creación del régimen estatista fue Antonio  
Gramsci (1881-1937). Gramsci afirmaba que la cultura o el conjunto de  
valores de la sociedad mantienen primacía sobre la economía. Según Gramsci,  
los trabajadores no conquistarían el régimen democrático, pero los  
intelectuales sí. Para los teóricos marxistas, el método más prometedor para  
crear un régimen estatista en un ambiente democrático era a través de la  
conquista de la cultura de la nación (Bouchey et al., 1988, p. 24).  
Dessa forma, as ideias de Antonio Gramsci tornam-se objeto de análise do pensamento  
conservador americano e são inseridas em um quadro teórico denominado de “ofensiva cultural  
marxista”. A elaboração destes documentos dá-se em um contexto de crise e declínio da  
experiência da União Soviética, em plena Guerra Fria, momento no qual havia uma expectativa  
de avanço da hegemonia americana sobre o mundo. A dissolução da URSS detonou um  
movimento intelectual antimarxista e anticomunista, abrindo espaço para elaborações pós-  
modernas e irracionalistas. Entretanto, passada a guerra fria, quais os determinantes que  
recolocam Gramsci na agenda nacional (e internacional), tornando-se atualmente um teórico  
recorrentemente citado por diversos intelectuais do espectro conservador?  
Para tentar responder a esta indagação, recorremos à estrada pavimentada por Gramsci  
(e por Karl Marx), adotando a crise como critério analítico, bem como consideramos que a  
formação social de cada país gera processos particulares de detonação e expressão da crise  
orgânica. Dessa forma, é preciso demarcar que a realidade latino-americana do início da década  
de 2000 é marcada por um período de crise econômica e social, resultante da implementação  
da política neoliberal iniciada na década anterior. Os índices de desigualdade social e de  
pobreza avançavam, ao passo que medidas de flexibilização da produção desencadearam um  
quadro de desemprego estrutural. Em tal contexto, observa-se no cone sul o fenômeno  
denominado de “maré rosa” (eleição de governos populares no Brasil, na Venezuela, na Bolívia,  
na Argentina). A constituição destes governos passa a reacender as preocupações dos EUA e  
das elites econômicas locais tuteladas pelo imperialismo americano. É, portanto, nesse  
contexto, que no Brasil alguns intelectuais conservadores passam a confrontar as elaborações  
de Gramsci.  
207  
Não estamos tratando de um grupo homogêneo, mas de atores de diversos grupos sociais  
de estrato conservador (ativistas, professores, jornalistas, padres, militares), cujo ponto de  
4 Santa Fé II, denominação utilizada pelos elaboradores do referido documento. Para aprofundar este tema, conferir  
foi realizada em 10 de junho de 2025.  
Eliana Andrade da Silva  
convergência é a batalha contra o “marxismo cultural5”, do qual consideram Gramsci o maior  
expoente.  
Um dos argumentos utilizados pelos conservadores ao pensamento de Antonio Gramsci  
é que a sociedade estaria experimentando uma “guerra cultural” e uma “nova luta de classes”,  
na qual o “Marxismo Cultural” seria a estratégia ideopolitica de conquista do poder. Segundo  
os intelectuais do espectro conservador, o “marxismo cultural” ou “novo evangelho de  
esquerda” substitui o protagonismo do proletariado pela afirmação dos intelectuais como  
sujeitos de destaque, o que resultaria em uma invasão deste (“marxismo cultural”) nos meios  
de comunicação, na universidade e na cultura em geral. Um dos objetos do embate de ideias é  
utilizar a noção de “marxismo cultural” como cerne da crítica ao pensamento de Antonio  
Gramsci6. Para os conservadores, um dos objetivos do “marxismo cultural” é se ampliar em  
escala mundial e dominar os governos e, neste processo, os intelectuais teriam papel  
fundamental. Já a noção de “Grasmscismo” é utilizada pelos críticos do pensador Sardo para  
referir-se às estratégias políticas elaboradas por ele nos Quaderni del Carcere. Neste aspecto  
destacamos a presença de Coutinho7 (2002, p. 9), na elaboração desta ideia, ou seja, “a  
concepção e estratégia desenvolvidas nos cadernos é o que podemos chamar de Gramscismo,  
ou mais abrangentemente de Marxismo-Gramscismo ou Gramscismo seria uma superação do  
marxismo-leninismo”. Diante destas evidências, entendemos que os termos elaborados por  
estes críticos de Gramsci seriam uma forma de deturpação de suas elaborações teóricas e de  
suas estratégias políticas.  
208  
No Brasil, o discurso do “marxismo cultural” e do “Grasmscismo” são contemporâneos  
aos governos de Luís Inácio da Silva8 e Dilma Rousseff. Para setores conservadores estes  
governos e suas políticas de transferência de renda, de cotas raciais, de igualdade de gênero, de  
5 Utilizaremos o termo marxismo cultural com aspas para destacá-lo como um termo que necessita ser analisado e  
adjetivado. Este esforço analítico será realizado ao final deste artigo.  
6 Além de Antonio Gramsci, a produção teórica da Escola de Frankfurt também foi eleita como um dos pilares da  
crítica dos intelectuais conservadores, pois atribuem a esta escola a origem do “Marxismo Cultural”, dado que  
seria uma instituição comunista (Costa, 2020).  
7
Sergio Augusto Avellar Coutinho (Faleceu em 2011) foi um militar da brigada reformado. considerado em seu  
meio como um importante pensador militar. Em sua biografia consta a publicação de vários títulos, os quais  
foram editados pela biblioteca do Exército. Dentre os quais se destacam “Cadernos da Liberdade - Uma visão  
do mundo diferente do senso comum modificado” este livro foi reeditado com o título “Cenas da Nova Ordem  
Mundial”. Consta ainda a obra “A revolução Gramscista no ocidente: a concepção Revolucionária de Antonio  
Gramsci e os cadernos do Cárcere” (Coutinho, 2002). Nesta obra, o referido autor esboça suas críticas às  
estratégias de tomada de poder de Antonio Gramsci e seu papel no “Marxismo Cultural”.  
