Crise civilizatória, alternativas em construção e Serviço Social
com que o capital se apropria da natureza.
Por sua vez, Geisa Bordenave apresenta-nos “A perspectiva autogestionária do Minha
Casa Minha Vida Entidades e a participação popular”, trazendo elementos para a reflexão sobre
“as possibilidades de participação popular a partir desta vertente do programa federal (...)”
Considerando a crise do capital e os compromissos ético-políticos do Serviço Social, esse texto
também realiza uma análise sobre “os limites e possibilidades de contribuições para a
construção de cidades mais justas e democráticas”.
Por fim, apresentamos o artigo de Raíssa Cristina Arantes e Daniela Borges Ribeiro
sobre “O familismo na assistência social como resposta do capital à crise estrutural”, com
enfoque nos cuidadores de usuários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), na Política
Nacional de Assistência Social. Segundo as autoras, “os dados apontam a intensificação da
responsabilização familiar frente à crise estrutural do capital, escamoteada pela retórica do
fracasso familiar”.
Na sessão “Tema livre” apresentamos um conjunto de artigos que dialogam diretamente
com a área de Serviço Social. O artigo “Os efeitos da violência interparental nas crianças: o
olhar de uma comissão de proteção de crianças e jovens em Portugal”, escrito por Ana Sofia
Carvalho Pinto, Eva Raquel Xavier de Melo Gil Chaves, Cristiana Dias de Almeida e
Mônica Alexandra Vidal Teixeira, destaca elementos do trabalho profissional com crianças e
jovens, e acerca da sociabilidade que atravessa as famílias além-mar. Aqui, no Brasil, ratifica-
se a premência de análises no âmbito da relação raça/etnia, gênero e classe social, conforme
destacado nos artigos “Racismo estrutural e encarceramento em massa no Brasil” (sob a autoria
de Ingrid Medeiros Lustosa Diniz Ribeiro e Rosilene Marques Sobrinho de França) e
“Determinação social da saúde e sífilis gestacional em Campos, RJ: particularidades de classe,
raça, gênero e território”, escrito por Nilene dos Santos Souza e Carlos Antonio de Souza
Moraes. Por sua vez, as autoras Marcela Gonçalves deAraújo e Marina Monteiro de Castro
e Castro tratam da inserção do Serviço Social na área da saúde no artigo “Assistência
multiprofissional em saúde e prontuário hospitalar”, discorrendo sobre a “categoria da
linguagem e a questão do sigilo profissional, além de fazer apontamentos sobre a sociabilidade
capitalista e o impacto da pandemia de covid-19 na digitalização dos prontuários”.
Ainda na área de Serviço Social apresentamos três artigos cujos debates contribuem
para o entendimento de questões atuais que atravessam a profissão no Brasil, são eles: “A
pesquisa sobre o método marxista no Serviço Social brasileiro” (sob a autoria de Michael
Gonçalves Cordeiro), “Conservadorismo enquanto ideologia-política e peleja histórica do
Serviço Social” (escrito por Francisco Flavio Eufrazio) e “O fenômeno do
XII
Libertas, Juiz de Fora, v. 24, n. 2, p. X-XIII, jul./dez. 2024. ISSN 1980-8518