8
Nos referimos ao primeiro e ao segundo mandato do presidente Luiz Inácio da Silva (2003-2010). Em 2023,  
inicia seu terceiro mandato como presidente da república. No que se refere à Dilma Rousseff, a mesma cumpriu  
o primeiro mandato entre 2011 e 2014 e venceu as eleições em 2014 e tomou posse, mas foi impedida em 2016  
de exercer seu mandato em virtude de um processo de impeachment.  
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A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
visibilidade das pautas identitárias, bem como as políticas externas de aproximação com países  
como China, Rússia, África do Sul e Índia9 foram detonadoras de críticas de distintos matizes  
do bloco conservador, incomodados, seja com aspectos morais (religiosos de igrejas católicas  
e neopentecostais), seja com decisões econômicas (empresários e partidos conservadores), seja  
com a direção da política externa brasileira (especialmente setores dos grupos militares). Para  
este bloco conservador, estaria em curso no Brasil uma “revolução socialista democrática e  
silenciosa”, capaz de transformar o país em uma espécie de “revolução Bolivariana”  
aproximando-nos de uma experiência como a cubana ou venezuelana. Sob esta ótica, Gramsci10  
(e seu “marxismo cultural”) seria o autor que ofereceria o fundamento teórico para a  
implementação das políticas econômicas e sociais em curso entre os anos de 2004 e 2016 –  
durante a vigência dos primeiros governos do Partido dos Trabalhadores.  
Nesse sentido, os traços do discurso conservador são: oposição à tradição marxista,  
operações de deformações das ideias de Karl Marx e de Antonio Gramsci, apresentação de uma  
anacronia histórica, em reeditar uma suposta “ameaça comunista” em curso, bem como defesa  
da economia liberal capitalista como mais adequada à sociedade. Trata-se, portanto, de uma  
reedição de discursos e práticas políticas do passado que se atualizam na cena contemporânea,  
sob nova aparência.  
É com base nas premissas e considerações discutidas até aqui que no item a seguir  
apresentaremos as origens do denominado marxismo cultural e suas expressões.  
209  
Desvelando o marxismo cultural: origens históricas e expressões atuais  
O caminho que percorremos até aqui nos permite avançar na crítica ao “Gramscismo” e  
ao “marxismo cultural”. Dessa forma, partimos do brilhante ensaio da historiadora Iná Camargo  
Costa (2020) o qual nos revela as bases históricas desta denominação e nos adverte que:  
marxistas que honram a própria tradição não podem aceitar a caracterização  
do Marxismo Cultural formulada pelo inimigo, assim como Marx e Engels e  
os companheiros da Liga Comunista não aceitaram o fantasma brandido pela  
santa aliança anticomunista do século XIX e por isso em 1848 redigiram o  
histórico Manifesto do Partido Comunista justamente para definir comunismo  
nos seus próprios termos (Costa, 2020, p. 13).  
9
Estes países constituem o chamado BRICS – grupo de países emergentes em desenvolvimento formado por  
Brasil, Rússia, China entre outros.  
10 Em recente levantamento realizado pela IGS Brasil sobre a divulgação do pensamento de Gramsci os resultados  
indicam até 2019 havia um total de 1.214 (mil duzentas e quatorze) publicações, sendo 706 (setecentos e seis)  
livros, capítulos de livros e artigos científicos publicados, e 508 (quinhentas e oito) teses e dissertações  
defendidas.  
Eliana Andrade da Silva  
Do ponto de vista histórico, o marxismo cultural encontra suas bases no programa  
nazista, especialmente no que se refere ao anticomunismo11. Na década de 1990, a rearticulação  
da denominada “nova direita americana” empreende esforços, no sentido de uma  
contraofensiva aos avanços das conquistas civis dos grupos identitários nos EUA. Data desta  
década a denominação “marxismo cultural” e “seus primeiros usuários são cristãos  
fundamentalistas, ultraconservadores, supremacistas enfim, a extrema-direita estadunidense”  
(Costa, 2020, p. 38). A versão atual deste grupo mostra-se mais ameaçadora, tendo como porta-  
vozes do combate ao “marxismo cultural” Steve Bannon12 e Jordan Peterson13, os quais tem  
utilizado as redes sociais como espaço de difusão de ideologia. Dessa forma, recorremos à  
análise de Costa (2020) para argumentar que, sob um prisma histórico-crítico, o “marxismo  
cultural” é tão somente uma subespécie resultante de operação ideológica equivocada de fusão  
entre Marxismo ocidental e materialismo cultural14.  
De forma similar, podemos concluir que a criação da ideia de Gramscismo seria  
igualmente um subproduto do “marxismo cultural”, destinado especificamente à  
descaracterização das concepções elaboradas por Antonio Gramsci. É possível assinalar ainda  
que a criação destes mitos (“Gramscismo e marxismo cultural”) compõem uma estratégia mais  
ampla de desqualificação da tradição marxista, imputando-lhe uma falsa oposição entre  
marxismo econômico e marxismo cultural. Ou seja, uma negação da articulação dialética entre  
os momentos da economia, da política e da cultura.  
210  
Estas tendências se articulam a um movimento global, identificado como uma “onda  
conservadora”, nos termos de Demier e Hoelever (2016), que se expressa tanto na esfera  
econômica, como na esfera superestrutural. Constituem parte da reação burguesa, na qual a  
11  
Em documento histórico intitulado Minha Luta (Mein Kampf, 1933), Adolf Hitler aponta o marxismo como  
inimigo na sociedade alemã e o bolchevismo cultural como expressão estratégica de uma “conspiração judaica”.  
Outra determinação histórica importante, assinalada por Costa (2020), é encontrada nos Estados Unidos no  
período que se seguiu à Revolução de outubro de 1917 (Rússia). Denominada de Espionage Act (1917), esta  
operação foi destinada a perseguir e punir militantes de esquerda. Outras iniciativas de mesmo espectro que se  
inscrevem no Red Scare americano se desenvolvem entre os anos de 1930 e 1960, constituindo uma guerra  
política e cultural de viés anticomunista.  
12  
É apresentado como um estrategista e assessor político. Atuou em várias campanhas eleitorais no mundo.  
Elaborou uma estratégia de campanhas, utilizando as redes sociais como principal meio de comunicação.  
Desempenhou função de assessor no governo Donald Trump. Foi preso em 2020 por fraude financeira.  
13 Jordan Bernt Peterson é um psicólogo clínico canadense. É professor de psicologia da Universidade de Toronto  
e se apresenta como crítico do “politicamente correto” e do “esquerdismo”.  
14 Além do debate frankfurtiano, nos pós-Segunda Guerra, a publicação da obra gramsciana fomentou instigantes  
produções sobre a relação entre marxismo e cultura, como as de Raymond Willians, que cunhou o vocábulo  
“materialismo cultural”. Progressivamente, intensificaram-se os estudos culturalistas, por norma vinculados às  
tendências pós-modernas, apartadas da concepção materialista da cultura presente em Gramsci e na tradição  
marxista. Ativistas como Paul Weyrich e William S. Lind, anteriores a Steve Bannon, foram ferrenhos  
combatentes das vertentes culturalistas e propagadores dos perigos do marxismo cultural.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
eleição de governos ultraconservadores, a ampliação da xenofobia, a defesa moral do mercado,  
as pautas pró armamentistas e o fundamentalismo religioso são algumas das tendências de  
fortalecimento de um conservadorismo de novo tipo, que se espraia pelo globo e chega ao  
Brasil, denotando características particulares, tais como, a associação do liberalismo econômico  
(discurso da austeridade fiscal) com conservadorismo moral.  
O contexto contemporâneo faz emergir um conservadorismo à brasileira, fortemente  
enraizado no conservadorismo americano, que se fortalece no país, a partir de 2013, através das  
manifestações de junho sob a direção da “nova direita” – denominação utilizada para referir-se  
a grupo que se articula no contexto de crise política e econômica generalizada, no sentido de  
avançar as pautas econômicas, baseadas nos princípios ultraliberais, adicionando os  
componentes ideológicos do discurso conservador de defesa dos valores da família, da pátria e  
da religião, apelo ao militarismo e pró armamentista (Lacerda, 2019).  
É no referido cenário que intentamos analisar alguns elementos do legado de Antonio  
Gramsci para o Serviço Social, bem como desenvolveremos as análises sobre como ofensiva  
conservadora às ideias do pensador sardo se expressam no Serviço Social brasileiro, ameaçando  
a direção hegemônica estratégica e abrindo na profissão um embate hegemônico distinto  
daqueles já existentes.  
211  
Antonio Gramsci e seu legado para o Serviço Social  
O pensamento de Antonio Gramsci só pode ser compreendido a partir das referências  
que este vai buscar no pensamento marxiano. No âmbito da tradição marxista, Gramsci  
promove um desenvolvimento e uma renovação de alguns conceitos básicos de Karl Marx,  
Lenin, Engels, constituindo um movimento de negação/conservação/superação destes. Em  
termos de sua obra, pode-se indicar que até 1926 observa-se uma assimilação de Lenin e, pós  
1926, se apresenta uma “superação dialética” de muitas ideias daquele (Coutinho, 2003).  
Para Gramsci o marxismo ou a filosofia da práxis é tida como método para descoberta  
de novas determinações ou ainda uma filosofia integral que marca o início de uma nova fase na  
história e no desenvolvimento mundial do pensamento, ultrapassando o idealismo, o  
materialismo tradicional, preservando os aspectos essenciais (Simionatto, 2004). Os estudos  
de Gramsci observam fenômenos que poderiam ser classificados como de interesse das áreas  
como política, sociologia, antropologia, religião, cultura popular, literatura, linguística,  
pedagogia e filosofia. Sobre estes temas o autor “tem muito a ensinar aos cientistas políticos,  
aos sociólogos, aos pedagogos, antropólogos e aos assistentes sociais” (Coutinho, 2003, p. 114).  
Eliana Andrade da Silva  
Segundo Simionatto15 (2004), a chegada de Gramsci à América Latina já pode ser  
identificada desde os anos de 1920, por meio de José Carlos Mariátegui. É digno destacar que  
não há uma recorrência direta às elaborações do pensador sardo, mas este contato se opera por  
meio de Piero Gobetti.16 Ao Brasil, Gramsci chega em 1960 através da iniciativa de Carlos  
Nelson Coutinho, Leandro Konder e Luiz Mario Gazzaneo. Neste período, suas ideias não  
tiveram muita ressonância. Aliado a isto, a obra sofreu deturpações, fragmentação e seleção  
devido aos interesses políticos, teóricos de seus interlocutores17. Somente a partir da segunda  
metade dos anos de 1970, os escritos gramscianos passam a ser amplamente estudados e  
divulgados. A aproximação de Gramsci ao itinerário ideopolítico do Serviço Social remete ao  
processo de Renovação desta18 profissão, momento no qual esta realiza questionamentos sobre  
seus fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos.  
Na década de 1960, algumas ideias de Antonio Gramsci já circulavam pelo Brasil,  
quando o Serviço Social apenas iniciava sua jornada de enfrentamento ao tradicionalismo e ao  
conservadorismo19. No entanto, a década de 1970 traz modificações à direção profissional, não  
obstante, se reproduzissem as iniciativas repressivas por parte do Estado. Marcante iniciativa  
na perspectiva de crítica ao projeto modernizador pode ser observada na experiência elaborada  
na Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais. Trata-se do conhecido  
212  
15 Em levantamento realizado por Simionatto (2004) a autora distingue dois momentos da chegada das concepções  
de Gramsci: a) publicações da década de 1960 produzidas por Carlos Nelson Coutinho, Leandro Konder e  
Michael Lowy e Otto Maria Carpeux; b) publicações da década de 1970 que, na década seguinte se ampliam,  
representando um novo patamar de produções sobre a obra do autor sardo. São listados neste grupo autores  
como Demerval Saviani, Moacir Gadotti, Paolo Nosella, Edmundo Fernandes Dias. Na passagem da década de  
1970 para 1980, no contexto da reabertura política, ocorre uma nova iniciativa de inserção das ideias de  
Gramsci, agora com bastante influência, colaborando para que o autor se torne referência teórica para várias  
áreas de saber. Na ótica de Simionatto (2004), é nesta fase que o pensamento de Gramsci será incorporado de  
forma global e mais apropriada.  
16 Piero Gobetti foi um símbolo da luta contra o fascismo na Itália. Após a Segunda Guerra Mundial, passou a ser  
comumente associado à figura de Antonio Gramsci nos debates sobre a democracia e o socialismo na Itália.  
17 Segundo Coutinho (2003), no período entre 1966 e 1968 – em meio as constrições do ciclo autocrático burguês,  
algumas das mais importantes obras de Gramsci foram publicadas em solo brasileiro. A decretação do AI 5  
torna desfavorável o ambiente para tornar públicas suas ideias, deixando suas obras sob uma sombra de um  
desconhecimento momentâneo. Simionatto (2004) destaca que no Brasil as ideias de Gramsci no interior da  
esquerda brasileira que era influenciada pela Terceira Internacional, ou seja, pelo Marxismo-leninismo).  
18  
Conforme análises de Paulo Netto (2005) a Renovação do Serviço Social no Brasil se opera a partir de três  
vertentes: Modernizadora (referenciada na matriz funcional-estruturalista, Reatualização do conservadorismo  
(referenciada na matriz fenomenológica) e na Intenção de Ruptura (referenciada na matriz marxista).  
19  
Sob o contexto da Ditadura Civil Militar iniciada em 1964, a profissão encontra nas formulações da matriz  
estrutural funcionalista as respostas às preocupações com o aperfeiçoamento do instrumental técnico e  
operativo, especialmente com seus métodos de atuação. A sistematização destas preocupações ficou conhecida  
como Documentos de Araxá (1967) e de Teresópolis (1970) – ambos filiados à tradição funcionalista norte-  
americana. Conforme Simionatto (2004), estas formulações não ultrapassam as tendências conservadoras que  
marcam o passado da profissão e estabelecem vínculos entre o Serviço Social e o projeto da autocracia burguesa.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
Método de Belo Horizonte20 elaborado entre os anos de 1972 e 1975, no âmbito desta  
universidade, sob a perspectiva de experimentação de um projeto de Serviço Social distinto  
daquele marcadamente acrítico e funcional ao regime autoritário. Este período constitui um  
marco para a entrada do pensamento marxista no universo temático profissional. No entanto,  
as elaborações de Antonio Gramsci só aparecerão a partir de finais de 1970, especialmente  
através da intervenção da Professora Creusa Capalbo, quando da realização do Seminário de  
Sumaré em 1978. O ambiente político e cultural do Brasil, em torno da redemocratização,  
contribui para que as ideias de Gramsci já circulassem pelo país, sendo as relações Estado e  
sociedade, a hegemonia e os intelectuais os temas relevantes para a categoria de assistentes  
sociais. Ao longo da década de 1980, Gramsci foi uma referência importante nos debates  
políticos e na produção de conhecimentos21. Em análise sobre a inserção de Gramsci na  
produção teórica da área de Serviço Social, Santos (2018) constata que:  
Suas ideias foram incorporadas pelo Serviço Social, onde foi possível  
questionar sobre os referenciais teóricos e suas atuações profissionais, assim  
como apontar o compromisso do assistente social com as classes subalternas.  
[...] O pensamento de Antonio Gramsci no Serviço Social tornou-se referência  
na elaboração de discussões e problematizações das questões que envolvem  
as esferas econômica, política, cultural e ideológica (Santos, 2018, p. 11-12).  
Nesse sentido, o legado do pensador Sardo pode ser identificado com alguns indicativos:  
a articulação das dimensões da profissão (teórico-metodológica, ético-política, técnico-  
operativa), a análise em perspectiva de totalidade, o estudo as particularidades do trabalho  
profissional nas esferas do Estado e da sociedade civil, o exame dos nexos de articulação entre  
a categoria profissional e a dimensão ético-política dos grupos sociais e a estruturação do  
projeto profissional (projeto ético-político) são alguns dos legados que o pensamento de  
Antonio Gramsci forneceu ao Serviço Social nas últimas décadas. De forma geral, podemos  
afirmar que as ideias de Gramsci colaboraram para que o Serviço Social transitasse para um  
novo patamar de compreensão das relações sociais e dos nexos entre superestrutura e base  
material, distanciando-se da abordagem funcionalista, superando equívocos militantistas,  
213  
20  
Segundo Paulo Netto (2005) o método de Belo Horizonte apresentava-se como uma alternativa global ao  
tradicionalismo em todas as angulações: teórica, política e na atuação. É, portanto, nesta proposta (Método de  
BH) que podemos indicar a expressão inicial do projeto de ruptura com o conservadorismo que vigora na  
profissão desde 1965. Para uma análise aprofundada acerca das contradições em impasses observados na  
proposta Método de Belo Horizonte consultar Paulo Netto (2005) com sua obra “Ditadura e Serviço Social:  
uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64”.  
21  
Na trajetória de inserção da obra de Antonio Gramsci no Serviço Social, alguns atores (e autores) foram  
fundamentais. De acordo com Simionatto (2004) podemos indicar que Vicente de Paula Faleiros, Miriam  
Limoeiro Cardoso, Alba Pinho de Carvalho, Safira Amann, Josefa Batista Lopes, Franci Gomes Cardoso,  
Marina Maciel Abreu, Ana Elisabete Mota e Angela Amaral são alguns dos nomes mais relevantes nesta  
empreitada teórica e política.  
Eliana Andrade da Silva  
messiânicos e as fraturas analíticas que acompanharam a profissão no esforço de superação do  
conservadorismo.  
Podemos considerar que uma nova etapa de relação vem se estabelecendo entre o  
pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social. Um salto qualitativo vem sendo dado na  
apropriação das elaborações do referido autor, sobretudo a partir da criação da Internacional  
Gramsci Society (IGS Brasil) em 201522, organizada no país através do esforço de  
pesquisadores da área, no sentido de acompanhar as novas tendências dos estudos gramscianos  
na Itália. No atual contexto, algumas categorias da arquitetura do pensamento de Antonio  
Gramsci têm sido aprofundadas, inclusive com o recurso das novas traduções no português23 e  
espanhol, ou ainda com a leitura dos originais na língua italiana. Através das recentes  
publicações e intercâmbios entre Brasil e Europa, observamos a participação de grupos de  
assistentes sociais sintonizados com as recentes discussões, embates e polêmicas que cercam a  
obra de Gramsci. Destaco as elaborações recentes de Adriano (2020), cuja análises tem  
defendido a tese de que Serviço Social se constitui como um grupo que assimila a elaboração  
gramsciana de hegemonia, defendendo a hipótese de “que o Serviço Social se constitui em um  
intérprete da hegemonia, cuja expressão político-prática reside no projeto ético-político, que  
tem como referência teórica e política a tradição marxista” (Adriano, 2020, p. 150). Tem sido  
possível observar uma etapa de aprofundamentos na leitura da obra gramsciana, adotando o  
método proposto pelo comunista sardo, qual seja: a filologia, capaz de captar não só as  
definições teóricas, mas a complexa processualidade do ritmo de pensamento e elaboração do  
autor sardo. Nesse sentido, o método indicado pelo autor dos Quaderni indica que a  
214  
filologia é a expressão metodológica da importância dos fatos particulares  
entendidos como “individualidade” definidos e especificados. A esse método,  
contrapõem-se aqueles dos “grandes números” ou da “estatística”, tomado de  
empréstimo das ciências naturais ou ao menos de algumas delas (Gramsci,  
2004b, p. 36).  
Sob a orientação do método filológico, podemos captar o contexto no qual produziu suas  
ideias e os fatores determinantes e intervenientes de seu tempo, para assim poder traduzir o  
mais fielmente seu legado teórico e ideopolitico. Portanto, se um diálogo promissor se  
22 A IGS Brasil foi criada com a finalidade de divulgar a vida, a obra e o pensamento de Gramsci no Brasil, nos  
âmbitos intelectual, cultural, político e social. Promover o debate sobre a obra de Gramsci, assim como sobre  
os grandes temas de natureza política, cultural, intelectual, histórica, sociológica a partir da perspectiva  
gramsciana em suas diversas vertentes interpretativas.  
23 A IGS Brasil acaba de lançar a nova tradução dos 29 cadernos do cárcere de forma gratuita. Também tem sido  
mais frequentes a interlocução com Fabio Frozinni e Gianni Fresu– autores de referência nos novos estudos  
italianos situados na Universitá di Cagliari, os quais vêm empenhando esforços na disseminação de estudos  
filológicos da obra do autor sardo.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
estabeleceu na década de 1970, atualmente uma profícua apropriação da filosofia da práxis está  
em curso, e, tende a se expandir e aprofundar.  
A partir deste legado e das novas prospecções indicadas, recorremos ao autor para  
dialogar sobre a categoria hegemonia, dado sua consistência analítica para compreensão dos  
fenômenos sociais observados. Partimos da premissa gramsciana de que, sempre há uma luta  
entre duas hegemonias. Para o autor uma questão se coloca: por quê, em algumas situações,  
apenas uma triunfa? Para Gramsci, Hegemonia significa um determinado sistema de vida moral  
e concepção da vida (2004b).  
Dessa forma, esta categoria é fundante para o debate que ora tecemos, pois é estratégica  
para analisar a profissão e as tendências macrossocietárias (progressistas ou conservadoras),  
presentes na sociedade, e, como estas impactam a profissão. Nesses termos, coadunamos com  
Adriano (2020) que as tendências teóricas filiadas à filosofia da práxis são fontes fundamentais  
para análise e entendimento dos embates hegemônicos contemporâneos.  
Segundo Adriano (2020) o Serviço Social no seu processo de revisão crítica, a partir dos  
aportes da filosofia da práxis, cria as condições de elaboração de uma consciência crítica, além  
de uma vontade coletiva, resultando na elaboração teórica e prático-política para hegemonia,  
dotando-a de sentido e direção, consubstanciado no que denominamos de projeto ético-político.  
Dessa forma, a profissão situa-se em um contexto mundial marcado por uma crise do  
capital, pelo avanço das tendências irracionalistas, bem como pelo ataque aos direitos sociais e  
econômicos das classes subalternas, em face da ampliação das medidas de austeridade fiscal,  
expressa pela proposta de um novo arcabouço fiscal,24 implementada recentemente pelo  
governo de Luiz Inácio da Silva. Aliado a isto, o serviço social brasileiro tem assistido à  
desintegração dos direitos sociais e trabalhistas dos subalternos há quase uma década, por meio  
de medidas regressivas como, a contrarreforma da previdência, de 2019, que altera a idade  
mínima e aumenta o tempo de contribuição para obtenção do benefício: 62 anos, para mulheres;  
e 65 anos, para homens. Além disso, aumentou o percentual de contribuição, achatando o salário  
dos trabalhadores. Merece atenção outra ofensiva contra as classes subalternas, sintetizada na  
Lei n.º 13.467/2017, a qual alterou as diretrizes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),  
bem como a Lei n.º 13.429/2017, que trata da terceirização irrestrita, a qual amplia a  
215  
24 Esta proposta vem substituir a PEC 95, a qual propunha congelar os investimentos públicos por vinte anos. Em  
18/4/2023, o governo apresentou do Projeto de Lei Complementar (PLP 93/2023), denominado de Novo  
Arcabouço Fiscal (NAF), que institui regime fiscal sustentável para garantir a estabilidade macroeconômica do  
país e criar as condições adequadas ao crescimento socioeconômico. Assim, o NAF propõe restrição dos gastos  
primários do governo, caso não atinja as metas de crescimento, atingindo as políticas sociais na redução de  
investimentos.  
Eliana Andrade da Silva  
precarização na contratação dos trabalhadores, constituindo a arquitetura da contrarreforma  
trabalhista.  
É, portanto, neste contexto de crise e de avanço das tendências ultraliberais e  
conservadoras que se constrói o cenário de embate hegemônico que incide sobre o serviço social  
brasileiro. As novas direitas e seu discurso também chegam ao Serviço Social. Nas análises de  
Alvaro Bianchi (Zambello; Silva; Di Carlo, 2021), é possível denominar de novas direitas  
porque se trata de grupos heterogêneos: os conservadores tradicionalistas, os ultraliberais e os  
cristãos fundamentalistas. Emergem nesse campo intelectuais como Ludwig von Mises  
(articulando as noções de economia, Estado, indivíduo) e Olavo de Carvalho25 como  
elaborador, disseminador e agitador político.  
Silveira (2019), analisando a chegada da nova direita no Serviço Social, indica que seu  
surgimento está relacionado do avanço do conservadorismo no Brasil e no mundo, e, na  
particularidade da categoria profissional, esse movimento constitui uma forma de resistência e  
oposição à direção social estratégica que a profissão assumiu na década de 1980 denominada  
de projeto ético político. Sua pesquisa concentra esforços na análise do movimento Serviço  
Social Libertário, a partir de suas publicações. Tal movimento emerge na rede social Facebook,  
no ano de 2016, sob o lema “combate ao comunismo” e pelo fim do serviço social politizado.  
Comparecem no discurso deste grupo propostas como a defesa da Reforma da  
Previdência, a defesa da PC 95 (que congela os gastos públicos por vinte anos), bem como  
pautas de costumes, tais como criminalização do aborto. Silveira (2019) indica ainda que esse  
grupo se destina a disseminar ideias de segmentos de direita no país, tais como Instituto  
Milenium, Instituto Von Mises Brasil os quais se constituem em aparelhos privados de  
hegemonia, cuja função é a elaboração e difusão de ideologias, principalmente as ideias de  
intelectuais conservadores como Ludwig Von Mises e Milton Friedman.  
216  
Em suas sínteses, Silveira (2019, p. 26) indica que esta tendência sinaliza “uma unidade  
eclética entre a perspectiva de restauração do conservadorismo na profissão e, as visões de  
mundo disseminadas pelas elites econômicas, desde 1980, e expostas mais incisivamente na  
última década”. Este discurso se organiza compilando aportes filosóficos conservadores da  
25  
Conforme análises de Alvaro Bianchi (Zambello; Silva; Di Carlo, 2021), desde a década de 1980 Olavo de  
Carvalho faz associações ao pensamento de Gramsci e à trajetória do Partido dos Trabalhadores, sobretudo  
tendo em vista sua ampliação política e eleitoral no país. No contexto mais recente, antes de sua morte em 2023,  
se constituía como intelectual da nova direita brasileira. Em 1994, Olavo de Carvalho lançou um livro contra  
Gramsci – ANova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci, designando-o como o “profeta  
da imbecilidade”. Desde então, termos como “gramscismo” “cultura gramscista” ou dominação gramscista da  
cultura” têm sido utilizados no discurso da direita.  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
escola austríaca, bem como valores religiosos e são evocadas para uma crítica global da direção  
profissional.  
Portanto, é possível localizar as tendências antimarxistas e anticomunistas (“marxismo  
cultural e Gramscismo”) no interior do Serviço Social em grupos denominados “Serviço Social  
Libertário”. Em relação a este grupo, pode-se tematizar criticamente alguns eixos de seu  
discurso. Segundo as elaborações deste, a adoção da teoria social de Marx como direção  
intelectual e teórica da profissão é considerada como uma posição “maniqueísta”, pois, segundo  
seus argumentos, não se teria espaço para outras teorias. Este argumento é falacioso, se  
considerarmos que durante a formação profissional os alunos/as de Serviço Social se defrontam  
com as diferentes tradições teóricas das ciências sociais.  
Na mesma direção, os adeptos do marxismo cultural “denunciam” o “policiamento  
ideológico” e o que denominam de “a praga do politicamente correto”, promovendo um  
discurso que visa a divisão da categoria profissional, gerando a ideia de que não haveria respeito  
aos “diferentes grupos existentes na categoria”. No interior dessa crítica, há uma equivocada  
noção de hegemonia que não corresponde àquele presente nas elaborações gramscianas e são  
expressões da influência de Olavo de Carvalho na “denúncia” contra a “revolução cultural  
gramcista”. Para este grupo, haveria um “pensamento hegemônico” que não permitiria a  
liberdade de expressão ou ainda “uma falsa hegemonia”. Este debate remete à assimilação da  
noção de hegemonia com direção social presente no Serviço Social brasileiro, desde a  
Renovação Profissional, a qual é legatária da tradição gramsciana e influencia a categoria desde  
os anos de 1980. Compreendemos Hegemonia como nos ensina o pensador sardo, ou seja, como  
direção intelectual e moral, constituindo-se como uma categoria dialética que conecta o  
momento econômico e o momento político, que une as esferas da estrutura e da superestrutura.  
Os elementos até aqui expostos nos levam a retomar o pressuposto inicial que a referida  
crise econômica tem se constituído em um cenário propício para uma ofensiva ideológica e  
teórica de cariz conservador, que se amplia ao nível mundial, retomando velhos discursos como  
o anticomunismo, o antimarxismo, o anti-intelectualismo, bem como a neutralidade política e  
que estas tendências se observam no Serviço Social, através do questionamento à dimensão  
política da profissão (projeto ético político) e na crítica à adoção do marxismo como  
perspectiva teórica hegemônica.  
217  
Concordamos com Mota e Rodrigues (2020, p. 7) que nos últimos 40 anos a profissão  
de Serviço Social “avançou na elaboração de uma cultura política e profissional crítica,  
desempenhando um papel intelectual significativo, no sentido gramsciano”. Assim, os  
determinantes que explicam a reedição de tendências profissionais do passado, como a que  
Eliana Andrade da Silva  
tratamos neste artigo, podem ser considerados, a partir da detonação de um movimento  
ideopolítico irracionalista e da agudização da crise orgânica atual. Estes elementos, na  
particularidade do Serviço Social, fazem surgir segmentos cujos discursos são marcadamente  
anti-intelectuais e pragmáticos, os quais reivindicam a neutralidade política, a hipervalorização  
da empiria, reduzindo a profissão ao saber fazer). Observa-se nestes segmentos o anti  
esquerdismo, o antimarxismo e o anticomunismo, a recorrência aos valores confessionais, além  
de defesa da sociedade de mercado. Salta aos olhos a aceitação acrítica das modalidades de  
ensino à distância, na formação profissional, e de “novas” formas de atuação profissional, sob  
patamares de precarização e exploração desta força de trabalho assalariada, sem que haja  
resistências políticas a estas determinações. Nesse sentido, concordamos com Mota e Rodrigues  
ao identificarem que estas expressões ideológicas presentes na atualidade.  
Se complementam e se amalgamam em diversas ideologias, teorias e práticas  
que, além daqueles traços de unidade já destacados no âmbito da profissão,  
confluem para a negação do marxismo, a despolitização da intervenção  
profissional e o combate à laicidade do Serviço Social brasileiro (Mota;  
Rodrigues, 2020, p. 10).  
Assim, os novos contornos do embate de ideias no Serviço Social apontam para a  
dialética de afirmação/negação das sínteses elaboradas pela categoria, a partir dos anos 1980,  
especialmente sobre a questão da hegemonia com direção social, bem como da manutenção do  
legado marxiano/gramsciano no seio profissional. Estes embates se observam desde os anos de  
1990, mas a forma e o conteúdo assumem novos contornos, mantendo como ponto de  
continuidade o traço antimarxista. Ou seja, se expressa como uma  
218  
ofensiva contra o projeto ético-político do Serviço Social que se expressa de  
um novo modo: público, aberto e direto, explicitamente avesso à tradição  
teórica marxista  
e
à
cultura profissional laica  
e
progressista,  
emblematicamente marcada pela virada de 1979 (Mota; Rodrigues, 2020, p.  
9).  
O atual embate hegemônico é determinado pelo avanço do neoliberalismo, do  
irracionalismo, da financeirização, pelo avanço do ensino à distância, pela precarização do  
trabalho profissional e, destacadamente, pelo papel das redes sociais como mecanismos de  
difusão de ideologias. Aqui neste processo, as novas formas de atuação dos intelectuais  
conservadores e dos aparelhos privados de hegemonia fornecem os novos contornos da batalha  
de ideias que se trava no tempo presente, como já analisado por Gramsci em seus escritos.  
Diante deste cenário podemos compreender as formas pelas quais as tendências  
irracionalistas26 avançam na sociedade, contribuindo para que os intelectuais conservadores  
26  
Em termos históricos, o irracionalismo reaparece no período que compreende a Primeira Guerra Mundial e a  
derrota do nazismo (1945) e volta à cena no pós-segunda guerra no contexto da guerra fria, dado os “riscos” e  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
fragmentem as dimensões objetivas e subjetivas, autonomizando esta última o que se revela  
na produção e reprodução de “sentimentos” em relação às experiências concretas da vida em  
sociedade, além da criação de mitos e falsas noções, tais como gramscismo e marxismo cultural.  
De forma mediatizada e, guardadas as devidas particularidades, essas investidas  
irracionalistas chegam ao Serviço Social de distintas formas e os segmentos críticos da  
profissão passam a enfrentar os embates ideológicos, políticos e teóricos com segmentos e  
perspectivas de matriz antiesquerdista, antimarxista e anticomunista. Para enfrentar este avanço  
conservador, os setores críticos da profissão, têm resgatado os acúmulos teóricos e políticos  
alcançados nas últimas décadas, buscando substrato na fecunda tradição marxista,  
especialmente no legado gramsciano, para responder ao tempo presente e suas condicionantes.  
Assim, a profissão de Serviço Social mantém a tradição crítica e segue atenta às armadilhas  
contemporâneas, sem recair em equívocos reducionistas e simplificadores do real. Por fim,  
resgatamos as prospecções elaboradas por Paulo Netto (1996), ao indicar o aprofundamento da  
diferenciação profissional, indicando algumas linhas de desenvolvimento: a) manter-se a  
continuidade da vertente de Intenção de Ruptura baseada na tradição marxista; b) registro de  
vertente de cariz tecnocrático, herdeira da perspectiva modernizadora em vigor entre 1960-  
1970; c) a persistência de vertentes ligadas a um tipo de conservadorismo tradicionalista nos  
moldes da reatualização do conservadorismo; d) emersão de vertentes neoconservadoras de  
matriz pós-moderna; e) emergência de vertentes aparentemente radicais, inspiradas em um  
anticapitalismo romântico com apelo a valores religiosos.  
219  
A realidade contemporânea indica que as disputas hegemônicas presentes no serviço  
social colocam na ordem do dia o desafio de manter o legado da Intenção de Ruptura ambiente  
no qual o pensamento de Antonio Gramsci se insere. Portanto, a ofensiva sobre o pensamento  
do referido autor, sob a forma de antimarxismo, presente nas vertentes opostas à direção  
estratégica, abre espaço para as vertentes conservadoras, sejam aquelas fundadas na ótica  
liberal, seja aquelas marcadas por um conservadorismo moral e religioso. De forma geral, a  
tarefa intelectual e política é manter as conquistas e o legado da história sem ceder espaços aos  
“perigos do comunismo. Portanto, este é o espírito do tempo presente que se amplia na sociedade, produzindo  
impressões, sensações, sentimentos e afetos que, em um processo de autonomização, se descolam da  
materialidade dos fatos e de ênfase na esfera subjetiva, produzindo ambivalência: segurança e angústia. Portanto,  
se a atual fase do capitalismo é marcada por uma intensa crise estrutural, os sentimentos e afetos produzidos  
tendem a expressar angústia, medo, insegurança, ódio, entre outros sentimentos. Estas tendências se verificam  
na elaboração dos intelectuais em tempos de crise capitalista, de forma que estes podem experimentar, diante do  
real, uma sensação de “angústia”, ou uma sensação de “segurança”. E, de acordo com isso, elaborarão,  
proposições filosóficas preponderantemente irracionalistas ou pseudorracionalistas (Coutinho, 2010, p. 62).  
Eliana Andrade da Silva  
mitos que a contemporaneidade insiste em construir para apagar o passado de lutas e conquistas  
que essa categoria trouxe até aqui.  
Considerações finais  
A trajetória de análise neste artigo inicia com a observação da realidade de que, no atual  
cenário de crise orgânica do capital, novas tendências se observam nas relações entre os grupos  
sociais, na forma de produzir a riqueza social e na superestrutura da sociedade.  
Assim, caminhamos orientados pelo pressuposto que a referida crise econômica tem se  
constituído em um cenário propício para uma ofensiva ideológica e teórica de cariz  
conservador, que se amplia ao nível mundial, retomando velhos discursos como o  
anticomunismo, o antimarxismo, o anti-intelectualismo, bem como a neutralidade política.  
Estas tendências se observam no Serviço Social, através do questionamento à direção social  
estratégia da profissão (projeto ético político) e na crítica à adoção do marxismo como  
perspectiva teórica hegemônica.  
Neste embate hegemônico atual observamos a movimentação de grupos sociais e  
intelectuais conservadores (ativistas, professores, jornalistas, padres, militares), cujo ponto de  
convergência é a batalha contra o marxismo cultural objeto de disputa elaborado pelas novas  
direitas que se alastram dos Estados Unidos para todo o globo. Percorremos o trajeto deste mito  
fundante que dá o tom do discurso dos grupos dirigentes na batalha cultural, visando ampliar  
seu domínio e direção. Um projeto econômico liberal que se esconde atrás de um discurso de  
costumes, de comportamentos e de valores tradicionais. Assim, a burguesia, ao implantar a  
austeridade econômica e fiscal e destruir direitos sociais, o faze com apelo à família, à pátria e  
a Deus.  
220  
A guinada do mundo à direita também se expressa no serviço social, atingindo setores  
estudantis e profissionais. A profissão, como partícipe da sociedade, recebe as influências do  
momento de regressividade histórica. Estes influxos têm sido mapeados pelos intelectuais  
críticos, que encontram no Serviço Social libertário, e suas concepções liberais e conservadoras,  
exemplos destes reflexos sobre a profissão, alterando as noções de sociedade, de economia e de  
cultura. A influência da tradição marxista na profissão é o núcleo central do embate  
hegemônico, criticado fortemente por esses segmentos, tendo como “interlocutores” de  
Gramsci, Ludwig von Mises, Milton Friedman e Olavo de Carvalho.  
Neste embate, iniciamos por não aceitar os termos marxismo cultural e gramcismo, pois  
foram elaborados pelos conservadores para desqualificar as elaborações do comunista sardo  
Antonio Gramsci. Nos colocamos firmemente no campo crítico, de onde podemos obter os  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518  
A ofensiva conservadora ao pensamento de Antonio Gramsci e o Serviço Social brasileiro  
estratos da filosofia da práxis para manter o legado da Intenção de Ruptura e seguir como  
intérpretes da hegemonia, conforme salienta Adriano (2020) e, mais ainda, como legatários do  
processo de renovação profissional, que ao passar pelos abalos da disputa hegemônica, segue  
aprofundando o diálogo com Gramsci (2004a). Sigamos, portanto, o trajeto legado por ele:  
realizar a crítica das correntes filosóficas existentes, tecendo inclusive, uma crítica aos costumes  
da época, utilizando o método filológico com seus opositores, dando-lhes, como ensinou o  
autor, expressão teórica, mas sobretudo política, dos reais interesses econômicos-sociais que  
representam nesta disputa.  
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OPRESSÕES, 2019, Niterói, RJ. Anais [...]. Rio de Janeiro: NIEP-Marx. 2019. p. 1-28.  
Disponível  
em:  
em: 10 maio 2025.  
SIMIONATTO, I. Gramsci: sua teoria, incidência no Brasil, influência no Serviço Social. 3.  
ed. Florianópolis: Editora da UFSC; São Paulo: Cortez, 2004.  
ZAMBELLO, A. V.; SILVA, I. H. de M., DI CARLO, J. Olavo de Carvalho e a guerra cultural  
das novas direitas: Entrevista com Álvaro Bianchi. Revista Em tese. Florianópolis, v. 18, n.  
2,  
p.  
67-79,  
set./dez.  
2021.  
Disponível  
em:  
222  
Libertas, Juiz de Fora, v. 25, n. 1, p. 204-222, jan./jun. 2025. ISSN 1980-8518